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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

“Canção de Coimbra – Muito Mais do que Fado” - Tertúlia Coimbrã de Miratejo

Auditório Fernando Lopes Graça

 

Fórum Romeu Correia – Almada

(9 de Abril 2016 - Sábado)

 

E, porque temos andado a falar de Cultura, não posso deixar de falar de um Acontecimento Cultural ocorrido ontem.

Foi um “Evento Excepcional”, em todos os sentidos. Primeiro, porque não circulam por aí espetáculos de “Fado e Canções Coimbrãs”, todos os dias e, segundo, pelo seu nível de excelência.

 

(E ocorreu este acontecimento num espaço de tempo em que ainda não tínhamos designado, como Senhor Ministro, o Novo da Cultura. Imagine-se se tivéssemos!

Constate-se o óbvio. De que, atualmente, já temos um Outro Senhor Ministro da Cultura.

E é caso para se dizer: E a falta que um Senhor Ministro nos faz!)

 

Mas para o caso vertente, nem fez nem deixou de fazer, nem isso vem ao caso.

 

Coimbra In wikipédia.jpg

 

Segundo o título em epígrafe, ouviram-se, no Auditório Fernando Lopes Graça, “Canções de Coimbra”: Fados, instrumentais, baladas, algumas com caráter de “canções de intervenção”, como de facto o foram, e como tal executadas e escutadas antes de “25 de Abril de 74” e nos anos imediatamente subsequentes.

Um evento memorável, a merecer uma sala completamente cheia, pelo menos eu supusera isso, que até comprei bilhete de véspera. Mas não. Estaria aí a oitenta por cento, digo eu. De qualquer modo, bem composta e com algumas lindas vozes que, ecoariam a meio do espetáculo, ao apelo e pedido dos Cantores intervenientes, por ex. na “Samaritana”.

 

Mas não nos adiantemos.

Já que falámos em Cantores, foram eles: Filipe Lopes, Francisco Naia, Joaquim Monteiro. Que Vozes! Mais ainda na segunda parte, as gargantas aquecidas pela execução anterior, notando-se um crescendo na qualidade performativa.

Acompanhados, também de forma excelente, pelos guitarristas e violistas. Em várias intervenções apenas os instrumentais, que aliás abriram a atuação, com “Verdes Anos”, de Carlos Paredes.

Dos instrumentistas, em guitarra portuguesa, estiveram António Serrano Baptista e Miguel Serrano Baptista e julgo que Álvaro Albino.

Em viola, só me pareceu estar um executante. Não sei se Nuno Correia, se João Costa.

(Desculpem-me se estou a ser pouco preciso.)

Mas, que Executantes!

 

Evocaram através das “Canções ”: Carlos Paredes, Luís Goes, Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Alegre; estes fazem parte do “universo dos meus conhecidos”, todavia nem sempre identificando todas as canções e respetivas autorias, exceto as mais óbvias. Ainda de outros Autores mais antigos ecoaram as lembranças de: Augusto Hilário, Edmundo Bettencourt, Artur Paredes, António Portugal e mais, que não consegui registar todos os nomes.

 

(Apesar de, na execução de cada peça, projetarem no écran, as Autorias. E imagens sugestivas da Cidade do Mondego, mais ou menos antigas. Mas não consegui passar todos os registos ao papel, devido à fraca luminosidade.)

 

Também peças recentes!

 

“Verdes Anos”, de Carlos Paredes; “Balada do Tempo Breve”, de Luís Góis; “Fado Sugestão”,  “Falas de Amor”, “Meu Pensamento”, de Francisco Naia; “Estudo em Lá”, “Cantiga Para Quem Sonha”, “Cantiga de Amigo”, “Maio de 78”, “Sede e Morte”, de Carlos Paredes; “Fado dos Beijos”, “Canção Com Lágrimas”, “Balada do Mar”, “Traz Outro Amigo Também”, de Zeca Afonso; “Fado das Andorinhas”, “Quadras da Ilha”, “Rosas Brancas”. (...)

 

Estas foram as Cantigas cantadas, executadas, mais ou menos na sequência temporal do espetáculo, em que intervalavam fados mais tradicionais, baladas coimbrãs, e instrumentais, não necessariamente por esta ordem, mas com uma sequência estruturada, que o espetáculo está muitíssimo bem delineado e organizado. (Observa-se que não é a primeira vez que está a ser apresentado. Está muito bem “oleado”, perdoe-se-me a expressão.)

 

Em todos os domínios houve um nível de excelência. Que, friso, o que venho defendendo, que estes eventos deveriam ser de passagem obrigatória nas “nossas” televisões.

 

(E digo “nossas”, porque, “nós”, os consumidores de eletricidade, pagamos taxa de audiovisual. Para além do que pagamos, de muitas maneiras e feitios, e que reverte para as televisões, mesmo as privadas. Porque, por ex., quem paga a publicidade que nos impingem a toda a hora, seja em suporte papel, em áudio ou visual?!)

 

Ainda houve encores finais, que, estrategicamente, nos brindaram ainda com mais algumas “Cantigas” em coro. A que a assistência, quem sabia e podia, tentava acompanhar.

Na “Samaritana”, fado tradicional conhecidíssimo, foi onde mais se empolgaram as vozes da assistência, como já mencionei.

 

Houve ainda um outro fado tradicional, precisamente designado “Fado Corrido de Coimbra”, de que retiro de memória, sujeita a erro, os seguintes versos:

“...De Coimbra chega mesmo a ter Saudade / quem não conhece a Cidade.”

(O que é completamente Verdade!)

 

E que é quase um “aforismo”, que ainda estamos neste registo, pois qualquer ser sensível e pensante, se emociona com a audição dos belíssimos “Fados de Coimbra”, audíveis no passado sábado, no Fórum Romeu Correia. Mesmo que não conheça a Cidade, ou nela não tenha vivido ou estudado, caso meu. Que apenas conheço a “Cidade Mondeguina”, como visitante, em modo de turismo ou trabalho.

 

Pois, e para terminar, Senhora Leitora e Senhor Leitor, caso tenha oportunidade e conhecimento da ocorrência deste espetáculo, Não Perca!

 

Ficará enriquecido enquanto Ser Humano sensível e inteligente. Para além do respetivo engrandecimento cultural, independentemente de haver ou não Ministro da Cultura!

 

E qual é a Cidade, qual é, que é “Cidade de Arte e Cultura”?!

 

(E, realço, ainda, que os preços são extraordinariamente convidativos.)

E, ainda!

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