Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Texto de Cartazes espalhados em diversas Freguesias…
…de um determinado Concelho:
«EM…
HÁ LIXO NA RUA
E A CULPA NÃO É TUA!
É DA CÂMARA!»
*** *** ***
Este é o texto que enquadra diversos cartazes espalhados por diversas freguesias de um determinado concelho.
Considero que é um manifesto apelo a comportamentos disruptivos, de anti – Cidadania!
E porquê?!
Pontos prévios:
Todos temos consciência que a recolha de lixo e respetivas ações correlativas são de responsabilidade das Autarquias.
Também concordamos que os trabalhadores, funcionários, todas as pessoas que desempenham essas atividades, têm o dever de providenciar no sentido desse trabalho ser bem feito.
Questão fundamental:
E os Cidadãos - todos nós - temos ou não também responsabilidades nesse sentido?!
(…)
E agimos todos com esse objetivo de haver menos lixo, nas nossas ruas, de cidades, vilas e aldeias, dos nossos campos e mares, das bermas das nossas estradas?! (…)
É só olharmos e vermos! De como o lixo e a porcaria imperam nos nossos passeios, nos nossos jardins e parques, nas bermas das nossas estradas e autoestradas, nos caminhos vicinais, nos campos, nas nossas praias, rios e mares…
É só olharmos e vermos! Beatas e maços de cigarros, dejetos sólidos e líquidos dos canídeos, sacos de plástico e papeladas a esvoaçarem, latas e garrafas de bebidas… lixeiras “construídas” diariamente, pelos passantes, atirando tudo e mais alguma coisa, onde lhes dá mais jeito… mesmo que haja contentores perto.
É só olharmos e vermos!
E isto passa-se, por todo o Portugal que conheço, com maior incidência em locais e eventos mais movimentados. É um comportamento atávico em Portugal!
Relativamente à mensagem explícita e implícita no cartaz, ela é de reforço deste comportamento, de relaxamento, face aos lixos.
Por isso a considero de anti – Cidadania!
***
E, o Caro/a Leitor/a, o que acha do assunto?! (…)
***
(Dir-me-á que poderia apresentar o cartaz e seria mais explícito. Até porque tirei foto e já consigo editar. E é bem verdade!
Não apresentei, porque refere-se especificamente a determinado concelho. Mas o comportamento desleixado dos portugueses, face ao lixo, é geral, é nacional.
E vem dimanado de um partido. E não faço publicidade a partidos.)
IP2 - Itinerário Principal 2, faz a ligação Bragança – Faro.
Situo-me, especificamente, na parte que percorre o distrito de Portalegre e dá ligação a EN4 e A6 – Estremoz, já no distrito de Évora.
Porque percorre o Distrito, de Norte, desde a Barragem do Fratel, até ao Sul.
É um projeto começado, remendado, inacabado. Cheio de constrangimentos. No Distrito, nem é, nem deixa de ser!
Tem imensos bloqueios. Injustificáveis! E que nas dezenas de anos em que supostamente existe já deviam estar modificados.
(Em muitos distritos já foi transformado em autoestrada.)
Portalegre é o único distrito de Portugal Continental que não é servido por uma autoestrada.
Não é que eu seja especialmente defensor de autoestradas, mas reconheço que facilitam bastante a circulação rodoviária. (Se houvesse boas vias-férreas!)
Bloqueios mais significativos: Concebe-se que a travessia inclua passagem diária de veículos – milhares! – imensos pesados de mercadorias - por dentro de localidades: Fortios, Portalegre, Estremoz?!
Surpreende-me que ao longo destes anos, mais de trinta… Deputados, Presidentes de Câmaras, de Juntas de Freguesia, Autarcas, Cidadãos em geral, não ponham em causa estes atropelos à qualidade de vida.
Transformar este itinerário em auto estrada?
Quem percorrer de Portalegre a Estremoz, verificará que o que não falta é terreno para alargar para duas faixas de cada lado.
(Passar a sul dos Fortios, a sul de Portalegre, direto à Zona Industrial, a sul da ESTG.)
Outros bloqueios a resolver: “Cruzamento” de Alagoa – Flor da Rosa; Veiros, São Lourenço de Mamporcão, viaduto e “cruzamento” da estação de Portalegre.
