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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

“A Casa Grande de Romarigães” – Aquilino Ribeiro

Caro/a Leitor/a: Aventure-se na Natureza “Aquiliniana”!

Abrótea. Foto Original. 2021. 04. jpg

Das quase duzentas e cinquenta páginas deste livro, escolhi este pequeno excerto ou naco de prosa, para entusiasmar o/a Leitor/a no desbravar deste Romance(?). O Autor não quis propriamente considerá-lo desse modo. Talvez uma Crónica Romanceada, direi eu!

Carvalho negral. Foto original. 2021. 04. jpg

«… Do pinhão, que um pé-de-vento arrancou ao dormitório da pinha-mãe, e da bolota, que a ave deixou cair no solo, repetido o acto mil vezes, gerou-se a floresta. Acudiram os pássaros, os insectos, os roedores de toda a ordem a povoá-la. No seu solo abrigado e gordo nasceram as ervas, cuja semente bóia nos céus ou espera à tez dos pousios a vez de germinar. De permeio desabrocharam cardos, que são a flor da amargura, e a abrótea, a diabelha, o esfondílio, flores humildes, por isso mesmo troféus de vitória. Vieram os lobos, os javalis, os zagaias com os gados, a infinita criação rusticana. Faltava o senhor, meio fidalgo, meio patriarca, à moda do tempo.

Ora, certa manhã de Outono…

Um homem atravessou por ali, e não foi pequeno o seu pasmo. …»

In. "A Casa Grande de Romarigães" – Aquilino Ribeiro – Círculo de Leitores, Lda. (pag.12) - Clássicos da Língua Portuguesa - 2ª Edição – 7500 exemplares – Nov./1978.

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(Adquiri o livro, em Jan.1979, através do Círculo, de que era sócio na altura, por 195$00. Li-o por essa data, 79/80, e este ano, entusiasmado pelo “Guia das Aves de Aquilino Ribeiro, voltei a lê-lo, num ápice, nestes meados primaveris de Abril!

Vou voltar a relê-lo, aliás já recomecei, pois que ainda quero escrever um pouco mais sobre o mesmo.

Aquilino, 1885 – 1963, e esta Obra, são fundamentais. Foi escrito em 1957, tinha o Autor 72 anos.)

Carvalhal. Foto Original. 2021. 04. jpg

Com este Livro e este rico pedaço de Natureza escrita e descrita por este Mestre da Literatura Portuguesa, de certo modo, fazemos a ligação ao que vínhamos escrevinhando sobre a riqueza natural que nos cerca. Agora nesta escrita sublime, tão naturalmente genesíaca e riquíssima de verbo, da paisagem campestre, como a deste Ribeiro.

É sempre bom termos Dicionário à mão. A net, hoje, facilita-nos completamente o trabalho, pois nos proporciona a imagem. Eu, que tanto me interesso por plantas, socorri-me destes meios, para decifrar: abrótea, diabelha, esfondílio. Que cardo conhecia!

Afinal, as outras três também, que são plantas por demais correntes, de que tenho fotos, pelo menos da abrótea.

E é ela que ilustra o postal, juntamente com um carvalhal, que é essa uma das florestas que as bolotas criam. Outras serão os montados de sobros: azinhais e sobreirais. Ou os carrascais!

Sobreiral e cabras sapadoras. Foto Original. 2021. 04. jpg

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P.S. – As fotos deste postal, como da grande maioria dos anteriores, são Originais!

Foram tiradas, neste Abril, nas faldas da Serra de São Mamede.

 

A propósito de um postal sobre “Laranja Mecânica”

In. Delito De Opinião – Pedro Correia 24/ 02/ 2021

“Já li o livro e vi o filme (280)”

"A LARANJA MECÂNICA (1962) - Autor: Anthony Burgess

Realizador: Stanley Kubrick (1971)"

(…) (…) (…)

Laranjas. Foto Original. 2020. 01. jpg

Comentário que deixei no postal em 24 de Fevereiro

Vi o filme, quando foi estreado em Portugal, após o 25 de Abril. Não li o livro. Mas a primeira vez que ouvi falar do livro e do autor, Anthony Burgess, foi em 1973, ao Professor Adriano Moreira, no antigo ISCSPU!

