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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Antologia da APP – Associação Portuguesa de Poetas (XI)

“A Nossa Antologia”

XX Volume - 2016

(57 Autores)

Editor: Euedito

 

*******

 

Introdução:

 

Neste Post nº 513, concluo a divulgação de Poesia da XX Antologiada da APP - 2016!

Neste 11º Grupo, e último, figuram: Natália Fernandes, Paula Laranjo, Rosa Redondo, São Reis, Teresa Duarte Reis, Teresa Ruas e Virgínia Branco.

De cada um dos antologiados, selecionei uma Poesia, como habitualmente.

(Rosa Redondo e Virgínia Branco já figuram no blogue, no âmbito da XIII Antologia do C.N.A.P. – Círculo Nacional D’Arte e Poesia.)

 

Aprecie, caro/a Leitor/a, se faz favor!

 

Assim, comemoramos também este Mês, Março, dedicado à Poesia!

 

 

Foto original DAPL 20160604.jpg

 

*******

 

NATÁLIA FERNANDES

 

“HORIZONTES DE SONHO”

 

“Em teares de nostalgia

pinto horizontes de sonho

e remansos de magia…

 

Ao sulcarem minhas veias

os rios da emoção

meu pensamento é a tela

onde surgem devaneios…

 

A outonal madrugada

de lírios é perfumada

e aflora meu coração

fugidia ilusão.

 

Flutuo e bebo sonhos

e em leveza, os sentidos

pincelam as noites brancas

de mil anseios retidos.

 

Sorvo no degrau vencido

gasto pelo tempo ido

fragrâncias d’amor em mim

rejeitando ainda o fim…

 

Pintada que foi a tela

eivada de sentimentos

a bordar ternos momentos,

dispo-me desta ilusão

desfazendo a “veste” aos ventos…!”

 

*******

 

PAULA LARANJO

 

“MAR”

 

“Trazes um sopro

de magia

enrolada

numa onda.

 

Trazes o encanto

de um olhar

que embeleza

o teu mar.

 

Trazes a luz

enfeitiçada

que enlouquece

a madrugada.

 

Trazes o brilho

incandescente

que permanece

eternamente. ”

 

*******

 

ROSA REDONDO

 

“SONHO DESFEITO”

 

“Ando hoje ao sabor das memórias

Balançando entre sonho e fantasia

Cantando momentos de glórias

Dum tempo passado… alguma alegria.

 

Enquanto em teus braços me acariciavas

Falavas de amor com tanta magia

Ganhava mais alento quando tu chegavas

Horas eram dias… quando não te via.

 

Indiferente seguia sem ver o abismo

Já na Primavera me pareceu Inverno

Levantei-me um dia e foi como sismo

Meu olhar turvou-se o Céu fez-se Inferno.

 

Naquela manhã perdi toda graça

Os olhos choraram tristes, minhas penas

Pintei outro quadro e sem carapaça!

Quantas amarguras deixei em poemas.

 

Rasguei essas cartas, que encantada li

Senti raiva e dor, até quis morrer!

Traição engendrada foi isso que vi

Um amor assim, não sei descrever.

 

Vieste… cruzaste este meu caminho

Xadrez foi o jogo… comigo jogaste

Zombaste e perdeste amor e carinho.”


*******

SÃO REIS

 

“BOA SAMARITANA”

 

À querida Doutora Madalena Perestrelo

Centro de Saúde de Marvila”

 

“Eu amo pra sempre a Doutora Madalena

Ela prós seus doentes é atenciosa

E possui aura tão maravilhosa

Exala luz e perfume… verbena!

 

É linda!... E como eu tão pequena

Sempre vi a Doutora mui graciosa

Para os seus doentes é muito bondosa

Pra mim teve sempre conversa amena!

 

A Doutora é muito profissional

Abraçou a Medicina… nobre Ideal!

Nesses conhecimentos é soberana!

 

Sua acção médica é cheia de luz

Será talvez inspirada por Jesus

Pra nós é bem Boa Samaritana.”

 

*******

 

TERESA DUARTE REIS

 

“POESIA ALADA”

 

“A sombra das flores perfumam os prados

Ensejo de paz nos campos em flor

É o despertar da vida no silêncio campestre

Em doce melodia, num grito de amor.

 

É poesia alada, brincando com o vento

Poisando sobre o trigo, cheirando o jasmim

É o macio das papoilas bordando as searas

Em ternura de abraços que envias para mim.

 

Ai, doce ternura sinto também no luar

Como a embalar os meus sonhos na lonjura

Quando o dia fechou os olhos de mansinho

 

Sinto que me olhas em meu sonho, na saudade

Qual ave debicando das flores a ternura

Na esperança do encontro em doce ninho. ”

 

*******

 

TERESA RUAS

 

“PORQUE FAÇO POESIA?”

