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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

“Alta Celestial”!!!!!

Saberá, o/a Caro/a Leitor/a, o que é uma “alta celestial”?!?

Não se admire, se não souber, que eu também soube apenas há poucos dias. E achei um piadão ao termo! Salvo seja!

Na noite em que dei entrada no Hospital Garcia de Orta – Almada, para a intervenção cirúrgica no dia seguinte, fiz montes de exames, análises, controles de temperatura, sei lá mais o quê. Como é lógico e, mais ou menos, todos sabemos. (Processo metodológico e terapêutico que decorreu em todos os dias em que estive internado.)

              Mas… adiante…

Na noite em que dei entrada, já aí pela meia-noite, fui, de cadeirinha empurrada por senhora bem-disposta, fazer uma TAC (Uma! Não um. TAC é uma Tomografia Computorizada - feminino.) (Eu até dissera à senhora que podia ir a pé, mas ela corrigiu-me que, para sair da Unidade e ir em tratamento, vai-se sempre acompanhado e de cadeira ou maca. Não se sai pelo seu próprio pé. Percebo e compreendo perfeitamente!)

Após concluída a intervenção – as aparelhagens são novas, modernas, funcionais, rápidas, eficientes, eficazes - nada claustrofóbicas, como as da ressonância magnética, em que entro em pânico, saímos do compartimento.

Já no corredor, de saída, no cruzamento com outro corredor que julgo de acesso às urgências, vem outra colega desta Auxiliar.

Esta nova Auxiliar empurrava uma maca - mesa, com um recipiente em cima, supostamente de alumínio, tapado - a modos de um meio cilindro truncado longitudinalmente, cerca de metro e meio a metro setenta / oitenta. Fiquei curioso e intrigado??!!!

Elas conhecendo-se, não se vendo há algum tempo, cumprimentaram-se oralmente, foram simpáticas uma com a outra. Olá, como estás? Há muito que te não via, vai tudo bem? Então hoje, estás nas urgências?! Como vais?! Bem, obrigado, … O trivial nestas coisas, que estas senhoras são habitualmente expansivas, conversadoras, atenciosas e simpáticas. Estavam apressadas, não chegaram, obviamente, a vias de afetos, nem as condições de trabalho permitem ou sugerem, ademais após a pandemia…

Seguimos para o corredor / hall que acede aos elevadores para o sexto piso e, então, lancei a minha pergunta. Sou muitíssimo cusco. (Costumo dizer que pergunto como é, para saber como foi!)

Minha senhora, peço desculpa, mas o que levava a sua colega dentro daquele recipiente sobre a maca – mesa?! Era comida?!

A senhora, obviamente, achou piada, riu-se. (Também a pergunta era para isso.)

Não sabe o que vai ali naquela maca-mesa?! Pois eu digo-lhe. É uma “Alta Celestial”!

(E eu também me ri).

Estamos sempre a aprender, retorqui. Aprendi uma expressão nova, que desconhecia completamente: “Alta Celestial”! Nunca ouvira falar!

E o/a Caro/a Leitor/a, sabe o que é uma “Alta Celestial”?!

…   ….   ...

 

Ainda sobre a pala.. Crónica III, quase quatro!

Olha a pala!... Olha a pala!...

Na fila do almoço, no restaurante do Museu, onde teremos estado mais de meia hora, observámos muitas cenas, variadas personagens, e ocorrências diversas. Umas mais caricatas que outras. Aliás, uma das coisas que aprecio, quando estou nas filas, é a observação dos casos e ocasos que vemos e assistimos!

