Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Algo que a "Cidade de Régio" tem de inigualável: as Vistas!
Poderá dizer: Que interessa isso das vistas?! A gente não come com os olhos!
Por acaso, os olhos também comem. “Não olhes para mim, não olhes…”, cantava a eterna Amália, no célebre “Fadinho da Ti Maria Benta”, parafraseando uma cantiga tradicional que no Norte Alentejano também era cantada. No livro “De Altemira Fiz Um Ramo” é uma das quadras que recolhi.
(Não esquecer que os pais de Amália eram da Beira Baixa. E a interligação global que têm estas duas Regiões de Portugal: Beira Baixa e Norte Alentejano. Que o Tejo simultaneamente divide e une.)
Voltando à Cidade de Régio… e às vistas.
Uma vista da "Serra da Penha" tutela o postal, com direito a bis.
Na forma, lembra um vulcão. Será que teve origem vulcânica?! Não sei!
Vistas da Cidade e Serra, a partir das proximidades de saída antiga: a “Porta do Crato.”
Também se vê o “Palácio Amarelo”. Tão desaproveitado estará… Um quintal, onde pontifica uma nogueira colossal.
Faz falta, na Cidade, a disponibilização de acesso a vários locais emblemáticos, nomeadamente a vários excertos do conjunto de muralhas.
Interligar esses espaços, nem que fosse temporariamente; permitir visitas, mesmo periódicas, era algo que engrandeceria a urbe.
Vista do “Arco do Bispo” ou “Porta do Crato”.
Vislumbra-se que uma parte da encosta sudeste da Serra da Penha está queimada. Alertas que tenho vindo a fazer sobre as encostas da Serra. Há locais pertíssimo da Cidade, que metem medo ao susto. As encostas do "Cabeço do Mouro" precisam de limpezas e desbaste da floresta de pinheiros.
Não nos tirem as vistas.
Senhores Autarcas, Senhores Urbanistas, quem diz Senhores, diz Senhoras, como é evidente…
Meus Senhores e minhas Senhoras, quando pensarem e executarem sobre a Cidade, não se esqueçam das vistas panorâmicas. As vistas não têm preço, mas têm muito, imenso valor.
Este apelo não se aplica só à Cidade de Régio, do Sul. (Bem sei que há outra Cidade de Régio, no Norte: Vila do Conde.)
Aplica-se a todas as Cidades de Portugal. Que o digam as Cidades do Litoral e os verdadeiros atentados urbanísticos que se foram cometendo ao longo de décadas, tapando as vistas do Mar, com mamarrachos ao longo da costa. Na Costa, também.
(E, a propósito de Costa, como é que o “Primo Costa” se desenrascará com o Orçamento?!
Vejam lá se aprovam o orçamento, que não queremos cá eleições antecipadas. Tenho dito!)
Não de minha autoria, que neste blogue também se divulgam os trabalhos de outras pessoas, de outros poetas, de outras poetisas. Também esse é o propósito do blogue. Desde que me enviem poemas, que sejam publicáveis, terei muito gosto em fazê-lo.
É uma forma também de nos afastarmos das politiquices que abundam sempre por aí.
E, principalmente e neste caso específico, lembrarmos AMÁLIA. Que também admiramos. Tal como Rolando e Olívia Diniz Sampaio, também grande admiradora da nossa maior Cantante.
Um abraço amigo, virtual, que estas cenas da Covid obrigam-nos a estarmos afastados das tertúlias.
Para ilustrarmos o Poema, uma linda Rosa. (Amália era grande apreciadora de rosas.)
(Esta Rosa rosa pertence a uma roseira que enxertei numa base de roseira brava de cor branca. Fica um rosa mais claro. E floriu em Outubro, que é essa a riqueza do nosso clima: termos rosas praticamente todo o ano.)
Aniversário do Blogue e Homenagem a Vultos da Cultura Portuguesa
Para elaborar o postal anterior, nº 806, transcrevi o texto poético do livro:
RÉGIO, J. – FADO – Klássicos – A BELA E O MONSTRO, EDIÇÕES Lda. Lisboa – Portugal – 2011.
Apesar de uma das normas da produção literária ser a sua não reprodução, penso que, ao divulgar o Poema de Régio, referindo as fontes, estou a valorizar a Obra e a dá-la a conhecer. (Publicidade, de que não recebo um tostão!)
Este livro é mesmo um clássico e está apresentado em formato de bolso, o que facilita o seu transporte para onde nos desloquemos. Foi comprado em Óbidos, numa Livraria icónica, situada numa antiga igreja católica, dessacralizada. A um preço super acessível: 3 Euros. Em Abril, do ano passado (2019).
