Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Oportunidade para não sair de casa. E observar. E escrever!
Na rua abaixo, nos estendais, as roupas esticadas ensaiam bailados com o vento.
O peculiar pássaro preto, agora com identidade, Rabirruivo Preto, saltita da olaia para a parede do quintal, daí para o chão, dos carros para os marcos anti estacionamento. Debica alguns grãos, ou insetos, ou outros bichitos, que desconheço os seus hábitos alimentares. Debuta tremeliques nervosos com a cauda, elegantes, frise-se. Parece querer interagir connosco. Rivaliza em rapidez com o melro, mas ganha-lhe em graciosidade. Perde nos cânticos, que nunca consegui ainda ouvi-los.
Livros, sim! Gostam de ler. Um deles deveria ser alguma biografia ou autobiografia, de alguma personalidade, mulher famosa. À partida excluída a da “Dita Cuja - Acima de Não Sei o Quê”. Certo!
Anteontem dirigi-me à Cova da Piedade, aonde não ia há meses, antes destas cenas de Covid.
(Ainda andava em obras, toda a envolvente do Chalet, ali ao pé, o jardim. Agora tudo arranjado. A rua em frente já não tem estacionamentos, mais espaçosa, aparentemente. O Chalet renovado. Já estava. Agora falta o edifício da SFUAP. Não menos merecedor. Esperemos que um dia seja melhorado. As casas, a leste, de inspiração pombalina, também renovadas. O Largo fica bonito, parece mais espaçoso… Não gostei do chão e parece pouco durável.)
Mas eu ia comprar uns livros… À Livraria Escriba, uma pequena livraria, num pequeno centro comercial, dos de antigamente, mas com um portfólio de obras por demais interessantes. Arranjam-se sempre bons livros. Iremos lá, talvez há vinte anos. Ultimamente menos.
Referi o que pretendia, como habitualmente faço em qualquer compra. Quero isto, assim, deste modo, com estas características. Excluo aquilo, aqueloutro…
A proprietária apresentou-me o que estava mais a jeito… um livro de “… Castel Branco”, que rejeitei à partida.
A Srª observou mais alguns escaparates, pegou no escadote, retirou uns livros do alto das estantes.
O primeiro que me mostrou era sobre a Simone.
Não é preciso mais, também gosto da Simone, calha mesmo bem o livro e antes de oferecer, primeiro vou eu lê-lo.
“SIMONE, Força de Viver” – Simone de Oliveira com Patrícia Reis – 3ª Edição: Novembro de 2013, Matéria-Prima Edições. (14 E.)
Quem diz Almada, diz Rio: Tejo, a Ponte, Cacilhas…O Ginjal…
E quem diz Mar, diz: Costa
A Costa é uma imensidão de praia, oportunidade de lazer, mas também é trabalho... tradicional: Arte Xávega.
Novo fim de semana de confinamento. Não sou especialmente contra a situação, penso que é necessário haver alguma contenção nos contactos sociais, esperemos que, deste modo, também exista diminuição dos contágios.
É assunto que já abordei várias vezes, isto da Covid, não me apetece falar mais no tema, pelo menos hoje, já basta o estar confinado…
Retidos em casa, todavia sempre é possível realizar os habituais “Passeios Virtuais”.
Anteriormente destacara a “Cidade de Régio”, que também é uma das minhas Cidades.)
O de hoje, vai ser dedicado à “Cidade de Rio e de Mar”, que também é uma das minhas Cidades. “Alma Subtil…”
Documentar sobre Almada, é inevitável abordar o Rio: Tejo e o Mar. E sobre este, imprescindível, a Costa. (Eu escrevi a Costa, a, friso…)
E hoje até esteve um dia convidativo para um passeio até às praias. As fotos aí foram tiradas, mas não hoje.
A paisagem envolvente da Costa é também património construído, testemunho de épocas transatas com outros hábitos de veraneio, documentadas por estas casinhas que mais parecem de brincar! As inevitáveis gaivotas!
A Natureza, sempre. Com as suas peculiaridades. Uma Estrela do Mar!
Falar de Almada é também lembrar a Casa da Cerca, documentada várias vezes no blogue. Também o Solar dos Zagallos.