À entrada do espaço de restauração, vemos surgir uma rapariga grávida, entrando e saindo. Um funcionário, algumas das pessoas esperando, nós, inclusive, indicámos-lhe a direção da caixa, para pedir a refeição, que tinha prevalência, dada a sua condição. Supostamente era o que deveria fazer. Mas não. Andou por ali, não sei por onde, mas não foi comprar a refeição, como era seu direito. Nós estivemos aguardando e prosseguindo até à nossa vez, à vontade, mais de meia hora. Pois não é que, quando nós estávamos precisamente para comprar a refeição, ela se apresenta, numa trupe de quatro elementos, a requerer o respetivo direito de grávida?! Nada que não pudesse fazer, nem que nós lhe negássemos essa prerrogativa, como é óbvio. Mas porque o não terá feito anteriormente?!

Deduzimos que seria porque estivera esperando que chegassem outros acompanhantes, pois quem pediu as refeições foi outra senhora. Para seis! Estariam todos grávidos?!

Ela, a grávida, a senhora requerente dos almoços, mais dois cachopos traquinas. E um indivíduo e outra senhora, que já se haviam amesendado, açambarcando os lugares e a quem os funcionários chamaram à atenção, por se terem instalado antes de compra dos repastos e respetiva atribuição de mesa.

Há gente que se anda sempre a aproveitar! (Eu que, ultimamente, não me calo quando vejo as coisas desarticuladas e gente a aproveitar-se, acabei por “lhes puxar as orelhas”!

(Elas?! Ter-lhes-á entrado por um ouvido, saído por outro…)

*******

Nesse último domingo de Setembro, vinte e oito, consequência óbvia da reabertura do CAM – Centro de Arte Moderna, a vinte e um; na Gulbenkian, muito especialmente nos jardins e no abrigo da pala, havia multidões. Como nunca me lembro de ter visto!

Quando saímos do CAM para irmos ao edifício principal – sede da Gulbenkian, já a tarde se prolongara. Já na rua, dirige-se-nos um japonês (?), apontando para um livro turístico, com algumas fotos pequenas e a escrita na respetiva língua. Pretendia saber a ida para o museu. Deduzimos pelas fotos e após lhe perguntar, no meu inglês atravessado, se queria ir para o Museu Gulbenkian. Que sim, reforçando com o abanar da cabeça e expressão cordialmente contente. Lá lhe expliquei. Mas, como íamos na mesma direção, sugeri-lhe nos acompanhasse. E fomos. Pela parte do parque ou jardim(?) sudoeste, atualmente uma verdadeira floresta.

E foi aí, no decurso da viagem, que tive uma das minhas ideias peregrinas. Em tempos, fiz coleção de moedas (não do Carlos!), mas de diferentes países, nomeadamente os que visitei, que até foram pouquíssimos.

Perguntei-lhe se tinha algumas moedas do Japão e me podia dar uma, que fazia coleção.

Achou piada, riu-se ao jeito dele, que aquele pessoal não parece muito expansivo, não se riem abertamente, são mais uns risinhos. E sacou do bolso várias moedas, quis dar-me duas, mas aceitei apenas uma. Não sou açambarcador!

E só mais tarde me questionei! E se aquele japonês fosse o artista – autor da pala?!

E por aqui me fico, crónicas a partir da pala já vão três, quase quatro.

Quando, e se puder, visite a Pala!

Muita Saúde e Paz! Que tanta falta faz!

 

Já foi ver a pala?! (I)

Mas, qual pala?! Perguntar-me-á, o/a caro/a leitor.

Pois… a pala da Gulbenkian, melhor, a pala do CAM – Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian.

É uma pala e peras!

Se em Lisboa ainda houvesse “Revista à Portuguesa” - na verdade, ignoro se há – mas se houvesse, já haveria cantiga dedicada à pala.

“Olha a pala, olha a pala…” isso é referente à mala. Também se diz que “quem tem capa, sempre escapa.” E sobre a pala?!

“Quem tem pala não se rala / Se há sol ou se chover / Vira cara, tira fala / Tem sempre que s’esconder!” Poderia continuar reportando-me para a situação atual. Com um pouco de brejeirice muito ou pouco poderia sair.

