Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Carita não será propriamente um apelido muito vulgar.
Lopes, por exemplo, é muitíssimo mais difundido.
Todavia, no Alto Alentejo, conheço várias pessoas com este apelido. Dir-me-á: Pudera, é um dos apelidos na sua família, logo é natural que conheça um razoável número de pessoas assim apelidadas.
Verdade! Todavia muitas dessas pessoas não as conheço como pessoas da família. Aliás, essa é uma das minhas questões. Será que todos os Carita(s) têm ligações familiares entre si?! Não sei, realmente.
Os Caritas que conheço são da minha família, nomeadamente os que ascendem às localidades de Aldeia da Mata, de onde sou natural e os de Monte da Pedra. Mas no concelho de Crato, município a que pertencem as duas freguesias referidas, existem indivíduos com este sobrenome, mas que não conheço como familiares.
No distrito de Portalegre – Alto Alentejo, Norte Alentejano, este sobrenome também existe noutros concelhos. No próprio concelho de Portalegre existem Caritas. No de Castelo de Vide, no de Nisa e no de Campo Maior. Não sei se existem noutros concelhos deste distrito ou fora dele. Para além desta Região, também há pessoas assim nomeadas, mas integrantes da designada “Diáspora Alentejana”. Conheço em Almada e em Lisboa. Existirão também noutras regiões de Portugal?! Ignoro.
Relativamente aos Carita(s) da minha Família há uma particularidade que sempre me suscitou interesse e curiosidade. Uma parte significativa desses familiares teve ascendência num povoado que se extinguiu em meados do séc. XIX. Concretamente a aldeia do “Monte Chamisso”. Localizada no concelho do Crato, relativamente próxima de Aldeia da Mata, Monte da Pedra e Vale do Peso.
Uma das minhas trisavós paternas ainda viveu com a sua família nesta antiga aldeia. Daí tendo abalado, provavelmente nesses meados de Novecentos. Chamava-se Rosa de Matos, o marido, João Carita.
A minha Avó, Rosa de Matos Carita, 1893 -1978, falava dessa sua Avó e contava a história dessa abalada!
Em próximos postais irei escrevendo sobre este tema, contando algumas histórias.
(Umas em Aquém-tejo. Outras no Apeadeiro.)
Se O/A Caro/a Leitor/a conhecer algo relevante sobre este apelido, CARITA, comunique, SFF!
Voltamos em “Aquém-Tejo”, a escrever sobre o nosso Alentejo.
Em primeiro lugar, felicitar o Povo de Campo Maior, pelo facto de as suas Festas terem sido, ontem, dia 15 de Dezembro, reconhecidas como “Património Cultural Imaterial da Humanidade”, pela UNESCO. Parabéns! Inteiramente merecido.
O Alentejo cada vez mais universal! Felicitações também a Portugal. O reconhecimento é também de Portugal.
(Só visitei uma vez este extraordinário acontecimento, no distante ano de 1982. Tenho fotos, tiradas com a antiga máquina. Lindíssimas!
Não dispondo eu, no computador, de fotos minhas sobre as Festas, ilustro com fotos de rosas do meu quintal…)
Outro tema também genuinamente Alentejano, é o que se refere a Capotes e Samarras. Penso que ninguém terá dúvidas sobre a idiossincrasia tipicamente alentejana destas vestimentas. Gosto imenso de ver pessoas usando este vestuário. Todavia, não tenho nenhum exemplar desta indumentária. Nem penso adquirir. Gosto de ver nos outros, mas não de usar. Não me sinto confortável. É como o vermelho ou encarnado, como quiser dizer. Gosto de ver nos outros, mas não gosto de me vestir de vermelho. Ou encarnado?! Mesmo sendo simpatizante do Benfica!
Mas que tem tudo isto a ver?!
Pois, na semana passada, também noticiaram que um indivíduo do Norte resolveu patentear a fabricação de capotes e samarras e exigir direitos de autoria, aos fabricantes destas vestimentas, há dezenas de anos.
No mínimo, paradoxal! Sentido de oportunidade ou oportunismo?!
O que fazer?! As Entidades Regionais e Nacionais(?), ligadas à Cultura, providenciaram no sentido de anular tal situação. Conseguirão revertê-la?
E a atitude das entidades que patentearam tal bizarria?! Limitaram-se apenas a assinar de cruz?! Não seria suposto que, pessoas que superintendem em questões destas, tivessem conhecimentos sobre a originalidade do que subscrevem e aprovam?! Digo eu!
Desde já será fundamental que, na sequência do acontecido, estes produtos genuinamente alentejanos, sejam de facto patenteados como tal.
Vivemos num mundo global, com regras que nos ultrapassam nas boas vontades, no bem fazer sem interesses mesquinhos. Deverá haver precaução. O mundo está cheio de gente a querer enganar os outros. “Meio mundo a enganar outro meio”?
Patentear os produtos, como genuinamente alentejanos e reconhecimento factual de quem os vem produzindo há dezenas de anos.
Que não aconteça o mesmo que à célebre “Camisola Poveira”!
Tenho dito! Rosas e mais rosas... Que este mundo o que precisa é de mais flores, como nas Festas do Povo de Campo Maior!