Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
A Primavera aproxima-se. Vem-se anunciando, ainda bem no Inverno. Há plantas, árvores que vão florescendo desde o início do ano.
Da Amendoeira se cantava.: “A flor da amendoeira / É a primeira do ano. / Também eu fui a primeira / Que te dei o desengano.”
As célebres Acácias ou mimosas… As Margaças / “boninhas” / boninas …
Soube através de https://asfontesdaminhavida.blogs.sapo.pt que, no Nordeste Transmontano, lhes chamam “Anúncios”. Aos narcisos! Bonito, peculiar e sugestivo nome. E porquê?! Porque anunciam a vinda da Primavera! Os narcisos!
Pois aí vêm os Narcisos / Anúncios: avisando da próxima vinda da Primavera.
Eles aí estão. Do primeiro que surgiu no Quintal, tenho foto de 5 de Fevereiro.
E fui tirando por todo o mês passado.
O Quintal forma um quadrilátero. Esse primeiro que floriu, situava-se no lado Leste, num espaço soalheiro e abrigado. Entretanto foram aparecendo pelos diferentes lados do quintal. Agora, já em Março, há flores amarelas bordejando os quatro lados do espaço.
Vivam os narcisos! Viva o amarelo! Viva a Primavera!
E um Excelente “Dia da Mulher”!
(Para todas as mulheres e todos os homens, de boa vontade.)
Estamos no final de Janeiro. É tempo de as amendoeiras florirem.
Hoje apresento fotos de uma, em flor, no Caminho do Porcozunho. Não tem a exuberância da que mostrei no ano passado, foto tirada em Palmela. Lá estará, certamente, também este ano em floração. Mas nós estamos longe. Saudades!
A que enquadra este postal, está no Vale do Meio, junto à parede norte. Quem a terá plantado?! Não sei se é doce ou amarga, nunca lhe provei os frutos. A propriedade não é minha. Mas não é propriamente por isso que nunca colhi das respetivas amêndoas. Verdadeiramente, não me recordo se alguma vez a presenciei frutificada. Ou terá estado em época que por lá não terei passado!
Não importa. Ficam as fotos. Singelas, é certo. Mas quem dá o que tem…
A foto final não é de amendoeira, mas de uma ameixoeira brava, que floriu em Outubro! Foto de 15/10/22! Também na Azinhaga do Porcozunho ou da Fonte das Pulhas!
Hoje, retornado às lides campestres, andei remendando parede, por onde os javalis têm entrado para as raves! Precisamente, também na Azinhaga do Porcozunho!
Umas vezes melhor, outras pior, já contam 553 posts publicados sobre as mais variadas temáticas.
“Aquém – Tejo” sempre presente. Aquilo que mais nos “toca”, que nos está mais “perto”, geográfica e afetivamente, diga-se!
Sem ignorarmos o que se passa no Mundo, à nossa volta.
Não me vou alongar em considerações evocativas. Vou comemorar a efeméride com a colocação de um texto e algumas imagens sobre um dos temas que mais nos “dizem”, que mais nos “tocam”:
- As questões ligadas ao Ambiente e, neste tema tão vasto, tão variegado, as Árvores e a sua importância para a Humanidade.
- E num enquadramento tão relevante, mas tão descurado, o “Mundo Vegetal”, as Árvores, lembrar e documentar sobre uma Árvore muito específica, que tem tido aqui, no blogue, direito a “desfilar”, na sua beleza primaveral, que tem sido aqui, no blogue, referida pela sua História.
Para além das imagens primaveris, é altura de mostrá-la na sua grandeza matriarcal, frutificada, carregada de frutos.
Este ano foi muito abençoada. Em termos estatísticos e, para que conste, frise-se, deu, ofertou-nos, quase mil amêndoas doces. Casca rija, difíceis de partir as amêndoas, é certo, mas não foi avara na sua dádiva.
Na colaboração, sempre constante, neste veículo comunicacional, sempre, repito, desde o início, o trabalho impagável de D.A.P.L.
Mais uma vez, as fotografias são de sua autoria.
E retornando à Amendoeira…
Após esta abundante frutificação e talvez dado este tempo que nos assola, (continuam temperaturas desmesuradamente altíssimas para esta época do ano, bem acima dos trinta graus, somos ainda assolados pelos fogos, ainda!), talvez efeitos de toda esta conjugação de fatores adversos, a Árvore parece que secou.
