Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Continuamos a viajar por Setúbal. Atividades que não têm nada a ver com passeios propriamente ditos…Mas aproveitamos para passear.
Pela primeira vez, após termos entrado nisto da pandemia da Covid, da qual ainda não saímos, frise-se… sentámo-nos numa esplanada.
Numa pastelaria, com boas guloseimas, de fabrico próprio. Não fixei o nome, hei-de saber. Pessoal muito simpático, atencioso e prestável. Fica numa Praça, cujo nome também não fixei, mas onde figura um obelisco relacionado com o Marquês. (Marquês?! Não o da “Operação Marquês”, mas sim o de Pombal!)
Fica o registo fotográfico e documental, do “amesendamento”.
No postal anterior, focámos Arte Urbana, na entrada da Cidade, na Estrada de São Luís da Serra – EN10.
A “Arte Urbana” é um registo artístico, prevalecente, na Cidade Sadina. Também terra natal de Bocage, diga-se. E, a propósito de Elmano Sadino, constato que não tenho nenhum texto deste Poeta no blogue. (Também tenho um poema meu, aos modos de Bocage, mas que nunca me atrevi a divulgá-lo.)
Adiante…
A Arte Urbana, de rua, atual, expressa-se seja sobre a forma de grafiti, quer aos modos de pintura nos mais diversos contextos materiais urbanos, conforme documentei. Hoje, apresento duas outras Obras, uma na parede de um prédio, junto à Avenida Luísa Todi, (Luísa Todi!) e outra numa estrutura da eletricidade ou telefones, ou lá o que seja…
A proliferação deste tipo de Arte que, de facto, embeleza e enriquece qualquer localidade, é também um sinal de que há muita arquitetura degradada nessa cidade, vila ou aldeia. Uma forma de tornar o feio, bonito.
Em Setúbal, há muita construção a caminho do descalabro. Propositadamente, apresentei, no início, a imagem de uma vivenda, talvez de há cem anos ou mais, quando estaria no seu auge. Deixar degradar uma peça artística como esta…
Bem sei que essa atitude é frequentíssima por esse Portugal afora. Peças “Arte Nova, Art Déco”, que o diga Lisboa, que deitou quase toda a Avenida da República abaixo.
Em contrapartida, se tiver um dia oportunidade… Entre no hall da Câmara Municipal e observe, com olhos de ver…
Por vezes, o melhor é mesmo tapar os olhos, como nos diz a peça seguinte.
E, por Urbanidades, a foto seguinte: duas senhoras e um cavalheiro, numa bonita e tradicional rua da Cidade. O retomar da "normalidade", em tempos de Covid.
(Não sou apologista de colocar fotos, com Pessoas, mas esta é peculiar. Obrigado e me desculpem os transeuntes.)
Uma peça comum em qualquer cidade atual: as trotinetas.
Acho-as um empecilho, bem como as bicicletas, um perigo nos passeios. Já bastam os cães, que me fazem saltar para a via e os respetivos “presentes”, que me fazem ir sempre a olhar para o chão.
Ficamos por aqui, nesta viagem limitada, limitadíssima.
Algumas questões me ficam sobre “Urbanidades”. Noutro sentido. Talvez noutro postal.
Arte, Desporto, Literatura, Feira do Livro... E Música!
Na sequência de comentário que fiz no blog “Só entre nós”, a 03/05/2015, ao post “A beleza do Eixample”, inspirei-me para um post no meu próprio blog, sobre Barcelona.
Por circunstâncias várias e vicissitudes diversas sai hoje no blog, apesar de já ter publicado outros posts.
De algum modo é uma forma de parabenizar Barcelona, pela vitória do seu Clube predileto.
Associando também a Lisboa e à Feira do Livro, pela recomendação de duas obras excelentes, de escritores excecionais, cuja ação decorre na cidade condal em momentos temporais diferentes, mas marcantes da sua História.