 

“ Já na Primária eu pedia

Para redigir em verso.

A professora sorria,

Incentivando-me o jeito,

E essa redacção surgia

Com a maior alegria

Sobre qualquer tema eleito.

 

Era como água a brotar

Meu olhar de verde esperança…

Minha forma de cantar

Os meus sonhos de criança.

 

Ter um poema no sangue

É isto, de não saber

Que, sem termos quem nos mande,

Já o estamos a fazer.

 

É ferida que fica aberta.

Seiva de vida que corre

Pela tua vida incerta…

Ainda que sejas nada

Não podes ficar parada,

Porque esta seiva Não morre!”

 

 

*******

 

VIRGÍNIA BRANCO

 

“A LENDA O POETA E A VIDA!”

 

“(A um Poeta)”

“Parnaso sugeriu a forma da tua poesia.”

 

“Ainda em embrião visitaste o templo de Atenas

e foste testemunho, do amor e da paixão

de Posidon (“Rei dos mares e dos cavalos”)

por Medusa, sua amada!

Pégaso nasceu desta paixão firmada.

Um cavalo branco, alado,

que em seu voo te levou

até ao Monte Helicon,

onde residiam as musas.

Pégaso no seu cavalgar

Imprimiu uma patada, que se firmou

Nas terras do Monte.

E qual poço artesiano; eis que

muita água dela brotou!

Hipocrene foi o nome dessa fonte.

Tu Poeta saciaste nela as tuas sedes;

Verdadeiro amante da clássica Poesia.

Apolo partilhou contigo, a magia

da ambrósia que te alimentou

e te ofereceu a imortalidade!

Ao fim de 9 meses impunha-se a natalidade;

Pégaso voo por terras e mares chegando contigo ao Tejo,

onde as ninfas te beijaram.

E uns braços maternos te acolheram e amaram!

O mesmo mar e rio que viu partir as Caravelas,

te ofereceram muita inspiração,

de que és fonte perene…

Porque bebeste a água de Hipocrene!”

 

 

*******

Notas Finais:

- Este é o último grupo de antologiados de que apresento um texto poético, de entre os que foram dados a conhecer na XX Antologia da APP.

- É natural e possível que tenha cometido algum erro, involuntário, frise-se.

- Se por acaso observar alguma incorreção, agradeço que me dê conhecimento, se faz favor!

- Se quiser ter acesso a cada Grupo de Antologiados, basta clicar, em cada palavra assinalada neste período!

 

(A Fotografia é um original D.A.P.L. 2016.)

Antologia da APP – Associação Portuguesa de Poetas (X)

A Nossa Antologia

XX Volume - 2016

(57 Autores)

Editor: Euedito

 

*******

 

Introdução:

 

Continuo na divulgação de Poesia da XX Antologia da APP - 2016!

 

Neste 10º Grupo, Mabel Cavalcanti, Maria Alcina Magro, Maria José Reis, Maria Graça Melo, Maria Vitória Afonso, Mário Bragança e Mário Vitorino Gaspar.

 

De cada um, selecionei uma Poesia, como habitualmente.

 

Cabe a si, caro/a Leitor/a, apreciar!

 

Foto original DAPL 20160725..jpg

 

 

*******

 

MABEL CAVALCANTI

 

“ ESQUEÇAM, PARA LEMBRAR”

 

“ Esqueçam tudo que eu já sofri

Pois hoje renasci

Sou toda primavera

Renasci de amor em outra terra

Num inverno onde quase morri.

 

Foi aquele ali

Que me devolveu

Todas as estações

E hoje sou flor

Sou chuva e sabor

Num outono de amor

Desse verão

 

Apaguem minhas notas tristes

Aquela lá já não existe

Hoje sou bem melhor

Sou amor e sou amada

E ando acompanhada

Numa linda estrada

De girassol.

 

Esqueçam meu ontem chuvoso

E vejam que sol maravilhoso

É o meu andar

E deixem que eu cante a minha esperança

Nessa noite sempre criança

Esqueçam

Para se lembrar

Que só o amor, eterna semente

É meu futuro e presente

É o que me faz cantar.”

 

*******

 

MARIA ALCINA MAGRO

 

“A TUA AUSÊNCIA”

 

“Em silêncio, ou por palavras desconhecidas dos poetas,

gostava de te dizer o que sinto com a tua ausência,

o que sofro com a tua partida,

o que penso, com o teu silêncio.

 

O Sol enche de luz a minha casa,

as pombas espreitam às janelas

e sentam-se, descaradamente, na varanda.

 

As abelhas vêm beber a água dos vasos

e beijar as pétalas macias e coloridas das flores.

Viajo com as águas do Tejo que vejo correr

para o mar, lá longe, em Cascais.

