Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Passada a contrariedade dos cães, que, na altura, nem avaliei devidamente, continuámos.
Em breve chegámos à estrada que nos levaria ao Atalaião.
Passámos pela “Quinta D’Matinhos”!
Por outras quintas abandonadas…
Pela Estação de Meteorologia, também abandonada.
(Lembro-me de uma visita de estudo, quando aluno do Liceu, para aí em 71 ou 72, no âmbito de Geografia!)
Mas com lindos roseirais!
E, finalmente, o fortim que batiza este Bairro da Cidade: “Atalaião”.
Também abandonado?! Particular? Fechado? Sem hipótese de visitas?
(Também me lembro de, quando jovem aluno, nesses idos iniciais de setenta, termos ido, de motu próprio, em visita espontânea.)
E uma rosa, bordejando uma casa também meio abandonada, mas persistindo na sua vida e função primaveril. (“Dirá a corola para o gineceu!”)
E o último sinal do percurso!
Ou o primeiro?! Se quiser e se se sentir com forças de novamente subir a Estrada da Serra, até à Fonte dos Amores, até ao Miradouro e por aí, nesse percurso pedestre, por demais interessante.
Mas que ficará para outra oportunidade.
Até breve. Faça caminhadas. Mas, agora com o calor, selecione devidamente os percursos, a hora, leve sempre água e companhia. E abrande no ritmo e na velocidade! E atenção aos cães!
SAÚDE! Muita!
(P. S. – No dia dez, “Dia de Camões”, passei pelo local de início de percurso, frente à Rádio, para saber o nome da Avenida.
À entrada do caminho, deparei-me com lixo e porcarias. Para além de um dos pinheirões mansos, parcialmente cortado.
Digamos que, para suposto caminheiro, deparando-se com essa primeira imagem desagradável, não será estimulante realizar caminhadas!
Há por aí muita gente que não merece a beleza que a Terra proporciona aos humanos. Destroem e conspurcam tudo com o lixo! Esquecem que o Mundo é um todo! E depois admiram-se de tanta lixeira nas praias!)
Nesse entroncamento, de 90 graus, há sinalização dos percursos.
Temos duas hipóteses.
Prosseguir em frente, na direção Leste, como vínhamos caminhando. Ou infletir para a direita, na direção Sul, em que a orientação solar nos sugeria irmos diretamente ao Atalaião, como pretendíamos.
Na sinalização para essa via, na tabuleta, assinalam “Percurso da Quinta D’Matinhos”!
Era este percurso que iríamos seguir.
Mas vindo um casal, também caminhando, em sentido oposto ao nosso, proveniente de Leste, resolvi esperar e perguntar-lhes. O senhor sugeriu esse mesmo caminho para chegarmos ao Atalaião, mas a senhora falou no prosseguimento no sentido Leste, aonde encontraríamos uma estrada que também nos levaria ao Atalaião.
Seguimos o caminho, supostamente e de facto, mais direto para a Cidade, mas onde se nos depararia uma surpresa bem desagradável, perante a qual, o desaconselho.
Na primeira parte do trajeto, a antiga calçada apresenta-se conforme a foto documenta, sempre bordejada pelo imponente muro, no lado direito, a Oeste do nosso percurso, no sentido Norte – Sul. (Muro que a 1ª foto documenta. E um tipo de cardo que desconhecia!)
Nota-se desgaste no calcetamento, antigo e em desuso. Será ainda resquício do designado macadame?! Ou será mais antigo? O esboroamento é sinal de que é percorrido, frequentemente, por veículos motorizados.
Mais adiante, uma quinta, em cuja entrada se encontra este tronco de velho castanheiro.
Continuamos...
E foi um pouco depois, já com o caminho com menores sinais de utilização, aliás bem conservado e com mais matos, que se nos deparou ocorrência perigosa e inesperada.
Fomos surpreendidos por uma matilha de cães à solta, sete, que rapidamente nos rodearam e ameaçaram, ladrando e prontos a atacarem-nos.
Valeu-nos o respetivo dono, que interveio, não fazendo nem mais nem menos que a respetiva obrigação.
Lá os acalmou. Também não sei para que tem tantos cães! E, em pleno dia, todos à solta!
Essa é a principal razão pela qual desaconselho a utilização dessa alternativa de percurso, que, todavia, está prevista e devidamente assinalada.
E que é interessantíssima de percorrer. Pela calçada, pela vegetação autóctone, pela paisagem envolvente.