Imagem da Casa da Cerca, com Lisboa em fundo.
Também Arte, Música, Poesia, Cinema, Leituras, Bibliotecas... Teatro... Desporto... CULTURA.
Volto ao blogue! E à frequência das atividades de Poesia! No passado mês, faltei a quase todas as atividades poéticas. Neste, pelo menos já consegui frequentar duas atividades da SCALA – Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada.
Atividades integradas em “Almada com vida”, em que “A SCALA participa e faz parte da organização deste acontecimento.”
Dia 6 - 5ª feira, na “Associação Almada Mundo” - Av. Capitães de Abril, Cova da Piedade, entre outras atividades a que não assisti, houve “Dizer Poesia”. E quem disse?! João Franco, um poema de Fernando Pessoa; Maria Gertrudes Novais “Aprender a crescer”, de sua autoria e este cronista: “Selfie – Selfish”! É sempre um enorme prazer participar na divulgação de Poesia, em camaradagem com os Poetas, Poetisas, Dizedores, da SCALA. Tenho dito! E é sempre importantíssima a divulgação da Poesia. E, neste campo, que é o que melhor conheço, porque mais me toca, mas também noutros, a SCALA desenvolve um excelente trabalho. Friso!
Dia 7 – 6ª feira – Jardim da Cova da Piedade – Coreto: Poesia e Arte, Dança e Música. Parceria entre a USALMA e a SCALA.
Poesia, por Poetas da USALMA e da SCALA.
Rosa Lage – “Almada já és cidade”, de sua autoria.
Luís Alves – “Camões” e “Entre o tudo e o nada”, de sua autoria e “Toada de Portalegre”, José Régio.
Maria Gertrudes Novais – “Planície” e “Caminhada”, de sua autoria.
João Franco – “Cântico Negro”, José Régio e “Sou português aqui”, José Fanha.
Este cronista não participou, como previamente dera conhecimento. Mas fiz questão de estar presente, solidarizando-me com os valentes e destemidos que ousam “Dizer Poesia” na Rua!
Não sou especialmente adepto de dizer poesia na rua. Acho que há demasiados “ruídos” no processo de comunicação. (Já a 21 de Março, em Portalegre, participei no evento de “Momentos de Poesia”, evocando José Régio, pelas ruas da cidade que o Poeta calcorreou, mas não disse poesia na rua. Disse, mas nos Cafés: Central e José Régio”, evocando o Poeta.)
Mas acho importante fazer a divulgação da Poesia! E o que penso não desvaloriza a ação, nem da SCALA nem dos Poetas! Muitíssimo pelo contrário! Reconheço-lhes o valor e o mérito e felicito-os pela iniciativa e participação. E, por demais, Obrigado, porque estou sempre aprendendo com outros Poetas e Poetisas!
Da USALMA, também houve atuação das Danças do Mundo, do Rancho e do Grupo de Concertinas.
E que bonitas foram as danças e o toque das concertinas!
E que bonita é a cooperação entre várias Entidades, Associações, Grupos Culturais de Almada!
Parabéns à SCALA, à Associação Almada Mundo, à USALMA!
Todas estas ações decorreram enquadradas numa feira, digamos de “antiguidades / vintage”, que acontece semanalmente no espaço referido.
E as fotos do “Chalet”: A primeira, como está atualmente. Foto de 2018. A segunda, de 2014. Apresentei esta foto no blogue em dois posts anteriores: 07/06/2015 e 14/01/2016.
(A conclusão das obras do “Chalet” terá ocorrido em 2018, atual vereação, mas o seu início e tudo o que lhes é concernente, provem da vereação anterior. Atualmente, segundo me informaram, funcionam aí serviços da Presidência! Ironias do Destino!Dia 24 – Feriado Municipal estará aberto ao público!)
Conforme divulguei em post de 16 de Março, realizou-se ontem, “Dia do Pai”, o espetáculo comemorativo do 30º Aniversário de “Associação Grupo Coral e Etnográfico Amigos do Alentejo do Feijó”, no CRF – Clube Recreativo do Feijó.
