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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Antologia da APP – Associação Portuguesa de Poetas (V)

“A Nossa Antologia”

XX Volume - 2016

(57 Autores)

Editor: Euedito

Nascer Sol Tejo Foto original DAPL 2016.jpg

 

 

*******

 

Pontos Prévios:

Tinha-me proposto iniciar o Ano de 2017, com um post sobre Poesia.

Mas, afinal, comecei com um post, o nº 481, sobre uma série. Por acaso, ou não(?), sobre uma marcante: Hospital Real.

Terminei o ano de 2016, post nº 480, escrevendo também sobre a série em curso na RTP2, A Fraude / Bedrag, que julgo irá terminar hoje a 2ª temporada. Desconheço se haverá continuidade, o final nos dirá qualquer coisa…  

Agora, finalmente, posso voltar às publicações sobre Poesia, que é um dos meus propósitos para o blogue, neste Novo Ano.

Continuando, neste post nº 482, na divulgação de Poesias da XX Antologia da APP.

Agora, o 5º grupo de Antologiados que divulgo no blogue. A Poesia merece!

Seguem-se Poemas de: Damásia Pestana, Daniel Costa, Dilma França e Euclides Cavaco.

 

*******

 

DAMÁSIA PESTANA

 

“CLAMOR”

 

“Quando me for embora não chores

Peço-te em nome do nosso amor

Arranja outra não demores

Não é um pedido é um clamor

 

A felicidade que me deste outrora

É hoje um outono bem frio

Onde a criatividade já não mora

Como o mendigo junto do rio

 

Não existe o brilho dum sorriso

Terminou a nossa primavera

Em nós já nada faz sentido

Ficando apenas uma quimera”

 

*******

 

DANIEL COSTA

 

“MONTEMOR -o-VELHO”

 

“Da cultura é espelho,

Que se reflectiu no Munda,

Montemor-o-Velho

Rio Mondego de corrente fecunda,

Oh!... Munda de outrora, banhas o concelho,

Espraiando cultura profunda

Sentida, até nos arrozais com brilho

Que nos teus poetas é explicanda,

Afonso Duarte, poeta de moldura e caixilho,

Na casa que o seu espírito comanda,

Ereira que dos arrozais é, toalha

Biblioteca, veneranda

Tendo o poeta como evangelho

Poderá dizer-se, alma profunda!

O velho castelo, relíquia, estribilho

Cultura museológica é de leccionanda

A recordar árabes e moçárabes, trilho!

Abade João, voz ecoando, intervinda

Montemor-o-Velho,

Vila linda!”

 

*******

 

DILMA FRANÇA

 

“SONHOS DE NATAL”

 

“Eu gostaria de ver

Nem que fosse um minuto

Uma luz brilhar no céu

Anunciando a vinda

De Jesus, o Salvador!

Eu gostaria de ouvir

Nem que fosse um segundo

A voz do meu Redentor

Chamando os filhos seus

Para uma vida de amor!

Eu gostaria, não minto

De um mundo sem maldade

Sem ódio sem desigualdade

Onde a gente pudesse

Viver com serenidade!

Vendo os pássaros em revoada

Entoando cantos de amor!

Eu gostaria, é verdade

De uma vida promissora

De união entre irmãos

De paz para a humanidade

De respeito aos cidadãos!

E assim, quem sabe, um dia

Seríamos uma só família

Muito grande por sinal.

Seríamos um só rebanho

Teríamos um só pastor

E viveríamos, aqui mesmo

Glorificando o Senhor!”

 

 

*******

 

EUCLIDES CAVACO

 

“CANTO A PORTUGAL”

“PÁTRIA MÃE”

 

“Eu sou de Portugal onde a alvorada

Rompe primeiro os céus no Oriente

Onde chega mais cedo a madrugada

E ilumina as manhãs da minha Gente.

 

Eu sou de Portugal aonde as flores

Exalam mais perfume e são mais belas

Pátria de mil heróis descobridores

Que cruzaram os mares nas caravelas.

 

Eu sou de Portugal que ao mundo deu

Novos mundos com a sua majestade

Eu sou de Portugal onde nasceu

O fado e essa palavra saudade.

