Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há muito que não escrevo sobre séries. Todavia, tenho continuado a visualizá-las na RTP2. Tenho visto, tenho apreciado, mas não me têm puxado para a escrita. Mais ou menos interessantes, acompanhar os seriados da RTP2, depois das 22h, é rotina.
Interessante o modus operandi deste canal sobre a transmissão dos episódios.
Quase sempre começam nova série à 6ª feira, de forma a deixar-nos presos para segunda, sem haver a quebra do final de semana. Porque, se findassem na sexta, quebrar-se-ia o elo entre uma terminada e o eventual começo de nova?! Seria?!
Vamos então à nova: “Culpas e Desculpas” – “The Guilt”, da BBC.
A ação decorre nos tempos atuais, na Escócia – Edimburgo.
Dois irmãos, bastante diferentes, nas perspetivas e percursos de vida, atropelam e matam um senhor, aparentemente na terceira idade, em frente da respetiva vivenda, numa zona residencial. O atropelamento ocorre à noite, sem testemunhas visíveis.
Provindos de uma festa de casamento, bebidos os dois, bem mais o mais velho, Max, que continuava a emborcar no carro, entregara a condução respetiva ao mais novo, Jake.
Este, com a desconversa do irmão, e também não muito seguro na condução, não se apercebeu do vulto no escuro, embateu no homem e mandou-o desta para melhor.
Sim, para melhor, dado tudo o que ficámos a conhecer posteriormente.
Perante a situação, o que fazer?!
Acionar o procedimento correto, segundo Jake, isto é, chamar autoridades, providenciar apoio ao sinistrado?! (Jake, irmão mais novo, dono de loja de discos, comprada pelo mais velho, músico falhado, sem vida familiar, meio desestruturado.)
Ou fazer o que dizia o mais velho, Max, casado, advogado bem sucedido. Isto é, ignorar, irem-se embora, ninguém vira, livrarem-se de responsabilidades acrescidas?!
Foram mais ou menos por esta via, após hesitações, dúvidas e peripécias, acabaram por arrastar o corpo para o interior da habitação, mesmo em frente. Sentaram-no na poltrona, como se tivesse morrido de morte natural, afinal descobriram que tinha cancro terminal, até lhe fizeram um favor, aliviaram-lhe o sofrimento dos meses finais.
Ficaram por aí?! Não! Para que servem as narrativas das séries, aliás muito bem contadas, como esta?!
Enlearam-se num novelo, de onde aparentemente não parecem sair, num pântano de dúvidas, de culpa, pecado e remorsos, de desculpas, que quanto mais querem esconder ou recalcar, mais fica de fora e à vista, que até houve uma vizinha que tudo viu, apesar do escuro da noite…
E já regressara a única sobrinha, provinda de Chicago, armada em detetive; a mulher de Max é coscuvilheira como poucas, sempre desconfiada do marido; este tanto quer esconder e mostrar inocência, que até recontrata ex detetive às suas ordens…
Bem, um imbróglio em que se meteram, que para sabermos como termina, só mesmo seguindo a mini série. São apenas 4 episódios!
E algumas questões que me azucrinam os ouvidos…
O homem não se terá atirado voluntariamente?! E como saber?! (…)
E aqueles sentimentos?! Culpa e remorsos… Crime a puxar para o castigo… A permanente ida e vinda ao local de ação criminosa… A dualidade de perspetivas entre os dois irmãos, que tanto se afastam como se aproximam… (?)
Todos estes aspetos narrativos, este modo de contar, não nos lembrarão outras leituras, outros romances, de um conhecido escritor novecentista russo?!
Ah, mas antes de tudo o mais, constatar o óbvio. Mudei a imagem do blogue, há pouquíssimo tempo. Um pouco na brincadeira experimentei este template, após ter visualizado vários. Mas, sinceramente, nem me apercebi logo que essa marca ficava estabelecida. De qualquer modo o blogue já fez um ano e achava que deveria fazer alguma reestruturação, que pensei ser bem mais complicada.
O que acham deste novo visual?!
Não sei se será definitivo, porque pretendo estruturá-lo de acordo com os subtemas que vou abordando. E que nessa estrutura esses subtemas fiquem realçados num espaço lateral, como, neste template, estão consignados os vários posts colocados cronologicamente. Só que ainda não tive oportunidade de escolher um modelo em que essa informação possa ficar consignada e acessível. Nem sei muito bem como executá-la.
Quem tenha dado uma vista de olhos ao blogue ou me tenha acompanhado desde o início, notará que embora havendo um fio condutor nas temáticas elas vão variando nalguns campos fundamentais, numas fases dando realce a alguns temas específicos, para posteriormente me dedicar mais a outros.
Por ex., iniciei com uma crónica sobre um ato cultural e, nesse âmbito, periodicamente tenho voltado a essa temática e modelo de escrita:Crónicas
Um dos objetivos da criação deste blogue fora a divulgação da Poesia que tenho escrito e publicado em suporte de papel, que numa fase desenvolvi bastante, mas que ultimamente tem estado um pouco parada. De qualquer maneira este é um dos temas deste espaço comunicacional: Poesia.