Uma comemoração aniversariante, em Dia também muito especial.
E, a propósito do Dia e da sua significação, e, no concernente ao Cante, se lhe atribuíssemos uma filiação, quem seria o Pai? Do Cante, diga-se. E supostamente tendo Pai, também terá Mãe. E quem será a Mãe?
Pois, penso não haver muita dúvida.
O Pai é o Alentejo! E a Mãe, pois, a Mãe é a Saudade! Não é o Cante irmão do Fado?! Atualmente até irmanados e perfilhados internacionalmente pela UNESCO, dando-lhes reconhecimento e foro de Cidadania Mundial.
O Pai do Cante é o “Alentejo” que, do dito, o espalhou também pela Grande Lisboa, com especial incidência na Margem Sul, e muito particularmente em Almada, Feijó!
Alentejo que é sempre Aquém – Tejo! Geográfica e sentimentalmente e no plano identitário!
E de Identidade e de Sentimentos falamos, quando nos reportamos ao Cante.
E são sempre os Sentimentos que passam e perpassam e nos repassam de emoção, por vezes contendo as lágrimas, mas embargados por ela, quando escutamos as canções ou modas como são designadas, numa Sessão de Cante, num ambiente quente como o que se viveu na tarde passada, terminando já à noitinha. Que os Cantadores também sentem, e de que maneira! São os que mais sentem, ou não cantariam com a Alma e o Coração, como fazem!
Que até o tempo também sentiu, ouviu, escutando, aquelas vozes telúricas, se emocionou e não conteve as lágrimas. As ruas do Feijó estavam molhadas de comoção!
A Emoção, a Saudade, sempre a Saudade, a Nostalgia de tempos que muitos de nós vivenciaram mais pelas imagens e recordações das gentes que amámos, que, hoje, apenas lembramos, com Afeto, com Amor, com Saudade. Muito especialmente num dia dedicado aos Pais, que todos os dias o são!
Embora muitos de nós, ainda, tenhamos percorrido, trilhado, aqueles lugares, aqueles tempos, quanto mais não fosse, enquanto pastores, mesmo a tempo parcial.
Mas o Cante não é só Nostalgia. É também Alegria. Modas e cantares de trabalho e de festa!
Pelo Clube passaram as Cores do nosso Alentejo. A garridice das papoilas, o amarelo das searas da nossa memória.
Évora, Cidade, capital do Alto Alentejo, esteve bem presente, nas canções e no Grupo representativo. Misto. Etnográfico, compondo trajares e modas, de modos de vida que os nossos Pais e Mães usaram: pelicos, safões, calças de serrobeco, traje de mondadeira...
Palavras sábias do Mestre: “...É urgente dialogarmos com os novos Grupos...”
Sons místicos! Sons míticos! Ancestrais, quase religiosos, panteístas, quando o coro se empolga, transborda de sentimento, nos transporta a tempos de outros tempos, sem tempo, nem memória, porque intemporais, universais, comuns a toda a Humanidade, daí a categorização, quer se note ou não a sua importância...
E de Afetos e Sentimentos ainda falamos: de Amizade, Companheirismo, Camaradagem, nestes encontros de grupos corais, na troca de prendas e galhardetes, intercâmbio de modas. Nos agradecimentos a quem ajuda, a quem trabalha, que muito trabalho dá organizar estes eventos. Na felicitação ao Aniversariante. Momentos bonitos!
Até de apadrinhamento, à boa moda alentejana, diria portuguesa, também falamos. Que os Grupos Corais das Paivas e da Amadora apadrinharam, há trinta anos, o “Grupo de Cante do Feijó”! (Que, na minha modesta e irrelevante opinião, de leigo no assunto, a designação do Grupo precisaria de ser menos extensa...)
Estes dois Grupos não são etnográficos, pelo que trajam todos os elementos com o mesmo tipo de vestuário. O Grupo das Paivas tem a particularidade de se designar de “Operário”.
Sendo estes Grupos formados no contexto das migrações do Alentejo para a Grande Lisboa, a partir dos anos cinquenta do século XX, refletirão a composição sócio profissional inerente à zona onde estão sediados e aos locais de trabalho dos seus componentes.