No domingo passado, tarde ensolarada de calor, milhares se abrigaram debaixo da pala. Foi um corrupio de gente sob a pala, serpenteando, na espera de entrar a visitar o renovado Centro. Fechado desde 2019.

Para ver esta nova estrutura, simultaneamente arquitetura, e obra de arte escultórica, e abrigo do sol, certamente também da chuva, não é preciso visitar o museu, pagar entrada, fazer fila. Ela é bem visível, até da rua, é marcante, estruturante e emblemática do Centro e da Fundação.

Tudo indica será uma nova identidade, uma novel marca, destas instituições.

Olha, vamos ali ver a pala da Gulbenkian. Ou, como perguntei no início: Já foste ver a pala?! Mas qual pala?! Mas das novidades do Centro e da Fundação só me interessa a pala?!

Não! Do que vi e está disponível para qualquer turista ou visitante ou passante, o que mais me agradou foi o novo espaço ajardinado, a partir do antigo “Jardim da Dona Gertrudes”! O Arvoredo! Que inveja – saudável – de tão belas e profusas plantas e ainda mais da possibilidade de regas autónomas e regulares. (Se as minhas árvores tivessem essa oportunidade! Regas sistemáticas, automáticas. Só São Pedro lhes vale!)

As árvores maiores, mais antigas, são certamente do “Jardim da Outra Senhora”. Não sei se ficaram todas, se só algumas, se tiveram de abater outras. Ignoro! Mas do que observei é que plantaram e tornaram a plantar uma boa plêiade – é mesmo este o termo – de árvores e arbustos notáveis! E da nossa flora autóctone e adaptados ao nosso clima mediterrânico.

Árvores de grande porte futuro: Sobreiros, Azinheiras, Carvalhos Cerquinhos!

Outras árvores mais arbustivas: Aroeiras, Lentiscos, Murtas, Loureiros… que, com as regas de que dispõem, depressão atingirão porte arbóreo.

Arbustos: Alecrins, Alfazemas, Rosmaninhos (?), Troviscos!

Não observei ou não reparei, se também terão plantado medronheiros, aloendros. Bem sei que estas duas plantas poderão ser nefastas para jardins onde brincarão crianças.

Sim! Do passeio domingueiro, na Gulbenkian, o que mais me cativou foi o recente jardim. Mas percecionei a dimensão do espaço inferior ao que imaginara. Também não posso dizer que apreciei totalmente o derrube do muro. E questiono: O que foi feito do portão que “guardava” o “Jardim da Dona Gertrudes”?!

Poderiam tê-lo colocado perto da entrada, como uma peça escultórica!

Isto digo eu, que não percebo nada de poda!

E ainda voltaremos ao jardim e talvez a nova crónica sobre o passeio de domingo passado, que passou!

 

Tosquia das Ovelhas no Cabanal do Chão da Atafona

Aldeia da Mata – 1 de Julho 2023

3º Postal!

Ovelhas. Original. 01.07.23.

A profissão de tosquiador é, obviamente, sazonal. Pelo menos no respeitante às ovelhas.  Não sei se o senhor também tosquia outros animais! É bastante especializada, exige precisão, perícia, empenho e bastante esforço. O tosquiador deve ficar cá com uma dor de costas! Digo eu, não sei…

Mas fui observando o trabalho enquanto lá estive e presenciei o desembaraço na execução das tarefas. E a descontração. São quarenta e quatro anos de atividade! A dado momento o sr. António, enquanto tosquiava, foi assobiando uma melodia, por acaso bem “executada” musicalmente. Estava completamente envolvido na função. No final referi-lhe que assobiava bastante bem, se também cantava. Ficou assim um pouco surpreso, mas acabou por afirmar que cantava, mas só quando estava com os copos…

O que não podia ser demonstrado ali, que tinha de acabar a tosquia, parafraseou o Luís, que queria o trabalho concluído. Fica para próxima oportunidade.

