Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Nos postais anteriores, falara de humildade, contrapondo a vaidade e como desiderato para o futuro governo, em modo minoritário. Da necessidade de negociar, procurar acordos, consensos, para encontrar soluções governativas.
Para eleger o Presidente da Assembleia da República foram necessárias quatro tentativas. E o resultado só aconteceu após negociação e acordo entre PSD e PS.
Concordo totalmente que o governo futuro seja presidido pelo PSD. Faz todo o sentido. Mas para desbloquear a governação vai ter de acordar muitas medidas com os outros partidos. Sendo de oposição todos eles, é imprescindível estruturar uma oposição construtiva, dialogante. Seja à direita, à esquerda, ao centro. Não vai ser fácil!
Não precisam sentir-se "ofendidos", "rejeitados", por nesta fase ter havido negociação entre PS e PSD. Nem se armarem em “bota-abaixo”, a tudo e mais alguma coisa, só porque não foram “escolhidos” para negociar.
Partindo do pressuposto que os deputados eleitos defendem os interesses do País, importa que a legislatura perdure os quatro anos. E que ajam de modo que tal desiderato aconteça. Não ganhamos nada com novas eleições, nós, portugueses que não estamos diretamente dependentes de partidos. Para os quais – partidos - eleições são música para os ouvidos!
Só daqui a dois anos é que haverá um deputado PS a presidir à Assembleia. Até lá muita água vai correr debaixo das pontes. E, se a legislatura lá chegar… Toda a gente vaticina que não! Não será fácil, não!
E com a febre de dissolução de parlamentos que prolifera neste "jardim à beira-mar plantado", mais nas ilhas adjacentes, eu não digo nada. Embora discordeem absoluto!
Também nestas situações é importante saber negociar. Acordar! Consensualizar!
(A propósito de pontes… Caiu uma ponte lá para Baltimore! E de tempo… Ontem foi um dia de tempestade… Nelson?!)
Uma Páscoa Feliz e Florida!
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(A foto?! Não é de agora. É de 02/12/23, no “Quintal de Cima”. Sabe de que Árvore, Caro/a Leitor/a?! Digo-lhe que é de uma árvore / arbusto autóctone.)
Vamos ter nova governação, novo governo. Por enquanto, tudo em estado de graça. Um “novo ciclo”, como designam os “nossos especialistas”.
A ver vamos! Cá estaremos para ver, se Deus quiser!
A máxima que titula o postal define a atitude que deve enformar esta nova governança. Humildade! Humildade! Humildade!
De arrogâncias estamos fartos! Fartos! Fartos!
E como é que um governo minoritário quer governar, se não tem maioria parlamentar?! (Mesmo tendo o aval, a simpatia, de Sua Excelência o Senhor Presidente da República?!)
Há que negociar. Negociar! Negociar com as direitas, de quem estarão mais próximos. Com as esquerdas… Negociar, para governar. Quatro anos a negociar, a chegar a acordos, a consensos.
Chegarão aos quatro anos?!
Esperemos que sim. Porque de eleições antecipadas estamos fartos!
(Despesas inúteis!)
Considerações finais:
- A máxima que titula o postal não é de minha autoria, como se depreende (“…”)
Vi-a escrita num quadro, exposto num restaurante da Ericeira, uns dias antes das eleições.
("No Largo há Tasca". Passe a publicidade...)
A foto?!
Uma papoila. (Não tem nada a ver com partidos!)
Foi tirada no meu quintal e direciona-nos para uma estória simples, mas muito rica de conteúdo, que me foi contada, no sábado passado, por uma Senhora: Dona Maria Nunes.
(Reporta-nos para a beleza da papoila, também para a sua vaidade, por ser bela, mas simultaneamente para a sua fraqueza e fragilidade. Fraqueza! Fragilidade! E inutilidade... !!!!)
Acontecimento mediático, com jornalistas à porta do tribunal, repórteres, TVs e rádios, que esta família, o facto de ser a herança de Veronica e o tipo de situações que envolve, brigas entre irmãos, chama a curiosidade pública e mediática.
“Este julgamento tem o objetivo de verificar a validade do testamento que Veronica Gronnengaard redigiu a favor de Signe Larsen.
O queixoso é Frederik Gronnengaard.” Foi declarado, na abertura da 1ª audiência.
E vou narrar, dos acontecimentos, apenas alguns factos essenciais.
“ A Casa é para si, Signe!” A partir do documento assinado por Veronika, “testamento em leito de morte”, em 24 de Dezembro de 2013.
“Gronnegaard é sua!” E estas frases proferidas como sentença, pelo Juiz, no final do julgamento, dão-nos o respetivo veredicto.
Mas foi interessante verificar a sensação de vazio que perpassou em todos, muito especialmente em Signe.
“Eu gostava de ficar sozinha”, disse para o namorado.
E sozinha ficou, que dos irmãos, que já a haviam abandonado há muitos anos, apenas Emil dela guardara lembranças e a estimara, mesmo este lhe arremessou:
- “Nunca mais nos contactes!”
