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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

O “Chamiço”, em Aquém-Tejo

Ponte do Chamiço. Foto original. 02.02.23.

Ligações para os postais focados nesta temática.

Concretizo, hoje, uma ideia que vinha congeminando há algum tempo. Publicar um postal com ligações para os vários postais sobre estes assuntos relacionados com o apelido “Carita”, o Chamiço e o Alto Alentejo.

Não sei se conseguirei operacionalizar todas as ideias pretendidas. Preciso publicar algumas informações que me foram disponibilizadas por Primo João Carita. Enquadrar os diversos assuntos, interligando-os. Pesquisar. Terei de me organizar. Não sei!

Independentemente do que faça ou venha a fazer, ficam desde já os itens que nos reportam ao que já foi abordado nos dois blogues.

À consideração e à disposição de quem queira conhecer um pouco mais sobre estes assuntos. Agora! E no futuro!

Obrigado pela atenção.

As fotos?! Novamente a Ponte da Ribeira do Chamiço! E Árvores autóctones!

Porquê?! Pela simbologia associada às Pontes. Pela Riqueza Patrimonial por ela testemunhada, no plano da História, da Geografia, da Arquitetura, da Engenharia…

Não acredita?! Se um dia tiver oportunidade, visite, SFF. Veja com os seus próprios olhos.

E porque o Monumento está em processo de degradação e é urgente “dar-se-lhe a mão”!

Árvores autóctones. Original. 02.02.23.

(Sobre a escolha das Árvores não são precisas explicações.)

Eis as ligações:

O apelido Carita e o Alto Alentejo

«O Chamiço, antiga freguesia do Priorado do Crato» (Cap. I)

«O Chamiço, antiga freguesia do Priorado do Crato» (Cap. II)

«O Chamiço, antiga freguesia do Priorado do Crato» (Cap. III)

O Chamiço em “Etnografia Portuguesa” … (I)

O Chamiço em “Etnografia Portuguesa” … (II)

Ainda o despovoamento do Chamiço… A Trisavó Rosa de Matos e o “Monte Chamiço” - O que me relatou o Primo António Carita.

Chamiço: Cruzamentos de Vidas!

*******

“Gentes da Gente” vai ao Chamiço - Rádio Portalegre – Sábado 20/05/23.

“Gentes da Gente” foi ao Chamiço - Rádio Portalegre – Monte da Pedra – Chamiço.

Ainda sobre o Chamiço…  Na sequência de “Gentes da Gente”, algumas notas finais…

Ligação para “Apeadeiro da Mata”

Outros POSTAIS de algum modo relacionados com o “Chamiço”:

Onde ficava o Sourinho?!

A Pedreira das Mós – Couto do Chamiço – Monte da Pedra

As pedras também têm nome de baptismo?! - Pedras peculiares no “Couto do Chamiço”

A Laje de Santo Estevão - Monte da Pedra.

Boas navegações!

Obrigado pelas visitas!

Chamiço: Cruzamentos de Vidas!

Ponte antiga. Foto original. 02.02.23.

Neste postal nº 1139, abordo alguns aspetos referentes aos dois Autores cujos trabalhos escritos divulguei sobre o povoado “Chamiço”.

O texto de Professor Manuel Subtil, a partir de fotocópia do Jornal “A Mensagem”, publicado em data que desconheço. Deduzo ser transcrição de texto publicado no Jornal “Brados do Alentejo” de Estremoz, na década de trinta. Cito:  blogue Em Comenda.

Sobre este Autor, remeto para ligação, in. RUAS COM HISTÓRIA”…

Transcrevo dois excertos:

«MANUEL SUBTIL, Professor e Educador, nasceu na Freguesia de Vale do Peso (Crato), a 05-02-1875, e faleceu em Lisboa, a 15-04-1960.  (…)

Entre 1925 e 1944, integrou o corpo docente do Instituto de Orientação Profissional, na sequência de um convite de Faria de Vasconcelos.» **    (…)

O seu nome faz parte da Toponímia de: Crato (Freguesia Vale do Peso – Rua Professor Manuel Subtil). Fonte: “Dicionário de Educadores Portugueses”, (Direcção de António Nóvoa, Edições ASA, Edição de 2003, Pág. 1350, 1351 e 1352)

*******

Caminhos e ruas. foto original. 02.02.23.