No decurso da função, à medida que vão estando mais à vontade, vão surgindo umas larachas, umas adivinhas… adiante!

Voltamos às fotos documentais:

A primeira, tutelando o postal, mostra uma das primeiras ovelhas tosquiadas, a juntar-se ao rebanho por tosquiar.

As “madames” no salão, à espera de vez, terão pensado: “Mas onde é que esta foi, que vem de lá assim tão pindérica sem a trunfa?! É isto que nos espera?!”

Na 2ª foto, o protagonista do processo:

Tosquiando. Original. 01.07.23.

(O Sr. António “descabelando mais uma madame”, digo, tosquiando mais uma ovelha!)

Na 3ª, o gerador, na caixa da camioneta, fornecedor da energia à tesoura elétrica.

Gerador. original. 01.07.23.

A seguinte: mais uma perspetiva da execução da tosquia.

Tosquiando. Original. 01.07.23.

Uma ovelha tosquiada, descontraindo no quintal.

Ovelha tosquiada. Original. 01.07.23.

E a sexta e última: foto de foto do Sr. António a tosquiar, com tesoura mecânica.

Tosquiando. Original. 01.07.23.

(Não sei quando, nem onde.)

Caro/a Leitor/a, espero que tenha gostado desta singela reportagem sobre uma atividade e profissão de realce, especializada e rara. Os meus Parabéns e Obrigado a todos os intervenientes, especialmente ao senhor António.

As “madames” também merecem o meu destaque, pois, sem elas, não havia nada destes trabalhos.

Gostamos de as ver nos terrenos, apesar de serem muito gulosas! Lembram-nos tempos passados, a nossa própria vivência e, muito principalmente, o Pai!

(E assim valorizamos o nosso Património, material e imaterial. Que Portugal não é só Lisboa!)

 

Intermitências d’ escritas (Abril - Maio - 23)

Um pouco de chuva, Senhor!

De vez em quando, estes hiatos nas narrativas: ausências do “Mundo Virtual”. Não propriamente do mundo real, mas um certo afastamento das realidades habituais, um mergulhar noutros universos. Em suma, a Vida e as diferentes prioridades, nem sempre possíveis de conciliar, nos tempos e nos espaços.

Mas… voltando a olhar para este nosso querido País, nada mudou. Continuam as mesmas trapalhadas, para não usar termo pejorativo, das TAPlhadas. As Governanças cada vez mais desgovernadas. Impressiona como é possível chegar-se a este descalabro de governo, tão desorientado.

E quem se vai chegando à frente são os mesmos outros, que parecendo diferentes são apenas farinha de sacos de cores diversas, mas, no fundo, iguais.

Não consigo acreditar nestas gentes!

E o calor continua. Em última instância, se calhar, isto é tudo efeito do calor.

Em Abril, as regas passaram a ser necessárias. As águas armazenadas, nas chuvadas de Outono, começaram a ser gastas ainda em início de Primavera! As árvores já têm de ser regadas.

E protegidas! Que as cabras cabriolam de propriedades vizinhas e com tanta erva verdíssima que tem o Vale de Baixo, não sei como, nem por que meios, vislumbram as figueiritas, recentemente plantadas, que mal se veem, na imensidão de biliões de ervas.

(Lá fora, as guerras continuam. Para quando a Paz?!)

Este esboço de “crónica” escrevi-o ontem, mas não publiquei. Posteriormente apercebi-me que Sua Excelência, o Senhor Primeiro Ministro, Dr.º António Costa, falaria ao País sobre o “caso Galamba”.  Dei-me ao trabalho de ouvir. E escutar! Estou com ele. Para quê mudar?! É como se dizia relativamente aos casamentos: “Em vez de se estragarem duas casas, estraga-se só uma.”

O pior, em todos estes cenários, é que a Casa é o nosso País. Que não tem conserto, porque esta gente passa o tempo a dar-nos música.