 

Eu sou de Portugal cheio de história

De gentes destemidas sem igual

Eu sinto no meu peito nobre glória

E brio de ter nascido em Portugal!...”

 

*******

 

Nota Final: Ilustra-se o post com uma Foto original de DAPL: o Sol a nascer no Tejo, "...onde a alvorada / rompe primeiro..."

num dia de Agosto de 2016.

Antologia da APP – Associação Portuguesa de Poetas (IV)

“A Nossa Antologia”

XX Volume - 2016

(57 Autores)

Editor: Euedito

 

*******

 

Continuando na divulgação de Poesias da XX Antologia da APP.

Agora, o 4º grupo.

Seguem-se Poemas de: Carlos Fernandes, Catarina Malanho, Clara Mestre, Conceição Oliveira e Cynthia Porto.

 

Lisboa nascer do sol Foto original DAPL 2016.jpg

 

 

*******

 

CARLOS FERNANDES

 

“A GAIVOTA QUE AMAVA LISBOA”

 

“Gaivota perdida e encontrada por esta maresia,

De cheiros a águas esverdeadas do Tejo,

Levantas-te como o tempo quando a aragem se arriba,

Mas logo num brado da asa vens e mergulhas nas margens,

Da tua Terra amada que é Lisboa.

E vais esvoaçando numa dança divinal,

E bailando por entre raios de luz,

No grande palco que é o teu Tejo,

Tendo como cenário Lisboa,

Por entre as suas águas murmurando,

E dançando do Nascente ao Poente

Vais bailando docemente numa exaltação,

Para quem te vê deixasses um libido amor,

A esta terra esta cidade chamada Lisboa.

E no final da tarde quando regressas da viagem

Para descansar, num cais que se chama das colunas

Que o entendeu como seu, no cimo do mastro Real,

Poisas sempre a ver os cacilheiros chegar,

E agradeces a esta tua linda Lisboa,

Que é a rainha de Portugal.”

 

*******

 

Frutos Outono I 2015. Foto original DAPL jpg

 

CATARINA MALANHO

 

“PASSOU-ME O OUTONO À PORTA”

 

“Sentada a olhar a rua

Pela janela envidraçada,

Vi passar esvoaçando

Muitas folhas descoradas…

 

Eram amarelas, castanhas

Algumas amarfanhadas,

 

Observei melhor…

 

Prestando mais atenção;

Era o vento que soprava

Pois já não havia Verão

E o Outono chegava…”

 

*******

 

CLARA MESTRE

 

“RECORDAÇÕES (Gradil)”

 

“No meu tempo de menina

A aldeia cheirava

A pão quente

Agora

Os passos cansados

Da minha imaginação

Ainda atravessam

O forno

Lembrando o cozer do pão

Passa o destino a correr

No sangue fraco das veias

Há emaranhado de teias

Que ainda tento defender

Mas…

Na minha imaginação

Não há tempo

Não às guerras

Há sempre satisfação

Porque o cheiro

Da minha aldeia

Trago no meu

Coração…”

 

*******

 

CONCEIÇÃO OLIVEIRA

 

“GENTE FELIZ”

 

“Ali não há rios

há mar, muito mar.

 

E cheiro a peixe fresco.

e cães a descansar sobre redes

até que os pescadores voltem ao mar.

E gente, muita gente.

Jovens

Velhos

Crianças.

Tudo junto. Tudo feliz”

 

*******

 

CYNTHIA PORTO

 

“A QUEM VAI CHEGAR”

“(Soneto Futurista)”

 

“Espero-te em um clima de ternura,

Em prece, abrindo aos Céus, meu coração,

Pois, sei que chegarás, de alma tão pura,

Neste teu novo lar, com afeição…

 

A música será uma recepção,

Acolhedor banquete de candura,

A tua vinda a nós, como canção,

Porque é festiva, vem, e assim, perdura…

 

Terás uma morada aconchegante,

Em meio a muito amor e poesia,

Com fluido angelical, que segue adiante…

 

Como um presépio, é pleno de harmonia,

Serás a doce Vida radiante,

Também perene fonte de alegria!...” 