A divulgação de eventos ou associações/organizações ligadas à Poesia e à Cultura é também um dos eixos deste veículo de comunicação. Mas aqui surgem algumas dificuldades de enquadramento: na Poesia ou nas Crónicas?! Colóquio!
Outra temática são as estórias. As prosas… Umas serão contos, outras fábulas, algumas efabulações, quiçá delírios imaginativos. Integrá-las-ei como?! Como as designarei?
Estórias, sem dúvida. “Estórias do Arco-da-Velha”?! Não! Preferirei nomeá-las de “Estórias do Arco da Dona Augusta”, por analogia com o conceito tradicional de “arco-da-velha”, mas reportando também para o “Arco da Rua Augusta”, por toda a simbologia inerente e porque nalgumas estórias há referência a esses espaços. Fica a “Dona” que se reporta à “Velha”.
Depois estão os posts comemorativos ou evocativos de alguma situação, acontecimento ou ocorrência significativa e significante para mim ou para quem para mim tem significado! E como nomear este tema? Alguns enquadrar-se-ão noutros espaços. Na Poesia vários. Mas nem sempre conseguirei inclui-los facilmente.
Também existem os temas respeitantes a Localidades, ou Espaços Geográficos… Aqui!
Por ex., escrever sobre séries foi tema que nunca me passou pela cabeça vir a realizar, quando projetei e iniciei “Aquém – Tejo”.
Nem eu me dedicava muito especialmente à visualização de séries, até porque não tinha tempo.
Embora tivesse visto “Mad Men”, segui algumas temporadas e alguns episódios, quando pude. Mas, quando era mais jovem, via muito mais, mas eram séries semanais. Algumas bem antigas, da infância e início da adolescência.
Lembram-se do “Rim Tim Tim”? Da “Lassie”? Do “Bonanza”? Do “Chaparral”? Do “Zorro”? De “Dallas”, de que até nem gostava muito. E de “Star Trek”? (…) (…) ? ?
Propositadamente só falo das mais antigas. E todas norte-americanas. Mas também vi britânicas.
Desde 2014, tendo mais tempo disponível, comecei a ver séries da RTP2 e digamos que me agarrei com “Borgen”. Que é mesmo o tipo de seriado que mais aprecio.
Escrevi um post global e vi que agradou, ao ponto de ter sido plagiado.
Depois continuei a ver as novas séries europeias e embora não tenha escrito nada específico, episódio a episódio, os assuntos nelas abordados eram totalmente do meu agrado.
Com “Crime e Castigo” foi um campo temático que adorei, escrevi regularmente, diverti-me escrevendo e também constatei um agrado crescente nas visualizações.
Com “Hospital Real” foi o máximo, até agora. Deve ter sido uma série de que os espetadores gostaram muito, e eu também, o que se refletia nas visualizações. E sobre que adorei escrever.
Portanto o subtema “Séries”, também terá que existir, embora não tivesse sido planeado de início…
Enquadrar os vários posts nestes subtemas e noutros que me venham a surgir. Sabendo antecipadamente que alguns posts poderão ser enquadráveis simultaneamente em vários destes espaços e outros não saberei de todo onde colocá-los.
Bem, deixo estas reflexões estruturais sobre o blogue, na sequência da alteração do template.
Que espero apreciem! E Obrigado pelas leituras.
Que ainda quero escrever sobre os “Homens Loucos”! Mad Men
P. S. - Depois de todo este texto escrito e já em pré publicação, chamam-me a atenção que falta a foto sugestiva do Rio Tejo, visto da Ponte 25 de Abril e visualizando as duas margens e a foz do Rio. Uma perda irreparável! Que eu nem reparara...
De modo que não sei até quando irá ficar este modelo de template!
Volto à escrita no blogue, após uma semana de ausência.
E voltamos ao local do crime ou ao lugar em que fomos felizes, isto é, retornamos à temática das séries.
A RTP2 também retornou à série já apresentada em temporadas anteriores. “Mad Men”, agora na sétima, anunciada e prevista como última temporada. 7ª Temporada iniciada na pretérita 2ª feira, dia 19, no horário habitual, após as 22 horas.
Depois de, durante cerca de um ano, ter vindo a exibir projetos europeus, de televisões e países pouco divulgados, a RTP2 volta ao filão inesgotável das séries americanas, tanto qualitativa como quantitativamente. Neste caso compreende-se perfeitamente, concluir as temporadas desta aclamada e premiada série americana sobre o mundo da publicidade, atividade económica emergente nos anos sessenta do século XX.
Vi algumas das temporadas anteriores, mas agora esta recente não tenho tido sempre oportunidade de ver e também não me tem motivado excecionalmente!
Esperemos que a televisão pública não esqueça as séries da Europa, especialmente as continentais, porque das britânicas, sempre fomos vendo várias, mercê desse domínio do áudio visual exercido pela cultura de matriz anglo-saxónica, em crescendo desde os anos sessenta, tempo em que precisamente decorre a ação do seriado referido.
