Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Este poema comecei a escrevê-lo em Dezembro de 2017. Disse-o, pela primeira vez, em 2018, numa Sessão de Poesia, organizada pelo CNAP – Círculo Nacional D’Arte e Poesia no “Centro de Dia de São Sebastião da Pedreira”.
Continuo com uma de Poesia. Poemas repescados em cadernos de apontamentos antigos, que resolvo ir publicando. Para que não fiquem sufocados, entre folhas resguardados, sem verem a luz do dia, na Casa da Dona Internete! (São de 2021!)
Um poema de denúncia do atropelo aos direitos de seres humanos que, por serem “negros”, estão a ser impedidos de sair da Ucrânia, sendo preteridos face a outros que são “brancos”.
(Este postal não segue necessariamente os cânones do considerado “politicamente correto”!)
A guerra leva aos maiores flagelos da Humanidade e a desumanidade vem ao de cima, pelas mais diversas razões e por variadas formas.
O racismo é bem expresso nestas atitudes dos guardas.
Há jovens portugueses, estudantes de Erasmus, de Medicina. Um até é alentejano, de Évora e até viveu em Portalegre. Distrito onde até temos Médicos ucranianos, que muito estimamos!
E também há cidadãos de outros países a sofrerem pela mesma razão discriminatória!
Este post é ilustrado com algumas fotografias, originais de D.A.P.L., 2016. Lamento, mas não consegui enquadrar todos os poemas com fotografias originais.
Também, para documentar a "flor de mandacaru", que eu não sabia o significado, pesquisei na net. Mandacaru é um tipo de cacto. Também tenho um exemplar deste tipo de plantas, cuja flor apenas floresce por um dia. Plantei-a em 2015. A primeira vez que deu flor foi nesse mesmo ano, pela noite de São João: 23 para 24 de Junho. Em 2016 não sei se deu flor ou não. Não tive oportunidade de presenciar.
Neste "Post" evocativo do “Dia da Mãe”, que importa se ainda publicado em Abril, se os “Dias da Mãe” são todos os dias?!
É ele constituído por “Quadras Tradicionais”, e Fotos Originais, e dedicado a todas as Mães, sendo ou não biológicas. A todas as Mães de Afeto.
À nossa Mãe, à Mãe dos nossos filhos e filhas, à Mãe da nossa Mãe, à Mãe da Mãe dos nossos filhos e filhas, às Mães de todos e de cada um de nós. Às Mães ainda presentes e às Mães a que nos lembra o travo doce e amargo da Saudade!
Conforme divulguei em post de 16 de Março, realizou-se ontem, “Dia do Pai”, o espetáculo comemorativo do 30º Aniversário de “Associação Grupo Coral e Etnográfico Amigos do Alentejo do Feijó”, no CRF – Clube Recreativo do Feijó.
Uma comemoração aniversariante, em Dia também muito especial.
E, a propósito do Dia e da sua significação, e, no concernente ao Cante, se lhe atribuíssemos uma filiação, quem seria o Pai? Do Cante, diga-se. E supostamente tendo Pai, também terá Mãe. E quem será a Mãe?
Pois, penso não haver muita dúvida.
O Pai é o Alentejo! E a Mãe, pois, a Mãe é a Saudade! Não é o Cante irmão do Fado?! Atualmente até irmanados e perfilhados internacionalmente pela UNESCO, dando-lhes reconhecimento e foro de Cidadania Mundial.
O Pai do Cante é o “Alentejo” que, do dito, o espalhou também pela Grande Lisboa, com especial incidência na Margem Sul, e muito particularmente em Almada, Feijó!
Alentejo que é sempre Aquém – Tejo! Geográfica e sentimentalmente e no plano identitário!
E de Identidade e de Sentimentos falamos, quando nos reportamos ao Cante.
E são sempre os Sentimentos que passam e perpassam e nos repassam de emoção, por vezes contendo as lágrimas, mas embargados por ela, quando escutamos as canções ou modas como são designadas, numa Sessão de Cante, num ambiente quente como o que se viveu na tarde passada, terminando já à noitinha. Que os Cantadores também sentem, e de que maneira! São os que mais sentem, ou não cantariam com a Alma e o Coração, como fazem!