Ouvindo e escutando com atenção o que ouvi, e sabendo de pedido de demissão, que não foi aceite, tudo aquilo me pareceu “Teatro”!

E por teatro, para que a peça continue, logo, Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, o Senhor Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, nos deu conhecimento de não concordar com a não aceitação do pedido de demissão.

E, com tudo isto, será que se estraga o “casamento” entre São Bento e Belém?!

*******

Um pouco de chuva, Senhor!

Chegou Maio foi-se Abril / Nos atormenta calor / Que é feito d’águas mil?! / Que nos destinas, Senhor?

 

Maios de Abril!

Giestas. Foto original. 04.04.23.

Uma quadra, fotos e uma espécie de crónica!

Giestas. Foto original. 04.04.23. 

Em Abril, abriu-se Maio

D’ amarelo giestal!

Já veio rola mais gaio

Há festa no azinhal!

Giestas. Foto original. 04.04.23.

Ontem, 4 de Abril, foi tempo de testemunhar como os “Maios” já amarelejam os campos da Tapada do Rescão – Aldeia da Mata.

Aldeia da Mata vista do Rescão. Foto original. 04.04.23.

Inspiração para uma Quadra. A minha Musa é parca, parcimoniosa. Pode ser que ainda surja outra.

Tarde de espargos. Apanhei um molho bem jeitoso, nas habituais tapadas.

As cabras anunciadoras das “Páscoas”, mal foram soltas pelo dono, logo calcorrearam as três tapadas: a do Rescão, a das Freiras e o Chão da Pereira. Não satisfeitas, ainda saltaram para propriedade do vizinho. Lá teve de ir o Luís – dono - buscá-las. Chama-as e elas voltam. Interagem muito bem com os humanos. Mas são cabras! Sempre cabras!

Os javalis, certamente também as javalinas, andam numa fossadeira pelos campos. Quase uma lavoura! Pior é o efeito nas redes de proteção dos terrenos. Não resistem! Abrem buracos por todo o lado. Bem podem fechar uma saída (ou entrada?), logo descortinam outra. Não há trabalho de manutenção que aguente!

Aproveitei a tarde de ontem para a passeata habitual, ainda pelos campos. Vindo o calor, os espargos vão rareando, as ervas secam, os maios estiolam e abundam as carraças e outras bicharadas. Nessas alturas já não gosto tanto de passear no meio do ervaçal.

Anteontem, no decurso dos trabalhos “agrícolas”, vi a primeira cobrita. Deixei-a seguir o seu destino!

E, assim termino esta “croniqueta” campestre. Que, hoje, foi dia de Cidade!

Bons passeios campestres!

Colossos do Rescão. Foto original. 04.04.23.

(Os Colossos do Rescão!)

 

O Jardim não foi “betonizado”

Jardim na cidade. Foto original. 20.03.23.

Abençoada “Alma Caridosa” que se empenhou na respetiva manutenção!

Jardim. Foto original. 19.03.23.

Quando venho à “Cidade de Rio e de Mar”, das coisas que observo, logo que chego junto ao prédio, é ver como está o Jardim.

Da última vez que viera, na sequência da reunião de condomínio, ficara apreensivo com a eventualidade de quererem “estragaro Jardim.

Desta vez, mal cheguei, pude constatar que o Jardim lá está, recomenda-se e está óptimo.  Fora devidamente arranjado, limpo de ervas daninhas, de malva de cheiro invasora, mantendo as plantas, arbustos e flores nos conformes. Um brinco! Eu não faria melhor, nem pouco mais ou menos.

Jardim. Foto original. 20.03.23.

Pensei: quem terá sido a “Alma Caridosa” que se empenhou na respetiva manutenção, com tanto esmero, trabalho e cuidado?!

Empresa externa não me parecia. O modo de trabalhar não era de empregados que por aí abundam, nessas empresas de manutenção de jardins, que não destrinçam uma urtiga de uma bonina. Entram com as máquinas e é só arrasar!!!