** Nunca conheci o Professor Manuel Subtil, apesar de sermos de localidades próximas. Faleceu, era eu criança. Mas é curioso o facto de ele ter sido Professor no I.O.P. – Instituto de Orientação Profissional -, de 1925 a 1944, Instituto onde eu haveria de ser aluno em 1985 /87! A Vida tem destas particularidades!

Através do texto narrativo “O Chamiço, antiga freguesia do Priorado do Crato” “voltamos a cruzar-nos”. Sendo o senhor de Vale do Peso, localidade próximo do “Chamiço”, é muito natural que se tenha debruçado sobre o assunto. Nasceu em 1875, já o povoado era extinto. Todavia terá ouvido contar sobre o tema, dada a proximidade espacial e temporal. Provavelmente terá visitado. Terá até conhecido pessoas que lá viveram. Tinha conhecimento, oral, das deslocações semanais da lavradora, de apelido Carita, a Vale do Peso, para assistir à missa. Senhora Carita, minha Trisavó, uma das minhas ascendentes, que haveria de abalar para Aldeia da Mata, determinando que seja minha terra natal!

Como as Pessoas e as situações estão interligadas, sem elas disso terem conhecimento, porque mesmo vivendo em espaços, tempos e contextos completamente diversos, acabam por se entrecruzar!!

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Sobre Professor Doutor José Leite de Vasconcellos, remeto também para ligação na internet. Foi uma Pessoa notabilíssima, eminente, da nossa Cultura, como se pode verificar da leitura do texto da Wikipédia. Visitou o Norte Alentejano e a povoação do Chamiço, por volta de 1930, tirou fotos, figs. 122, 123, 124 e 125, registadas em “Etnografia Portuguesa”. Fez recolha oral junto de dois velhos de Gáfete, na data referida.

 Não concordo que refira que “lavradora, de apelido Carita” foi a primeira que abalou, porque não foi.

*******

Fotos escolhidas simultaneamente para divulgar a antiga Povoação e o respetivo Património. A ponte precisa de manutenção e proteção, sob pena de se ir destruindo. (A primeira vez que vi foto desta ponte, na net, ela estava em melhor estado.)

E também estas fotos, por simbolismo, significação: Ponte como sinal de união, ligação entre espaços e tempos. Cruzamento de caminhos / antigas ruas: metáfora dos cruzamentos na Vida).

“Alpendre” das festas: Ligação do presente ao passado e ao futuro.

alpendre festas. Foto original. 02.02.23.

Urge, classificar o Sítio, como Monumento.

 

Ainda o despovoamento do Chamiço…

Igreja Chamiço. Foto original. 02.02.23.

A Trisavó Rosa de Matos e o “Monte Chamiço”

Resto de Casa. Foto Original. 02.02.23.

(O que me relatou o Primo António Carita.)

“…Os salteadores foram roubando as pessoas que viviam na freguesia do Chamiço. Que iam ficando sem nada. Devido a essa situação foram abalando, abandonando a povoação com medo dos assaltos. Deslocaram-se para as terras mais próximas: Monte da Pedra, Vale do Peso, Aldeia da Mata, Gáfete… Até que, a dada altura, só lá vivia a Trisavó Rosa com algumas pessoas que para ela trabalhavam enquanto lavradora. Já não havia ninguém na povoação. Já haviam retirado gado, tudo o que pudessem.

Até que um dia, também os ladrões a assaltaram na sua própria casa. Deitaram-na num cadeirão, foram buscar um alguidar, de aparar o sangue dos porcos, e uma faca, ameaçando-a de morte, caso ela não lhes desse o ouro que tinha. “Tem que nos dizer onde tem o ouro, sabemos que tem ouro. Tem que nos dar, se não nos der, matamo-la”. Intimidavam-na.