Vou lendo e relendo. É daqueles livros que por ser de poesia e de autor que aprecio, vou sempre voltando a ele. É mesmo clássico!
Também pesquisei na net e os textos apresentados são sempre parcelares, relativamente à fonte documental referida. Há, obviamente, outras versões em livro, pois que na Introdução – “Da Vida à Obra”, elaborada por Isabel Pires de Lima, Professora Catedrática da Universidade do Porto, refere que o original é de 1941!
Não sei se essas versões alteraram a dimensão do texto e pormenores, porque também se notam pequenas diferenças, nalguns versos. (É natural que tenha acontecido, pois o processo criativo leva a modificações nas versões apresentadas, que qualquer autor vai realizando.)
A versão apresentada compõe-se de vinte sextilhas.
Estes postais organizei-os para “celebrar” os seis anos do blogue. E para homenagear José Régio, Amália e também Alain Oulman, neste postal.
Como sabemos, Amália cantou vários Poetas nacionais consagrados, neste caso, Régio e para esse facto o contributo de Alain Oulman foi marcante.
Anexo as cinco estrofes apresentadas na net, constituindo excerto do poema de Régio, a parte cantada por Amália. (A Diva não podia, evidentemente, cantar as vinte estrofes. Comparando, pode observar as modificações e o que foi escolhido para cantar.)
“Fado Português”
“O Fado nasceu um dia, quando o vento mal bulia e o céu o mar prolongava, na amurada dum veleiro, no peito dum marinheiro que, estando triste, cantava, que, estando triste, cantava.
Ai, que lindeza tamanha, meu chão , meu monte, meu vale, de folhas, flores, frutas de oiro, vê se vês terras de Espanha, areias de Portugal, olhar ceguinho de choro.
Na boca dum marinheiro do frágil barco veleiro, morrendo a canção magoada, diz o pungir dos desejos do lábio a queimar de beijos que beija o ar, e mais nada, que beija o ar, e mais nada.
Mãe, adeus. Adeus, Maria. Guarda bem no teu sentido que aqui te faço uma jura: que ou te levo à sacristia, ou foi Deus que foi servido dar-me no mar sepultura.
Ora eis que embora outro dia, quando o vento nem bulia e o céu o mar prolongava, à proa de outro veleiro velava outro marinheiro que, estando triste, cantava, que, estando triste, cantava.”
O fado nasceu num dia Em que o vento mal bulia E o céu o mar prolongava, Na amurada dum veleiro, No peito dum marinheiro Que estando triste, cantava.
(- Saudades da terra firme,
Da terra onde o mar acabe,
Da casinha, e das mulheres,
Guitarra, vem assistir-me,
Que a gente é bruto e não sabe,
Expressa-as tu, se souberes…)
Por esse mar além fora,
A guitarra, dim…dom, chora,
Tem pausas, ais e soluços.
E tão bem faz isso à gente,
Que o triste bruto valente
Chora sobre ela de bruços!
(- Mãe, adeus! Adeus Maria!
Guarda bem no teu sentido
Que aqui te faço uma jura
Que ou te levo à sacristia,
Ou foi Deus que foi servido
Dar-me no mar sepultura!)
Por mar além, chão que treme,
O dim-dom da corda freme
De espanto, angústia, incerteza;
Mas reluz no olhar do triste
Não sei que alto apelo em riste
Contra essa humana fraqueza…
(- Que terra é esta…, este mar
Que só acaba nos céus,
Ou nem lá tem seu fim?...
Ou hei de o eu acabar,
Ou hei de, querendo Deus!,
Ou ele acabar a mim!)
Casada à trémula corda,
Sobe a voz trémula…, acorda
Tristezas do peito inteiro,
E as sereias que enlevadas
Se agarram às amuradas
Do frágil barco veleiro.
(- Ai que lindeza tamanha, Meu chão, meu monte, meu vale, De folhas, flores, frutas de ouro! Vê se vês terras de Espanha, Areias de Portugal, Olhar ceguinho de choro…)
Deitando o olhar às lonjuras,
Só vê funduras, alturas
Das águas, dos céus, da bruma,
E as rijas pomas redondas,
De bico a boiar nas ondas,
Das sereias cor de espuma.
(- Sei eu, sequer, por que venho,
Deixando a jeira de chão
Que ao menos me não fugia,
Atrás de não sei que tenho
Tão dentro do coração
Que inté julguei que existia…?)
