Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Do PS, recebi carta manuscrita do Deputado Miranda Calha, datada de 27/3/90.
Excertos:
«Recebi, e agradeço… Infelizmente a realidade é tal como a conta.
…Já me pronunciei diversas vezes na Assembleia sobre este assunto gravoso para o meu distrito e que o actual governo nunca respondeu às questões colocadas. Continuarei… a lutar para que no distrito de Portalegre existam melhores condições de deslocação – especialmente no sector respeitante à C.P. (…)
Os melhores cumprimentos
Júlio Miranda Calha»
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Por curiosidade, apresento foto da carta.
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Do Grupo Parlamentar do PCP, responderam a 8 de Março de 1990, através do Gabinete de Apoio, em nome do Deputado Luís Roque, que agradece. Enviam uma “cópia de intervenção proferida em Plenário, sobre o assunto”.
É um texto de 4 páginas, da “Intervenção do Deputado Luís Roque – PCP, Sessão Plenária do Dia 9 de Janeiro de 1990 – PAOD”
Apresento alguns excertos da intervenção:
«Sr. Presidente
Srs. Deputados,
Resolveu o C.G. da CP encerrar ao tráfego de passageiros a partir de 1 de Janeiro de 1990 mais nove ramais ferroviários, a saber Valença/Monção, Vila Real/Chaves, Amarante/Arco de Baúlhe, Sernada/Viseu, Évora/Reguengos de Monsaraz, Évora/Estremoz/Vila Viçosa, Estremoz/Portalegre, Beja/Moura e o Ramal de Sines.
É de salientar que anteriormente já haviam sido encerrados a Linha do Dão e o troço Pocinho/Barca de Alva.
Esta decisão, concerteza concertada com o Ministério da Tutela, corta às regiões mais interiores o cordão umbilical que as ligava às regiões mais desenvolvidas do litoral, agravando mais ainda a assimetria litoral/interior, que hoje já é gritante.
(…)
…a CP e o Governo demonstram à saciedade quanto estão preocupados com o desenvolvimento económico e social do interior.
Em intervenção por mim aqui proferida em Maio de 88, aquando da implementação dos novos horários de Verão, prevíamos que o desajustamento dos mesmos em relação aos interesses dos utentes visava degradar a oferta com o fim de mais facilmente proceder aos encerramentos programados.
Para os incrédulos de então, aí está a resposta do Governo e da CP.
Estes planos visam o encerramento de 1000 Km de via e mais de 300 estações, ficando a rede ferroviária nacional reduzida ao eixo Braga/Lisboa/Faro, às ligações com Espanha e aos suburbanos de Lisboa, Porto e Coimbra.
Repare-se que no plano de modernização e reconversão dos caminhos de ferro (1988/1994), aprovado em Conselho de Ministros em Janeiro de 88, a rede secundária com 1076 Km absorve apenas 0,2% do total do investimento previsto no plano.
Este valor denuncia claramente quais são as intenções do Governo e da CP em relação a estas linhas, ou seja, encerrá-las.
O Governo com esta medida gravosa para as populações esquece um princípio que é aceite em todos os países comunitários, a função social do transporte de passageiros. (…)»
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NOTAS Finais:
Os outros partidos da Assembleia não responderam.
Da Câmara Municipal de Portalegre também não recebi resposta.
O “Jornal Fonte Nova” publicou o texto.
O “Jornal Expresso” não fez referência ao assunto.
(Os negritos são de minha lavra.
Apresento os excertos que considerei mais relevantes.
Estes textos, traduzindo intervenções e tomadas de posição, mostram o posicionamento destes partidos face à situação.
São documentais. Fazem parte da nossa pequena história pessoal, pois vivemos esses tempos de viagens de comboio. Farão ou não parte da Grande História do nosso País. Para todos os efeitos os comboios fazem parte da História de Portugal.
Para se entender o historial dessa desativação dos comboios e subsequentes (re)utilizações ou abandonos, a leitura do livro já referido é fundamental.
“Pelas Linhas da Nostalgia – Passeios a Pé nas Vias Férreas Abandonadas”,de Rui Cardoso e Mafalda César Machado, Edições Afrontamento, Novembro de 2008.
E ainda haveremos de ir a Barca D'Alva?!