 

Tenho saúde, agradeço este dia

em que contemplo a beleza do mundo,

e sinto bem fundo o amor que alimento.

 

Vivo com esta desmedida nostalgia,

com esta profunda saudade

humedecida nas paredes do meu peito

no momento em que me deito,

no momento em que me levanto.”

 

 

*******

 

MARIA JOSÉ REIS

 

“ALVORADA”

 

“Vejo nascer doirada a madrugada

Alegria renasce a cada instante,

Já vejo o claro dia alvoraçada

Essa dispersa luz tão madrugante!

 

Infinita alegria misteriosa

A aurora desperta com sua graça,

Inundando a paisagem radiosa

Cobrindo de harmonia a quem passa.

 

E no imenso altivo horizonte

Ouço chilrear aves matinais

E água a sair na clara fonte.

 

É o conhecimento p´lo amor

Duma vida florindo sempre mais

Em uma madrugada sempre em flor!... ”


*******
MARIA GRAÇA MELO

 

“AMOR ETERNO”

 

“No espanto dos teus olhos me espanto

Sempre e quando me perguntas inocente

Se o mundo vai girando e a gente

Continuará a se amar tanto, tanto

 

Não sei que responder mas de repente

Sinto em nossos corações o mesmo pranto

A dizer-nos que este amor é sacrossanto

E em nós, irá durar eternamente…

 

Este laço que nos une é permanente

Seiva e sangue a correr pelas artérias

Que a sábia natureza não desmente

 

E pr’além de todo o amor, o nosso alento

Haverá dentro de nós marcas etéreas

A servir às nossas almas de alimento…”

 

*******

 

MARIA VITÓRIA AFONSO

 

“AGOSTO”

 

“Avança o tempo, surge o mês de Agosto

Em casa permaneço assim calada

Deixa Deus que esse tempo, que não gosto

Se eclipse e doutro mês surja a madrugada.

 

Aqui encontro-me eu a contragosto

Desse meu Alentejo já exilada

Grita a saudade; a alma com desgosto

Perde a serenidade costumada.

 

Está-me assim, doendo a solidão

E sinto forte a falta de convívio

E nas horas de plena evocação,

 

Eis meu ser mergulhado no declívio

Deus me dê o alento e reflexão

Me traga, à soledade, pleno alívio.”

 

*******

 

MÁRIO BRAGANÇA

 

“MULHER BONITA”

 

“Se mais bonita é a mulher

Mais bonita ela quer ser

Faz tudo que pode e quer

Para bem melhor parecer

 

A mulher é uma beleza

Para o homem tentação

Mas nunca tem a certeza

De um dia a ter a mão

 

A mulher é importante

No mundo em que vivemos

Perdem tudo num instante

Se as não compreendemos

 

Os dons que a mulher tem

Fazem sempre companhia

Deles se orgulha e bem

Para lhe dar força e alegria

 

Atributos da mulher

Por vezes exagerados

Ela aumenta o que poder

E nunca são censurados

 

A mulher comanda a vida

Se nasceu para comandar

É uma vida bem vivida

Quando os dois se estão amar”

 

*******

 

MÁRIO VITORINO GASPAR

 

“A NUDEZ”

 

“A Princesa de nome Rosa,

na parede Jesus!

Brota uma só gota lacrimosa

nos esbeltos seios nus!

- Nua, sem vestido?

A Princesa a Deus implora

- … Não faz sentido!

Outra lágrima e chora.

 

- Nua… Sem vestidos,

só joia de brilhantes?

Nos seios recém-nascidos

baú de ouro e diamantes?

Joias! São peças únicas,

verdade! E de certeza,

nem sequer umas túnicas

cobrem a linda princesa?

 

Dançam nos seus olhitos…

Lágrimas! São folhas caídas,

gotículas aos saltitos,

nas curvas proibidas!

Cristais crescem sem nexo,

ninho que o choro nobre,

na virgindade do sexo,

 a nudez não encobre!

 

A criança é nua ao nascer –

e disso não há engano

- Veste-se até morrer,

nem que seja com um pano.

Sai uma lágrima cristalina

e a nudez é de nascença,

sendo ela tão divina…

Qual a diferença?”

 

*******

Notas Finais:

- Este é o penúltimo grupo de antologiados de que apresento um texto poético, de entre os que cada um deu a conhecer na XX Antologia.

- É natural e possível que tenha cometido alguma gaffe.

- Se, por acaso, verificar algum erro “tipográfico”, ou de outro tipo, involuntário, frise-se, agradeço que me dê conhecimento, se faz favor!

- Clicando, em espaços especificamente assinalados, poderá ficar com uma ideia significativa sobre a Antologia.

 

(A Fotografia é um original D.A.P.L. 2016.)

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