E à voz que sobe a tremer,
Morre lá longe…, e ao morrer,
Sobe outra vez, mais se aferra,
Que etéreo coro responde
De vozes que chegam de onde
Não seja nem mar nem terra!
(- Quem canta com voz tão benta
Que ou são os anjos nos céus
Ou é demónio a atentar?
Se é demónio, não me atenta,
Que a minh’alma é só de Deus,
O corpo, dou-o eu ao mar…)
Na boca do marinheiro Do frágil barco veleiro, Morrendo, a canção magoada Diz o pungir dos desejos Do lábio a queimar de beijos Que beija o ar, e mais nada.
(- Mãe, adeus! Adeus, Maria! Guarda bem no teu sentido Que aqui te faço uma jura Que ou te levo à sacristia, Ou foi Deus que foi servido Dar-me no mar sepultura!)
Sob o alvor da lua cheia,
Naquela noite, a sereia,
Cujo seio mais se enrista
Da aurora até ao sereno
Beijou o corpo moreno
Do moço nauta fadista…
(- Que terra é esta…, este mar
Que só acaba nos céus,
Ou nem lá tem seu fim?...
Ou hei de-o eu acabar,
Ou hei de, querendo Deus!,
Ou ele acabar a mim!)
Nas vias-lácteas faiscantes
Que esmigalhado em diamantes
O luar no mar espraia,
Um dim-dom…, dim-dom tremente,
Mais doces queixas de gente,
Vão ter a uma certa praia.
(- Ai que lindeza tamanha, Meu chão, meu monte, meu vale, De folhas, flores, frutas de ouro! Vê se vês terras de Espanha, Areias de Portugal, Olhar ceguinho de choro…)
E as mães de filhos ausentes
Acordam batendo os dentes,
Torcendo as mãos, e carpindo,
Sabendo todas que é a morte
Que chega daquela sorte
No luar funéreo e lindo…
Ora eis que embora, outro dia, Quando o vento nem bulia E o céu o mar prolongava, À proa doutro veleiro, Velava outro marinheiro Que estava triste e cantava.»
In.
RÉGIO, J. – FADO – Klássicos – A BELA E O MONSTRO, EDIÇÕES Lda. Lisboa – Portugal - 2011
(Cortesia da Revista "Visão", a que, todavia, não pedi autorização!)
É um número significativo de missivas, que tenho lançado na net. Múltiplos e variados temas, assuntos, bitaites, desabafos; em prosa, em verso, meus, de muitas pessoas amigas, ou simplesmente conhecidas, que comigo partilharam projetos, antologias, reais ou virtuais. Montes de fotos! (...)
Sendo um número “redondo”, basicamente dois algarismos, o oito e o zero, duplamente. (8, que graficamente é praticamente também dois zeros.)
Merece ser festejado, com algo de valioso, partilhado, a partir deste espaço virtual, com todos os internautas, como é evidente. Todos temos consciência que o que publicamos eletronicamente, deixa de ser nosso. Para o Bem e para o mal!
Também se aproxima a data deste blogue festejar os anos. A 8 de Outubro fará 6 anos: 08/10/2020!
E o que vou partilhar?! Como se titula, é algo sobre Amália!
(Que em 6 de Outubro - 06/ 10/ 2020 - fará 21 anos que faleceu.)
(... ?!)
Pois, precisamente o Autógrafo que a Diva do Fado me deu, na sequência da visualização do filme, "Fado – História de uma Cantadeira”, na Cinemateca, em 1986, a 13 de Março – (13/03/86).
Ao delinear o postal “O meu momento Amália”, que já vinha congeminando há algum tempo, pensara entrosá-lo juntamente com o “Não – momento Eusébio”.
Mas algo que tenho aprendido nos blogues: limitar a narrativa a uma página. Sugestão até de conceituado Jornalista de “Delito de Opinião”, quando me convidou para escrever um postal – Pedro Correia. A partir daí, tenho procurado limitar-me a essa dimensão. Em vez de um postal, escrevo dois.
Curiosa associação: Amália – Eusébio.
Não me vou explanar nesta dualidade, que daria pano para mangas. Apenas afirmar que, atualmente, considerar-se que Amália e Eusébio são duas figuras incontornáveis da nossa Cultura, não só nacional, até universal, atrevo-me a dizer que será uma opinião consensual. Digo eu! Nem sempre foi assim. Também o digo!
Também nunca vi Eusébio jogar ao vivo. Nunca fui ver um jogo de futebol, em grande estádio, nem um jogo entre grandes. Nem tenho projetado ir, embora a Vida nos proporcione surpresas inimagináveis. Jogos ao vivo, apenas de amadores. Também nunca tive jeito para a bola.