Barcelona é uma cidade em que, de facto, apeteceria viver!
Ou, pelo menos, (re)visitar, quanto mais não seja para (re)apreciar as Obras de Antoni Gaudi.
A Sagrada Família, o Parque Guell, a Casa Batlló, a Casa Milá, entre outros, são ícones de arquitetura que qualquer apreciador desta Arte, profissional do ramo ou mesmo leigo no assunto, deve, no mínimo, ver.
Acredito que qualquer pessoa se sentirá “tocado” ao contemplar qualquer uma destas Obras!
O conjunto urbano “Eixample”, documentado fotograficamente no post e blog supracitados, é um exemplo de verdadeiro Urbanismo.
Como se materializava na segunda metade do século XIX, e ainda na primeira metade do século XX, em cidades como Paris e Barcelona e até numa escala menos precisa, em Lisboa, inclusive.
Cidade que, como Barcelona, também é muito bonita e que tinha também todo um conjunto relativamente harmónico, com muitos prédios e quarteirões enquadrados nas correntes artísticas catalogadas “Arte Nova” e “Art Déco”, por ex. nas designadas “Avenidas Novas”, mas que, principalmente a partir dos anos sessenta/setenta, com a explosão urbanística se têm vindo a perder.
Propositadamente (?)
Ainda hoje, século XXI, alguns raros exemplares podem ser observados na Avenida da República e transversais, mas desgarrados da obra urbana de conjunto, delineada e iniciada ainda nos finais do século XIX (Ressano Garcia) e desenvolvida no início do século XX.
A atitude propositada de abandonar, deixando apodrecer por dentro, prédios emblemáticos é comum e não só em Lisboa.
Basta passear e observar com “olhos de ver” as Avenidas da zona referida, a Praça do Saldanha, mas também zonas mais antigas, mesmo de traça pombalina.
Observe-se a Baixa, o lado poente da Praça da Figueira, a Rua Augusta a partir do primeiro andar, a zona da Rua de São Paulo, do Conde Barão, a Rua de Santa Marta, …
(Lado Poente da Praça da Figueira, Lisboa)
Noutras cidades, esta atitude é também e infelizmente comum!
("Chalet" - Cova da Piedade - Almada)
Mas falávamos de BARCELONA. E do EIXAMPLE.
Atentando nas fotos documentadas no post referido, é de frisar que ainda bem que os poderes da Cidade Condal procuraram preservar o que têm de belo arquitetonicamente!
Só estive em Barcelona no final da década de oitenta do século XX, é gratificante ver, pelas fotos, que muito ainda se mantem.
Mas Barcelona é também a parte medieval, as suas ruas e ruelas, edifícios históricos, a Catedral de Santa Maria del Mar.
A propósito, para quem goste de ler romances históricos, é imperdível, “A Catedral do Mar”, de Ildefonso Falcones.
E também tem Miró. E Montjuic e o F. C. Barcelona. E o Mediterrâneo. E “Las Ramblas”…
E muito mais, pois quando lá estive a cidade estava em grande transformação, pois preparava os Jogos Olímpicos de 1992! (Onde isso já vai!...)
Interessante o slogan do postal sobre os verdadeiros “Ganhadores dos Jogos Olímpicos”!
Estas crianças estarão atualmente no início da "casa dos trinta"… ainda no começo de toda uma vida profissional, vida pessoal enquanto adultos, de cidadãos.
E também quero relevar que a 1ª vez que o F. C. Barcelona venceu a Taça dos Campeões Europeus foi precisamente em 1992!
Coincidências?! Talvez não…
A realização de um evento destes, quando devidamente planeado e organizado, implica muitos e diversificados investimentos em variados campos de atividade.
O retorno, por vezes, vem mais tarde.
Barcelona tem vida, sim! É uma Cidade com muita vida!
Ainda sobre literatura e cidade condal, ler também “A Sombra do Vento”, de Carlos Ruiz Zafón.