Das apresentadas, as espanholas deixaram-nos de água na boca, fosse “El Princípe” e muito especialmente "Hospital Real”. Tivesse a “Television de Galícia” as condições das TVs americanas e como as temáticas de “Hospital Real” poderiam ser desenvolvidas, prolongando o tempo da narrativa para além de 1793. Foram tempos tão ricos e tão trágicos os que se seguiram em Espanha, bem como em Portugal e por toda a Europa…
E “El Princípe” situado no momento atual, com todas as problemáticas abordadas. E ficou tudo em aberto para outras temporadas…
E as séries francesas e a nossa querida capitã Laure Berthaud, de “Les Engrenages”, intitulada em português como “Crime e Castigo”! E de que ficou também tudo por concluir.
As condições europeias são muito diferentes das americanas, antes de tudo o mais, o mercado potencial de venda dos conteúdos. Para qualquer investimento, na ordem dos muitos milhões, é suposto prever-se um retorno financeiro com as vendas efetuadas. Que para estas séries referidas, em princípio existirá, porque conquistaram muitos mercados internacionais, mas têm sempre muito mais dificuldade, porque as multinacionais americanas têm toda uma rede estruturada com mais de meio século, envolvendo todos os setores e serviços a montante e jusante no escoamento do que produzem. Muitos produtos de muita qualidade, mas também muita coisa sem valor. E têm, à partida, todo o mercado mundial à disposição. Para isso contribuíram os “Madison Men”.
E voltamos a “Mad Men”, que aborda precisamente o mundo dos homens que em Madison Avenue, Nova York, se empenhavam e iniciavam na venda desse “sonho americano”, “american dream”, primeiramente nos Estados Unidos da América. E alicerçavam as bases para a exportação para o Mundo global.
Perante esta série, desde o início me intrigou o título.
Men, sabia o significado, Homens. Mas Mad?! Claro, fui aos dicionários, em suporte de papel. E mad, o que significa?! Qual o significado que encontrei? Pois, precisamente, louco, doido.
Mas então o título seria “Homens Loucos”?! Não fazia muito sentido, embora não pudesse ser totalmente desprovido de racionalidade.
Bem, mas agora temos a net e num site que cito (1) encontrei uma significação, mais ajustada à realidade.
Mad representa a abreviatura de Madison, de “Madison Avenue”, a Avenida onde a firma de publicidade “Sterling Cooper” estava sediada na cidade nova-iorquina.
E assim já fazia mais lógica: Mad Men – Os Homens de Madison (Avenue).
E aí se poderia eventualmente basear, assentar, uma das funções didáticas e educativas do serviço público de televisão.
Neste caso, manter o título original da série, que é por demais elucidativo, sintético, global e globalizante, mas acrescentar um subtítulo em português. E até remeteriam, por analogia, para outro filme conhecido… Como fizeram na titulação de outras séries, nomeadamente nalgumas europeias.
E assim não teria andado tanto tempo às voltas sobre o significado do título.
Também me poderão questionar. Mas porque não foi logo à net?!
Bem, porque eu sou de outro tempo…
Em que se aprendia a escrever numa ardósia e se escrevia com caneta de aparo a molhar no tinteiro… e a fazer borrão!
A tecnologia atual e os meios agora disponíveis não surgiram ainda há muito tempo, bem pelo contrário, são recentíssimas, mas já tudo parece que aconteceu há uma enorme eternidade. Tal o salto evolutivo que testemunham.
Mas eu ainda não me habituei totalmente a estas modernidades!
Diz o ditado que se volta sempre ao local do crime. Ou ao local em que fomos felizes…
Ou, o bom filho à casa torna…
Na RTP2, após as excelentes séries que foram sendo transmitidas, baseadas em temáticas europeias…
Após Gomorra, de que não vi o derradeiro episódio, presumo que a família Savastano, como que terá ressuscitado. Exceto Imacolata, claro…
No final do penúltimo episódio, Gennaro, que aparentemente ficara morto, começou a mexer os dedos.
O pai, Pietro, que na prisão de alta segurança já parecia um morto vivo, um velho de chinelos a aguardar a morte num asilo, quando foi transferido, num golpe combinado para a sua libertação, transfigurou-se, ganhou vida e pareceu voltar aos velhos tempos.
Terá sido assim?! Terão os Savastano tomado conta dos negócios?!
Negócios?!
Não sei. Não vi o último episódio, só posso imaginar.
E não vou ver na internet, há certamente esse recurso disponível, mas recuso-me a pesquisar. Prefiro imaginar como se terá processado o hipotético desenlace final…
Terá ficado tudo em aberto como noutras séries?!
Na finalização desta série, repetiram a mini, designada Anna Karenina, baseada no livro homónimo de Leão Tolstoi.
Apenas revi o 1º episódio, já vira os episódios na 1ª transmissão, e também não tinha muita paciência para rever aquela atração fatal, daqueles amores românticos contrariados e vilipendiados socialmente, numa época em que casamentos eram supostamente eternos, adultérios repudiados.