Stanley Kubrick foi um dos meus cineastas preferidos, quando ia ao cinema, nos anos 70 e 80. O filme referido, “Laranja Mecânica”, “2001 – Odisseia no Espaço”, “Spartacus”, “Shining”, “Lolita”, Barry Lyndon”, são filmes que me lembro de ter visto e todos e cada um a seu modo, me “disseram algo”.

Não será talvez o melhor filme de Kubrick, ou até talvez seja, mas “Barry Lyndon” foi, dos que visualizei, o filme que mais me impressionou, pelo sentido estético incomparável. (Talvez só os de Visconti o ultrapassem!)

Achei interessante referir Aquilino, pela riqueza incomensurável da linguagem. Sem dúvida. Ando a ler um livro baseado em excertos de obras de Aquilino em que ele fala de aves. Uma preciosidade: o saber, o conhecimento, a variedade de vocabulário… Hei-de “trazer” o livro ao blogue.

Obrigado pela sua atenção e votos de muita saúde!

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Entretanto publiquei um postal, que já tinha planeado, sobre o livro Guia das Aves de Aquilino Ribeiro”.

Trarei ao blogue algo baseado no 1º parágrafo.

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“Guia das Aves de Aquilino Ribeiro”

Aos Amantes de Aves e de Literatura de Excelência!

guia das aves contracapa in. www.boca.pt. Março 2021.jpg

Excertos de Obras de Aquilino Ribeiro em que o Escritor aborda temáticas sobre aves. Uma pérola. Imperdível! Referência a 83 Aves, numa Literatura com a riqueza ideativa, de vocabulário, como só Aquilino!

Aquilino Ribeiro (1885 – 1963) é um Escritor incomparável na nossa Literatura. De uma excelência inigualável.

 

Dois excertos sobre o “Marantéu, Papa – Figos”

Papa figos In. Wikipédia. pt.  Março 2021.jpg

“A cabra gosta da liberdade como o marantéu de figos.” ...

“Os gaios, sim, têm nas rémiges o índigo mais esmaltado que se pode conceber e o papa-figos – marantéu lhe chamam, a palavra traindo a corruptela de amaranto, que é a sua tinta – veste um justilho cuja cromática faria as delícias de uma menina do Chiado. São excepção. As tintas nas aves serranas pendem para escuras, penitenciais, e compreende-se que, à falta de florestas, sejam as que mais se neutralizam aos olhos do nebri e do peneireiro, sub-ave de rapina que dá o cavaquinho pelas carriças e as folechas, essas igualmente cobertas com manto de serguilha, franciscano.”

In. pag.s 78, 79; a partir de “Aldeia – Terra, gente e bichos” – Aquilino Ribeiro

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Alguns Dados Técnicos:

Antologia e Texto Introdutório de Ana Isabel Queiroz; Ilustração, aguarelas, de Maico – Carlos Pimenta; BOCAge – Ciência e Arte – Nº1 - “BOCA – Palavras Que Alimentam”.

Estrutura do Livro:

Agradecimentos; Introdução; Bibliografia;

Aves Selvagens Mencionadas por Aquilino Ribeiro – Excertos literários classificados por unidade taxonómica;

Nomes Latinos Equivalentes aos Nomes Comuns Usados por Aquilino Ribeiro;

Índice Onomástico;

Biografias dos Autores: Aquilino Ribeiro, Ana Isabel Queiroz, Maico (Carlos Pimenta), José Eduardo Rocha (JER), Fernando Alves;

Índice; Ficha Técnica;

Um CD com 17 separadores musicais para um Audiolivro, Op. 46 (2012, 2016) – José Eduardo Rocha, Nuno Morão, Vasco Lourenço. Leitura de Fernando Alves.

(Capa e contracapa duplas, com imagens de várias aves e de alguns dos livros de Aquilino. Em excelente papel. Prenda de Natal 2020. Comprado eletronicamente, enviado por correio. Custou cerca de 12E. Livro que ando lendo… e ouvindo.)

Imagem da contracapa do livro: in. www.boca.pt

Imagem Papa- figos: In wikipédia

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