Mas tenho admiração por Eusébio, desde miúdo. E quem não terá, da minha geração?! Eusébio proporcionou-nos, enquanto miúdos, no célebre Mundial de 66, momentos mágicos, de alegria, redenção, entusiasmo, sublimação da vida pacata, nesse recôndito Portugal de antanho, de subsistência, inverosímil aos olhos de hoje.
Ah! O “meu não – momento” Eusébio!
Já neste milénio, resolvemos ir passar uns dias a Sesimbra. Como estávamos perto e não lido muito bem com marcações vias nets e que tais, fomos à papo-seco, sem marcação de alojamento. Procuraríamos in loco.
Um dos hotéis que procurámos situa-se no centro da vila, na parte baixa, bem frente ao mar. Não me lembro do nome.
Entrei na receção, aproximei-me do balcão, para ver se estava rececionista, mas não estava ninguém. Junto do balcão, não pude deixar de reparar nuns documentos colocados e neles ler aquele nome tão conhecido: Eusébio da Silva Ferreira!
Fiquei estupefacto! O Eusébio!!! Disse para mim: o Eusébio está aqui neste hotel!!!!
Naquela visão lateral que todos temos, vislumbrei provindo do lado esquerdo, pessoas descendo as escadas para o átrio.
Olhei! Era o Eusébio, mais a esposa, que vinham descendo! Dirigiram-se ao rececionista, entretanto chegado, estiveram mesmo ao meu lado, à minha beirinha, trataram das papeladas, pertinho de mim, e saíram para a avenida.
E porquê o meu não momento?!
Porque gostaria de ter tido a lata que tivera com Amália e tê-lo cumprimentado, ter-lhe dito, como o admirava desde aquele celebérrimo Mundial. Daqueles jogos que nos empolaram, o mais que emocionante com a Coreia, o seu desempenho, o nosso embalar nas vitórias subsequentes, a criação de ilusões sobre a possível vitória final, a frustração da derrota face a Inglaterra, já na meia final, como chorámos com ele, como achámos injusto. Ainda assim, a superação, após a vitória perante a poderosa URSS e o inabalável Yashin.
Tudo isto lhe poderia ter dito, ter-lhe agradecido pelas alegrias que nos proporcionou, em tempos tão cinzentos, mesmo com a televisão a preto e branco. Poderia ter dito, mas não disse! Porque fui vencido pela minha proverbial timidez e vergonha.
Este é daqueles momentos de que me arrependo. Pior que fazer mal é não fazer!
Ao longo da Vida tenho tido momentos desses, que acabam por ser não momentos.
No dia 23 de Julho, comemorou-se o centenário do nascimento de Amália Rodrigues. As redes sociais, como é hábito nestas situações, foram inundadas de notícias, reportagens, postais, sobre a Artista. Eu, como quase sempre, “atrasado, fora de modas”, só hoje vou abordar o “meu momento com Amália”.
Começo por referir que nunca assisti a nenhum concerto ao vivo de Amália. Também nunca fui a uma casa de fados ouvi-la. Assistir a fado, em casa típica, lembro-me de ter ido algumas vezes a uma casa de “fado vadio” que havia no Bairro Alto, em meados dos anos oitenta, que julgo se chamava “Arroz Doce”. Não tenho a certeza se era esse o nome ou se ainda existirá.
Então como aconteceu esse “momento Amália”?!
Também nessa segunda metade da década de oitenta, a Cinemateca Portuguesa passava vários ciclos de cinema temáticos. Centrados em géneros fílmicos, em atores / atrizes, realizadores, cinematografias por países, etc.
Em 1986, projetaram um conjunto de filmes enquadrados no tema “Encontro com o Cinema Português” - Ciclo “O Musical”. Para além da visualização do filme, proporcionavam sempre umas pagelas informativas sobre o mesmo, assinadas por especialistas, que procurava obter e colecionar, para aprender com quem sabia da poda.
Sobre esta temática, visualizei :
“A Severa” - 1931, de J. Leitão de Barros, com Dina Teresa, no papel de Severa. (Foi o 99º encontro – 9 Jan. 1986.)
“Capas Negras” - 1947, de Armando de Miranda, com Amália Rodrigues, no papel de Maria de Lisboa; contracenando, entre outros, com Alberto Ribeiro. (106º encontro – 6 de Março 1986.)
“Fado – História de uma cantadeira” – 1947, de Perdigão Queiroga, com Amália, no papel de Ana Maria; contracenando com Virgílio Teixeira, entre outros atores de renome. (107º encontro – 13 de Março de 1986.)