Há certamente estudos feitos sobre o assunto.
(Em todos os Grupos também se nota uma caraterística comum, que é o nível etário elevado dos seus componentes.
Aliás, a assistência também é maioritariamente composta por cidadãos na 3ª idade ou próximos da mesma!)
Os Grupos, todos, etnográficos ou não, nos trouxeram lindas modas, em que também entoaram loas ao Amor, à Paixão, aos amores e desamores, à sublimação dos amores...
Às paisagens do nosso saudoso Alentejo, à neve que também cai na planície, quem não viu os campos transtaganos cobertos de neve, não tem uma experiência completa e inolvidável do mesmo... às flores, rosas, metáforas da Mulher. Recomendações e cuidados a ter na ida à fonte...
A Poesia, sempre! Cada moda é sempre um Poema carregado de significações sentimentais. Por vezes mais particularmente. Num singelo e comovente Poema dedicado aos Pais. Noutro, peculiar, sobre “...a ceifeira de aço...”!
Na dedicatória e evocação de Poeta (Fialho de Almeida).
No confronto entre “ponto” e “alto”, no troar harmónico do coro, ecoando nas planuras de searas ondulantes, marulhando nos mares da “Charneca em flor!”.
E, para o final, o Grupo Anfitrião reservou-nos dois Grupos de Música Tradicional.
“Grupo de Trovas Campestres”, de Faro. (Há quem designe, sendo do Algarve, que os Algarvios são “Alentejanos destrambelhados”, cito.)
Quatro Artistas, trouxeram-nos a Alegria do Alentejo, sediada no Algarve!
Cantaram um “Hino ao Mineiro”, uma evocação sul-americana, reportando-nos para o Chile, de Allende?! (Merecia da assistência um outro escutar, mas já havia algum “destrambelhamento” entre o público, desculpa-se-lhes, que até se portaram muito bem, houve momentos de absoluto e cerimonial silêncio durante os outros cantares.)
Encerrou o “Grupo Comtradições”, da Cova da Piedade, com muita e muita Alegria!
E já muita gente dançava! Dançava!
Que para os participantes ainda haveria jantar.
E que bem que cheirava!
Cheiros de um tempo de outros tempos.
Cheiros que o tempo guarda!
Parabéns a todos os Participantes!
Parabéns a todos os Organizadores! E Colaboradores!
A todos os que trabalham na sombra para que estes Eventos sejam organizados e nos deleitem e emocionem com a sua Qualidade Artística.
Felicitações especiais ao Grupo Anfitrião e Aniversariante: “Associação Grupo Coral e Etnográfico Amigos do Alentejo do Feijó – Almada”!
(Grupo, além de Coral, também Etnográfico, documentando um memorial de trajares transtaganos, nas nossas recordações de infância e juventude.
Grupo que, aliás, teve a honra de abrir a Sessão com o brilhantismo que lhe é inerente e as vozes portentosas de que dispõe, também elas carregadas e emocionadas de Sentimentos!)
... e ataque de um cão a uma Pessoa num Parque Público em Almada.
Volto à escrita no blogue e sobre um assunto do quotidiano que já há algum tempo tenho pensado em expor, agora reforçado por uma ocorrência que observei muito recentemente.
Genericamente o tema reporta-se com a falta de civismo dos portugueses, diga-se de alguns portugueses, face ao lixo. Constata-se nas ruas, nas bermas das estradas, nos caminhos… A acumulação de papéis, de sacos e garrafas de plástico, de maços de tabaco, que são atirados para o lado, como se não houvesse contentores de lixo indiferenciado, nem contentores específicos para reciclagem. Até para as roupas e sapatos já existem contentores espalhados pelas mais diversas regiões do País. Contudo o lixo continua a ser atirado de qualquer maneira, para qualquer lado, deixado em qualquer lugar, sem o mínimo cuidado… Nem falo dos cigarros mal apagados que são atirados pelas janelas dos carros, em pleno Verão…
Especificamente, enquadrado neste tema genérico da falta de cuidado relativamente aos lixos, quero referir a acumulação de dejetos de cão, por tudo quanto é rua, passeios e até jardins das cidades que conheço.