A Trisavó perante essas ameaças, e nessa aflição, viu-se na contingência de lhes dar o que tinha. Face à situação também ela acabou por abalar da aldeia do “Monte Chamiço”, despovoando-se assim a terra na totalidade. Foi a última a sair da “aldeia”.

A Casa da Trisavó ainda lá existe, na parte central do que resta da antiga localidade, a cerca de oitenta / cem metros da igreja e relativamente à mesma distância das habitações e construções ainda existentes, a sudoeste, junto à ribeira.  …”

*******

Esta é a versão que escrevi a partir do relato oral que me foi descrito pelo Primo António Carita, no dia 12/02/23. A sua Mãe, Tia Maria Carita (1918 – 1997) viveu em jovem, em casa de Tia Maria de Sousa e de Tio Francisco Carita, filho da “célebre” Trisavó Rosa de Matos. A última habitante da antiga povoação do “Monte Chamiço”, juntamente com os seus criados / trabalhadores mais fiéis.

Em todas estas narrativas há algo que nunca foi referido até aqui. Infere-se que esta Trisavó, à data destas ocorrências, já seria viúva do Trisavô João Carita, de quem ela herdou o apelido.

Volto a mencionar que os filhos deste casal foram: Maria Conceição Carita, minha bisavó e de todos as minhas primas em 1º grau, do lado paterno e primo António Carita; Manuel Carita, bisavô de Prima Arlete Carita - e respetivas irmãs e irmão - que me disponibilizou fotocópia do artigo de Prof. Manuel Subtil. E o já várias vezes referido Francisco Carita, pai de Drº João Carita de Sousa, falecido cerca dos trinta anos e sem descendência.

*******

Fotos: Volto a divulgar o Património do povoado, que importa salvaguardar, preservar. Valorizar! Classificar!

1ª foto: A frontaria da ermida, tutelando o postal.

2ª foto: Restos de uma casa a que atribuem funcões na “Romaria de Santo Isidro”, em Maio.

Estrutura cuja funcionalidade parece intrigante.

Foto original. 02.02.23.

A ponte, lado jusante, e parte do antigo moinho.

Ponte. Foto original. 02.02.23.

Parte da estrutura do moinho.

Moinho. Foto original. 02.02.23.

 

O Chamiço em “Etnografia Portuguesa” … (II)

Ponte. Foto original. 02.02.23.

Neste postal nº 1134, ainda me debruço sobre a velha “aldeia” do Chamiço, a partir de:

Etnografia Portuguesa – Tentame de Sistematização – Prof. Doutor José Leite de Vasconcellos – Volume IV –

Lisboa – Imprensa Nacional – 1958

Livro I – A Terra de Portugal – pp. 654 e 655

Terrenos. Foto original. 02.02.23.

(…)

*******

Mó. Foto original. 02.02.23.

«Quando e como se desmoronou o Chamiço?

Dois velhos de Gáfete, que em 1930 contavam respectivamente 80 e 85 anos, referiram-me o seguinte, interrogados cada um por sua vez, e em separado. Em pequenos haviam ainda conhecido o Chamiço, que tinha 8 ou 9 fogos, incluindo a morada do paroco. A povoação constituia frèguesia: orago o Martle Santo (S. Sebastião), - pôsto que isso não conste nem da Corografia do P.e Carvalho, nem do Portugal sacro e profano (serie anexa). – Faziam-se lá festividades, e no largo da igreja touradas: a umas e outras concorria gente do Monte-da-Pedra, Aldeia-da-Mata, Gáfete. Um dos dois velhos assistira ainda a uma corrida de touros, e a uma festividade. Acrescentaram ambos que a destruição da povoação a motivaram continuos assaltos de ladrões: os habitantes, vendo-se desamparados naquele descampado e solidão das herdades, fugiram. Quem primeiro abalou, foi uma lavradora, de apelido Carita, a mais rica da terra: tendo dado tal exemplo, as outras familias seguiram-na, porque menos protegidas ficavam. Até contou um dos velhos o caso de haver sido apernado pelos ladrões um criado da mencionada lavradora, deitado ao chão, e coberto com uma manta; levantando-a, espreitou, e conheceu os ladrões. Por decôro não se declara aqui o nome da terra a que pertenciam.