Obviamente, agora, no Verão, com a canícula abrasadora, desaconselho não só esta como a maioria das caminhadas, por terrenos com demasiado mato.
Como disse nos poemas anteriores “Os cardos são nardos, na Primavera… Mas lá vem o Estio, lá vem o Verão…” E, de facto, o Alentejo perde algum do encanto exuberante que tem na “Estação das Flores”.
E caminhar com calor e no meio de terrenos cheios de mato é desaconselhável.
(P. S. – Para além do mais, nestes últimos dias têm ocorrido trovoadas.)
... e ataque de um cão a uma Pessoa num Parque Público em Almada.
Volto à escrita no blogue e sobre um assunto do quotidiano que já há algum tempo tenho pensado em expor, agora reforçado por uma ocorrência que observei muito recentemente.
Genericamente o tema reporta-se com a falta de civismo dos portugueses, diga-se de alguns portugueses, face ao lixo. Constata-se nas ruas, nas bermas das estradas, nos caminhos… A acumulação de papéis, de sacos e garrafas de plástico, de maços de tabaco, que são atirados para o lado, como se não houvesse contentores de lixo indiferenciado, nem contentores específicos para reciclagem. Até para as roupas e sapatos já existem contentores espalhados pelas mais diversas regiões do País. Contudo o lixo continua a ser atirado de qualquer maneira, para qualquer lado, deixado em qualquer lugar, sem o mínimo cuidado… Nem falo dos cigarros mal apagados que são atirados pelas janelas dos carros, em pleno Verão…
Especificamente, enquadrado neste tema genérico da falta de cuidado relativamente aos lixos, quero referir a acumulação de dejetos de cão, por tudo quanto é rua, passeios e até jardins das cidades que conheço.
É um incómodo permanente caminhar por qualquer passeio público das Cidades que mais frequento: Almada e Lisboa e sermos confrontados sistematicamente com dejetos de cães, que os donos não recolhem, como é sua obrigação. Que a Câmara, pelo menos a de Almada, providencia sacos e sistema de recolha. Mas, e mais uma vez, essa é uma falta de civismo dos donos dos animais. De alguns donos, frise-se! Mas que são os suficientes para que os passeios exibam o mostruário “artístico” que patenteiam.
Infelizmente essa é também uma situação comum a diversas cidades portuguesas que mais esporadicamente tenho visitado.
Mas não haverá ninguém com competência para fiscalizar e atuar sobre estes assuntos?!
Que o primeiro e último fiscal, deveria ser a consciência das pessoas! Que, sem essa auto consciência de auto responsabilização, não haverá sistema de recolha de lixos que funcione!
Especificamente dentro deste âmbito dafalta de cuidado de alguns donos de canídeos, com os respetivos animais, quero apresentar uma ocorrência observada num espaço público dependente da Câmara Municipal de Almada. Concretamente, o Jardim Público, anexo ao Pavilhão Gimnodesportivo do Feijó.
Nos últimos anos, este espaço tem sido cada vez mais utilizado pelos donos de cães. Ação para a qual não foi prevista a sua utilização nem adequação funcional e espacial, de que surgem situações perigosas, até ao momento nenhumas graves, que eu saiba, mas que qualquer dia ocorrem…
Na passada 3ª feira, 27 de Outubro, ao atravessar o jardim, num repente, apercebo-me de um cão a atacar uma pessoa que descuidadamente passava na parte sul da alameda das tílias, a seguir ao edifício das piscinas, cão que saíra precisamente do espaço do Jardim que confina com as referidas piscinas.
A pessoa que acompanhava o cão, supostamente a dona, uma rapariga jovem, não o trazia nem com coleira, nem açaimado, nem conseguia ter mão no cão, por mais que a pessoa atacada lhe pedisse. O animal só não mordeu a pessoa, porque ela tinha um guarda-chuva, com que evitou que ele a atacasse, mas sem nunca ter tocado no animal, que constantemente se eriçava para ela e a rodeava por todos os lados. Esteve nesta situação vários minutos.
Valeu a intervenção de outra senhora, julgo que também proprietária do animal, que inicialmente também não manifestava ter autoridade no mesmo, mas que se lembrou de pedir o guarda-chuva, à pessoa atacada, com o qual conseguiu impor a sua autoridade de dona, evidentemente também sem tocar no animal.