E aquele puxar para o destino final e fatal da heroína que se suicida debaixo do comboio, símbolo máximo do progresso, à época.
(Lembremos que a ação ocorre em 1870, segunda metade do séc. XIX, na Rússia czarista, e na Germania, durante a guerra franco – prussiana, ainda antes do nascimento da Alemanha enquanto Estado unificado, sob a égide da Prússia vitoriosa, em 1871.
Unificado?! A História parece repetir-se? Não? Sim?
Em 1990, foi a reunificação, esclareça-se a questão do prefixo. Sendo que o prefixo foram duas Grandes Guerras Mundiais: a I e a II! Para além da chamada “Guerra Fria”.)
Depois desta mini, série, iniciaram outra também italiana, baseada nas 1001 Noites, de que vi também apenas parte do 1º episódio, pois a minha TV prega-me destas partidas. Começa a transfigurar as imagens, que se desfazem como se fossem elementos pictóricos de uma tela impressionista, desvanecendo-se gradual mas eficazmente, ficando apenas as cores, arco-íris desfeito, até que desaparece na totalidade qualquer cor, qualquer imagem. Resta apenas escrito um recado: sem sinal!
E deste modo não vi sequer esse 1º episódio completo em que a bela Sherazade contava as suas estórias dos seus amores com Aladino, como forma de escapar à morte anunciada pelo seu carrasco, o próprio Aladino disfarçado? Bem, não sei, como querem que saiba se depois não tive mais oportunidade de ver TV?!
Certo, certo, é que em cada fatura da EDP, lá vem um montante da taxa do audiovisual.
Até já escrevi, melhor, enviei um mail, para o Provedor do telespetador… a referir que pago a taxa e, de vez em quando, estou impedido de ver TV. E, como eu, estão milhares de telespetadores por esse país fora, que eu sei que estão!
Bem, mas nós nesta croniqueta, estamos a falar de ficção e não da realidade.
Seguidamente, na semana passada, a RTP2 apresentou dois excelentes filmes documentários da N.G.C., sobre os assassinatos de dois presidentes americanos: Lincoln e JFK. De realizadores de referência e também com excelentes atores.
“Killing Lincoln”, com narração de Tom Hanks e “Killing Kennedy”, em que o ator principal é Rob Lowe.
Vi apenas o segundo. Não vi o primeiro, mas não foi devido à TV. Não vi, porque não pude, por outras razões.
Nesta semana, na 2ª feira dia 20 de Julho, iniciaram um documentário “Mares e Oceanos”, de 2008, da TV Valenciana. Também muito interessante, é um género de temas que muito me agradam, mas de que já se têm visto muitos programas diversificados, em diferentes canais, desde os tempos de J. Cousteau.
E eu pensando que não haveria mais séries, quando me surpreendem com um “Coração das Trevas”, “Heartless”, embora ache que a série seja originária de um país nórdico, pela língua que ouvi no pouco tempo que tive paciência para seguir algumas cenas. Não percebi bem de qual, pois decididamente este género não faz a minha onda.
Temas em que o enredo supostamente se desenrole à volta de almas do outro mundo, vampiros, mortos vivos, zombies, bruxarias, fantasmagorias diversas, e afins, não são a minha praia. Não aprecio, não gosto, não vejo!
Gosto de ver filmes, embora consciente de que estou a ver ficção, mas em que há um substrato de realidade. Se as narrativas se baseiam ou documentam casos reais, embora ficcionando como sempre acontece num filme, então tanto melhor! Por isso é que apreciei especialmente as séries que têm vindo a ser transmitidas.
Desde que, por acaso, comecei a ver Borgen. E que me prendeu ao écran, a ponto de, sempre que me é possível, continuar a rever os episódios que estão a ser repetidos aos domingos, pelas 22h.
E, no domingo passado, dezanove de Julho, ocorreu um dos episódios que mais me tocaram. Aquele em que os media invadiram vergonhosamente o espaço completamente privado e mais sagrado a que qualquer cidadão, ainda que desempenhando cargos públicos, tem direito. A vida da filha da protagonista. Que foi exposta no seu lado mais frágil, já que a adolescente está em sofrimento, tratando-se de doença psiquiátrica e foi exposta da forma e do modo como as cenas mostraram. Regredindo no tratamento e com todas as consequências que se seguiram.
No desenlace do episódio, a protagonista conseguiu encontrar uma solução feliz. Interromper temporariamente as suas funções políticas, para se dedicar ao tratamento da filha.
Solução original e moderna, provavelmente só possível em Democracias avançadas. Mas precursora de hipotéticos casos a eventualmente acontecerem no futuro.
Aliás, para quem não possa valorizar o poder dos media em influenciar os comportamentos dos cidadãos, refira-se que a Dinamarca teve, pela primeira vez, uma mulher como Primeiro-Ministro, após esta série de grande êxito. Coincidências?!