É um incómodo permanente caminhar por qualquer passeio público das Cidades que mais frequento: Almada e Lisboa e sermos confrontados sistematicamente com dejetos de cães, que os donos não recolhem, como é sua obrigação. Que a Câmara, pelo menos a de Almada, providencia sacos e sistema de recolha. Mas, e mais uma vez, essa é uma falta de civismo dos donos dos animais. De alguns donos, frise-se! Mas que são os suficientes para que os passeios exibam o mostruário “artístico” que patenteiam.
Infelizmente essa é também uma situação comum a diversas cidades portuguesas que mais esporadicamente tenho visitado.
Mas não haverá ninguém com competência para fiscalizar e atuar sobre estes assuntos?!
Que o primeiro e último fiscal, deveria ser a consciência das pessoas! Que, sem essa auto consciência de auto responsabilização, não haverá sistema de recolha de lixos que funcione!
Especificamente dentro deste âmbito dafalta de cuidado de alguns donos de canídeos, com os respetivos animais, quero apresentar uma ocorrência observada num espaço público dependente da Câmara Municipal de Almada. Concretamente, o Jardim Público, anexo ao Pavilhão Gimnodesportivo do Feijó.
Nos últimos anos, este espaço tem sido cada vez mais utilizado pelos donos de cães. Ação para a qual não foi prevista a sua utilização nem adequação funcional e espacial, de que surgem situações perigosas, até ao momento nenhumas graves, que eu saiba, mas que qualquer dia ocorrem…
Na passada 3ª feira, 27 de Outubro, ao atravessar o jardim, num repente, apercebo-me de um cão a atacar uma pessoa que descuidadamente passava na parte sul da alameda das tílias, a seguir ao edifício das piscinas, cão que saíra precisamente do espaço do Jardim que confina com as referidas piscinas.
A pessoa que acompanhava o cão, supostamente a dona, uma rapariga jovem, não o trazia nem com coleira, nem açaimado, nem conseguia ter mão no cão, por mais que a pessoa atacada lhe pedisse. O animal só não mordeu a pessoa, porque ela tinha um guarda-chuva, com que evitou que ele a atacasse, mas sem nunca ter tocado no animal, que constantemente se eriçava para ela e a rodeava por todos os lados. Esteve nesta situação vários minutos.
Valeu a intervenção de outra senhora, julgo que também proprietária do animal, que inicialmente também não manifestava ter autoridade no mesmo, mas que se lembrou de pedir o guarda-chuva, à pessoa atacada, com o qual conseguiu impor a sua autoridade de dona, evidentemente também sem tocar no animal.
Não é a primeira vez que observo situações em que cães mal treinados pelos donos têm comportamentos semelhantes e que estes têm dificuldade em controlar.
O espaço é muito frequentado por crianças e pessoas de todas as condições, dada a sua localização e funcionalidades adjacentes. E essas foram as funções para as quais foi concebido, planeado e estruturado.
Algum dia acontece desgraça! E depois será o habitual “Ai Jesus!”.
Será melhor prevenir. E não adianta colocar placas e avisos…, que já lá estiveram.
De qualquer modo, as leis já existem e são para serem cumpridas. E as pessoas conhecem-nas.
Esse aspeto foi referido às senhoras proprietárias, que foram sempre educadas e só diziam “Tem razão! Tem razão!”. Mas de que vale às vítimas terem ou não razão se os/as donos/as não trazem os animais devidamente atrelados, se não os conseguem controlar e os transeuntes incautos podem ser atacados e mordidos?!
Para se atravessar um Jardim público, que é um elo de passagem entre vários bairros, para além de acesso às múltiplas e variadas atividades do Pavilhão Gimnodesportivo, as pessoas vão ter que ir prevenidas para eventuais ataques?!
Dir-me-ão… mas tem alguma sugestão sobre o assunto?
Formularia algumas sugestões.