Outros haverá, que não me recordo de todos, não sou visto nem mandado para palpites e não me pagam nada para equacionar as melhores soluções.
E Estremoz! Li que já foi lançado concurso público para elaboração do projeto para variante a Estremoz.
Mas o nó para ligação à A6 e à EN4 não está a Oeste da Cidade?!
(Bem vejo que há por ali umas vinhas… e que o vinho dá de comer(?) a um milhão de portugueses! Comer? Mas isso era o que dizia o Outro…)
(A Leste, vão continuar a prejudicar milhares, milhões de Pessoas, no futuro – mas que interessa o futuro? - como até aqui. É só ver os mapas!)
Senhores que tendes poder, que mandais, ou estais mandatados para mandar, tratem de colocar como prioridade construir o IP2. Transformem-no em autoestrada. Terreno – campo não falta!!!!
Mas não se esqueçam que a Linha do Leste, devidamente ativada, permitiria o transporte de toneladas de mercadorias – milhares e milhares – que todos os dias percorrem algumas das vias rodoviárias que especifiquei.
(E uma ponte sobre o Tejo, no Fratel? Pontes sobre o Tejo?! Isso é só lá para as Lisboas!)
Eleições… Poder Local… Lembranças de outros tempos… Governanças… Bitaites…
Aproximam-se as Eleições para os Orgãos das Autarquias Locais. Para daqui a um ano – Set./Out. 2025.
Já por aí andam muitas movimentações, que o pessoal dos partidos “não perde eira nem jeira”!
As eleições são sempre fundamentais. As do Poder Local são muito importantes. Assim os eleitos se interessem por promover as localidades.
O Poder Local, nos anos seguintes a 1974, foi um dos motores de desenvolvimento do País. Os autarcas contribuíram, implementaram muitas das infraestruturas básicas que faltavam por todo o lado. E não falo apenas nas localidades do Interior. Também das Cidades. Sei, sabemos do que falo.
(Em 1974 e 1975, “corri” Lisboa e alguns arredores, em inquéritos de opinião, estudos de mercado, sobre os mais diversos assuntos. Em part-time, por conta de duas empresas que não sei se ainda existem: Norma e IPOPE. Subi e desci escadas e escadas e elevadores, calcorreei ruas, avenidas, ruelas, becos e travessas. Questionei sobre as condições das habitações, vi, porque também me mostravam. E, nalguns bairros, nomeadamente os mais tradicionais, e mais pobres, faltava o básico, tal como nas Aldeias do Interior. Percorri desde os bairros mais estruturados e mais ricos da Cidade, aos das classes médias, médias baixas, dos trabalhadores mais diversificados, operários, que ainda havia muitas indústrias, aos bairros mais pobres e miseráveis. Lembro-me de fazer entrevistas, por ex., no Casal Ventoso, muito antes dos ventos alterosos e perigosos que o haveriam de invadir na década de oitenta. Que, aliás, também invadiriam um pouco todo o País. Muita miséria, mas pessoas simpatiquíssimas. Em 74, ainda cheias de Esperança, que Abril trouxera a todos, não direi a todos - todos, porque para “muito boa e santa gente”, Abril ainda é um espinho na garganta! Mas há vidas e vidas…
Vi de tudo e registei, nas respostas aos inquéritos para as empresas referidas, o que era de registar e documentar. As mencionadas empresas faziam esses estudos de mercado por conta de outras empresas e entidades, as mais diversas. Não sei se também por conta própria. Eu era apenas entrevistador, em part-time. Não tinha qualquer vínculo. Assinaria um acordo temporário, talvez, que já não me lembro. Sei que não fizeram qualquer desconto para as coisas que, agora, são de praxe, nem sei se naquela altura isso seria obrigatório. Sei, porque, quando me reformei, fui saber e não havia nada. Se calhar, à data, também não seria obrigatório. Também isso nada me preocupava, era demasiado jovem para pensar que também haveria de ser velho.
Todo este arrazoado de conversa veio a propósito de nada, só porque me apetece falar sobre coisas de há cinquenta anos e também de agora.
A pobreza, a miséria, eram ainda mais generalizadas. Faltavam muitas das condições básicas que hoje nem consciencializamos: água, saneamento, eletricidade, educação, saúde, habitação, além da vida consumista que temos.