De habitantes do prédio também não via jeitos. Não percebem nada de poda e, pior, não só não se interessam, como desdenham e “desprezam” o que se faz! E pessoas que se interessam, não podem.

Só poderia ser de Vizinho que, não morando no edifício, mas tem uma das garagens e é Pessoa capaz, competente, para fazer este tipo de trabalho.

Não o vi logo no dia que cheguei, mas no dia seguinte, mal o avistei, dirigi-me a ele, cumprimentando-o, interpelei-o sobre o facto.

Jardim. Foto original. 20.03.23.

Fora ele que se empenhara no trabalho. Dei-lhe os parabéns, felicitei-o pela obra feita, agradeci-lhe. Elogiei o resultado.

Fazemos o que podemos.” Está excelente, retorqui. “Então, quer dizer que fiquei aprovado?!” Aprovado, com distinção, rematei eu.

E está! Eu não faria nem mais, nem melhor!

As fotos não são deveras elucidativas do resultado, estão aquém do observado. Mas valem pelo que valem.

Jardim. Foto original. 20.03.23.

Ainda bem que há sempre “Almas Caridosas” que se empenham pelo bem comum!

Renovados agradecimentos e muitas felicitações pelo trabalho desempenhado e respetivo resultado.

 

Ainda o despovoamento do Chamiço…

Igreja Chamiço. Foto original. 02.02.23.

A Trisavó Rosa de Matos e o “Monte Chamiço”

Resto de Casa. Foto Original. 02.02.23.

(O que me relatou o Primo António Carita.)

“…Os salteadores foram roubando as pessoas que viviam na freguesia do Chamiço. Que iam ficando sem nada. Devido a essa situação foram abalando, abandonando a povoação com medo dos assaltos. Deslocaram-se para as terras mais próximas: Monte da Pedra, Vale do Peso, Aldeia da Mata, Gáfete… Até que, a dada altura, só lá vivia a Trisavó Rosa com algumas pessoas que para ela trabalhavam enquanto lavradora. Já não havia ninguém na povoação. Já haviam retirado gado, tudo o que pudessem.

Até que um dia, também os ladrões a assaltaram na sua própria casa. Deitaram-na num cadeirão, foram buscar um alguidar, de aparar o sangue dos porcos, e uma faca, ameaçando-a de morte, caso ela não lhes desse o ouro que tinha. “Tem que nos dizer onde tem o ouro, sabemos que tem ouro. Tem que nos dar, se não nos der, matamo-la”. Intimidavam-na.

A Trisavó perante essas ameaças, e nessa aflição, viu-se na contingência de lhes dar o que tinha. Face à situação também ela acabou por abalar da aldeia do “Monte Chamiço”, despovoando-se assim a terra na totalidade. Foi a última a sair da “aldeia”.

A Casa da Trisavó ainda lá existe, na parte central do que resta da antiga localidade, a cerca de oitenta / cem metros da igreja e relativamente à mesma distância das habitações e construções ainda existentes, a sudoeste, junto à ribeira.  …”

*******

Esta é a versão que escrevi a partir do relato oral que me foi descrito pelo Primo António Carita, no dia 12/02/23. A sua Mãe, Tia Maria Carita (1918 – 1997) viveu em jovem, em casa de Tia Maria de Sousa e de Tio Francisco Carita, filho da “célebre” Trisavó Rosa de Matos. A última habitante da antiga povoação do “Monte Chamiço”, juntamente com os seus criados / trabalhadores mais fiéis.

Em todas estas narrativas há algo que nunca foi referido até aqui. Infere-se que esta Trisavó, à data destas ocorrências, já seria viúva do Trisavô João Carita, de quem ela herdou o apelido.