Assim reza a tradição oral. (…)»

*******

Forno comunitário. Foto original. 02.02.23

(Algumas notas complementares:

Registo algumas referidas no postal anterior. Segui o texto a partir da fotocópia que tenho na minha posse. As mesmas dificuldades na transcrição de palavras com grafia diferente da atual, especialmente nos acentos. Os realces a negrito são de minha lavra.

A fonte informativa de Professor Doutor Leite de Vasconcellos foi também oral. Os dois velhos de idades 85 e 80 anos, terão nascido respetivamente em 1845 e 1850.   Depreende-se do mencionado que não terão nascido no Chamiço, mas em Gáfete.

Quando li este excerto na Biblioteca Nacional, algo que me chamou a atenção foi a expressão “apernado”. Não é uma palavra muito vulgar, mas também era o termo que a minha Avó usava, quando relatava os acontecimentos.

Outro aspeto foi a menção de que a lavradora Carita fora a primeira que abalara. O que estava em contradição com o que sempre ouvira a minha Avó. E, agora, após ler também o artigo de Prof. Subtil reforça essa contradição. Também a versão que Primo António Carita sempre ouvira a sua Mãe, Maria Carita, contradiz essa referência.

A situação de o criado ter reconhecido os ladrões, como sendo de uma localidade próxima, também a minha Avó me contava, mencionando a terra. Que eu, reforçando a atitude de Professor Leite de Vasconcelos, também não revelo. Todavia não deixaria de ser curioso saber qual a terra que os velhos terão referido, se coincidiria com a que minha Avó dizia.

Nas Memórias Paroquiais, de 1758, vem referida esta povoação “Monte Chamisso”.

Estes são alguns dos aspetos que vêm mencionados na Etnografia Portuguesa sobre o Chamiço. Há mais algumas referências etnográficas de interesse. Mas eu, nestes textos, o que pretendia era realçar fundamentalmente as questões reportando-se a essa minha Trisavó, Rosa de Matos, de apelido Carita, do marido, João. Enquadrando todos estes aspetos na premissa / questão inicial sobre as interligações do apelido Carita no Alto Alentejo.

Terreno com barragem. Foto original. 02.02.23

Ainda quero consultar os dados do Arquivo Distrital de Portalegre.

 

O Chamiço em “Etnografia Portuguesa” … (I)

Igreja do Chamiço. Foto original. 02.02.23.

Postal nº 1133: A velha “aldeia” do Chamiço, a partir de:

Etnografia Portuguesa – Tentame de Sistematização – Prof. Doutor José Leite de Vasconcellos – Volume IV –

Lisboa – Imprensa Nacional – 1958

Livro I – A Terra de Portugal – pp. 653 e 654

(…)

«… o Chamiço, no termo de Gáfete (Crato), que em 1532 era uma aldea chamada Monte do Chamiço, e encerrava 36 moradores «dos quais cinco viuvas»; Monte tem aqui significação rural, tão corrente no Alentejo, e aplica-se como parte componente do nome proprio. Ainda no sec. XVII se dizia assim; hoje diz-se apenas o Chamiço, sem Monte preposto.

Se o leitor perguntar em Gáfete onde ficava o Chamiço, indicar-lhe-hão perto da ribeira do mesmo nome e da ribeira de Margem, um terreno, de irregular superficie, com a área de uns 400 metros quadrados, alastrado de pedaços de telhas e onde ha troços de ruas, uma d’elas bem cortada na rocha granitica que forma o sólo, e restos de dezenas de casas. Algumas das casas, de paredes de alvenaria, tinham andar alto; nestas paredes e noutras vê-se ainda de onde em onde rebôco e cal. Numa elevação sobranceira ás ruinas ergue-se uma igreja, sem tecto e desmantelada, com pedaços de altares e de um pulpito por unicos vestigios de culto. Vid. figs. 122, 123, 124 e 125. Não se encontra no Chamiço um unico edificio habitado ou habitavel. … »