Parece! Vou deixar chegar nova Primavera. E que chova entretanto. Que chova! Que chova!
(E há, por aí, alguns dirigentes (ir)responsáveis que cismam em ignorar os problemas ambientais, o aquecimento global, os efeitos poluentes de fontes de energia fósseis, o perigo do nuclear, das bombas, das armas, das guerras atrozes, eu sei lá!)
Voltando à Amendoeira…
Todavia e apesar de todas as adversidades, tem uns rebentos, já crescidos e nascidos a uns metros do tronco principal.
Neste "Post" evocativo do “Dia da Mãe”, que importa se ainda publicado em Abril, se os “Dias da Mãe” são todos os dias?!
É ele constituído por “Quadras Tradicionais”, e Fotos Originais, e dedicado a todas as Mães, sendo ou não biológicas. A todas as Mães de Afeto.
À nossa Mãe, à Mãe dos nossos filhos e filhas, à Mãe da nossa Mãe, à Mãe da Mãe dos nossos filhos e filhas, às Mães de todos e de cada um de nós. Às Mães ainda presentes e às Mães a que nos lembra o travo doce e amargo da Saudade!
Realizou-se este evento cultural, subordinado à temática referida, na pretérita quarta-feira. Como designá-lo? Palestra? Debate? Colóquio? Conferência? Bate papo?! Troca de impressões e ideias?...
Penso que foi um pouco de tudo, um encontro de ideias versando esta singular Árvore, sobre que já aqui apresentei dois posts, documentados com originais fotografias de D.A.P.L., 2015.
Havia simultaneamente dois acontecimentos culturais que me interessavam, como é comum em Almada. Além do já referido, também um colóquio sobre um Escritor Almadense, esse na Sala Pablo Neruda, no Fórum Romeu Correia.
As palestrantes abordaram a origem da árvore, enquanto espécie cultivada, remontando a 3000 anos A.C., coincidindo com o início da agricultura. Silvestre, existiria desde 8000 anos A.C.
Foram encontradas amêndoas no túmulo de Tutankhamon, 1325 anos A.C. Egípcios, gregos e romanos cultivaram-na.
Foi introduzida em Portugal pelos Árabes, quando invadiram a Península, 700 D.C.
E, aqui, não podia faltar a célebre “Lenda das Amendoeiras Floridas” e da princesa Gilda. Uma promessa de florir, de renascer, “Epifania da Primavera”, que a amendoeira é a primeira árvore a florescer! E, deste modo, anuncia um novo ciclo de Vida! E produz um fruto que pode ser guardado e comido ao longo de todo o ano.
Também houve um reportar para a simbologia da planta, “Promessa de Beleza, Símbolo da Ressurreição!” “Símbolo da Virgem Maria” e “modelo da Menorah!”. Citações de versículos bíblicos, “Êxodo: 25: 33 – 34; 37: 19 – 20; Números: 17: 1 – 8; Génesis: 43:11”.
Documentaram a apresentação com imagens e fotografias, algumas de desenhos que fazem parte do acervo da “Casa da Cerca”.
Reportaram para a utilização tradicional em pintura, de que se produziam cores, tintas, a partir das raízes, das folhas, das cascas e de como a resina pode ser usada na estruturação dos pigmentos, em substituição da goma-arábica.
A polinização é cruzada, realizada predominantemente por insetos.
E, para mim, uma grande novidade, há uma correlação direta entre a cor da flor e o tipo de amêndoas. As amendoeiras de flores brancas produzem amêndoas doces, as de flores rosa presenteiam-nos com amêndoas amargas.
As amargas têm na sua composição cianeto de hidrogénio. E comidas numa certa quantidade podem ser fatais. Só que elas são amargas precisamente por isso, para afastarem qualquer comilão desprevenido.
Mas são usadas em culinária!... Porque, combinados com os açucares, os elementos nocivos perdem a sua toxicidade. Que até Rasputine, não resistindo a doces de amêndoa, conseguiu resistir aos efeitos do veneno!
Esta componente tóxica também existe nas sementes das ameixas, pêssegos, cerejas, damascos, maçãs...
(O amargor será aviso sobre essa toxicidade?, questiono eu, agora.)
E foi assim...Também um reportar para a Literatura policial, Agatha Christie e “Sperkling Cyanide”; para a mitologia grega, a lenda de Demofonte e Phyllis; para a Pintura, as estampas japonesas. (“Na pintura japonesa não há efeito de sombra, porque a pintura é uma evocação da memória, e na memória não há sombras.”)
