Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Este poema comecei a escrevê-lo em Dezembro de 2017. Disse-o, pela primeira vez, em 2018, numa Sessão de Poesia, organizada pelo CNAP – Círculo Nacional D’Arte e Poesia no “Centro de Dia de São Sebastião da Pedreira”.
Pelo Coordenador e Autor da respetiva Composição – Dr. Rogélio Mena Gomes:
«Em cada edição da sua Antologia… a Associação Portuguesa de Poetas presta, em meu entendimento, o justo preito da sua homenagem aos seus fundadores. Doze, então, jovens que, sentindo a necessidade de publicar os seus poemas, reuniram-se na edição de uma Antologia onde coligiram, em prelo, a sua poesia.
(…)
O pretexto da publicação da Antologia, foi o ponto de partida para, numa dinâmica maravilhosa, construírem a ideia de criar uma instituição que representasse os nossos poetas, e foi assim que, dando forma legal, fundaram a Associação Portuguesa de Poetas. Foi, recordemos, há 39 anos.
O tempo tem medida, a gratidão é eterna. Quero, por isso, enumerar, um a um, para que nesta homenagem que se renova ano após ano, não nos esqueçamos do seu legado:
Luís Filipe Martins Soares, José Maria Bento de Sousa, Maria Amélia Bota Correia, Luís Filipe Barros Curado, Maria de Lourdes Pires de Carvalho, Jorge Manuel Cabrita Trigo, José Vitorino Neves Dias, Luís Rodrigues Pires, Maria Emília Pires Venda, José Augusto de Azevedo, Paulo Alexandre Martinho Pereira Ribeiro e Palmira Valério da Silva.
Tendo-me sido concedida a honra de coordenar, neste ano, “A Nossa Antologia”, senti, desde logo, o peso sobre os ombros de dedicar toda a melhor atenção e carinho à valiosa corrente poética dos sócios que decidiram participar, e, desse modo, respeitar o valioso contributo que eles, com a sua participação, dão à homenagem que, algo de uma forma ínsita, prestamos aos doze magníficos que deram corpo a este sonho.
O trabalho de que fui incumbido está cumprido. Dei, em consciência, o meu melhor.
(…) »
*** *** ***
E, nós, participantes, por mim falo, agradecemos-lhe por isso, bem como à Direção da APP.
A Antologia 2024, que já vou adiantado na leitura, está muito bem organizada. Parabéns por isso, Rogélio Mena Gomes. E, Obrigado, por me ter alertado para a participação, porque, este ano, eu andava um pouco distraído!
Apresentação na Sede da APP - Associação Portuguesa de Poetas
Rua Américo de Jesus Fernandes 16–A - Lisboa (Olivais) – Portugal.
*** *** ***
Hoje, 24/11/2024, quando início a escrita deste postal – 16h. 30’ – estará a decorrer o lançamento da Antologia supracitada, como já mencionei em postais anteriores.
*** *** ***
Volto a escrever sobre esta coletânea de Poesia, subscrita – participada – por 74 Poetas e Poetisas, ordenados alfabeticamente. De Aires Plácido a Zélia Torres.
Agradeço a todos os Antologiados. Neste modelo de edição, a disponibilidade de participar, de angariar pessoas para publicarem as suas poesias, é a base de constituição, da imprescindível produção do Livro. Muita gente se envolve numa edição deste tipo. Cada um – sozinho – tem mais dificuldade em editar e dar-se a conhecer.
É também inexcedível a colaboração das várias Entidades que estão na base da respetiva estruturação. A quem também quero agradecer: Direção da APP, Coordenação e Composição, Autoria da Capa, Revisão, Edição. Personalidades nomeadas na Ficha Técnica e que mencionei em postal anterior.
Já iniciei a leitura. Estou apreciando.Gosto também de ler, sempre, as breves biografias e constatar a enorme diversidade e valor de percursos – de vida, profissionais - de tantas personagens que contribuem para que cada livro se materialize.
Essa rica heterogeneidade cultural também se espelha nos poemas publicados. Tanto na forma, como no conteúdo. É uma das grandes riquezas destes modelos de produção literária. Convivem e irmanam-se estilos, ideias e ideais, princípios e valores, variadas estéticas e configurações poéticas. Todos integrados num mesmo “produto” cultural. Acrescentando valor, à valia intrínseca de cada um e de cada qual. Ganhamos todos.
Cito Presidente da Direção – Professor Doutor Ivo Álvares Furtado:
«”A Nossa Antologia” é uma edição em contínua construção e aprimoramento.
…
A divulgação da poesia em Língua Portuguesa, merece todo o nosso empenho do trabalho em equipa, em perfeita concertação.
O espírito dos fundadores, e os ainda vivos, decerto se orgulharão.
Vivam os poetas que participaram nesta edição!
Finalmente… o encerrar com galhardia, com um efusivo viva a Poesia!»
Na Sede da APP: Rua Américo de Jesus Fernandes 16–A - Lisboa (Olivais) – Portugal.