1º - Já que aquele espaço público está a ser exaustivamente utilizado para passear e recrear canídeos, então que sejam exigidas aos respetivos donos as devidas obrigações, nomeadamente trazerem os animais com trela e açaimados. Dir-se-á que a maioria dos animais são mansos e estão educados, o que é verdade, mas todos os anos têm acontecido casos de agressões por cães, algumas bem graves, precisamente às pessoas que lhes estão mais próximas, familiares e vizinhos. Que os julgariam certamente de mansos e educados!
Essa fiscalização que é uma OBRIGAÇÃO das Entidades Públicas, deverá ser feita de uma forma pedagógica e didática, inicialmente, para depois atuar e autuar os prevaricadores. Que é também uma forma de educar e ensinar as pessoas.
Porque as Leis já existem, toda a Pessoa tem obrigação de conhecer a Lei, nem pode invocar em sua defesa o respetivo desconhecimento.
E é um Dever e Obrigação dos Poderes instituídos providenciarem na respetiva aplicação.
Não sei, se neste caso específico, essa é uma competência da Câmara Municipal de Almada, julgo que será, pois que a manutenção do espaço é permanentemente assegurada por funcionários camarários.
Esta ação de fiscalização e atuação é imperiosa e urgente. É fundamental pô-la em prática pelas entidades competentes. Competências que julgo também pertencerem à Polícia de Segurança Pública.
2º - A segunda sugestão penso que é mais exclusiva da Câmara Municipal e consiste na criação de espaços específicos para os cães e respetivos utilizadores, semelhantes ao que existe no topo norte do Parque da Paz, junto à Cova da Piedade. Espaços devidamente vedados, e com dimensão adequada, para os animais poderem estar mais à vontade. E com alguns equipamentos próprios.
Sim, porque não sou contra os animais. Condeno é a atitude e comportamento de alguns donos!
Relativamente a espaços, junto a esse Jardim e Pavilhão existem alguns, que não sei se serão privados se públicos, mas que julgo reunirem condições, à priori, para essa finalidade, após as devidas e necessárias adaptações funcionais, também para o bem estar dos animais e utentes.
A Oeste do Jardim e das Piscinas e a norte das traseiras da Igreja do Feijó e do Centro de Dia, existe uma colina, até parcialmente arborizada pela Câmara, que devidamente vedada, permitiria um espaço ótimo até em termos de dimensão, para essa finalidade.
Já fora da zona do Jardim, na direção norte, quem desce na direção da Cova da Piedade, nomeadamente em frente da Escola Secundária António Gedeão, também existem campos suficientes onde poderiam ser adaptados espaços para canídeos.
Bem sei que aquele Jardim é muito centralizado. Mas como está a ser usado, precisa de reestruturação e de outras medidas, sob pena de algum dia acontecer desgraça!
(foto extraída da net. in: oestegoiano.com.br.)
Que as animais, neste caso os cães, não têm culpa nenhuma. Porque os animais, são apenas isso e somente, animais.
Que os seres humanos também o são, mas têm obrigação de, enquanto Pessoas, serem um pouco mais!
Notas Finais: As duas fotos iniciais do referido Parque/Jardim Público são originais de F.M.C.L., de 2014, no Outono.
Será que as Hortas Urbanas têm alguma importância num contexto sócio-económico e cultural?!
Ou será que elas são apenas um escape para um segmento populacional mais ou menos desenraízado no contexto urbano ou suburbano em que se insere?!
Será que este modelo de intervenção cultural, de raízes campestres, mas intervindo num espaço citadino e urbano, será apenas passageiro? Reflexo de um tempo de crise e como tal associado a estratos populacionais mais desfavorecidos?
Mais questões poderão ser levantadas…
À partida, quero expressar que sou defensor da sua existência.
Mais, reforço que deverão ser incentivadas as pessoas interessadas nesta prática, apoiadas pelas instituições que o possam fazer, promovendo e definindo práticas de uso de terras camarárias para esta finalidade.
Nesta ação de cultivo de terrenos abandonados no espaço urbano, penso que ganham todos os intervenientes.
Ganham os agricultores urbanos, pois produzem alimentos para si próprios, para familiares e também amigos, pois normalmente quem amanha a terra tem esta característica de personalidade: o prazer de oferecer o que obteve da sua produção. O gosto da dádiva!
