Momentos de Poesia: Maio 2025.
É já no próximo Sábado!
Cidade de Régio / Cidade Branca / Portalegre, Cidade...
Se estiver pelo Alentejo...
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É já no próximo Sábado!
Cidade de Régio / Cidade Branca / Portalegre, Cidade...
Se estiver pelo Alentejo...
Caminho do Boi D'Água de Baixo
Cidade de Régio, do Alto Alentejo
Portalegre
Na foto anterior, um pinheirão manso, derrubado por uma das tempestades...
Na seguinte, um pequeno pinheiral, de enormes pinheirões, acercando o caído!
E o que nos ensina, nos sugere, a Natureza, através destes enormes pinheirões mansos (!), bordejando e atravancando o "Caminho do Boi D'Água de Baixo" e mostrando-nos um deles derribado, situação que ocorre em vários locais da Serra?!
E esta situação também se relacionará com postal anterior, sobre necessidade de poda das Árvores na Cidade?!
(Isto sou só eu a opinar, a sugerir...
Mais valia estar calado, que ninguém quer saber do que escrevo.
Mas que faz sentido o que digo, isso faz!)
TRABALHOS DO INSTITUTO DE ANTROPOLOGIA
«DR. MENDES CORRÊA»
FACULDADE DE CIÊNCIAS DO PORTO
Director – Prof. Doutor A. Rozeira
Nº 10
Notas sobre o casamento na Aldeia da Mata
Por
Agostinho F. Isidoro
PORTO
1971
*******
«Notas sobre o casamento na Aldeia da Mata»
(…)
«O pregão do casamento é feito na igreja ou no registo civil, três meses antes do dia marcado para a voda.
Neste dia o noivo procura os rapazes da sua idade, casados ou solteiros e faz-lhes o convite nestes termos: «Vou-me casar (e diz o dia). Queres vir ao meu casamento?». A noiva procede de igual modo para com as raparigas da sua idade, mas solteiras, ou de idade inferior à sua, e também solteiras.
Pode também convidar uma rapariga casada da sua idade, mas isto é pouco frequente.
No dia do pregão os pais dos noivos convidam também as suas famílias para o casamento. Qualquer convite feito fora deste dia pode ser considerado como ofensivo pelos convidados.
Uns 15 dias antes do casamento os pais dos noivos mandam aos convidados um presente de bolos caseiros, designado por frete, constituído por 1 pão de ló, 1 bolo de orelha ou fatia, 1 dúzia de biscoitos e argolas.
Os convidados são obrigados a fazerem as seguintes ofertas:
Os do noivo oferecem-lhe 50$00 cada um, importância a ser entregue no dia do enlace à noite, após o acompanhamento dos noivos, já em casa deles.
Os da noiva oferecem-lhe uma prenda, no valor de 20$00 a 30$00 e dão aos pais da noiva a importância de 20$00, um quilo de arroz, um quilo de massa, um quilo de açúcar e uma quarta de café de cevada (250g).
Os convidados dos pais dos noivos pagam 100$00 por casal ou 50$00 cada um.
Os padrinhos dos noivos são obrigados a dar uma conta de pão (20 pães de quilo), uma cabeça de gado (ovelha ou cabra), no valor de uns 400$00 a 500$00, 10 litros de vinho, um quilo de arroz, um quilo de massa, um quilo de açúcar, um quilo de chouriço vermelho, um pacote de café e um lacão (perna de porco).
As madrinhas são também obrigadas a dar uma conta de pão, uma dúzia de pratos de louça ou de esmalte, um lençol de linho ou de outro tecido, um quilo de arroz e um quilo de lacão.
Antigamente os padrinhos davam ainda uma quarta de grão (cerca de 4 litros) e um bucho (estômago de porco cheio de sangue e de gordura de porco com condimentos e depois cozido), que tem um sabor agradabilíssimo.»
*
* *
Na Tapada do Rescão – Aldeia da Mata – Alto Alentejo – Portugal.
Na Tapada do Rescão, logo a seguir à respetiva entrada – na encosta, a Norte, à direita – existe um alinhamento de pedras, não fazendo parte de qualquer parede, que me intriga sobremaneira.
“Alinhamento” é o termo que julgo mais apropriado para nomear aquele conjunto de pedras que se seguem umas às outras.