(A foto que titula o postal é de uma Amendoeira. Mas não de Barca D'Alva. Esta é de Palmela. Hei-de postar sobre ela!)
Boas Leituras! Muita Saúde. Boas Viagens, de Comboio. Muito Obrigado!
Respostas das Entidades, para quem enviei o texto publicado nos postais anteriores, acompanhado de uma carta específica para cada uma delas.
CP - Caminhos de Ferro Portugueses, E.P. - enviei carta a 90/02/01, para a Administração.
Resposta textual obtida da CP, datada de 90/02/23:
“Analisamos com muito interesse o relato enviado por V. Exª, que agradecemos.
Apresentamos as nossas desculpas pelos inconvenientes surgidos, originados sobretudo por avarias de material motor e pela necessidade de conceder enlace a passageiros vindos do Norte com destino ao Leste, que de outro modo se veriam obrigados a esperas muito mais longas.
Quanto à utilização de Automotoras Nohab, tal facto deve-se a necessidades de rentabilização do material disponível e das condições de exploração.
Esperando poder voltar a contar com V. Exª entre os nossos clientes, apresentamos os nossos melhores cumprimentos.”
Rubricado por: “O Director de Operações Sul”
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Assembleia da República
Para a Assembleia da República também enviei o texto. (Consultando a Wikipédia, à data, a composição da Assembleia seria como segue: PSD, PS, CDU, PRD, CDS. O Primeiro-Ministro era o Professor Doutor Cavaco Silva.) Não me lembro se enviei especificamente para cada grupo parlamentar, se genericamente para a Assembleia.
O texto enviado foi acompanhado pela carta seguinte, também com a data de 90/2/1:
«Excelentíssimo Senhor Deputado
Tomo a liberdade de me dirigir a Vossa Excelência, na qualidade de eleitor do distrito de Portalegre, no sentido de referir, através duma ocorrência factual, um assunto que vem problematizando muitos dos habitantes do distrito, mais concretamente a situação dos comboios. Não tenho, todavia, a pretensão de abordar o tema duma forma exaustiva, outros já o fizeram melhor.
Segue, em anexo, um texto testemunhando o ocorrido, acompanhado de algumas questões – reflexões sobre o tema e outros, que aparentemente díspares, a ele estarão bastante ligados, pelo agravamento da interioridade do Distrito.
Agradecendo a atenção prestada
Subscrevo-me de Vossa Excelência»
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Caro/a Leitor/a, acha que recebi respostas de todos os grupos parlamentares?!
A resposta a esta pergunta só a poderei dar em próximo capítulo deste “Folhetim do Comboio de 1990”!
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(P.S. - A foto? Original. De Rosas do meu Quintal. É de uma Roseira que trouxe do Apeadeiro da Mata, local de chegada da narrativa deste folhetim "Viagemde comboioem 1990". Local também de partida para as muitas viagens que fiz de comboio, nos anos setenta, oitenta e inícios de noventa, do séc. XX. Estava junto à casa da guarda da passagem de nível. Daí, colhi um ramo que abacelei. E aí virá a Primavera em que florescerá novamente, em todo o seu esplendor. E que venha a Primavera e que traga chuva. Que o Inverno só nos tem trazido frio. Muita Saúde e muito Obrigado.)
«Algumas pessoas comentavam que os dias de azar não são só as 6ªs feiras, mas como não sou de superstições, antes acredito que o futuro é fundamentalmente construído por nós próprios, gostaria de deixar algumas questões em aberto, à consideração de quem de direito e obrigação, sem pretensões a esgotar o assunto:
1 – Se, numa mesma viagem, há três avarias com três máquinas diferentes, será que estas, à saída das oficinas, estavam em condições para circulação?
2 – Ninguém prevê ou se preocupa com a eventualidade de possíveis acidentes a ocorrer, dadas as precárias condições de segurança em que se viaja? A memória é assim tão curta?
3 – Os tão propagandeados meios técnicos, a implantar nos comboios e que permitiriam uma resolução mais rápida de eventualidades como as descritas, continuam apenas a ser lembrados na altura dos acidentes? Depois são rapidamente esquecidos?