 

Notas Finais:

Este post é acompanhado por sugestivas fotografias originais de D.A.P.L., de 2015 e 2016.

Suponho que, enquanto publico este documento ilustrativo do trabalho da APP, da respetiva Direção e dos Antologiados, estará a decorrer o lançamento de livro do Associado, António José da Silva. Desejo-lhe as maiores felicidades e êxitos.

Irei continuando na divulgação da Poesia constante na XX Antologia.

 

 

Antologia da APP – Associação Portuguesa de Poetas (III)

“A Nossa Antologia”

XX Volume - 2016

(57 Autores)

Editor: Euedito

 

Alentejo ao entardecer Foto original DAPL 2016.jpg

 

 

Continuo na divulgação de Poesias da XX Antologia da APP.

Agora, o 3º grupo, numa equação: 3B + 1C = ?

Seguem-se Poemas de: Bento Durão, Bento Laneiro, Boavida Pinheiro e Carlos Cardoso Luís.

 

*******

 

BENTO DURÃO

 

“MEU ALENTEJO”

 

“Eu nasci do trigo

Dentro de um abrigo

Lá no Alentejo

E foi uma manhã

De uma brisa sã

Que veio dar-me um beijo

 

Cresci embalado

Sobre o sol doirado

Nos braços de um pastor

E comi açordas

Com coentros e côdeas

Mas feitas com amor

 

Quando eu um dia voltar

Ao meu Alentejo

Vou com o povo cantar

Vou matar o meu desejo

 

Vou correr pelos campos

Comer figos lampos

Ao amanhecer

Depois ao luar

Uma canção cantar

Ver o sol nascer

 

É isto que eu quero

Ser sempre sincero

Naquilo que canto

Beber vinho novo

Com gente do povo

Que eu amo tanto.”

 

*******

 

BENTO LANEIRO

 

“TER SAUDADES”

 

“Quem tem saudades, amou

E quem ama não esquece,

Tudo o que por si passou

O seu coração merece!

 

Os locais onde viveu

Ficaram na sua mente

E tudo o que aconteceu

Volta e meia ele o sente!

 

Saudades trazem frescura

E vontade de viver!

Cristo sofreu amargura

Morreu para renascer!

 

Ter saudades é saudável

Outros têm-nas por nós!

Quem ama por ser amável

Seu amor é sua voz!

 

Ter saudades de meus entes?

Eles têm-nas por mim…

Quer sejam ateus ou crentes.

O amor jamais tem fim!”

 

*******

 

BOAVIDA PINHEIRO

 

“CABEÇO DE VIDE”

 

“Belo Cabeço de Vide,

Quando visto da Fronteira,

Tua beleza reside,

Em seres tão altaneiro…

 

Brancura do casario,

Até parece serrana,

Tal é pois teu desafio,

Na planície alentejana.

 

O teu povo hospitaleiro,

Calmo, feliz, prazenteiro.

Se por aqui vieres passar

 

Tens aqui um bem profundo

Termas únicas no Mundo

Para a saúde tratar…

 

********

 

CARLOS CARDOSO LUÍS

 

“CONTENTAMENTO”

 

“Palavras leva o vento

Rumo ao céu ao infinito

Ninho do aprazimento

Na árvore do erudito

 

Em solene expiação

E num sorriso matreiro

A porta do coração

Espera um beijo traiçoeiro

 

Tem gravado na memória

Um quadro que eu pintei

Palco da nossa memória

Castelo que conquistei

 

Vejo nas folhas do trevo

A sorte de ser ditoso

São quatro folhas d’enlevo

Neste meu jardim viçoso

 

Janela escancarada

Entre o sol e sentimento

O calor a baforada

A luz do contentamento.

 

 

 

 

Notas Finais:

A foto é original de D.A.P.L., de 2016. E, embora não pareça, é sobre o Alentejo.

E, já agora, encontrou a solução da equação 3B + 1C = ?

Pois, só pode ser: Poesia. Mas é uma equação que pode ter outras soluções.

Até um próximo post sobre Poesia.