(Bairros da lata em redor das Lisboa(s)?! Nem se fala!)
As legislaturas são para serem cumpridas. Esta, que está em curso, tal como deveriam ter sido as duas anteriores. Mas isso são águas passadas…
Agora, a atual legislatura também deve ser cumprida. Mas sendo este governo minoritário, acha que deve continuar a comportar-se como se tivesse maioria absoluta?!
Não podem pensar que têm a faca e o queijo na mão, lá por “Deus estar com os Anjos”!
(E tem havido grandes sustos já. Este mais recente, dos desacatos, e os incêndios…)
Toda esta conversa, porque quero expor alguns assuntos, propostas para os candidatos, lá para as minhas bandas de nascimento, pensarem como projetos futuros… (independentemente dos partidos…)
Anda tudo numa grande azáfama, por aí. Não haverá localidade deste nosso País em que não andem caravanas de candidatos a cargos e funções em freguesias, câmaras.
É bom sinal, que é uma forma de exercício da Democracia.
Mas… por outro lado, será apenas uma perceção minha, ou muito boa e santa gente anda por ali mais para ganhar protagonismo? Para dar nas vistas? Para eventuais e futuras benesses?!
Faz-me confusão que haja câmaras, com candidaturas até à dezena ou quase.
As promessas são mais que muitas. Anda por aí uma “bazuca” que é uma espécie de varinha de condão. Vai permitir fazer tudo e mais alguma coisa. De repente vão surgir verbas de todo o lado e vai-se construir tudo o desejado e pensado. Até os sonhos mais sonhados vão ser realidade a curto prazo.
Tanta publicidade. Tanta papelada. Tantos outdoors. Chamar-lhes ia antes “fora de portas”. Porque são um exagero. Não vejo necessidade de tanta poluição visual.
Numa das minhas Cidades, “Cidade de Rio e de Mar”, para além desses fora de portas há uma quantidade de “outDores” anunciando “Obra” em todo e mais algum “buraco” que esteja espalhado pelo Concelho. Alguns desses “buracos” são monos que por ali estão, há dezenas de anos, englobando vários períodos de gestão autárquica.
Pois, em todos, caso ganhe determinada força política e candidata… “Vamos ter obra”! É só obrar!
E não gostando de ver tantos e tantos cartazes e outdoors, menos gosto ainda de ver cartazes rasgados ou grafitados. Pese embora eles possam ser realmente exagerados em quantidade e enormidade. Mas não devem ser destruídos.
E, sim, logo que acabe a campanha eleitoral, devem ser removidos o mais rápido que puderem. O que muita vez não acontece, que ficam por ali esquecidos.
Noutra das minhas Cidades, “Cidade de Régio”, na 5ª feira ao final da manhã, deparei-me com uma caravana que subia a “Rua do Comércio”, mesmo ao cimo, para lá do Conservatório. Muita gente jovem, por sinal.
(Agora, muita juventude adere a algumas forças políticas, mais ligadas ao Poder. Dizem que é uma forma de se “aparelharem”. Dizem!)
Desviei-me. Segui pela “Rua da Paciência”. Sugestivo o nome!
Sobre a “Rua do Comércio”, é como quem diz. Que essa nomenclatura é para apenas uma parte dela e o comércio já se foi, há muito.
E não é de agora. Nem das últimas eleições. Foi um derivar do comércio para as proximidades da “Zona Industrial”. Decisões de há anos…Onde concentraram uma data de grandes superfícies.
Para os Senhores e Senhoras Candidatos/as, já deixei sugestões noutros postais.
Por agora e por aqui me fico. Ficam as mensagens. Esperemos que os mensageiros as levem aos destinos certos!
Será que as Hortas Urbanas têm alguma importância num contexto sócio-económico e cultural?!
Ou será que elas são apenas um escape para um segmento populacional mais ou menos desenraízado no contexto urbano ou suburbano em que se insere?!
Será que este modelo de intervenção cultural, de raízes campestres, mas intervindo num espaço citadino e urbano, será apenas passageiro? Reflexo de um tempo de crise e como tal associado a estratos populacionais mais desfavorecidos?
Mais questões poderão ser levantadas…
À partida, quero expressar que sou defensor da sua existência.