Antiga rua. Foto original. 02.02.23

*******

(Algumas notas complementares:

Nesta descrição sobre o Chamiço, excerto do livro supracitado, procurei transcrever conforme o original, de 1958. Que terá respeitado a grafia do Autor, certamente manuscrita, muito provavelmente na década de trinta. Data a que o Professor faz referência sobre as pesquisas, in loco. Tive especial dificuldade nos acentos, pois, no texto que possuo, existem algumas diferenças significativas face à grafia atual, mesmo antes do “famigerado” Acordo / “Desacordo”.

- Frisar também que ainda no séc. XVIII se designava “Monte” conforme mapa de 1762, onde se refere “M.te Camisso”. E, nas Memórias Paroquiais de 1758, também se designa de “Monte Chamisso”. -

O texto em que me baseio resultou de fotocópia tirada na Biblioteca Nacional – Lisboa. Em meados da 2ª década deste séc. XXI.

As figuras a que o Autor se refere estão a preto e branco. Em fotocópia, não dão para reproduzir.

Apresento novamente foto da igreja. E de alguns espaços – ruas. Fiquei intrigado com a referência a rua talhada em rocha granítica.

Também me intriguei com a referência que Primo António Carita me fez sobre a localização da casa da Trisavó.

Em futura visita irei observar melhor estes aspetos.

Antiga rua. Foto original. 02.02.23

Em posterior postal ainda apresentarei referência ao “desmoronamento do Chamiço”, segundo livro mencionado e Autor citado.

E penso finalizar com a versão de Primo António, segundo o que sua Mãe lhe contava. Sua Mãe, minha Tia Maria Carita, que viveu, em jovem, em casa de Tia Maria de Sousa e Tio Francisco Carita, filho da Trisavó do Chamiço, Rosa de Matos. Saberiam bem como ocorreram os acontecidos.)

Rua antiga. Foto original. 02.02.23.

Ver também, S.F.F.

E, ainda, SFF.

As pedras também têm nome de baptismo?!

Pedras peculiares no “Couto do Chamiço”

Pedra. Foto original. 02.02.23.

Isto de dar nomes às pedras será um dom?! Haverá quem lhe chame outra coisa. Mas… “isto cada um é como cada qual”.

Pedra. Foto original. 02.02.23.

Bem, na visita à Pedreira das Mós, no Couto do Chamiço, o senhor que nos guiou, também nos interpelou e comentou sobre duas pedras muito particulares, especialmente uma, sensivelmente a sul sudoeste da Pedreira. Em que, por acaso, eu logo reparei, mal cheguei ao espaço, pois ela, apesar de pequena, destaca-se face a todo o conjunto ambiental.

As fotos da pedra são elucidativas.

Pedra. Foto original. 02.02.23.

Nas fotos, a que mostra o lado sul da pedra, quando ela está praticamente em linha reta com a pedreira, nota-se um maior desgaste. O Srº Aníbal Rosa, certamente conhecedor e observador do espaço, há dezenas de anos, e intrigado com a situação, questiona-se e questiona-nos sobre o eventual facto de essa pedra ter desempenhado alguma funcionalidade face às pedreiras.

Pedreira. Foto Original. 02.02.23.

Não tenho qualquer resposta opinativa sobre o assunto. Que desconheço na totalidade. Inclusive, ignorava a existência da Pedreira. (Todavia, é interessante referir que a minha Avó Carita, a dos contos tradicionais e narrativas sobre a sua Avó do Chamiço, tinha lá uma propriedade que, por herança, pertence atualmente aos meus primos, filhos de Tia Maria Carita. Propriedade que se chama “Tapada das Mós”! Não a visitei, desta vez. Isto das conversas…)

Mas voltando à pedra….

Pedra. Foto original. 02.02.23.

Outra perspetiva.