 

 

Antologia da APP – Associação Portuguesa de Poetas (I)

“A Nossa Antologia”

XX Volume - 2016

(57 Autores)

Editor: Euedito

 

Introdução:

Conforme prometido, irei divulgando, no blogue, poesias dos vários antologiados, à medida que for tendo oportunidade, conforme fiz com a XIII Antologia do Círculo Nacional D'Arte e Poesia - CNAP, 2015.

Alguns poetas e poetisas, que figuram na Antologia da APP, já constam do blogue, no contexto da Antologia do CNAP, a saber:

João Francisco da Silva

José Branquinho

Rosa Redondo

Virgínia Branco.

 

Ainda na Introdução à XX Antologia da APP, mencionar que o Prefácio é da Autoria de João Coelho dos Santos. Como o próprio refere, uma forma “original” de elaboração.

 

Frutos de Outono I 2015. Foto original DAPL jpg

 

Neste 1º conjunto de Poesias, divulgarei de:

Aires Plácido, Aline Rocha, Ana Matias e Ana Silvestre.

 

*******

AIRES PLÁCIDO

 

“VELHOS”

 

“Vão ao baile, vão dançar

Quem em novo dança bem...

Aperaltados lá vão

Dos sessenta e tal aos cem.

 

E depois na leitaria

Dá gosto vê-los!,

Riem muito e namoram

Falam pelos cotovelos.

 

Ainda bem é viver

A vida quer-se risonha,

A vida sem um sorriso

Tropeça, tomba tristonha.

 

Vão ao baile, vão dançar

Dançar é como se fosse...

Caísse do céu madura

Na boquinha pera doce.

 

Fazem bem, a vida

Que triste é ver alguém,

Esperar que a morte venha

Em casa e sem ninguém.

 

Vão ao baile, sejam felizes

E namorem..., pois então!

Esta vida são dois dias

E às vezes nem dois são.

 

Velhos?- Palerma!

Quem dia a dia dança,

(Que bela atitude!)

Ri e muito namora...

Tem eterna juventude.”

 

*******

ALINE ROCHA

 

“VALSA DA VIDA”

 

“Dançámos a longa valsa da vida

ao som e ao ritmo da nossa idade

deslizando em passos ou corrida

numa sala chamada de saudade

 

A música, por nós dois era sentida

com o fervor da nossa mocidade

em meus braços uma rosa florida

fruto dessa dança da liberdade

 

Resta-nos viver da recordação

que convida ao beijo e ao abraço

choram nossos olhos de emoção

lágrimas vagarosas de cansaço

 

Fiz este poema para recordar

o que o nosso coração não esqueceu

por certo, não conseguimos valsar

mas o meu amor será sempre teu”

 

*******

 

ANA MATIAS

 

“TU E EU”

 

“Nas densas florestas

De ti

Quero entender...

O semblante,

Do teu ser...

 

Nessas escuras veredas

Por árvores frondosas

Sentir-te...

Ser parte de ti.

 

Na estrada parcamente

Iluminada

Ver a luz da tua vida

Em mim...

 

Cercada dessa aura

Nos abraços

Que não te dou

Dos momentos...

 

No olhar por fixar

Em ti...

No teu eu,

E no meu...

 

Olho-te sem te ver

Sinto-te sem te ver

Vivo-te sem viver

 

Em toda a complexa

Panaceia,

De nós...”

 

*******

 

ANABELA SILVESTRE

 

“POETA”

 

“Tatua letras, palavras,

Emoções...

Em toda a sua pele.

Não consegue agrilhoá-las

Em si,

Fogem para o infinito.

Já não são suas,

Saíram de si

São de quem as ler.

Poeta,

Viajante de sensações,

Grava desenhos na alma,

Que eterniza diariamente

Poeta, simplesmente poeta,

Bebendo em si!”

 

*******

Epílogo:

Pois, caro/a leitor/a, espero que tenha gostado destes belos poemas!

A Foto, original de D.A.P.L., 2015, intitula-se “Frutos de Outono”.

 

 *******

 Epifania  Primavera Original DAPL 2015.jpg

 ("Epifania da Primavera: Flores da Amendoeira - Original DAPL - 2015?)

*******

XX ANTOLOGIA APP

Clique, para aceder a um poema de cada um do antologiados, S. F. F.

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