E fazendo um pouco de cusquice, termo comum das duas jornalistas louras, só louras… do elenco, esta Primeiro-Ministro é a célebre dita cuja, que tanto furor causou nas redes sociais, no decurso das cerimónias do funeral do aclamado Nélson Mandela, por causa do celebérrimo Presidente Obama! Que até a querida Michelle ficou incomodada!
Sobre o papel imprescindível em Democracia, mas por vezes perigoso, da Comunicação Social, o 4º Poder, será um tema que iremos sempre abordando, direta ou indiretamente, nestas postagens.
Ainda a propósito da separação entre o privado e o público das figuras públicas e das eventuais ou reais consequências do que os media veiculam sobre as mesmas, principalmente quando elas estão fragilizadas, ainda hoje, precisamente, as redes noticiam um acontecimento ocorrido com uma figura pública nacional a que não terá sido alheia essa situação…
E já que pegamos em canais televisivos…
Muitas vezes me questiono para que nos serve termos dois canais privados que se copiam, por vezes mal e… Transmitindo programas indigentes, do mesmo tipo, à mesma hora, cronometrados até na publicidade enganosa, nas vergonhosas chamadas de valor acrescentado para encherem o bolso das operadoras de telecomunicações, com novelas que até no nome se repetem… E baseando-me no que também foi veiculado recentemente, agora até vão programar a realização de duas novelas ao mesmo tempo, no mesmo espaço geográfico?!
Falta de imaginação, diga-se, pese embora o cenário seja amplamente merecedor, é certo!
Mas é este o País que temos!
E terminamos a crónica que, como sempre, é longa de mais.
Obrigado, a quem tenha paciência para me ler até ao fim!
E, aproveito e peço desculpa pelo abuso, mas publicito também o que é meu!
Até porque já temos saudades da nossa querida capitã Laure Berthaud e dos seus Mosqueteiros! E temos tantas perguntas para lhes fazer... Mas ficam para outra ocasião.
Desenlace final da 5ª Temporada de “Les Engrenages”
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Ocorreu ontem o desenlace final da 5ª temporada da série “Les Engrenages”, intitulada na versão portuguesa “Crime e Castigo”.
E foi um final emocionantíssimo e trágico, mantendo-nos ligados ao televisor até ao apresentar do genérico. E, depois, ficámos como que anestesiados… passados de perplexidade e angústia!
A menina de oito anos que fora raptada, apesar da ameaça física de um xis/ato apontado à garganta, pela desvairada da chefe do gang, OZ, conseguiu salvar-se.
E, isso, graças à intervenção experiente e maternal da heroína da trama, a nossa Laure, que conseguiu convencer a chefe do gang a soltar a menina. Foram minutos de alta tensão, a criança com a arma branca apontada à garganta e Laure a falar, a pedir a sua libertação, com calma mas também firmeza, à agressora, que acabou por ceder, libertando a criança.
Ao mesmo tempo recuava na direção do rio Sena, preparando-se para saltar, o que fez.
Mas arrastando com ela também a nossa capitã, que tentou segurá-la, imaginando que ela se quereria suicidar.
Nesse arrastamento, a louca, com a arma branca que segurava e ameaçara a criança raptada, deu uma facada, em Laure!... Em Laure! E, onde?! Precisamente na barriga, na barriga, onde ela carrega o seu fruto mais precioso.
O filho/a a quem ela já tanto quer, idealizando até formar casal com Gilou.
Pois imagine-se o efeito. Grande tensão nos espetadores e nos colegas polícias. Todos no hospital, para onde foi transportada, sujeita a observações.
Diagnóstico médico: … tudo em aberto, não se sabe se se salva… e, nesta apresentação, o médico quis dirigir-se ao pai… Quem é o pai?!
A mãe e o bébé corriam, obviamente, perigo de vida.
E calcule-se… Tantos polícias homens, todo o departamento e “onde está o pai”?
Todos se olharam atrapalhados.
Gilou pega no telemóvel, afasta-se, retira-se para um local mais resguardado, emociona-se, chora, bate com a cabeça na parede, relembrará todos os momento em que sonhou viver com Laure, recompõe-se, ganha coragem. E telefona.
Liga para Brémont, pois para quem haveria de ligar, se Sami já não está entre os vivos e já anda noutro seriado?!
Ainda bem que a narradora não descartou a personagem Brémont!
E comunica-lhe o essencial.
Laure hospitalizada, grávida, não sabe se se salva, criança em perigo de vida. Pede-lhe a sua urgente comparência no hospital.
E ficamos assim no final de episódio e quinta temporada.
Tudo em aberto para a sexta.
Que em França já estará, não direi pronta, que não sei, mas está pelo menos em preparação.
E tantas pontas soltas por onde pegar.
No concernente à capitã… Salva-se? A criança?! Fica-se a saber se Brémont é efetivamente o progenitor? Voltam a trabalhar juntos? Como conciliar maternidade e profissão? …? Tantas questões para explorar.
Nesta sexta, hoje dia dezanove, irá começar Gomorra! Um apostar nas séries policiais europeias, esta italiana (?) e ainda mais negra que a francesa.