Pedra. Foto original. 02.02.23.

E uma outra pedra, que o nosso “Cicerone” também tem batizada.

Pedra. Foto original. 02.02.23.

Caro/a Leitor/a, não vou dizer o nome de batismo. Desta lembro-me do nome por ele atribuído. Da outra não.Tentarei saber.

Se a(s) batizasse, que nome lhe(s) atribuiria?!

E, por aqui me fico, sobre pedras… por agora.

Pedras que tal como nós acabam por ter o mesmo Destino!

“ÉS Pó…”

(Demoram é muito mais tempo.)

 

«O Chamiço, antiga freguesia do Priorado do Crato» (III)

(Cap. III)

pelo Prof. Manuel Subtil

In. “A Mensagem”. p.5

(…)

«Em tais condições era impossível e até desnecessária a manutenção da paróquia, a qual foi, por esse motivo, extinta.

As imagens, a sineta e outros pertences da igreja foram, por determinação da autoridade eclesiástica, distribuídos pelas igrejas circunvizinhas.

A imagem do orago – S. Sebastião, como dissemos – foi para Vale do Pêso. A sua transferência constituiu motivo de grande regozijo para esta povoação, e realizou-se com a possível solenidade. Toda a gente que o pôde fazer se deslocou ao Chamiço e a imagem foi conduzida processionalmente, entoando-se, durante o percurso que é de quatro quilómetros, aproximadamente – a Ladainha de todos os Santos, dizem uns, ou o Bendito, afirmam outros – indo todos sempre com o maior respeito.

Ficou o Santo exposto à veneração dos fiéis no altar da Senhora do Rosário (c).

Pouco tempo passado, só residia no Chamiço uma lavradoura abastada e aqueles que a serviam permanentemente. Tinha o apelido de Carita.

Era uma senhora alta e clara, magra e simpática. Depois que acabou a freguesia do Chamiço, passou a ouvir missa, aos domingos, com alguns servos seus, na igreja de Vale do Pêso, talvez por aí se encontrar S. Sebastião do Chamiço, a quem ela tantas vezes teria dirigido suas preces em horas aflitivas; ou talvez, por ali morar uma sua amiga, lavradoura abastada também, pertencente a uma família ilustre de Vale do Pêso, D. Maria Caldeira Durão, ou Duroa, como o povo dizia, senhora que, ao contrário da sua amiga, era excessivamente baixa.

Depois da visita habitual, lá seguia a srª Carita para a deshabitada povoação, à qual só ela teimava em manter uns restos de vida e de movimento.

Mas foi curta essa teimosia, pois em breve teve ela também de abandonar a velha aldeia, porque foi assaltada e roubada.»

*******

«(c) - Foi há anos retirado e substituído pela imagem actual, por iniciativa do Revdo. Pároco Sr. Pe. João Cotrim, pároco da vila de Amieira.»

*******

Notas finais:

Termina, assim, a publicação desta excelente narrativa sobre o historial do Chamiço e da lavradora Carita. De Autoria de Prof. Manuel Subtil, uma Personalidade notável de Vale do Peso.

Continuo a não publicar fotos documentais, embora, hoje, já tenha na minha posse um considerável acervo de fotografias da "aldeia" do Chamiço.

Como as obtive?!

Ontem, dia 02/02/23, “Dia da Senhora das Candeias” convenci o Amigo Casimiro, mais que amigo, um amigão, a irmos visitar o “velho Chamiço”. Na sua carrinha, fomos, pelo caminho vicinal que parte da estrada Crato – Monte da Pedra, na direção Leste, até ao povoado em ruínas. (Este caminho está em muito mau estado, na sequência das chuvas.)

Mas a visita foi excelente, até porque tivemos Cicerone, também de excelência.

Publicarei próximos postais sobre a visita. Entretanto consulte os anteriores, SFF. Obrigado!

E, também.

 

Onde ficava o Sourinho?!

A propósito de um comentário e pedido de esclarecimento.

Relacionado com as “Memórias Paroquiais” de 1758.