Não é a primeira vez que observo situações em que cães mal treinados pelos donos têm comportamentos semelhantes e que estes têm dificuldade em controlar.
O espaço é muito frequentado por crianças e pessoas de todas as condições, dada a sua localização e funcionalidades adjacentes. E essas foram as funções para as quais foi concebido, planeado e estruturado.
Algum dia acontece desgraça! E depois será o habitual “Ai Jesus!”.
Será melhor prevenir. E não adianta colocar placas e avisos…, que já lá estiveram.
De qualquer modo, as leis já existem e são para serem cumpridas. E as pessoas conhecem-nas.
Esse aspeto foi referido às senhoras proprietárias, que foram sempre educadas e só diziam “Tem razão! Tem razão!”. Mas de que vale às vítimas terem ou não razão se os/as donos/as não trazem os animais devidamente atrelados, se não os conseguem controlar e os transeuntes incautos podem ser atacados e mordidos?!
Para se atravessar um Jardim público, que é um elo de passagem entre vários bairros, para além de acesso às múltiplas e variadas atividades do Pavilhão Gimnodesportivo, as pessoas vão ter que ir prevenidas para eventuais ataques?!
Dir-me-ão… mas tem alguma sugestão sobre o assunto?
Formularia algumas sugestões.
1º - Já que aquele espaço público está a ser exaustivamente utilizado para passear e recrear canídeos, então que sejam exigidas aos respetivos donos as devidas obrigações, nomeadamente trazerem os animais com trela e açaimados. Dir-se-á que a maioria dos animais são mansos e estão educados, o que é verdade, mas todos os anos têm acontecido casos de agressões por cães, algumas bem graves, precisamente às pessoas que lhes estão mais próximas, familiares e vizinhos. Que os julgariam certamente de mansos e educados!
Essa fiscalização que é uma OBRIGAÇÃO das Entidades Públicas, deverá ser feita de uma forma pedagógica e didática, inicialmente, para depois atuar e autuar os prevaricadores. Que é também uma forma de educar e ensinar as pessoas.
Porque as Leis já existem, toda a Pessoa tem obrigação de conhecer a Lei, nem pode invocar em sua defesa o respetivo desconhecimento.
E é um Dever e Obrigação dos Poderes instituídos providenciarem na respetiva aplicação.
Não sei, se neste caso específico, essa é uma competência da Câmara Municipal de Almada, julgo que será, pois que a manutenção do espaço é permanentemente assegurada por funcionários camarários.
Esta ação de fiscalização e atuação é imperiosa e urgente. É fundamental pô-la em prática pelas entidades competentes. Competências que julgo também pertencerem à Polícia de Segurança Pública.
2º - A segunda sugestão penso que é mais exclusiva da Câmara Municipal e consiste na criação de espaços específicos para os cães e respetivos utilizadores, semelhantes ao que existe no topo norte do Parque da Paz, junto à Cova da Piedade. Espaços devidamente vedados, e com dimensão adequada, para os animais poderem estar mais à vontade. E com alguns equipamentos próprios.
Sim, porque não sou contra os animais. Condeno é a atitude e comportamento de alguns donos!
Relativamente a espaços, junto a esse Jardim e Pavilhão existem alguns, que não sei se serão privados se públicos, mas que julgo reunirem condições, à priori, para essa finalidade, após as devidas e necessárias adaptações funcionais, também para o bem estar dos animais e utentes.
A Oeste do Jardim e das Piscinas e a norte das traseiras da Igreja do Feijó e do Centro de Dia, existe uma colina, até parcialmente arborizada pela Câmara, que devidamente vedada, permitiria um espaço ótimo até em termos de dimensão, para essa finalidade.
Já fora da zona do Jardim, na direção norte, quem desce na direção da Cova da Piedade, nomeadamente em frente da Escola Secundária António Gedeão, também existem campos suficientes onde poderiam ser adaptados espaços para canídeos.
Bem sei que aquele Jardim é muito centralizado. Mas como está a ser usado, precisa de reestruturação e de outras medidas, sob pena de algum dia acontecer desgraça!
(foto extraída da net. in: oestegoiano.com.br.)
Que as animais, neste caso os cães, não têm culpa nenhuma. Porque os animais, são apenas isso e somente, animais.
Que os seres humanos também o são, mas têm obrigação de, enquanto Pessoas, serem um pouco mais!
Notas Finais: As duas fotos iniciais do referido Parque/Jardim Público são originais de F.M.C.L., de 2014, no Outono.