Mas ainda mais alguns comentários sobre “Crime e Castigo”.
Gilou, apesar da lição que levou, não tem emenda e continua a fazer das dele.
Delatou ao “ladrão de carros topo de gama” que o juiz já tinha determinado ordem de busca e apreensão dos carros. Grave! Gravíssimo! Viu-se o resultado.
Vingança pessoal e profissional contra tudo e todos, o próprio ladrão e o colega de outra estrutura policial, por acaso, Brémont, na “rival” Brigada Anti Banditismo.
É caso para questionarmos que com policiais assim como nos livramos de ladrões e criminosos?! Valerá a pena essa promiscuidade?
E policiais trabalharem de costas voltadas e sabotando o trabalho uns dos outros?!
Quem paga? O contribuinte, o cidadão honesto e trabalhador, já tão sobrecarregado de impostos.
Ficam à solta dois criminosos: o ladrão e o recetador e exportador dos carros, que por acaso é o senhor “ADE - Alto Dignatário Estrangeiro”.
Aqui ficam mais algumas deixas para dar continuidade.
Tal como na ficção, no real, as relações promíscuas, “liaisons dangereuses” entre a França e países do Norte de África, nomeadamente os regimes da Líbia, têm sido frequentemente noticiadas nos media.
Joséphine! Ah, Joséphine!
Ela que perdeu o seu napoleão, voltou ao seu papel de malévola.
Contratada/Convidada para pertencer ao conselho de administração dum poderoso escritório de advocacia, na premissa de votar a exoneração do colega advogado Edelman, não se fez de rogada e, na hora H, apunhalou-o de frente. Aplicou-lhe uma estocada fatal, na própria reunião e na presença de todos os outros conselheiros.
Definiu-se, definiu o seu caráter e também o seu papel na associação e no enredo da peça seriada.
As Sociedades ligadas à Justiça… Umas secretas, outras mais ou menos imiscuídas dos membros dessas secretas, desempenham um papel primordial em toda a Sociedade, pela sua ligação, influência nas decisões de todos os Poderes: Políticos (Legislativo, Executivo e Judicial), dos Poderes Económicos e Financeiros. No 4º Poder: os Media.
E o Poder que têm essas Sociedades e os Grandes Escritórios de Advogados. E o que o Estado lhes paga das mais diversas formas.
E o que nós pagamos de impostos, todos os dias…
O que nos vale é que tudo na série se passa e confina a França.
Só que a França fica muito, demasiado, perto!
E é tudo novela! Nada a ver com a realidade.
Mas nem tudo é mau.
Marianne voltou a trabalhar com o Juiz Roban, que teve a humildade de lhe fazer esse pedido.
O pai Jaulin, finalmente inocentado, abraça o filho.
Pedirá ele indemnização por ter sido preso injustamente? Consegui-lo-á? O Estado pagará?!
Melhor, quem pagará ou não, não sabemos se a guionista terá em conta estas sábias sugestões de desenvolvimento do enredo… quem pagará, mais uma vez, os “Erros da Justiça” serão os contribuintes.
Eles, já tão sobrecarregados de impostos.
O que nos alivia a carteira é que tudo isto se passa em França… país dos gauleses.
E tanto, ainda, fica por dizer. Pois que estes enredos são muito complexos e ricos de conteúdo.
Tanto fica por falar...
Será na próxima Temporada.
E a guionista aceitará as nossas sugestões ou desenrolará um enredo completamente radical?!
Tenho estado todo o dia a hesitar se haveria de voltar a tecer alguns comentários sobre a série que tenho andado a visualizar e a escrevinhar algumas ideias e opiniões sobre a mesma.
Por um lado, apetece-me escrever, mas tenho dúvidas no tom com que fazê-lo, se de modo irónico e leve… é simplesmente um filme; se com alguma seriedade e sisudez, pois sendo realmente apenas ficção, espelha em demasia a realidade que vivemos…
Por outro, também hesito pela ponta com que começar.
No enredo da série, a narração centra-se no lado profissional das personagens, no seu trabalho enquanto polícias, advogados, juízes, mas tendo sempre como pano de fundo a sua vida pessoal e familiar, que em determinados episódios e momentos se sobreleva à visão de profissionais.
Aliás, nesta temporada, o crime principal, que ainda não foi deslindado, centra-se totalmente nas questões da Família, da sua estrutura ou falta dela e interações familiares. Mãe e filha assassinadas e o suposto pai como presumível assassino, situação equacionada desde o início, mas que se vem tornando cada vez mais complexa, na medida em que são alargadas as investigações e se vislumbram contornos diferenciados do problema e outras relações familiares e outros possíveis implicados.
Os crimes secundários também assentam neste fundo familiar: jovens e menos jovens delinquentes, desestruturados familiarmente, cometendo crimes de maior ou menor fôlego, mas cuja ligação e cumplicidade se torna cada mais estreita com o crime principal.
Paralelamente decorre a vida familiar dos personagens principais.