4 – Quando tanto se fala em investimento e progresso que, na Linha do Leste, em 1990, parece escrever-se RETROCESSO, será que ainda aqui veremos circular as máquinas a vapor? Estamos no Ano Europeu do Turismo!
5 – Será que teremos que passar a levar auscultadores para suportar o barulho da automotora? (Ou a CP passa a fornecê-los no acto de compra do bilhete?)
6.1. – Será que o objectivo das medidas recentemente tomadas (a extinção de certos ramais, acrescente-se também) pretende afastar os passageiros da utilização dos comboios como meio de transporte?
6.2. – Mas onde foram criadas alternativas válidas para muitas populações do Interior? Onde estão as boas estradas? Onde estão os bons meios de transporte rodoviários?
6.3. – Será de facto economicamente mais rentável, para o país, transportar passageiros por camioneta do que pelo comboio?
6.4. – Servindo-se das estruturas já existentes, não haverá modalidades de transporte ferroviário mais económicas do que as utilizadas?
(Supondo que será essa a razão principal da supressão de muitas das vias férreas.)
7 – Em suma, pretender-se-á, a longo prazo, uma ainda maior desertificação do Interior e um congestionamento e macrocefalia dos grandes centros urbanos?
8 – Será que o Interior está fatalmente destinado à florestação eucaliptal acompanhando a fuga das populações campesinas?
9 – Julgar-se-á que a actual divisão especializada das economias periféricas europeias e a respectiva superestrutura é eterna? Isto é, pensar-se-á que a estrutura da CEE é imutável e perene e que nós vamos ter sempre quem nos forneça muitos dos produtos que consumimos e injecções de capital financeiro para os adquirir?
Será que a nossa pasta de papel vai ser eternamente necessária nos países industrializados?!
Será que …? Será…?
Talvez sejam questões a que nós não mereçamos resposta… Talvez!»
Cova da Piedade / Lx, finais de Janeiro de 1990
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Estas foram as questões e considerações que formulei e enviei às Entidades com competências no assunto, juntamente com o texto descritivo da ocorrência.
(Valem o que valem, face ao contexto em que se inscrevem, ao tempo a que se reportam, e à importância de defender o Interior, sempre tão esquecido, há várias décadas.)
Enviei este texto completo, (sem negritos, estruturados para efeitos de blogue), para CP, para Assembleia da República, para Câmara Municipal de Portalegre, para Jornal “Fonte Nova”, para Jornal “Expresso”.
(Abordarei as respostas obtidas em próximo postal.
O/A Caro/a Leitor/a dirá que isto já parece um folhetim. E com razão, reconheço. Obrigado!)
No post em que abordo o Discurso de Posse do novo Presidente da República, refiro a questão dos “não – aplausos”. Mas não desenvolvi o assunto, nem fiz quaisquer comentários.
Entretanto, num outro blogue, comentei que: “Todos os Deputados deveriam ter aplaudido. Pelo menos por uma questão de Educação e Cidadania! Que o discurso até é muito consensual e está muito para além da matriz identitária do seu Autor!”
Pois são estes aspetos que quero acentuar. Deveriam ter aplaudido. E deveriam ter-se levantado. Naquele contexto e naquele enquadramento. Naquele Tempo e naquele Lugar. Pelas Pessoas que são e pelo que representam!
Por uma questão de Educação. De Cidadania. E acrescento, de Civismo.
Essas Atitudes e Comportamentos não os condicionavam em nada, em termos de futuro!
Pelo Ato em si: Investidura do Presidente da República. Pela Figura de Estado, que quer gostemos ou não, quer tenhamos ou não preferido a pessoa em causa, enquanto candidato, a partir do momento em que, tendo sido eleito e investido nas Funções de Presidente da República é a 1ª Figura do Estado, da Nação, do País. É o Presidente de Todos, ele próprio o frisou, logo no discurso de vitória.
Também pelo Local em que estão. Pelo que Significam e Representam. Por Eles Próprios.
Quem não respeita os Outros acaba por também desmerecer o Respeito que se lhe deve e dá mau Exemplo, neste caso, para todo o País.
E o Discurso, dir-me-ão que são apenas palavras, mas é um Discurso muito consensual, sem lançar farpas de modo a provocar, desde logo, atritos desnecessários.