Volto a mencionar que os filhos deste casal foram: Maria Conceição Carita, minha bisavó e de todos as minhas primas em 1º grau, do lado paterno e primo António Carita; Manuel Carita, bisavô de Prima Arlete Carita - e respetivas irmãs e irmão - que me disponibilizou fotocópia do artigo de Prof. Manuel Subtil. E o já várias vezes referido Francisco Carita, pai de Drº João Carita de Sousa, falecido cerca dos trinta anos e sem descendência.

*******

Fotos: Volto a divulgar o Património do povoado, que importa salvaguardar, preservar. Valorizar! Classificar!

1ª foto: A frontaria da ermida, tutelando o postal.

2ª foto: Restos de uma casa a que atribuem funcões na “Romaria de Santo Isidro”, em Maio.

Estrutura cuja funcionalidade parece intrigante.

Foto original. 02.02.23.

A ponte, lado jusante, e parte do antigo moinho.

Ponte. Foto original. 02.02.23.

Parte da estrutura do moinho.

Moinho. Foto original. 02.02.23.

 

“Momentos de Poesia” – Crónica II

“Momentos de Poesia” – 26/11/2022. Portalegre - Hotel José Régio.

Portalegre. Foto Original. 26.11.22.

Começo por referir que sou péssimo "repórter" e "cronista". Mas pretendo desenvolver um pouco mais o assunto, nomeadamente referir os nomes dos participantes. Conheço a quase totalidade, vários participam habitualmente, todavia, não sei o nome de muitos.

Nesta intervenção, pela primeira vez nestes eventos, utilizei o telemóvel para documentar as intervenções. Consegui! Contudo nas gravações não ficaram explícitos os nomes.

Valeu-me a informação prestada pela Organizadora de “Momentos”, Drª Deolinda Milhano, que me referiu os participantes em Poesia:

- Antónia Guerreiro (vinda do Algarve) - Luísa Carrilho - Rosário Relvas - Abílio Mourato - Maria Ana Salgueiro (vinda de Castelo de Vide) - Madalena Tavares - Maria Luísa Silva - Deolinda Milhano - Isabel Salpico (Cantora) - João Banheiro (Cantor, Músico, Apresentador...) - Francisco Carita Mata.

Estes participantes disseram Poesia de sua autoria ou de outros autores, lendo, recitando, declamando, cantando, acompanhando-se à guitarra, João Banheiro, ou à capela, Isabel Salpico e Abílio Mourato.

Também vieram outras pessoas que, não participando na Tertúlia, assistiram, nomeadamente de Algés e de Portalegre.

O Sarau iniciou-se e foi encerrado com o Grupo Coral de “Momentos de Poesia”, cantando o respetivo hino. Participantes do coro:

Rosário Relvas - Isabel Salpico - Maria Ana - Deolinda Milhano - Madalena Tavares - Luísa Carrilho -Abílio Mourato - José Cardoso.

 

Portalegre. Foto Original. 26.11.22.

Também idealizei documentar esta narrativa com foto do Grupo Coral. Tirei duas fotos, mas constatei que, em ambas, me falta um dos elementos do grupo. De modo que ainda não é desta que documento com foto de participantes. (De certo modo esta falha vai de encontro à minha relutância em publicar fotografias com pessoas.) Para documentar o texto incluo mais uma foto da Cidade de Régio, o que corresponde a um dos desideratos de “Momentos de Poesia”: Homenagear Portalegre!

A sessão decorreu muito bem. Agradeço a possibilidade de ter assistido ao desempenho dos vários participantes. Todos, a seu modo, nos encantaram e engrandeceram. Também estou grato pela oportunidade de ter participado.

É muito bom haver na Cidade estas Tertúlias. Os tempos recentes que temos vivido nestes últimos anos, desde o início da pandemia, 2020, têm dificultado as respetivas realizações. As vidas de cada um, igualmente. Mas é importante que aconteçam!

Notei a ausência de algumas pessoas que eram presença habitual. Algumas já nos deixaram. As Vidas complicam-se.

Viva a Poesia! Que aconteçam mais “Momentos de Poesia”!