Começa no topo da “colina”, logo à direita da entrada, - a Leste – faz uma curvatura, uma espécie de arco de círculo, descendo a colina até ao vale, a Sul. Terá cerca de cem a duzentos metros.
Intriga-me, porque está dentro da propriedade, não forma parede propriamente dita, e as pedras, pelas suas dimensões também chamam à atenção.
As fotos são parcialmente elucidativas, embora a observação, no próprio local, seja mais pertinente.
Se alguém mais entendido nestes assuntos de ancestralidades, que não eu, que apenas sou curioso, por ali passar, veja com atenção e sugestione ou opine.
Alguém que tenha conhecimentos e visão arqueológica e possa inferir conclusões.
O meu alerta fica feito.
E onde fica a “Tapada do Rescão”?!
Em Aldeia da Mata, concelho de Crato, distrito de Portalegre, Alto Alentejo – Portugal.
Dirija-se à “Azinhaga da Fonte das Pulhas”. Que se inicia na “Azinhaga do Poço dos Cães”, a Sul e cerca de cem metros da Igreja Matriz. Siga em direção à Fonte e à Ribeira do Porcozunho, sentido Leste – Oeste.
Encontrará a Tapada, a cerca de quatrocentos metros, à direita e Norte da Azinhaga.
A 1ª propriedade, à direita da Azinhaga, com figueiras da Índia, é o meu “Chão da Atafona”. A 2ª, com um portão de ferro forjado, é o meu “Vale de Baixo”. A 3ª, julgo que de Dona Belmira ou familiares, é o “Chão da Pereira”.
A 4ª, também com um portão de ferro forjado, é a “Tapada do Rescão”.
É aí que está o “alinhamento de pedras”.
Será um monumento da Antiguidade pré-histórica?!
***
(As fotos da Tapada são de 4 de Abril de 2023. A do Chão é de 1 de Dezembro de 2023.)
(A localização poderá ser obtida pelos referenciais de GPS.)
Obrigado pela atenção.
Voltarei a publicar sobre o assunto, que há mais "pedras peculiares" nas redondezas.
Ligações para os postais focados nesta temática.
Concretizo, hoje, uma ideia que vinha congeminando há algum tempo. Publicar um postal com ligações para os vários postais sobre estes assuntos relacionados com o apelido “Carita”, o Chamiço e o Alto Alentejo.
Não sei se conseguirei operacionalizar todas as ideias pretendidas. Preciso publicar algumas informações que me foram disponibilizadas por Primo João Carita. Enquadrar os diversos assuntos, interligando-os. Pesquisar. Terei de me organizar. Não sei!
Independentemente do que faça ou venha a fazer, ficam desde já os itens que nos reportam ao que já foi abordado nos dois blogues.
À consideração e à disposição de quem queira conhecer um pouco mais sobre estes assuntos. Agora! E no futuro!
Obrigado pela atenção.
As fotos?! Novamente a Ponte da Ribeira do Chamiço! E Árvores autóctones!
Porquê?! Pela simbologia associada às Pontes. Pela Riqueza Patrimonial por ela testemunhada, no plano da História, da Geografia, da Arquitetura, da Engenharia…
Não acredita?! Se um dia tiver oportunidade, visite, SFF. Veja com os seus próprios olhos.
E porque o Monumento está em processo de degradação e é urgente “dar-se-lhe a mão”!
(Sobre a escolha das Árvores não são precisas explicações.)
Eis as ligações:
O apelido Carita e o Alto Alentejo
«O Chamiço, antiga freguesia do Priorado do Crato» (Cap. I)
«O Chamiço, antiga freguesia do Priorado do Crato» (Cap. II)
«O Chamiço, antiga freguesia do Priorado do Crato» (Cap. III)
O Chamiço em “Etnografia Portuguesa” … (I)
O Chamiço em “Etnografia Portuguesa” … (II)
Ainda o despovoamento do Chamiço… A Trisavó Rosa de Matos e o “Monte Chamiço” - O que me relatou o Primo António Carita.
Chamiço: Cruzamentos de Vidas!
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“Gentes da Gente” vai ao Chamiço - Rádio Portalegre – Sábado 20/05/23.
“Gentes da Gente” foi ao Chamiço - Rádio Portalegre – Monte da Pedra – Chamiço.