E não podemos esquecer que se vive um momento especial em Portugal, de um Governo assente em Acordos e Consensos, nos quais estão envolvidos precisamente esses Partidos dos que não aplaudiram nem se levantaram. (Apetecia-me usar outras palavras!)
Mas cada um é livre de fazer o que quer e pode, mas tem que perceber, “Quem é”, “O que Representa”.
E as Atitudes e Comportamentos dos Senhores Deputados, naquele contexto e enquadramento espacial e temporal, são significativas e significantes para milhões de Portugueses que assistem às cerimónias!
Penso que esta atitude, infelizmente, volta-se contra os próprios, como outras igualmente infelizes que por aí ocorreram.
Questão II – Confissões Religiosas presentes no “Encontro Ecuménico”
No post em que abordei o evento considerado como “Encontro Ecuménico”, referi que:
“Desconheço a totalidade e especificidade de todas as Igrejas representadas, mas, por acaso, tenho curiosidade em saber.”
Entretanto, ontem, 5ª feira, dia 10, consultei o DN, edição papel, e, na pag. 10, sob o título “Só o Dalai Lama juntou tantas religiões na mesquita”, se explicita: «Encontro – Marcelo apelou que o “espírito ecuménico” manifestado pelos religiosos se estenda a toda a sociedade, até à política.»
E, no corpo de texto da notícia, se mencionam as confissões representadas, a saber:
«... Vale a pena elencar as confissões presentes: ‘Evangélica, Anglicana, Católica, Judaica, Ortodoxa Grega, Budista, Baha’i, Indu, Islâmica, Muçulmana Shia Ismaili, Xiita, Sikh, Adventista, Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Vetero Católica, Templo de Shiva e o Conselho Português das Igrejas Cristãs.’ »
(Nota: Coloquei a designação das igrejas todas em Maiúsculas.)
A Cerimónia, segundo li, também foi muito simbólica.
E também termino, formulando votos que esse Espírito Ecuménico, de Diálogo, de Tolerância, de Estabelecimento de Acordos e Consensos, de Compreensão e Aceitação do Outro, nas suas especificidades e particularidades, se estenda a Portugal, ao Mundo e que comece, desde logo, e como exemplo nacional, na Assembleia da República Portuguesa!
O Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, hoje, dia 9 de Março, após as 10 horas, tomou posse, como vigésimo Presidente da República, na respetiva Assembleia (Parlamento).
Estas cerimónias são sempre carregadas de simbolismos vários, faz parte da respetiva operacionalização, quer se goste ou não. Desde logo, o local: Assembleia da República. As Bandeiras. O Hino. (...) As precedências, os locais que cada convidado ocupa, etc. etc.
Os aplausos, os não – aplausos, tudo está carregado de significados e significações, tudo é significante de algo...
Para além desses atos, gestos, atitudes simbólicas, existem ainda as que o próprio Presidente quis acentuar.
Uma delas foi o juramento sobre o livro da Constituição original, que ele também ajudou a criar, enquanto deputado. Realço que é este modelo que também tenho. O livro da Constituição de 1976. (...) Não, não, eu não a ajudei a criar... O meu “engenho” não chega a tanto. Muito menos a “arte”.
Os convidados: antigos Presidentes e Esposas, estranhei a ausência de Drº Mário Soares...
Representantes estrangeiros: O Rei de Espanha, destacava-se aquela figura... o Presidente de Moçambique, o Presidente da Comissão Europeia. Simbólicas estas três Personalidades estrangeiras convidadas.
Os discursos. Sou sincero. Estava curioso com o discurso de MRS, enquanto Presidente. Ouvira o de vitória, tinha expectativas sobre este. E, esse foi o principal motivo que me fez estar atento à RTP1, logo de manhã. Dir-me-ão: “Palavras... são só palavras!”
Ferro Rodrigues, enquanto Presidente da Assembleia da República, também proferiu o seu discurso. Entre outros aspetos, e relativamente a MRS... “... Vossa Excelência tem a responsabilidade histórica de ser o homem certo no momento certo...”
Algumas ideias que destaco:
“... o País precisa de voltar a encontrar-se... Que a U.E. não se transforme num fator de instabilidade... Que Europa é esta?! ...”