E também Van Gogh...
E, para terminar, uma outra forma de Arte: a Culinária, e a imagem de uma tarte de amêndoa. Pena não ter sido experienciada!
Ao longo do ano de 2016 haverá outros colóquios.
Preste atenção à “AGENDA ALMADA”!
E documento o post com fotografias originais de D.A.P.L., de uma célebre Amendoeira, que até tem a sua história contada neste blogue!
Este post é também uma forma de voltar a expor as fotos da Amendoeira, agora numa “dimensão média”, contrariamente ao que fazia há um ano atrás. Que foi algo que aprendi, do que estou sempre a aprender, desde que opero neste “Mundo dos Blogues”.
A pergunta poderá surpreender. Terão as Árvores também História ou terão pelo menos a sua história?
Já apresentei imagens de árvores impregnadas de História ou uma oliveira várias vezes centenária, quiçá milenar, é ou não um ser vivo carregado de História?! Um verdadeiro monumento vivo!
E esta “auracária-de-norfolk”, estando embora em propriedade particular é quase um ex-libris da Aldeia, pois faz sempre recorte na paisagem, nos mais diversos ângulos sobre a localidade.
Esta que apresentamos quantos anos tem? Diz-se que cada anel de ramos representa um ano de crescimento. Quem a semeou? Quem a plantou? Quando?
As árvores têm a sua História, a sua origem enquanto espécies, muito antes da Humanidade. E como seres vivos são complementares e interdependentes de e com os outros seres vivos, nomeada e especificamente com o Homem.
Todas as árvores têm a sua idade marcada nos respetivos anéis de crescimento. Ao cortar-se uma vêem-se perfeitamente no tronco esses círculos concêntricos que delimitam o quanto a árvore se desenvolveu anualmente, segundo as estações.
A Amendoeira, como espécie, é originária da Ásia Menor, outras fontes referem o Norte de África. É uma árvore tipicamente adaptada ao clima mediterrânico.
Esta, cujas fotos apresentamos, tem cerca de quarenta anos. Foi semeada no início da segunda metade da década de setenta do século XX, num caqueiro, resto de um asado ou infusa de barro que se partira, ficando apenas o fundo e parte do vaso.
Neste caqueiro coloquei terra estrumada e a semente, uma amêndoa de casca. E aí nasceu a planta.
Quando atingiu uma certa altura, passados dois, três anos, talvez, transplantei-a para o local onde se encontra. Plantada, protegia-a com uma rede para que o gado, as ovelhas, não a comesse. Devidamente regada no verão aí está ela, entrando nos quarenta…
Não é muito produtora, alguns anos em que muito apressada, ou enganada pelo tempo, logo floresce em dezembro e começa a frutificar, vêm geadas e tudo se perde.
Mas permanece e resiste ao clima destemperado do Alentejo interior e às vicissitudes da vida isolada, com poucas irmãs, por vezes com dificuldade na própria fecundação.
É proveniente de semente que trouxe de amendoeiras que bordejavam a estrada Crato – Aldeia, na zona das “Covas de Mau Vinho” até à “Meia Légua”, junto à “Lage do Meio Dia”. Havia várias, mas só já resta uma que ainda há pouca permanecia florida frente à Tapada da “Meia Légua”, onde muitos anos guardei ovelhas, nas férias. Provavelmente terá sido dessa ou de outra que havia perto que trouxe a amêndoa de casca para semear no vaso improvisado, mas usual na época, para plantar “flores”.
Todos os anos, ultrapassando todas as contrariedades, alegra o espaço e o caminho que bordeja com o seu manto alvar e virginal.
E algo que nunca vemos, mas que é um dos papéis imprescindíveis das árvores e de qualquer planta, até da mais rasteira ervinha. Dá-nos todos os dias, durante cada dia, através da fotossíntese, a sua dose de oxigénio, que nos é tão indispensável à nossa vivência diária.
A nossa vida é complementar e interdependente da das plantas.
Nunca lhes somos suficientemente gratos.
Realidade que não visualizamos, que a maioria de nós desconhece, que poucos de nós valorizam. Mas é um bem inestimável e incomensurável, esse contributo da mais humilde violeta, para além do inebriante perfume das suas flores ou mesmo de qualquer erva daninha! O oxigénio, O2, que todos os dias nos ofertam, sem nada nos pedirem em troca!
P.S.