Mapa Alentejo. Foto original. 29.01.23.

Face à solicitação que me foi formulada em comentário, no mencionado postal sobre as Memórias Paroquiais, resolvi publicar foto de documento que tenho na minha posse, fotocópia de “Mapa da Provincia do Alentejo”, de 1762.

Mapa Alentejo. Foto original. 29.01.23.

Obtive a fotocópia referida, em pesquisa efetuada, julgo que na Biblioteca Nacional – Lisboa – Portugal. Não me lembro a partir de que documento, que não encontrei ainda, entre os meus, os registos respetivos. Essa pesquisa terá sido realizada na década anterior, 2ª década, deste século XXI.

Neste mapa podem ser visualizadas referências a localidades existentes nessa data, atualmente extintas. A localidade do SOURINHO é uma delas.

Aldea da Mata. Foto original. 29.01.23.

Outra é a da Aldeia do "MONTE CAMISSO", sobre a qual tenho documentos escritos e narrativas orais que quero documentar no blogue “Apeadeiro da Matta” e também neste, “Aquém-Tejo”.

Este postal insere-se, desde já, nesse objetivo.

Para além das localidades citadas e extintas, figuram as que ainda existem, nomeadamente "Aldea da Mata".

Monte da Pedra ainda não existia. Sobre o facto, consultar as referidas “Memórias Paroquiais” de 1758.

Votos de boas leituras.

Voltarei ao tema da Aldeia do Monte Chamiço e da Família Carita.

Saúde, Paz, bons passeios. E, Poesia e Alegria!

 

O apelido Carita e o Alto Alentejo

Carita não será propriamente um apelido muito vulgar.

Lopes, por exemplo, é muitíssimo mais difundido.

Todavia, no Alto Alentejo, conheço várias pessoas com este apelido. Dir-me-á: Pudera, é um dos apelidos na sua família, logo é natural que conheça um razoável número de pessoas assim apelidadas.

Verdade! Todavia muitas dessas pessoas não as conheço como pessoas da família. Aliás, essa é uma das minhas questões. Será que todos os Carita(s) têm ligações familiares entre si?! Não sei, realmente.

Os Caritas que conheço são da minha família, nomeadamente os que ascendem às localidades de Aldeia da Mata, de onde sou natural e os de Monte da Pedra. Mas no concelho de Crato, município a que pertencem as duas freguesias referidas, existem indivíduos com este sobrenome, mas que não conheço como familiares.

Portalegre. Foto original. 26.11.22.

No distrito de Portalegre – Alto Alentejo, Norte Alentejano, este sobrenome também existe noutros concelhos. No próprio concelho de Portalegre existem Caritas. No de Castelo de Vide, no de Nisa e no de Campo Maior. Não sei se existem noutros concelhos deste distrito ou fora dele. Para além desta Região, também há pessoas assim nomeadas, mas integrantes da designada “Diáspora Alentejana”. Conheço em Almada e em Lisboa. Existirão também noutras regiões de Portugal?! Ignoro.

Relativamente aos Carita(s) da minha Família há uma particularidade que sempre me suscitou interesse e curiosidade. Uma parte significativa desses familiares teve ascendência num povoado que se extinguiu em meados do séc. XIX. Concretamente a aldeia do “Monte Chamisso”. Localizada no concelho do Crato, relativamente próxima de Aldeia da Mata, Monte da Pedra e Vale do Peso.

Uma das minhas trisavós paternas ainda viveu com a sua família nesta antiga aldeia. Daí tendo abalado, provavelmente nesses meados de Novecentos. Chamava-se Rosa de Matos, o marido, João Carita.

A minha Avó, Rosa de Matos Carita, 1893 -1978, falava dessa sua Avó e contava a história dessa abalada!

Em próximos postais irei escrevendo sobre este tema, contando algumas histórias.

(Umas em Aquém-tejo. Outras no Apeadeiro.)

Se O/A Caro/a Leitor/a conhecer algo relevante sobre este apelido, CARITA, comunique, SFF!

 

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