Foi na sequência da projeção desse filme que ocorreu “o meu momento Amália”.
Como?!
Passarei a explicar…
(Mas primeiro quero mencionar que, também na Cinemateca, ainda assisti a outro filme de Amália como protagonista:
“Fado Corrido” – 1964, de Jorge Brum do Canto. Amália Rodrigues, no papel de Maria do Amparo, cantando alguns dos seus melhores trabalhos, “Gaivota”, “Madrugada de Alfama”, “Estranha forma de vida”, … Também Carlos Ramos, cantando fado titulando o filme. Direção musical de Shegundo Galarza; solos de piano, Carlos Paredes. (…)
Contracenando com Jorge Brum do Canto e muitos outros atores e atrizes de nomeada e gabarito.
A projeção deste filme ocorreu em 30 de Abril de 1990, e frise-se, num outro Ciclo de Cinema, este dedicado a “Isabel de Castro e os Cinemas Portugueses”, desempenhando esta atriz de renome, um papel secundário: “Mira”.)
Retorno a "Fado – História de uma cantadeira" e ao “meu momento Amália”.
Após a projeção, a visualização do genérico e audição das derradeiras sonoridades, e ao sair, tendo já debandado a maioria da assistência, reparo duas ou três filas atrás, uma senhora, ainda sentada, tentando passar despercebida. Não terá passado sem ser notada, certamente para a maioria dos espetadores, embora mais ninguém tivesse tido a minha lata. Era a protagonista do filme, acabado de transmitir: Amália.
Ultrapassando a minha proverbial timidez, dirigi-me à senhora, cumprimentei, dei os parabéns, elogiei o filme e a respetiva participação e, perdendo ainda mais a vergonha, atrevi-me a pedir-lhe um autógrafo, a que prontamente acedeu, e que ficou registado na pagela elucidativa sobre o filme. Pagela que ainda guardo como recordação, juntamente com a metade do bilhete de ingresso, que colei na primeira página do texto. (A propósito, o preço fora de 50$00 – 13 / 03 / 86.)
E este foi “o meu momento Amália”! Ao vivo!
Tenho o LP “Cantigas numa Língua Antiga”, Edição Círculo de Leitores, Lda. – 1979. Que ouço, quando tenho oportunidade. Hei - de falar nisso.
Fafá de Belém, Waldemar Bastos, Dany Silva - André Dias e Bernardo Viana
Apresentação de José Gonçalez
Programa da RTP1, tertúlia transmitida às 6ªs feiras, à noite. Na passada sexta, dia 19, já o nono programa. Em semanas anteriores, algumas vezes visualizei excertos do programa. Neste último, face aos tertulianos presentes, deixei-me, em boa hora, levar na onda. Quando e onde podemos ouvir, assim numa assentada, Fafá de Belém, Waldemar Bastos, Dany Silva, acompanhados por André Dias e Bernardo Viana, dois jovens músicos, engrandecendo a tríade de cantores?! Dany e Waldemar também executantes.
Num jeito muito informal, apresentação de José Gonçalez, precisamente na Casa de Amália, à Rua de São Bento, na sala, deduzo eu, bem bonita, por sinal.
Programa, homenageando a Diva do Fado, recriando, de certo modo, as tertúlias que Amália promovia na sua própria casa. Neste programa foi precisamente lembrada a célebre tertúlia em que participou Vinícius de Morais, também Ary, Natália Correia, David Mourão Ferreira, em 1968, génese de disco editado em 1970: Amália – Vinícius.
Programa excelente! Parabéns aos participantes. E Obrigado pela beleza de Música e Canções que nos trouxeram.
E que saudades tenho das tertúlias. Das Tertúlias de Poesia, confinadas, com esta coisa do Corona!
Da APP – Associação Portuguesa de Poetas. Na sede, aos Olivais; no Vá – Vá, na Avenida de Roma. Ambas em Lisboa.
Do CNAP - Círculo Nacional D’Arte e Poesia. Ultimamente no Café Império. Anteriormente, ao Centro de Dia de S. Sebastião da Pedreira. Também em Lisboa.
De “Momentos de Poesia”, no Café José Régio, antigamente “Café Facha”, em Portalegre.
Da SCALA – Sociedade Cultural das Artes e Letras de Almada, na Sede – R. Conde Ferreira – Almada Velha ou na Oficina de Cultura, no centro de Almada.
E.. Viva a Poesia! Viva o Fado! Viva Amália!
E novamente parabéns a todos os participantes e organizadores do Programa da RTP1, supramencionado.