Em princípio, os produtos obtidos serão de melhor qualidade, dado que quem produz nestas situações gosta de ter algum cuidado no processo produtivo, evitando, ou pelo menos não exagerando, nos pesticidas.
Possibilita uma saudável ocupação dos tempos livres, de forma construtiva, em contacto com a natureza.
Promove também a interação, o convívio entre os vários participantes nestas tarefas, que muitas vezes se ajudam entre si e com as respetivas famílias.
Ganha a Sociedade globalmente.
Os terrenos são limpos de mato e sujidade, evitando o abandono, a negligência, sem que para isso as entidades autárquicas tenham que intervir.
Evitam-se e previnem-se hipotéticos fogos.
Favorece-se a infiltração das águas pluviais, retendo-as, deste modo não escorrendo tão repentinamente quando chove e infiltrando-se o líquido nos solos. Abastece os aquíferos e evita também a erosão.
Diminui-se o circuito de distribuição e todo o gasto energético inerente, pois produtor e consumidor estão no mesmo elo da cadeia produtiva.
Mas o comércio também ganha com esta prática, com esta moda, digamos.
Nas grandes cadeias de supermercados prolifera periodicamente toda a gama de artigos necessários a estas atividades. Desde as sementes e plantas até aos sistemas de rega e recolha da produção, numa parafernália imensa de objetos mais ou menos engenhosos, de modo a ajudar, facilitar e promover a ação do agro urbano.
E algo que normalmente não valorizamos devidamente. Com o plantio de árvores, arbustos e hortícolas, há uma permanente produção de oxigénio, que nos é indispensável à vida.
São um modelo de intervenção cívica, num contexto de urbes em que, muitas vezes, os laços de Cidadania se foram perdendo.
São uma forma de ocupar as pessoas construtivamente, sabendo nós que o trabalho é uma excelente forma de terapia. E que faz imensa falta a muito boa gente que vegeta por aí sem fazer nem querer fazer nada de construtivo!
E qual o papel que as entidades autárquicas ou outras podem desempenhar?
Como? Disponibilizando terrenos, água, conhecimentos, informação… E, porque não, também formação?!
Criando feiras e/ou locais de venda, facilitando o escoamento da produção, que poderá ser excedentária.
Uma outra forma de promover, divulgar e incentivar seria organizando uma espécie de Concurso entre produtores e respetivas hortas, como se faz noutros ramos de atividade. Algo que teria que ser bem estruturado, auscultando previamente os possíveis interessados.
E outras Entidades como poderão intervir?!
Por ex. Escolas.
As Hortas que visitámos situam-se a norte da Escola Secundária António Gedeão, confinando com a mesma.
Será que na Escola não poderiam ou não serão até já desenvolvidas atividades de intercâmbio?! Visitas de estudo, workshops, troca, partilha de conhecimentos e saberes. Estruturação de ações no âmbito de disciplinas ligadas à Natureza: Ciências Naturais, Geografia?! Ou integradas no contexto da Cidadania: Formação Cívica, Educação para a Cidadania?! Ou outras...
Ou atividades interdisciplinares. Trabalhos de Projeto, por ex.
Note-se que não sei se atualmente ainda existem as Disciplinas mencionadas!
Nas hortas visitadas criaram, nas “divisões/partilhas” de terrenos, um caminho entre sebes de canas entrançadas, que servem de divisórias. Pois esse caminho pedonal é utilizado diariamente por estudantes na ida e vinda das atividade escolares.
Mas e para finalizar.
Realce-se que, embora a intervenção de outras entidades possa ser importante, este movimento tem muito de espontâneo e autónomo! Pelo que convirá ter sempre essa característica em conta nas atitudes e intervenções hipoteticamente a serem feitas!
Arte, Desporto, Literatura, Feira do Livro... E Música!
Na sequência de comentário que fiz no blog “Só entre nós”, a 03/05/2015, ao post “A beleza do Eixample”, inspirei-me para um post no meu próprio blog, sobre Barcelona.
Por circunstâncias várias e vicissitudes diversas sai hoje no blog, apesar de já ter publicado outros posts.
De algum modo é uma forma de parabenizar Barcelona, pela vitória do seu Clube predileto.