Que até o tempo também sentiu, ouviu, escutando, aquelas vozes telúricas, se emocionou e não conteve as lágrimas. As ruas do Feijó estavam molhadas de comoção!
A Emoção, a Saudade, sempre a Saudade, a Nostalgia de tempos que muitos de nós vivenciaram mais pelas imagens e recordações das gentes que amámos, que, hoje, apenas lembramos, com Afeto, com Amor, com Saudade. Muito especialmente num dia dedicado aos Pais, que todos os dias o são!
Embora muitos de nós, ainda, tenhamos percorrido, trilhado, aqueles lugares, aqueles tempos, quanto mais não fosse, enquanto pastores, mesmo a tempo parcial.
Mas o Cante não é só Nostalgia. É também Alegria. Modas e cantares de trabalho e de festa!
Pelo Clube passaram as Cores do nosso Alentejo. A garridice das papoilas, o amarelo das searas da nossa memória.
Évora, Cidade, capital do Alto Alentejo, esteve bem presente, nas canções e no Grupo representativo. Misto. Etnográfico, compondo trajares e modas, de modos de vida que os nossos Pais e Mães usaram: pelicos, safões, calças de serrobeco, traje de mondadeira...
Palavras sábias do Mestre: “...É urgente dialogarmos com os novos Grupos...”
Sons místicos! Sons míticos! Ancestrais, quase religiosos, panteístas, quando o coro se empolga, transborda de sentimento, nos transporta a tempos de outros tempos, sem tempo, nem memória, porque intemporais, universais, comuns a toda a Humanidade, daí a categorização, quer se note ou não a sua importância...
E de Afetos e Sentimentos ainda falamos: de Amizade, Companheirismo, Camaradagem, nestes encontros de grupos corais, na troca de prendas e galhardetes, intercâmbio de modas. Nos agradecimentos a quem ajuda, a quem trabalha, que muito trabalho dá organizar estes eventos. Na felicitação ao Aniversariante. Momentos bonitos!
Até de apadrinhamento, à boa moda alentejana, diria portuguesa, também falamos. Que os Grupos Corais das Paivas e da Amadora apadrinharam, há trinta anos, o “Grupo de Cante do Feijó”! (Que, na minha modesta e irrelevante opinião, de leigo no assunto, a designação do Grupo precisaria de ser menos extensa...)
Estes dois Grupos não são etnográficos, pelo que trajam todos os elementos com o mesmo tipo de vestuário. O Grupo das Paivas tem a particularidade de se designar de “Operário”.
Sendo estes Grupos formados no contexto das migrações do Alentejo para a Grande Lisboa, a partir dos anos cinquenta do século XX, refletirão a composição sócio profissional inerente à zona onde estão sediados e aos locais de trabalho dos seus componentes.
Há certamente estudos feitos sobre o assunto.
(Em todos os Grupos também se nota uma caraterística comum, que é o nível etário elevado dos seus componentes.
Aliás, a assistência também é maioritariamente composta por cidadãos na 3ª idade ou próximos da mesma!)
Os Grupos, todos, etnográficos ou não, nos trouxeram lindas modas, em que também entoaram loas ao Amor, à Paixão, aos amores e desamores, à sublimação dos amores...
Às paisagens do nosso saudoso Alentejo, à neve que também cai na planície, quem não viu os campos transtaganos cobertos de neve, não tem uma experiência completa e inolvidável do mesmo... às flores, rosas, metáforas da Mulher. Recomendações e cuidados a ter na ida à fonte...
A Poesia, sempre! Cada moda é sempre um Poema carregado de significações sentimentais. Por vezes mais particularmente. Num singelo e comovente Poema dedicado aos Pais. Noutro, peculiar, sobre “...a ceifeira de aço...”!
Na dedicatória e evocação de Poeta (Fialho de Almeida).