*** *** ***
“A Nossa Antologia” – XXVIII Edição - 2024
***
Nesta Antologia, participam 74 Poetas e Poetisas.
(Uns, com um poema, outros com vários. Em diferentes modos e tempos de expressão poética. Segundo o estro de cada um e de cada qual. Variados na forma e no conteúdo, seguindo a liberdade e sensibilidade de cada Pessoa.)
Coordenação: Rogélio Mena Gomes
Capa: Susana Veiga Branco
Composição: Rogélio Mena Gomes
Revisão: Carlos Cardoso Luís
1ª Edição: 2024 – Lisboa
Propriedade: Associação Portuguesa de Poetas
Editora: Euedito – Edição de Autor
Tiragem: 250 exemplares
*** *** ***
Os Antologiados estão inseridos no livro, por ordem alfabética. Como tenho defendido, há alguns anos, ainda antes da pandemia - desde que deixaram de ordenar os participantes desse modo.
No ano passado – 2023 - expus o assunto à Direção da APP e à Coordenadora da Edição XXVII, apresentando argumentos por demais válidos. Mas, pelo que verifico na Antologia de 2023, que recebi também esta semana, a ordenação não foi feita alfabeticamente.
Parabéns e Obrigado ao Coordenador da Edição XXVIII – 2024, Dr.º Rogélio Mena Gomes. Parabéns, pelo trabalho desenvolvido e porque seguiu o normativo de ordenar participantes alfabeticamente, pelos nomes. E, Obrigado, porque teve a amabilidade de providenciar o envio dos exemplares das Antologias, pelo correio.
Obviamente, que eu não frequentei o Vá-Vá, nos seus tempos áureos.
Apenas frequentei este Café nas Tertúlias da APP - Associação Portuguesa de Poetas, nos anos imediatamente antes da pandemia, quando realmente (re)comecei ou comecei (?) a "Dizer Poesia".
Praticamente, apenas, em 2018 e 2019!
(Muito longe, dos tempos de glória do Café.
Mas, por acaso, lembro-me muito bem, de ter visto, algumas vezes, o cineasta Lauro António, num "canto", na sala central, também café, não sei se a almoçar se a lanchar, não tive o desplante de ir incomodar o senhor, como é óbvio!)
Das Tertúlias que frequentei, escrevi algumas crónicas, remeto para algumas:
Também me lembro de ter ido uma ou duas vezes a Tertúlias, no tempo de Dona Maria Ivone Vairinho - (27/02/1936 - 07/09/2012) - enquanto Presidente da APP. Mas não dei continuidade, porque, nessa época, a minha Vida era diferente. Ainda não estava reformado.
Nos tempos áureos do Café / Restaurante, andava eu lá pelos Alentejos, de minh'alma!
E, quando vim para Lisboa, em 73, não tinha vida, nem dinheiro, para andar em cafés "chiques", nem era "menino das avenidas novas"! Nem sei, sequer, se sabia que havia o Vá-Vá!
Mas isso não interessa para nada.
O que importa é que , tarde ou cedo, também frequentei "Tertúlias no Vá - Vá". Ademais de Poesia. E da Associação Portuguesa de Poetas. Com muito gosto e orgulho!
Hoje, presto a minha Homenagem e Agradecimento ao Carlos Cardoso Luís.
(Nasceu em Lisboa – 28 de Março de 1946. Faleceu recentemente – 11 de Outubro de 2024, também em Lisboa.)
Publico um seu Poema que fui buscar à XXIII Antologia – APP – 2019, p. 16.
(Por puro acaso, que é a Antologia que tinha “mais à mão”, como se costuma dizer.)
***
«Uma Voz Aberta»
«“Minha laranja amarga e doce”
Seiva vermelha a jorrar
Daquela árvore que cresce
Raízes fortes no chão a soluçar
Foi “cavalo à solta”
Fúria força em movimento
Potro doido
Animal ferido
Em galopar poético
À caça das palavras
Voz aberta
Lábios vadios
Ousadia denúncia
Segredos e podridão
“Réstia de luz intensa”
Em céu enganador
Espelho do povo gente certa
Margens apertadas mar profundo
Lutador temerário
Numa fragata sem fundo
No convés revoltado
Com pena pesada e leve
Sem amarras nem grilheta
As palavras lado a lado
A namorar com o Poeta.»
Carlos Cardoso Luís
***
Lindo!
Obrigado, Carlos.
Que, onde estejas, com os teus talentos multifacetados, estarás em Paz, com Poesia, Fado, … Arte!
*** *** ***
P.S. -
Também peculiar que o Carlos, neste seu Poema, cite um dos Poemas e Canções que mais gostei. De Ary dos Santos e de Fernando Tordo! Com que eles concorreram ao Festival da Canção de 1971 e que ficou em 3º lugar. Ganhou Tonicha, com “Menina”.
Lembro-me muito bem deste Festival.
Interessante também que andei a ler o livro “A Revolução antes da Revolução, de Luís de Freitas Branco, em que também este assunto é abordado.
Tudo coincidências, nada planeadas. A Vida é assim!