Ainda sobre o Chamiço… Na sequência de “Gentes da Gente”, algumas notas finais…
Ligação para “Apeadeiro da Mata”
Outros POSTAIS de algum modo relacionados com o “Chamiço”:
A Pedreira das Mós – Couto do Chamiço – Monte da Pedra
As pedras também têm nome de baptismo?! - Pedras peculiares no “Couto do Chamiço”
A Laje de Santo Estevão - Monte da Pedra.
Boas navegações!
Obrigado pelas visitas!
Neste postal nº 1134, ainda me debruço sobre a velha “aldeia” do Chamiço, a partir de:
Etnografia Portuguesa – Tentame de Sistematização – Prof. Doutor José Leite de Vasconcellos – Volume IV –
Lisboa – Imprensa Nacional – 1958
Livro I – A Terra de Portugal – pp. 654 e 655
(…)
*******
«Quando e como se desmoronou o Chamiço?
Dois velhos de Gáfete, que em 1930 contavam respectivamente 80 e 85 anos, referiram-me o seguinte, interrogados cada um por sua vez, e em separado. Em pequenos haviam ainda conhecido o Chamiço, que tinha 8 ou 9 fogos, incluindo a morada do paroco. A povoação constituia frèguesia: orago o Martle Santo (S. Sebastião), - pôsto que isso não conste nem da Corografia do P.e Carvalho, nem do Portugal sacro e profano (serie anexa). – Faziam-se lá festividades, e no largo da igreja touradas: a umas e outras concorria gente do Monte-da-Pedra, Aldeia-da-Mata, Gáfete. Um dos dois velhos assistira ainda a uma corrida de touros, e a uma festividade. Acrescentaram ambos que a destruição da povoação a motivaram continuos assaltos de ladrões: os habitantes, vendo-se desamparados naquele descampado e solidão das herdades, fugiram. Quem primeiro abalou, foi uma lavradora, de apelido Carita, a mais rica da terra: tendo dado tal exemplo, as outras familias seguiram-na, porque menos protegidas ficavam. Até contou um dos velhos o caso de haver sido apernado pelos ladrões um criado da mencionada lavradora, deitado ao chão, e coberto com uma manta; levantando-a, espreitou, e conheceu os ladrões. Por decôro não se declara aqui o nome da terra a que pertenciam.
Assim reza a tradição oral. (…)»
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(Algumas notas complementares:
Registo algumas referidas no postal anterior. Segui o texto a partir da fotocópia que tenho na minha posse. As mesmas dificuldades na transcrição de palavras com grafia diferente da atual, especialmente nos acentos. Os realces a negrito são de minha lavra.
A fonte informativa de Professor Doutor Leite de Vasconcellos foi também oral. Os dois velhos de idades 85 e 80 anos, terão nascido respetivamente em 1845 e 1850. Depreende-se do mencionado que não terão nascido no Chamiço, mas em Gáfete.
Quando li este excerto na Biblioteca Nacional, algo que me chamou a atenção foi a expressão “apernado”. Não é uma palavra muito vulgar, mas também era o termo que a minha Avó usava, quando relatava os acontecimentos.
Outro aspeto foi a menção de que a lavradora Carita fora a primeira que abalara. O que estava em contradição com o que sempre ouvira a minha Avó. E, agora, após ler também o artigo de Prof. Subtil reforça essa contradição. Também a versão que Primo António Carita sempre ouvira a sua Mãe, Maria Carita, contradiz essa referência.
A situação de o criado ter reconhecido os ladrões, como sendo de uma localidade próxima, também a minha Avó me contava, mencionando a terra. Que eu, reforçando a atitude de Professor Leite de Vasconcelos, também não revelo. Todavia não deixaria de ser curioso saber qual a terra que os velhos terão referido, se coincidiria com a que minha Avó dizia.
Nas Memórias Paroquiais, de 1758, vem referida esta povoação “Monte Chamisso”.
Estes são alguns dos aspetos que vêm mencionados na Etnografia Portuguesa sobre o Chamiço. Há mais algumas referências etnográficas de interesse. Mas eu, nestes textos, o que pretendia era realçar fundamentalmente as questões reportando-se a essa minha Trisavó, Rosa de Matos, de apelido Carita, do marido, João. Enquadrando todos estes aspetos na premissa / questão inicial sobre as interligações do apelido Carita no Alto Alentejo.
Ainda quero consultar os dados do Arquivo Distrital de Portalegre.