No confronto entre “ponto” e “alto”, no troar harmónico do coro, ecoando nas planuras de searas ondulantes, marulhando nos mares da “Charneca em flor!”.
E, para o final, o Grupo Anfitrião reservou-nos dois Grupos de Música Tradicional.
“Grupo de Trovas Campestres”, de Faro. (Há quem designe, sendo do Algarve, que os Algarvios são “Alentejanos destrambelhados”, cito.)
Quatro Artistas, trouxeram-nos a Alegria do Alentejo, sediada no Algarve!
Cantaram um “Hino ao Mineiro”, uma evocação sul-americana, reportando-nos para o Chile, de Allende?! (Merecia da assistência um outro escutar, mas já havia algum “destrambelhamento” entre o público, desculpa-se-lhes, que até se portaram muito bem, houve momentos de absoluto e cerimonial silêncio durante os outros cantares.)
Encerrou o “Grupo Comtradições”, da Cova da Piedade, com muita e muita Alegria!
E já muita gente dançava! Dançava!
Que para os participantes ainda haveria jantar.
E que bem que cheirava!
Cheiros de um tempo de outros tempos.
Cheiros que o tempo guarda!
Parabéns a todos os Participantes!
Parabéns a todos os Organizadores! E Colaboradores!
A todos os que trabalham na sombra para que estes Eventos sejam organizados e nos deleitem e emocionem com a sua Qualidade Artística.
Felicitações especiais ao Grupo Anfitrião e Aniversariante: “Associação Grupo Coral e Etnográfico Amigos do Alentejo do Feijó – Almada”!
(Grupo, além de Coral, também Etnográfico, documentando um memorial de trajares transtaganos, nas nossas recordações de infância e juventude.
Grupo que, aliás, teve a honra de abrir a Sessão com o brilhantismo que lhe é inerente e as vozes portentosas de que dispõe, também elas carregadas e emocionadas de Sentimentos!)
Retomamos a Poesia, neste blogue “aquém-tejo.blogs.sapo.pt/” e, novamente, a temática do Amor, rio que corre em variados versos desta Antologia, umas vezes de correnteza mais calma, noutras mais atribulada.
Neste Post Nº 281, o Poema “Quadras Ao Meu Amor”, de José Garção Ribeiro Branquinho, de Ribeira de Nisa (Portalegre).
“Quadras Ao Meu Amor”
“Meu Amor é minha vida
Por ti vivia a cantar
Mas desde a tua partida
Sem te ver, é só chorar.
Choro longe sem te ver
Por ti saudade de morte
Sofre por ti o meu ser
À espera de melhor sorte.
É tão grande a minha dor
Não queiras ver-me sofrer
Volta breve-meu Amor
Sem ti não posso viver.
Quero abraçar-te e beijar-te
Teu corpo bem junto ao meu
Em meu altar adorar-te
Viver contigo meu céu.”
“Quinta da Piedade, 29 de Março de 2015”
“JGRBranquinho – Zé do Monte”
José Garção Ribeiro Branquinho, Ribeira de Nisa (Portalegre)
Ilustra-se este Poema com um bonito cartão de A. P. B. P. – Associação de Pintores com a Boca e o Pé, Caldas da Rainha, de um original pintado com a boca, por Fu-Tsai Tung.
Sobre o Poeta José Branquinho escrevi uma das primeiras, se não a primeira, das minhas crónicas culturais, com o título “Crónica breve dos dias de Hoje!”, publicada no Boletim nº 111, do Círculo Nacional D’Arte e Poesia, em Junho de 2013, ainda não tinha este blogue.
Relatava a excelente atuação deste Poeta e Cantor, numa sessão de “Momentos de Poesia”, realizada na Biblioteca Municipal de Portalegre. Acontecimento cultural que ocorre mensalmente na Cidade de Régio e sobre que também já aqui me debrucei num post.
Este nosso confrade, sportinguista, organiza mensalmente uma Tertúlia Poética, na terceira 4ª feira de cada mês. Em Janeiro será no dia 20, pelas 15 horas. Na Sala VIP Sporting!