“... precisamos de uma economia mais rica e partilhada, mais justa e inclusiva...”
“Temos que aprender a remar todos para o mesmo lado...”
E, terminou, formulando votos de “as maiores felicidades”, “A Bem da República, A Bem da Democracia, A Bem de Portugal!”
(Não opino, nem faço qualquer comentário...)
Quanto ao Discurso do Senhor Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, atual Presidente da República Portuguesa, de "todas as Portuguesas e de todos os Portugueses".
O discurso está muito bem estruturado e sequencialmente planeado. Ou não fosse o seu autor, o Professor Marcelo. (Apetece-me interrogar, deformação das Séries, nomeadamente “Borgen”, se os nossos políticos também terão algum “spin doctor”?!).
Também está carregado de Símbolos.
Um enquadramento introdutório, reportando para a Família, para os Sentimentos a unir-nos à Terra que nos viu nascer: Amor à Terra, a Saudade, a Generosidade... (Desculpem-me os Sentimentos, que não os fixei todos!)... As Crenças em Milagres de Ourique... (E com este introdutório falou-nos ao Coração, se fossem projetadas imagens, enquanto as palavras iam fluindo, veríamos um grande, grande, da Joana Vasconcelos. Reporta-nos também para a nossa ancestralidade, em última instância, o nosso Afonso, Primeiro, só que da Monarquia e nós estamos na Casa da República. Mas o Senhor Professor Marcelo não perde o jeito! Outro anterior Personagem, de que estranhei a ausência, nesse mesmo local, terá falado em Afonso Costa, digo eu! Afonso, sim, que Portugal é assim mesmo: Afonsino. E um País de Costas, até havia o do Castelo!)
Depois, ainda num contexto introdutório, mas já mais institucional, reportou-nos para a Solidariedade, (aqui já entramos no domínio dos Valores), entre os dois únicos Orgãos de Soberania eleitos: Assembleia e Presidente. E depois ainda agradeceu ao Presidente cessante, aos antigos Presidentes presentes, aos três ilustres Convidados Estrangeiros, às Forças Armadas, sempre fiéis a Portugal, ao 25 de Abril de 1974 / República Democrática, sublinhou a CONSTITUIÇÃO, aprovada e promulgada em 1976, sobre a qual atestara o seu Juramento de Posse, conforme já referido. Reforçou o seu caráter de Lei Fundamental, nosso Denominador Comum. E que irá ser o Guardião da Constituição, dos seus Valores e Valores da Nação.
(E nesta parte discursiva, diríamos que nos falava mais à Razão...)
E dirigiu-nos para a importância da Pessoa Humana, (lembrar-me-ia Carl Rogers), para um ideal de Sociedade em que não haja dois milhões de pobres... (!!!), nem diferenças tão cruciais...
E ainda no domínio dos Valores: Liberdade de Pensamento, de Crença, de Opinião, Pluralismo, Justiça Social, Identidade Nacional, para as nossas Raízes no Mar... (A nossa ancestralidade primordial: “Somos Vida do Mar Vinda ”, digo eu.)
Os nossos três vértices geográficos: Continente, Açores e Madeira. (A propósito, onde ficam as Desertas?)
Assumir o Mar como nossa prioridade, e, aqui piscou novamente o olho ao Presidente cessante... (!!!). E citou Lobo Antunes “... Se a minha Terra é pequena, eu quero morrer no Mar!...” (Este Lobo também é Poeta?! Se não é, aqui, escreveu dois lindos versos.)
E continuando ainda no domínio dos Valores, realçou a Identidade Nacional, em que História e Geografia se entrelaçam, na Língua, na Cultura, na Ciência. Sem medo de enfrentar o Presente. Na Soberania Popular, na Autonomia Regional e Autárquica. Na importância do Estado Social de Direito e da Iniciativa Privada.
E ainda em Geografia, mas numa noção mais alargada, migrou de Portugal, também para a Europa: Lembrou o desafio dos Refugiados. E pelo Mar, acentuou o papel da C. P. L. P. – Comunidade de Países de Língua Portuguesa. E regressou novamente à Europa: a questão das Fronteiras Europeias!
E voltou a Portugal!