(Cap. I)
pelo Prof. Manuel Subtil
in. “A Mensagem”. p.5
«Em muitos mapas corográficos de Portugal, figura, ainda hoje, como freguesia do Crato, a velha povoação do Chamiço, situada a meio de uma linha recta cujos extremos são Vale do Pêso e Monte da Pedra.
E contudo o Chamiço desapareceu há muito tempo como povoação, e há mais tempo ainda como freguesia.
Quem, indo da Torre das Vargens, viajar pela linha de Cáceres, que atravessa o distrito de Portalegre, poderá ver, à esquerda, entre as estações da Cunheira e de Vale do Pêso, quando já se avista o perfil airoso da Serra de S. Mamede, uma espessa mancha de arvoredo, constituído por azinheiras, principalmente o cercado de velhas paredes. São as Tapadas do Chamiço.
Em tempos passados, essas tapadas denunciariam, logo de longe, a existência ali de uma povoação; porque no antigo Priorado do Crato, onde predominava o regime compáscuo, só eram permitidas tapadas nas proximidades dos povoados, para uso exclusivo dos seus habitantes. Tudo o mais era aberto e livre.
Situado num vale sem horizonte, em sítio pedregoso e triste, onde os terrenos são de fraca produção, o Chamiço foi sempre povoação pequena.
Assim, quando, em 1527, o rei D. João III ordenou que os Corregedores das seis Comarcas do reino mandassem proceder ao arrolamento de todos os moradores, achou-se que o Chamiço tinha trynta e seys moradores (a). Em 1708, segundo a Corografia Portuguesa do Pe. António Carvalho da Costa, tinha só 22 fogos.
Era, porém, freguesia mais antiga do que Monte da Pedra, que não existia ainda em 1527, e até mais antiga do que Flôr da Rosa, que só foi elevada a sede de freguesia em 21 de Setembro de 1749, por Decreto do Grão Prior Infante D. Pedro, irmão do rei D. José.
A igreja era pequena e só tinha três altares, no século XVI, com duas portas: uma na modesta fachada, outra lateral. Anexa à igreja havia uma pequena sacristia, em comunicação directa com o altar-mor.
Era orago da freguesia o mártir S. Sebastião, cuja imagem – que ainda existe, já retirada do culto, na igreja paroquial de Vale do Pêso – era muito venerada, como advogada contra as epidemias, tão frequentes naqueles tempos.
Não havia baptistério: a pia baptismal estava a um canto do corpo da igreja, à esquerda da porta principal, e esta era voltada para poente, como as da maioria dos templos católicos.
No vértice da empena da frontaria estava colocada a única sineta existente, sob uma pequena cúpula apoiada em quatro colunelos.
Os moradores do Chamiço eram, na sua maioria, pobres trabalhadores que, ou serviam como criados ou viviam de apascentar gado – lanígero principalmente – próprio ou alheio.
Como acabou a freguesia do Chamiço? Porque desapareceu uma povoação que, apesar de pobre e pequena, se manteve durante alguns séculos independente?»
(…)
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(a)– Mestrados e priorado do Crato em Alentejo – Arquivo Nac. Da T. do T. Gav.5, M.I, nº 47.
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(Notas: Segui o mais fielmente o original do Jornal. A divisão em capítulos pretende estruturar a leitura nos postais. Não tenho fotos de minha autoria do Chamiço.
Remeto para outros postais em Aquém Tejo e Apeadeiro da Mata. S.F.F.
http://emcomenda.blogspot.com/
Hoje, tive conhecimento deste blogue. Por demais interessante. Está noutra plataforma diferente do SAPO. Não dá para seguir com a facilidade com que se seguem os blogues “sapinhos” que nos interessam. É pena! Também não consegui deixar comentário! Daí ter criado este postal para divulgá-lo. Também como forma de agradecimento pela citação que fez do “Apeadeiro da Mata”.
De Autoria de Eugénio Queirós, depreendo centrado na Freguesia da Comenda. Mas motivado por temáticas da Região. Entrei, li alguns postais, fiquei interessado na forma e no conteúdo. Muitos Parabéns. Irei desbravando as leituras, mas fiquei, desde já, fã.
É especialmente importante haver plataformas que nos permitem dar a conhecer o nosso Património Regional, que também é nacional, nas suas variadas vertentes. Se não formos nós a dar valor ao que temos, quem o fará?!
Renovadas Felicitações e Agradecimentos.
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