Estou a escrever este post scriptum a 1 de Setembro de 2015, 3ª feira, pela tarde. Vantagens de escrever online. Pode-se sempre reescrever!
E é só para frisar que, este ano, a Amendoeira foi extraordinariamente produtiva!
É de inteira justiça frisar este facto!
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E volto a escrever diretamente no post.
Para informar que, em 2017, a árvore floriu apenas em Fevereiro. No dia um de fevereiro de 2017, apenas estavam em flor os ramos do lado leste e sul. Os do lado norte e oeste, ainda estavam em botão.
Este Inverno tem sido muito problemático. Apenas arrefeceu e começou a chover, ainda que pouco, no final de Janeiro. Até aí, houve sol, temperaturas moderadas e nada, absolutamente nada, de chuva. Que só caiu mesmo nos últimos dias desse primeiro mês. Terá esse facto influenciado a floração da árvore?
Como será a produção neste Verão de 2017?!
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Ainda outra questão, esta técnica. Se, hoje, oito de Fevereiro - 2017, refizesse facilmente este post, colocaria as fotografias mais realçadas, nomeadamente noutra dimensão. Merecem! Só que não é fácil refazer o post.
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Hoje, dia 9/Março/2018, volto a escrever no post.
No ano de 2017, todos sabemos como foi o Verão. Incêndios desde 17 de Junho, até 15 de Outubro.
Verão sequíssimo. Contudo a árvore deu quase 1000 amêndoas.
E a árvore também secou, apesar de ter um rebento nascido, que já protegi do gado.
Neste Inverno de 2018, o quintal e o caminho ficaram mais pobres. A árvore já não floriu!
E, finalmente, e só em Março, choveu de jeito. Hoje, até demais. Chuva e vento!
A Primavera anuncia-se, manifesta-se muito antes ainda da data oficial do seu começo, 20 de Março, este ano.
A Natureza tem ciclos de vida regulares, cadenciados, que ocorrem gradualmente, por vezes de forma brusca é certo, mas que geralmente se vão manifestando por sinais ainda pouco percetíveis, mas que nos vão descodificando o seu significado.
Nas nossas latitudes, a estação do ano referida, a Primavera, que, ciclicamente, nos traz imagens de renovação e esperança, vai-nos aparecendo de forma gradual, nomeadamente com a floração de diversas plantas, árvores e arbustos que nos indiciam, de forma ligeira e singela, o estontear da estação, que ocorrerá em Abril e Maio, que, no Alentejo é uma festa!
No domínio das árvores, em Janeiro e Fevereiro, ainda no Inverno, inicia-se a floração, primeiro das amendoeiras, algumas mais temporãs florescem ainda em Dezembro. Diz o povo, que a flor da amendoeira é a primeira do ano.
Foto de D.A.P.L.
Fevereiro é a apoteose das acácias amarelas, conhecidas por mimosas, planta nativa da Austrália, mas que se apropria de qualquer território em que seja plantada, tornando-se invasora e de difícil erradicação, uma vez instalada.
Foto de D.A.P.L.
No campo das plantas mais modestas, ervas como mais vulgarmente são conhecidas, uma das mais temporãs na floração é a erva-canária ou azedas, também amarelas, com umas lindas flores em campainha e que também não são autóctones, são originárias da Africa do Sul, mas de tal modo se disseminaram que enchem vales e bordejam caminhos como se naturais fossem. (Note-se que existem “azedas” plantas autóctones que inclusive são comestíveis em saladas e sopas, nalgumas regiões do País. Mas são diferentes da referida “erva – canária”.)
Neste domínio das plantas ou ervas rasteiras destacam-se as camomilas ou margaridas que pintam de branco os valados e planícies e encostas soalheiras. Este ano um pouco atrasadas, mas agora em Março já são bem visíveis.
As amendoeiras, como referi, têm diferentes datas de floração, conforme a variedade, a região em que estão plantadas e as condições meteorológicas de cada ano.
As fotos que apresento são datadas de onze de Fevereiro, estando esta amendoeira, em plena floração. Nalguns anos chega a iniciar a floração ainda em Dezembro!
Outra árvore da mesma espécie, mas de diferente variedade, à data, apenas tinha ligeiros botões ainda totalmente fechados. Apenas em Março floresce. Contudo estão no mesmo quintal, a escassos cinco ou seis metros…
Este “post” tem precisamente o objetivo de “anunciar” a Primavera, valorizando a Amendoeira e, muito especialmente, as Fotos das sua Flores…