E a família a que sempre pertenceu, que a criou e amou, também se desfez.
“Não há mais nada a dizer!”, disse Lise para John. “É melhor arrumares as tuas coisas. Quero-te fora de casa, esta tarde.”
E foi esta solidão e vazio, esvaziamento de almas, que se sentiu no final do julgamento e episódio. Em todos os protagonistas. (Até eu próprio senti isso, curiosamente!)
Frederik, que sempre supusera ganhar facilmente a causa, afinal é um advogado inteligente, esperto e experiente; afamado, rico e poderoso; capaz até de influenciar, condicionar e manipular notícias; de estruturar toda uma defesa, com base em falácias sucessivas, que, supostamente, e tudo dava a entender que sim, que conseguiria puxar o resultado para o seu lado...
Pois Frederik perdeu a causa.
Perdeu, primeiro, a frieza cínica, quando leu a carta da mãe, datada de 30 de Junho de 2011, dirigida ao advogado Ole, em que esta declarava Signe como herdeira do tão famigerado Solar! Afinal a mãe não estava fora da razão, quando assinara o documento de 2013, nem John andara a pressioná-la. Fora a Mãe, sentindo-se frustrada, talvez culpabilizada por não ter criado Signe, que a queria compensar.
Ele que baseara toda a sua ação jurídica, no sentido de rasteirar John, treinador de andebol, no pressuposto de que ele manipulara e obrigara a Mãe, a dar a Casa à filha de ambos. Só que o treinador tinha uma arma de ataque à baliza do adversário. A célebre carta, que caiu que nem bomba no tribunal, estilhaçando todas as jarras e todas as flores.
E Frederik não soube perder. E, após o veredicto, ainda disse qualquer coisa ofensiva a Signe, como aliás em todo o julgamento, pois só se baseara em mentiras.
E, esta, que passara ambas as audiências a ouvir as mentiras do irmão e da irmã, não se conteve.
Exaltada, exasperada, atirou-lhe uma tremenda bojarda que o deixou completamente KO e desvairado. Que o Pai dele, Carl, era homossexual e que fora ele que abalara para a Califórnia, com outro homem e não Veronika que o expulsara.
(As palavras exatas não terão sido precisamente estas, mas a ideia base foi.)
E proferidas como arma de arremesso tiveram enorme impacto em todos os presentes, nomeada e muito especialmente em Frederik, que, perdendo completamente as estribeiras, saiu desvairado do tribunal e de cena.
Convém dizer que ainda retirou a queixa, cena que não vimos, mas de que o Senhor Doutor Juiz nos informou, antes de declarar o veredicto, em que anunciava que a Casa, o Solar Gronnegaard, era pertença de Signe Larsen.
Solar, aonde, no final do episódio, veríamos chegar Frederik, a pé, desencabelado, desgrenhado, encaminhando-se para o célebre palheiro, onde ele encontrara o Pai enforcado na trave mestra.
(Afinal, e reportando para um caso mediático de que recentemente se tem abusado tanto na “faladura”, não é só no Alentejo que os desesperados se enforcam, parafraseando Régio!)
E, ainda, antes de findar esta narração, como sempre lacunar, parcelar, pessoal e enviesada, quero citar palavras de Gro Gronnengaard, para o seu amante Robert, no final do primeiro dia de audiência.
“ – É uma loucura estar ali em exposição, a olhar para a minha própria vida!”
E esta frase proverbial aplicar-se- ia a todos os protagonistas!
E não pode faltar a “sentença” moral, a moralidade.
Não teria sido melhor que os intervenientes tivessem chegado a acordo, a consenso entre eles e tivessem partilhado todos, tudo o que tinham?!
Que tivessem sido Altruístas?!
Nesse aspeto, só Signe teve esta qualidade, este sentimento, perfilhou este Valor: Altruísmo. Só ela apresentou uma proposta em que todos compartilhavam tudo, dividindo e não querendo tudo para si.
Sim, porque Frederik queria a Casa, dispensava as “Obras Artísticas”, para serem vendidas, que não lhes tinha valor estimativo e lucrarem. Dividindo o dinheiro. Dando ao irmão Emil, de que sabia até o valor exato que a Mãe lhe mandara para a Tailândia, dando à irmã Gro e omitindo completamente Signe, que não considerava sequer irmã, nem da família.
Emil, o que queria era dinheiro líquido, “Money! Money!”, para esturrar na Tailândia e pagar à respetiva máfia, a que pedira emprestado para “comprar uma ponte!”, e continuar “o seu estilo de vida”!
Gro, com a célebre Fundação, de que a Matriarca nunca assinara os papéis, sobre que ela falsificara a assinatura, acabava por querer tudo para ela e para as suas “Altas Culturas”. De facto, os irmãos acabavam por ser deserdados.
Todos eles se aproveitavam da “ingénua” Signe, como Frederik a categorizou.
De facto foi ela a única que equacionou uma proposta, contemplando todos como irmãos e nela incluindo também Thomas. Que podia ficar na sua “Cabana do Pai Tomás”!