Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Um rebento tardio de Olaia, florido, na Avenida Pio XII, no espaço do Hospital:
Estevinha branca florida, no Caminho do Boi D'Água de Baixo:
Planta muito peculiar, que desconheço nomenclatura, também no Caminho referido:
Já se sabe. Imagem icónica da Cidade!
Imagem pouco canónica, relativamente a limpeza de ruas:
Estes restos de frutos são de árvores que bordejam a Avenida, anteriormente referida, tal como as Olaias, no lado do Hospital. Globalmente, designam-se "Ácer".
Uma sugestão que formulo às Entidades Camarárias da Cidade.
Não plantem mais Plátanos, nem destes "Ácer". Nem Olaias! Os respetivos frutos e as folhas enxameiam as ruas e passeios e os pós tornam o ar pouco respirável.
Se querem plantas que deem frutos e de folha caduca, usem os Carvalhos Negrais. Sempre são autóctones e podem apanhar as bolotas e dar-lhes alguma utilidade! (Digo eu, que nada sei!)
Se querem plantas de poucos frutos usem Loureiros, Aloendros, eu sei lá...
Fica a recomendação. Haverá mais plantas, para além das que referi. Preferencialmente autóctones.
Era um homem afável, acessível, com quem se simpatizava de imediato. A sua permanente boa disposição conquistava amizades e boa impressão onde quer que estivesse. A simplicidade e a humildade eram notórias e davam bem a ideia da pessoa. Eram o seu melhor e fiel cartão de visita.
José Garção Ribeiro Branquinho, nasceu em Monte Carvalho, freguesia de Ribeira de Nisa, Concelho e distrito de Portalegre, em 1931. Deixou-nos este ano, em Fevereiro de 2021.
O nosso poeta, era um ser humano iluminado que a si próprio classificava deste modo: «Sou poeta, sou cantor, adoro poder cantar, e canto por amor…» e logo a seguir, fosse qual fosse o local onde estivesse e fossem quais fossem as pessoas presentes nos brindava sem cerimónias com alguma canção, ora de Coimbra, do Alentejo ou quaisquer outras, sempre «à capela», numa voz afinada, clara e possante. Obviamente romântico, sonhador e humanista, este professor jubilado do Ensino Básico sempre elegeu a poesia, a música e o canto como interesses favoritos na vida, através dos quais expressava todas as mágoas, saudades e alegrias.
José Branquinho participou em dezenas de antologias de poesia e conto, entre as quais do Círculo Nacional D´Arte e Poesia. Colaborou em inúmeros jornais e revistas, com destaque para o seu clube do coração, o Sporting, no Jornal do Sporting, onde foi um dos fundadores do grupo coral e pertenceu à direcção da Associação de Solidariedade Sportinguista.
Uma alma apaixonada que ia buscar inspiração no seio da mãe-natureza, na beleza dum recanto urbano ou muitas vezes no silêncio da noite. O que lhe interessava era descrever o sentir profundo da relação com as pessoas e a natureza, tal como conta no livro «Cantos do Meu Canto» : «Quero dizer-te, meu amor/ Com verdade de coração aberto/ Que continua a minha dor no meu deserto/Que continua este fervor por ti/ Sempre desperto.»
Ao longo da vida José Branquinho nunca esqueceu os lugares por onde passou como Évora, Coimbra e sobretudo Portalegre, que o inspirava sobremaneira nos versos. E muitos escreveu alusivos à sua terra. A grande admiração e ternura pela mulher em geral, com especial relevo e carinho para a querida e saudosa esposa. Como só a alma sensível de um poeta sabe sentir e expressar.
Como companhia literária o nosso membro tertuliano lia Camões, Fernando Pessoa, Bocage, Florbela Espanca, Eça de Queiroz e especialmente José Régio. Seus clássicos preferidos.
Calou-se a voz de um amigo poeta e homem franco e bem disposto com a vida. Vai ser difícil continuar sem o ouvir cantar tão bem, sem a presença calorosa onde o seu sorriso se harmonizava com qualquer ambiente. José Branquinho, o ser humano que exaltava o sol, as flores as saudades e sobretudo o amor. Felizmente deixou-nos os versos, pedaços de alma, emoções e sentimentos à flor da pele.
Estaremos sempre contigo, José Branquinho.
«Até à Eternidade.»
ROLANDO AMADO RAIMUNDO» 2021
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Notas Finais:
OBRIGADO a Rolando, pela amabilidade em deixar-me reproduzir tão belo e sincero testemunho de Amizade Poética. Já agora, também clubística, porque Rolando também é do Sporting! (Os negritos são de minha lavra.)
Se não forem os Poetas a lembrarem-se dos Poetas, quem o fará?!
Lembre-se e preste atenção, Caro Leitor/a Leitora/a, Se Faz Favor!
Aproxima-se o “Dia de Camões” também celebrado como “Dia de Portugal”.
Nas “Cerimónias Oficiais”, consta o “Dizer Poesia” de Camões? Oxalá eu esteja completamente enganado!
Obviamente há Instituições particulares, modestas muitas delas, que farão essa homenagem. A APP – Associação Portuguesa de Poetas será uma delas. O CNAP também já o tem feito. Outras Instituiçõestambém.
A 1ª foto é de uma giesta florida, em toda sua explosão de amarelo.
São arbustos autóctones, que proliferam naturalmente por estes campos. Face ao contexto ambiental têm a particularidade de serem apreciadíssimas pelo gado: lanígero - ovelhas, e caprino - cabras.
Mesmo no final do Verão, as sementes são um maná para este gado. Havendo estes animais nos terrenos, desbastam-nas e assim controlam a respetiva propagação. Lembre-se do terreno que mostrei no anterior postal. Aqui não há sinais de gado e é pena! Como se observa também na imagem seguinte.
As antenas, rodeadas do pinheiral, que abunda excessivamente em toda a encosta.
Foto do matagal, um sobreiro e vislumbrando ao fundo, novamente a Cidade!
Sobreiro descortiçado em 2018.
Já agora... Sabe quando será novamente descortiçado?
Uma exótica, à beira do caminho! Não são muitas nestas encostas, apesar de tudo. São mais os pinheiros.
A Natureza sempre a renovar-se: um pequeno carvalho negral, novíssimo.
O pinheiral excessivo. A pedir um desbaste radical.
E terminamos, já no vale do Boi D’Água, com a imagem de um fetal.
Também autóctones, estes fetos. Neste vale, corre um ribeiro atrevido, perto há uma cascatinha que o ajuda no caudal sempre murmuroso, entoam sinfonias os rouxinóis, coadjuvados por melros, outras passaradas que desconheço nomes... e insetos.