Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Poentes com fotos tiradas a partir do Chão da Atafona.
Nestas datas, o sol já se põe muito próximo das 19 horas. No dia nove, praticamente a essa hora! Cada vez mais cedo. E, quando mudar a hora, mais cedo será. Com o calor que tem estado, os ocasos também proporcionam cores condizentes.
Este tempo não é tempo deste tempo! Imenso calor, sol muito baixo e de verão tórrido. Todavia, proporciona poentes muito interessantes.
Vou lançar um desafio, caso queira aceitar.
São imagens do Pôr-do-Sol nos dias dez, nove, oito, sete, seis, quatro, um de Outubro.
Em todas elas se observa o recorte de árvores no Chão ou no Vale de Baixo.
É capaz de, através do recorte das folhas, decifrar que árvores são?!
As árvores que dominam nestas duas propriedades são as oliveiras, plantadas por antepassados meus.
Depois, as que eu plantei, a maioria semeadas previamente, incluem: Catalpas, carvalhos robles / alvarinhos, cedros, uma grevília, uma palmeira. Um eucalipto plantado pelo meu Pai.
Saberá identificar as plantas, pelo recorte das folhas e ramos?!
Caro/a Leitor/a: Aventure-se na Natureza “Aquiliniana”!
Das quase duzentas e cinquenta páginas deste livro, escolhi este pequeno excerto ou naco de prosa, para entusiasmar o/a Leitor/a no desbravar deste Romance(?). O Autor não quis propriamente considerá-lo desse modo. Talvez uma Crónica Romanceada, direi eu!
«… Do pinhão, que um pé-de-vento arrancou ao dormitório da pinha-mãe, e da bolota, que a ave deixou cair no solo, repetido o acto mil vezes, gerou-se a floresta. Acudiram os pássaros, os insectos, os roedores de toda a ordem a povoá-la. No seu solo abrigado e gordo nasceram as ervas, cuja semente bóia nos céus ou espera à tez dos pousios a vez de germinar. De permeio desabrocharam cardos, que são a flor da amargura, e a abrótea, a diabelha, o esfondílio, flores humildes, por isso mesmo troféus de vitória. Vieram os lobos, os javalis, os zagaias com os gados, a infinita criação rusticana. Faltava o senhor, meio fidalgo, meio patriarca, à moda do tempo.
Ora, certa manhã de Outono…
Um homem atravessou por ali, e não foi pequeno o seu pasmo. …»
In. "A Casa Grande de Romarigães" – Aquilino Ribeiro – Círculo de Leitores, Lda. (pag.12) - Clássicos da Língua Portuguesa - 2ª Edição – 7500 exemplares – Nov./1978.
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(Adquiri o livro, em Jan.1979, através do Círculo, de que era sócio na altura, por 195$00. Li-o por essa data, 79/80, e este ano, entusiasmado pelo “Guia das Aves de Aquilino Ribeiro”, voltei a lê-lo, num ápice, nestes meados primaveris de Abril!
Vou voltar a relê-lo, aliás já recomecei, pois que ainda quero escrever um pouco mais sobre o mesmo.
Aquilino, 1885 – 1963, e esta Obra, são fundamentais. Foi escrito em 1957, tinha o Autor 72 anos.)
Com este Livro e este rico pedaço de Natureza escrita e descrita por este Mestre da Literatura Portuguesa, de certo modo, fazemos a ligação ao que vínhamos escrevinhando sobre a riqueza natural que nos cerca. Agora nesta escrita sublime, tão naturalmente genesíaca e riquíssima de verbo, da paisagem campestre, como a deste Ribeiro.
É sempre bom termos Dicionário à mão. A net, hoje, facilita-nos completamente o trabalho, pois nos proporciona a imagem. Eu, que tanto me interesso por plantas, socorri-me destes meios, para decifrar: abrótea, diabelha, esfondílio. Que cardo conhecia!
Afinal, as outras três também, que são plantas por demais correntes, de que tenho fotos, pelo menos da abrótea.
E é ela que ilustra o postal, juntamente com um carvalhal, que é essa uma das florestas que as bolotas criam. Outras serão os montados de sobros: azinhais e sobreirais. Ou os carrascais!
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P.S. – As fotos deste postal, como da grande maioria dos anteriores, são Originais!
No postal “Crónica Pós – Pascal: Passeio Cabeço das Antenas”, de 12 de Abril, referente a um passeio pedestre, realizado na 2ª Feira de Páscoa, dia cinco, na Cidade de Régio, comprometera-me a divulgar as fotos que tirara, à data.
Ontem, com a ajuda preciosíssima da minha impecável “Ajudante e Mentora”, transpus as fotos para computador, organizei as referentes ao passeio, selecionei algumas mais significativas e, hoje, vou publicar algumas, de modo a dar uma ideia da boniteza da passeata.
O Alentejo é sempre bonito! Todos ou quase diremos o mesmo no referente aos nossos territórios ou àqueles de que gostamos. Digo eu, sei lá!
Mas nestes meses de Primavera é especialmente apelativa a paisagem alentejana.
Vamos ao percurso?!
Ainda na Cidade, a 1ª imagem reporta-se às olaias floridas.
A 2ª foto é de estevinhas brancas, singelas, mas apelativas. Tendo ao lado um “malmequer”. Já na beira da estrada alcatroada, antes de infletir para a Serra, perto dos “depósitos de água”(?).
A 3ª foto é de rebentos de carvalho negral, já na encosta da Serra, mas ainda antes do Miradouro. Prestes a começar a subida íngreme para o mesmo, através de “caminho de cabras”. Já fora do roteiro assinalado para percurso.
A 4ª foto é marcante. No mesmo local da foto anterior, reporta-se a uma tapada, murada e aramada. A vegetação dominante são os sobreiros, árvores autóctones. Se reparar com atenção, pode verificar que não aparece mato nos espaços entre as plantas arbóreas. Se conseguir visualizar ainda com mais atenção, observará mais ao fundo uma cabra amamentando um/a chibinho/a. Pois… nesse terreno pasta habitualmente um rebanho de cabras, que desbastam o mato. São as célebres “cabras sapadoras”! Um dos melhores métodos de prevenção de incêndios.
Continuando e agora praticamente no Miradouro, contemplamos a Cidade.
Intrigantes os fios?! De algum teleférico?! Até seria interessante! Tivesse a Cidade dinheiro para tal, meios para executar tal obra e ela se justificasse com retorno financeiro, até seria uma ideia original…
A 6ª foto é de um sobreiro limpo, junto ao miradouro, de que vemos um excerto.
A 7ª é de um sobreiro cortado. Acho peculiar a marca identitária do cortador!
Já após o Miradouro, observamos restos de troncos de mimosas. Neste ano e finais do ano passado, têm limpado muitas encostas serranas destas infestantes. Cortaram milhares, que queimaram. Elas já estão de novo a rebentar por todo o lado. Fizeram bem em cortar, mas são uma praga… Já escrevi sobre o assunto.
A 9ª foto, já a caminho do Centro Vicentino.
Vista da Serra da Penha e do vale que a separa da restante Serra. Uns “restos” de Cidade! A vegetação autóctone: carvalhais, sobreirais... desbastados das mimosas.
Imagem de uma glicínia florida, debruada dos muros de uma das muitas e belas quintas da região.
E a 11ª foto indica-nos que estamos novamente no percurso assinalado para passeio pedestre e que vamos no caminho certo. Mas, hoje, não vamos prosseguir.