E esta também tem muito que se lhe diga.
Como se observa, F. Roban é um lobo solitário ou uma raposa velha nem à procura de grilos.
Clément morreu. Joséphine, com quem ele iniciara uma vida amorosa e com quem queria aprofundar o relacionamento, quando fora eleito para a Ordem dos Advogados, viu-se destroçada. Queria desistir da advocacia, não fora o chamamento à razão de F. Roban, de algum modo um pai espiritual destas heroínas já mencionadas.
Tintin foi abandonado pela mulher, que lhe levou os filhos e o carro de serviço!
Gilou é um amigão, mas é um solitário, aparentemente um predador que nada preda. Tem uma ligação fortíssima com Laure, a quem novamente ofereceu préstimos para pai emprestado e coparticipante nas despesas das fraldas… Há pouca gente assim!
Laure, as circunstâncias do trabalho e os sentimentos pessoais, o apelo ancestral de maternidade, já a levaram a assumi-la e aceita-la. Na equipa, praticamente já toda a gente sabe, face às circunstâncias ocorridas no episódio anterior.
Mas e voltando a Gilou.
Foi ele chamado ao chefe de departamento, apresentado e confrontado com outros dois colegas da brigada de investigação.
E para e porquê?!
Pois…para o prenderem…
Estão em causa algumas das ligações do mesmo a outras personagens e ações do submundo do crime, a quem ele se associa de forma por vezes muito leviana. Para obter resultados na resolução de outros crimes, é certo, mas que nem sempre se revelam eficazes e para todos os efeitos o enredam em teias perigosas e menos claras. De que neste final de episódio sofreu as consequências, sendo ele próprio encarcerado.
Aliás esta é uma das questões que perpassa nesta série: os métodos pouco ortodoxos, as ligações perigosas das equipas policiais ao submundo criminal, com estratagemas diversos, nomeadamente usando rede de informantes, criminosos de maior ou menor calibre, de qualidade mais ou menos duvidosa, umas vezes úteis, noutras meros estorvos, cometendo eles próprios as suas ilegalidades criminosas, a que, em compensação, a polícia tem que tapar os olhos para eventualmente ganhar algo no futuro…
Foi aí que Gilou se enredou e se perdeu. Veremos como irá reagir a restante equipa de mosqueteiros.
Em contrapartida, verificam-se, amiúde, rivalidades entre setores, departamentos e estruturas policiais, que deveriam trabalhar em conjunto, mas que, na mira de sobressaírem sobre os demais, trabalham de costas voltadas, perturbando nomeadamente as investigações, os processos e os resultados possíveis e prejudicando toda a ação em curso.
“Et, voilá!”
Já teci alguns comentários sobre o decorrer da série, nomeadamente no respeitante ao oitavo episódio, último a ter sido transmitido.
Aguardamos os últimos episódios que, a desenvolver-se a ação como até aqui, nos esclarecerão, tanto quanto baste, sobre o desenlace da temporada.
Ah! Não me posso esquecer do Juiz, François Roban…
Incorruptível, mas também obstinado, quando “fareja” criminoso não larga, que nem piranha.
Mal visto pelos da sua classe, em parte da temporada anterior, na sua sede de uma Justiça pura e isenta, cega a todas as influências, conforme representada na sua simbologia imagética, persistiu na sua tese, defendeu-se com unhas e dentes, para o que teve a ajuda preciosíssima da sua assistente. Terá tido a ajuda desinteressada de uma organização secreta, que se espalha pelos cargos fundamentais da Justiça, mas que não quis reconhecer nem à mesma aderir, apesar de convidado…
Recomeçou esta temporada, reabilitado e engrandecido, porque venceu a causa em que se empenhara, apesar das dificuldades por que passou.
Mas encontra-se cada vez mais só… Não quis perceber nem ver o interesse pessoal da sua assistente, as suas subtis modificações, até no trajar, manteve a sua postura rígida, hierática, seca que nem a sua figura física e agora até por ela foi abandonado profissionalmente…
Sangra do nariz, algum sinal de algo menos bom no horizonte?!
Sinceramente, preocupa-me o destino desta personagem.
Teve a sensatez de sugerir a ajuda de outro juiz, neste caso a juíza a quem inicialmente fora atribuído o processo, mas que ele obrigara a ceder-lho, mas a quem agora volta, com humildade, pedindo-lhe ajuda.
Foi lindo vê-la chegar à homenagem dos advogados a Clément, na sede da respetiva Ordem, e ficar junto de Roban, que já estava na sala.
É simbolicamente significativo ser este juiz.
É mulher, juíza, é jovem, inexperiente, é negra e é bonita!
Ontem, dia 11, foi transmitido o 7º episódio desta 5ª temporada.
Situação trágica ocorreu, no rescaldo do episódio anterior, em que Pierre Clément fora levado de urgência para o hospital!
Pierre Clément, o advogado criminalista, que tinha sido procurador adjunto, afinal fora morto em serviço, nos corredores do Tribunal, por um tiro disparado pelo polícia que o pretendia defender do arguido, Jaulin, principal indiciado do duplo homicídio, investigação de destaque nesta quinta temporada.
