Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Esta é a estátua de um Personagem quase lendário da História da Cidade de Beja.
Do tempo de Dom Afonso Henriques.
(O Personagem. Não a estátua! Esta é de meados do século XX. Do festejos dos "Centenários".)
Está implantada no Jardim Público, de que já apresentámos imagens. Também aí figura um painel de azulejos, com excerto de texto evocativo de "O Lidador" de autoria de Alexandre Herculano.
E o respectivo modelo está na antecâmara da Torre de Menagem do Castelo.
Que tomo a liberdade de transcrever um excerto, citando:
«Esta narrativa de Alexandre Herculano ficou imortalizada em Beja através do painel de azulejos que retrata a morte do Lidador. Localizado no Jardim Gago Coutinho e Sacadura Cabral, inserido num monumento cujos elementos construtivos mais relevantes são copiados da Ermida de Santo André, em Beja, está o painel assinado por Jorge Colaço em 1940. Em baixo figura o grito do Lidador, depois de abater Almoleimar: “Perro maldito! Sabe lá no inferno que a espada de Gonçalo Mendes é mais rija que a sua cervilheira!” Também no mesmo Jardim, mas no topo oposto, pode contemplar-se a estátua de 5 metros de altura de Gonçalo, em mármore, da autoria de Julio Vaz junior (1877-1963). O molde da mesma estátua, em gesso, está na primeira sala do castelo de Beja.»
Vamos, novamente, para eleições antecipadas. Num contexto temporal de cinco anos presidenciáveis, houve três dissoluções parlamentares, e quatro governanças a caminho.
É “Obra”!
Esta terceira dissolução, face ao respetivo enquadramento operacional, tinha de ser realizada. As duas anteriores, não! Bastaria que, quem pode e manda nesse contexto, tivesse tido outro procedimento. Não teve! Não há nada a fazer! E, “águas passadas não movem moinhos”!
Mas não posso deixar de mencionar que tantos cordelinhos a mexerem-se, nos bastidores e à vista de toda a gente, para chegarmos a isto! Novamente!
Já escrevi anteriormente, que não concordo com eleições antecipadas. Que “quem paga as favas” somos nós os Cidadãos e o País. Gastam-se milhões, que bem podiam ser bem empregues. E, estas instabilidades só atrasam as verdadeiras políticas governativas e construtivas.
Desde logo, na recuperação do parque habitacional, nas nossas mais variadas Cidades. A foto inicial reporta-se a Beja, mas a situação é comum a muitas, se calhar a todas as nossas cidades. Apliquem as verbas dos PPRs, das “bazucas”, sei lá mais o quê, nesta tarefa ciclópica.
Não conheço Cidade portuguesa onde haja tantas “Mãos de Fátima”!
Marcante!
A terceira e última foto: Conhece?!
É o "Lidador"!
Quase me atrevo a afirmar que os “nossos queridos líderes partidários” têm assim um ego tão inflacionado como o desta estátua. Tão grande, tão grande, que quase não cabe na janela de mercado que o eleitorado lhes reserva!
Que é apenas uma estátua. De gesso, oca, certamente! Do tempo dos festejos dos centenários: 1940!
Não falo, obviamente, do Sujeito que ela representa: Gonçalo Mendes da Maia, o “Lidador”! Que merece toda a nossa consideração histórica.
No Jardim Público de Beja, local que também mereceu a nossa visita, figura outra estátua do Lidador, bem centrada no espaço e em granito. Baseia-se na que apresentei foto, que está na antecâmara da Torre de Menagem do Castelo de Beja.
Esta deveria ser a primeira “Crónica de Beja”. É a terceira!
A foto, elucidativa, retrata o monumento mais emblemático da Cidade. A Torre de Menagem do Castelo.
Sobre o dito e a cuja, deixo ligações oficiais de quem sabe do assunto mais do que eu. Que não tenho quaisquer pretensões sobre o mesmo.
Fomos visitar no sábado passado, oito de Março, “Dia Internacional da Mulher”.
A chuva acompanhou-nos durante estes dias, desde o sete, ainda em Évora, onde apanhei uma valentíssima molha. Continuou sábado, interrompendo-nos regularmente a visita pela Capital do Baixo Alentejo. Obrigando a acoitar-nos, no primeiro toldo de esplanada ou hall de prédio ou varandim de resguardo. De qualquer modo, fomos visitando. E a Cidade, apesar do descalabro do Centro Histórico, tem vários locais de interesse.
Desde logo, o Castelo e a Torre altaneira.
Não subimos. Temi-me aos 200 degraus! Dois euros, ou seja, um cêntimo por cada degrau! Preço para subir. Para descer, não se pagava nada. É justo! Pior, é o subir!
(Quem sobe, já não quer descer. Que o digam os que vão estar, hoje, sujeitos de “moção de confiança”!)
Confiança não tinha eu, de conseguirmos subir e descer tanto degrau. Também o dia não convidava. Chuva, frio, vento, tempestade. Mas se a Torre está ali, há quase sete séculos, não era uma tempestadezinha (Jana?!) que a iria derribar! Aliás, haviam-me confirmado que, dentro da Torre, nada se sentia do que se passava cá fora.
Não importa! Fora! Não subimos, demos o fora, era quase meio-dia, a Torre fechava e quem subisse, arriscava-se a não poder descer! Esta inventei eu, em conluio com o funcionário, para dissuadir o pessoal de contar os duzentos degraus. Melhor, quatrocentos, contando a descida!
Fica para próxima oportunidade que, certamente, já não acontecerá. Para mim, pelo menos.
A Vida é o que é! Há oportunidades que se nos oferecem, que são únicas e irreversíveis!
Foi a segunda vez que visitei Beja. A primeira, terá sido há cerca de quarenta anos! Não me lembro se subi a Torre! A memória é seletiva e traiçoeira. Por exemplo, da imagem que retive da Cidade, lembro-me do Castelo e da Torre, mas ficara com a ideia que a localidade assentava num plaino. Nada mais enganador! Se uma enorme planície circunda o povoado, a urbe, propriamente dita, alcandora-se numa colina sobranceira a todo o plaino Sul Alentejano!
Bela Cidade, belíssima Planície Alentejana!
Locais que visitámos, já referidos: Castelo e Torre, fundamentais. Centro Unesco, a que voltaremos. Museu “in situ” da Rua do Sembrano. A Sé. O Jardim Municipal. As Portas de Moura, uma tristeza!
"O Nucleo Museológico da Rua do Sembrano integra um conjunto de estruturas arqueológicas que permitem... entrever alguns momentos da história..." de Beja.
Nada melhor que visitar e experienciar a vivência do espaço, reportando-nos para um tempo passado, marcante da vida da Cidade! Num contexto e enquadramento, em que o modo e o como se operacionaliza a situação de visitante e onde se realiza, é, em si mesmo, uma outra experiência. Não me lembro de alguma vez ter realizado um visita assim, daquela maneira.
Como?!
Quando puder, tiver oportunidade, aventure-se, SFF! (Não consegui tirar fotos!!)
E o trabalho de Bordalo II?!
Icónico. E paradigmático!
Todo em material de reciclagem.
E, na verdade, a Cidade de Beja, bem que precisa de uma valente reciclagem!
Não me recordo de ter visitado Cidade em que o Centro Histórico esteja tão degradado!
A precisar de uma verdadeira reciclagem! Tanta falta de habitação. E tanta, mas tanta casa abandonada! Nalguns locais quase ruas inteiras!
Tristemente notável!
Mas a Cidade tem muitos pontos de interesse. Já referi dois.