 

Saúde, Saúde… A Covid… E outros bitaites!

Questões pertinentes, perguntas impertinentes.

 

E a Covid?! A pandemia lavra por aí. Agora, arredada dos focos mediáticos.

Mas o bicho continua a fazer das suas, minando a saúde. Dos portugueses, dos outros povos.

Só os chineses ou porque realmente o bicho os incomoda especialmente ou ainda e principalmente, porque outros “bichos” os incomodam ainda muito mais, periodicamente “fecham” cidades que são autênticos países. Mas isso, se calhar, são chinesices!

 

Em Portugal, a pandemia deixou de estar sob os holofotes dos media.

 

Nestes meados e finais de Julho acaloradíssimos, são os fogos.

São vistos quase como uma fatalidade. Um destino! Uma inevitabilidade. Não! Já não sei! Do que constato é que a Prevenção será a melhor arma para os combater. Que nunca se pode baixar a guarda, durante todo o ano. Que deverá envolver muitos meios diversos, em diferenciados níveis, envolvendo muitas entidades. E, sim! Os Particulares. Que se esquecem muito das respetivas responsabilidades. Falha muito a Prevenção. É um facto! Não é executada. E as Entidades Públicas também falham nos diversos níveis de ação. A ação deve processar-se desde logo nas bases.

As Juntas de Freguesias, as Câmaras, os corpos de intervenção das Autoridades, a GNR, por ex., agir perante os particulares que não providenciam as limpezas. A Proteção Civil.

Um trabalho de coordenação conjunta dos vários agentes no terreno, os Bombeiros incluídos na prevenção. E, porque não e também o Exército?!

Não é depois do mal feito que anda tudo a correr e não se chega a lado nenhum. É todos os anos a mesma coisa!

Investe-se, mas não na Prevenção. E a Prevenção é Trabalho, Trabalho, Trabalho…

 

Antes dos fogos, houve aquele “fogo-fátuo” do SNS. Ou "fogo de Santelmo"! Que continua. Não sei! A modos que chegaram à conclusão que é primordialmente uma questão de Gestão. De Autonomia de gestão! Será?! Autonomia em que aspetos?! Autonomia financeira? Mas os recursos financeiros são ilimitados?

Falam sempre em milhões. Milhões para aqui, milhões para ali.

E os Recursos Humanos?

Urgências! Já terá estado em contexto de urgências, certamente. Sabe que, nesse contexto, os profissionais trabalham habitualmente doze horas? E há profissionais que trabalham vinte e quatro horas?!

É uma desumanidade! Tanto para os profissionais como para eventuais doentes. E, agora, nalguns hospitais, querem oferecer aos profissionais, x em dinheiro, para não terem férias em Agosto...!

Mas terão ideia do estado de exaustão em que fica quem trabalha 12 horas? E 24 horas?!

 

Antes e simultaneamente com estes acordes mediáticos – comunicacionais, houve e há a guerra da Ucrânia. Nunca houve uma cobertura mediática tão acentuada nem tão acutilante duma guerra, como esta. Um horror! Podemos, através das reportagens efetuadas, observar a inutilidade das guerras, desta muito em particular. Apesar de outras que também vêm destruindo o Médio Oriente há dezenas de anos. A África. Guerras sem qualquer sentido!

Esta muito especificamente, despoletada por um indivíduo paranoide e seus sequazes. Esperemos que alguém, a bem ou a mal, lhe(s) consiga pôr alguma racionalidade.

Saudar o acordo sobre os cereais, sob a égide da ONU. Poderá ser um princípio para outros futuros acordos… Quem sabe?!

 

Com todos estes desvios do foco central de combate à Covid, ela alastra por aí, sem ninguém fazer caso dela. “Atacando”, inclusive Profissionais de Saúde!

E as palmas e ovações onde estão?!

Nos Festivais de Verão, já se vê!

 

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