Mais, reforço que deverão ser incentivadas as pessoas interessadas nesta prática, apoiadas pelas instituições que o possam fazer, promovendo e definindo práticas de uso de terras camarárias para esta finalidade.
Nesta ação de cultivo de terrenos abandonados no espaço urbano, penso que ganham todos os intervenientes.
Ganham os agricultores urbanos, pois produzem alimentos para si próprios, para familiares e também amigos, pois normalmente quem amanha a terra tem esta característica de personalidade: o prazer de oferecer o que obteve da sua produção. O gosto da dádiva!
Em princípio, os produtos obtidos serão de melhor qualidade, dado que quem produz nestas situações gosta de ter algum cuidado no processo produtivo, evitando, ou pelo menos não exagerando, nos pesticidas.
Possibilita uma saudável ocupação dos tempos livres, de forma construtiva, em contacto com a natureza.
Promove também a interação, o convívio entre os vários participantes nestas tarefas, que muitas vezes se ajudam entre si e com as respetivas famílias.
Ganha a Sociedade globalmente.
Os terrenos são limpos de mato e sujidade, evitando o abandono, a negligência, sem que para isso as entidades autárquicas tenham que intervir.
Evitam-se e previnem-se hipotéticos fogos.
Favorece-se a infiltração das águas pluviais, retendo-as, deste modo não escorrendo tão repentinamente quando chove e infiltrando-se o líquido nos solos. Abastece os aquíferos e evita também a erosão.
Diminui-se o circuito de distribuição e todo o gasto energético inerente, pois produtor e consumidor estão no mesmo elo da cadeia produtiva.
Mas o comércio também ganha com esta prática, com esta moda, digamos.
Nas grandes cadeias de supermercados prolifera periodicamente toda a gama de artigos necessários a estas atividades. Desde as sementes e plantas até aos sistemas de rega e recolha da produção, numa parafernália imensa de objetos mais ou menos engenhosos, de modo a ajudar, facilitar e promover a ação do agro urbano.
E algo que normalmente não valorizamos devidamente. Com o plantio de árvores, arbustos e hortícolas, há uma permanente produção de oxigénio, que nos é indispensável à vida.
São um modelo de intervenção cívica, num contexto de urbes em que, muitas vezes, os laços de Cidadania se foram perdendo.
São uma forma de ocupar as pessoas construtivamente, sabendo nós que o trabalho é uma excelente forma de terapia. E que faz imensa falta a muito boa gente que vegeta por aí sem fazer nem querer fazer nada de construtivo!
E qual o papel que as entidades autárquicas ou outras podem desempenhar?
Como? Disponibilizando terrenos, água, conhecimentos, informação… E, porque não, também formação?!
Criando feiras e/ou locais de venda, facilitando o escoamento da produção, que poderá ser excedentária.
Uma outra forma de promover, divulgar e incentivar seria organizando uma espécie de Concurso entre produtores e respetivas hortas, como se faz noutros ramos de atividade. Algo que teria que ser bem estruturado, auscultando previamente os possíveis interessados.
E outras Entidades como poderão intervir?!
Por ex. Escolas.
As Hortas que visitámos situam-se a norte da Escola Secundária António Gedeão, confinando com a mesma.
Será que na Escola não poderiam ou não serão até já desenvolvidas atividades de intercâmbio?! Visitas de estudo, workshops, troca, partilha de conhecimentos e saberes. Estruturação de ações no âmbito de disciplinas ligadas à Natureza: Ciências Naturais, Geografia?! Ou integradas no contexto da Cidadania: Formação Cívica, Educação para a Cidadania?! Ou outras...
Ou atividades interdisciplinares. Trabalhos de Projeto, por ex.
Note-se que não sei se atualmente ainda existem as Disciplinas mencionadas!
Nas hortas visitadas criaram, nas “divisões/partilhas” de terrenos, um caminho entre sebes de canas entrançadas, que servem de divisórias. Pois esse caminho pedonal é utilizado diariamente por estudantes na ida e vinda das atividade escolares.
Mas e para finalizar.
Realce-se que, embora a intervenção de outras entidades possa ser importante, este movimento tem muito de espontâneo e autónomo! Pelo que convirá ter sempre essa característica em conta nas atitudes e intervenções hipoteticamente a serem feitas!