Uma Andorinha...
Uma andorinha...
Uma andorinha pousou neste mundo em desatino. Num golpe de asa sonhou outra casa outro destino.
Foto: In Wikipédia.
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Uma andorinha...
Uma andorinha pousou neste mundo em desatino. Num golpe de asa sonhou outra casa outro destino.
Foto: In Wikipédia.
Adeus: A Deus
Nos fios do telégrafo, do telefone
Aos magotes, em fila, empoleiradas
Já se juntavam as andorinhas.
Numa chiadeira ampliada a microfone
Chegando-se umas às outras, encostadas
Quase enchiam várias linhas.
Linhas, tantas linhas
Percorrendo as folhas dos cadernos…
Carinhos de cuidados sempre eternos.
Caminhos de letras, a soletrar
A descobrir, a conjugar
Formando palavras, ideias
Compartilhando, trocando, vivendo a meias
Amigas, amizade, de amar.
E, as andorinhas sobre as linhas, a chilrear
A soletrar.
E, adeus disseram… palavra difícil de achar
Mais difícil de dizer.
Adeus… Até mais ver!
Haveremos de voltar.
E partiram sobre o mar.
Seguiam o apelo que as chamava
As chamava sobre o mar…
Era o cheiro das searas
O gosto de amadurar.
Era o cantar das cigarras
Pedindo largar de amarras
Necessitando voar.
E, ei-las a navegar!
Largar âncora, deixar porto
Aterrar. Chegar. Aeroporto.
Nova âncora lançar.
Dividir-se: entre o ir e o ficar.
Adeus. A DEUS!
Haveremos de voltar…
Escrito em 1987.
Publicado em: Cancioneiro Infanto-Juvenil para a Língua Portuguesa – 1º Concurso Poético – Vol. I – “ EU MORO NA MINHA MÃE” – Instituto Piaget -1990
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