E assinalo, sem pretensão de exatidão matemática, nem de citação precisa, pois, como é evidente, não tive acesso a uma cópia do Discurso. (Não sou Jornalista, muito menos credenciado, nem fui convidado a estar presente na cerimónia. Também, seiscentos convidados...)
Realçou a importância de sairmos do clima de crise, o fator Europa, as questões económicas, as cicatrizes destes tão longos anos de sacrifícios, que urge recriar novas convergências, ....
Reforçou o sentimento de pertença a uma Pátria que é igual para todos...
Que irão ser cinco anos de busca da Unidade, da Pacificação, de Consensos...
Nunca descrendo na Democracia. Nunca perdendo a Esperança. Que o que nos une é muito mais do que nos divide.
A importância dos pequenos gestos...
(Peço desculpa às minhas Leitoras e Leitores, mas, volto a sublinhar, que não tive qualquer acesso direto ao discurso escrito, apenas o ouvi, pelo que este texto tem muitas lacunas. Sublinhados, reticências, negritos, letras maiúsculas é tudo da minha lavra. Perdoar-me-ão, bem como o Senhor Professor Doutor.)
E continuou...Lembrando o papel dos Jovens, da Mulher, dos Pensionistas/Reformados, que sonharam com o 25 de Abril e que agora estão na situação em que estão... (A referência a este grupo social e à célebre data tocaram-me muito especialmente...); dos Cientistas, dos Agricultores, dos Comerciantes, dos Industriais, dos Trabalhadores por conta de Outrem ou Independentes; voltou a reforçar o Estado Social; mencionou as I.P.S.S., as Misericórdias, eu sei lá! (Não sei se foram referidos todos os grupos socio económicos, também não tenho aqui a Classificação Nacional de Profissões. Mas não me pareceu ter havido menção de empresários, de bancários, de banqueiros, nem de operários. Digamos que, caso tenha havido essa omissão, que não afianço pelos meus ouvidos, foi uma omissão interclassista.)
E voltou, novamente a realçar a CONSTITUIÇÃO!
(Há alguns anos a esta parte esse realce costumava ser mais de outros setores.)
E, finalmente, reportou-se a si mesmo, assumindo-se como “Servidor da Causa Pública e da Pátria.”
E citou Miguel Torga: “Difícil para cada Português não é sê-lo, é compreender-se...”
E quando estava nesta parte do meu texto, quis precisar o que nos meus apontamentos seria do texto de Torga ou palavras de Marcelo e coloquei a frase anterior, colocada entre aspas, no motor de busca.
E já adivinha o que encontrei.
O Discurso do Senhor Presidente, na íntegra, no site do “Expresso”.
E a parte final é daí extraída. Mas não vou ler o princípio do Discurso, que já estou muito cansado, e perdia completamente a graça...
E remato com a parte final...
“O essencial, é que o nosso génio – o que nos distingue dos demais – é a indomável inquietação criadora que preside à nossa vocação ecuménica. Abraçando o mundo todo.
Ela nos fez como somos. Grandes no passado. Grandes no futuro. Por isso aqui estamos. Por isso aqui estou. Pelo Portugal de sempre!”
E com um Discurso que nos abarca e abraça a Todos, tão querido, tão cheio de Afetos, tão simpático, não esquecendo sequer Pensionistas nem Reformados, que mais posso dizer?!
Pois, aguardemos para ver!
E, para ilustrar este post tão afetuoso, tão carinhoso, resolvi “aproveitar da net” a sugestiva e apelativa imagem, cortesia de “Jorge Amaral / Global Imagens”, a partir deste link, agora que tem andado na moda esta questão dos beijos!
Poderíamos intitular: Portugal e Europa, finalmente a Reconciliação! E viva o Amor!
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P. S. - E já no dia dez, vantagens da net, resolvo acrescentar um link para um blogue que sigo e que ontem me esqueci de incluir. Uma célebre e icónica imagem de um afamado beijo, que nunca cheguei a perceber se foi real se encenado. Entre Brejnev (U.R.S.S.) e Honnecker (R.D.A.). E, se encenado, nunca percebi se foram os do "Outro Lado" do Muro, para mostrarem que "estavam de pedra e cal". Se os "Deste Lado", para revelarem como as coisas iam por "Aqueles Lados".