Associando também a Lisboa e à Feira do Livro, pela recomendação de duas obras excelentes, de escritores excecionais, cuja ação decorre na cidade condal em momentos temporais diferentes, mas marcantes da sua História.
Barcelona é uma cidade em que, de facto, apeteceria viver!
Ou, pelo menos, (re)visitar, quanto mais não seja para (re)apreciar as Obras de Antoni Gaudi.
A Sagrada Família, o Parque Guell, a Casa Batlló, a Casa Milá, entre outros, são ícones de arquitetura que qualquer apreciador desta Arte, profissional do ramo ou mesmo leigo no assunto, deve, no mínimo, ver.
Acredito que qualquer pessoa se sentirá “tocado” ao contemplar qualquer uma destas Obras!
O conjunto urbano “Eixample”, documentado fotograficamente no post e blog supracitados, é um exemplo de verdadeiro Urbanismo.
Como se materializava na segunda metade do século XIX, e ainda na primeira metade do século XX, em cidades como Paris e Barcelona e até numa escala menos precisa, em Lisboa, inclusive.
Cidade que, como Barcelona, também é muito bonita e que tinha também todo um conjunto relativamente harmónico, com muitos prédios e quarteirões enquadrados nas correntes artísticas catalogadas “Arte Nova” e “Art Déco”, por ex. nas designadas “Avenidas Novas”, mas que, principalmente a partir dos anos sessenta/setenta, com a explosão urbanística se têm vindo a perder.
Propositadamente (?)
Ainda hoje, século XXI, alguns raros exemplares podem ser observados na Avenida da República e transversais, mas desgarrados da obra urbana de conjunto, delineada e iniciada ainda nos finais do século XIX (Ressano Garcia) e desenvolvida no início do século XX.
A atitude propositada de abandonar, deixando apodrecer por dentro, prédios emblemáticos é comum e não só em Lisboa.
Basta passear e observar com “olhos de ver” as Avenidas da zona referida, a Praça do Saldanha, mas também zonas mais antigas, mesmo de traça pombalina.
Observe-se a Baixa, o lado poente da Praça da Figueira, a Rua Augusta a partir do primeiro andar, a zona da Rua de São Paulo, do Conde Barão, a Rua de Santa Marta, …
(Lado Poente da Praça da Figueira, Lisboa)
Noutras cidades, esta atitude é também e infelizmente comum!
("Chalet" - Cova da Piedade - Almada)
Mas falávamos de BARCELONA. E do EIXAMPLE.
Atentando nas fotos documentadas no post referido, é de frisar que ainda bem que os poderes da Cidade Condal procuraram preservar o que têm de belo arquitetonicamente!
Só estive em Barcelona no final da década de oitenta do século XX, é gratificante ver, pelas fotos, que muito ainda se mantem.
Mas Barcelona é também a parte medieval, as suas ruas e ruelas, edifícios históricos, a Catedral de Santa Maria del Mar.
A propósito, para quem goste de ler romances históricos, é imperdível, “A Catedral do Mar”, de Ildefonso Falcones.
E também tem Miró. E Montjuic e o F. C. Barcelona. E o Mediterrâneo. E “Las Ramblas”…
E muito mais, pois quando lá estive a cidade estava em grande transformação, pois preparava os Jogos Olímpicos de 1992! (Onde isso já vai!...)
Interessante o slogan do postal sobre os verdadeiros “Ganhadores dos Jogos Olímpicos”!
Estas crianças estarão atualmente no início da "casa dos trinta"… ainda no começo de toda uma vida profissional, vida pessoal enquanto adultos, de cidadãos.
E também quero relevar que a 1ª vez que o F. C. Barcelona venceu a Taça dos Campeões Europeus foi precisamente em 1992!
Coincidências?! Talvez não…
A realização de um evento destes, quando devidamente planeado e organizado, implica muitos e diversificados investimentos em variados campos de atividade.
O retorno, por vezes, vem mais tarde.
Barcelona tem vida, sim! É uma Cidade com muita vida!
Ainda sobre literatura e cidade condal, ler também “A Sombra do Vento”, de Carlos Ruiz Zafón.