Situação paradoxal esta em que o arguido ameaça cortar o pescoço ao advogado que o defende e que, praticamente, era o único interveniente no processo em curso, que acreditava nele…
Caso que ocorre, na sequência de entrevista pedida pelo juiz Roban, sendo que toda esta cena se desenrola na respetiva presença e da sua escrivã. Chocante, para todos!
Neste seriado, em cada temporada, o enredo centra-se normalmente num crime de resolução mais complexa, cuja trama se vai desenrolando no decurso da ação, envolvendo as personagens principais nos correspondentes papéis, e algumas secundárias, até ao finalizar do 10º episódio. Neste, de algum modo, se revela o deslindar do novelo criminal, tanto quanto baste, para explicar a história, resolver o crime, de algum modo finalizar a temporada, mas deixando sempre algumas situações menos resolvidas, algumas não de todo ou nada concluídas. Estratégia do narrador, do guionista, para lhes poder “pegar” ou não, em hipotéticas e futuras temporadas, deixando sempre algum suspense nas audiências, de modo a mantê-las interessadas.
Nesta, o crime principal trata de um duplo homicídio, mãe e filha, encontradas no Sena, arrastadas por uma barcaça… Crime de contornos e sugestão familiar, mas cujo desenlace se revela mais complexo do que inicialmente parecia e cuja conclusão não se vislumbra fácil. Aguardamos os próximos três episódios…
Enquanto isso e voltando à informação inicial deste texto, a morte trágica do nosso “advogado idealista”…
As nossas heroínas, sim que Joséphine também se tornou numa das heroínas do seriado, e nesta temporada amabilizou muito a sua atuação, talvez pelo aproximar amoroso do advogado.
As nossas heroínas, repito, ficaram destroçadas com a morte de Pierre.
Aliás, a “capitaine” além de muito amiga de Pierre, também sofrera um rude golpe com a morte do seu Sami, também em serviço. Daí compreender, sentir também fortemente a perda do amigo e empatizar com a respetiva namorada. Solidariedade feminina.
Termino com a frase proferida pela advogada, para a capitã Laure, quando esta a foi consolar pelo falecimento de Clément: “Se me dissessem que algum dia haveríamos de precisar uma da outra…”
Esta deixa vale tudo, pelo que sabemos que ambas se detestavam e pelo que poderemos aguardar nos derradeiros capítulos.
Mas não me alongo mais. Apenas esboço, ligeiramente, alguns tópicos desta “novela” cujo enredo, embora de alguma complexidade, é fácil de seguir.
Concluída a 4ª temporada, a série já entrou na quinta, tendo decorrido, ontem, nove de Junho, o quadragésimo quinto episódio, 45º, quinto da quinta temporada. E eu não tenho escrito nada sobre a mesma, apesar de continuar a visualizar os episódios que a RTP 2 vai transmitindo todos os dias, pelas 22h.
Ter-me-ei desinteressado?! Não, continuo fã. De facto, o enredo e os desenlaces continuam apelativos, as temáticas interessantes. Os crimes acutilantes! Talvez por me ter dedicado a outras escritas, fui deixando de escrevinhar sobre os assuntos da série.
Aliás, o finalizar da 4ª temporada foi dramático! Inesquecível!
A capitã Berthaud é, sem sombra de dúvidas, a principal protagonista do seriado, título que conquistou não só pelo seu desempenho artístico, mas também pela importância relativa que adquiriu no próprio enredo e no desenrolar da ação enquanto policial.
É, efetivamente, a Chefe, tendo-se imposto, com denodo, trabalho e profissionalismo, a todos, com especial relevância, ao seu chefe de Departamento, apenas ou principalmente preocupado com a eventual subida da sua conceituada pessoa na hierarquia policial, sempre em amabilidades e salamaleques com as chefias políticas!
Pois, “la capitaine” sofreu um enorme desgosto no último episódio da “quatriéme saison”. Chorou, sem ofensa, eu diria que “berrou” desalmadamente, sendo que os seus gritos se ouviram em todo o prédio e chocaram, inclusive, todos os moradores da minha vizinhança.
E, porquê?! Só porque eu ponho a TV muito alto?!
“Alors”…
Ela, obsessivamente centrada no trabalho, aliás como os seus outros dois mosqueteiros, “Gilou et Tintin”, apaixonou-se.
Perguntar-me-ão: e cair de amores não será um direito que lhe assiste? Pois, claro…
Só que e como diz o ditado “não há fome que não dê em fartura” e ela, em vez de um apaixonado, arranjou dois: Brémont e Sami, que foi repescado de outra temporada e por quem ela já estivera de “beiço caído”. Mas ele abalou, água vai e não disse nada.
Felizmente o guionista resolveu repescá-lo, como já mencionei.
Mas, então o que aconteceu?
Nessa quarta temporada, o principal crime que se foi desenrolando centrava-se numa equipa de bombistas jovens, novatos, desajeitados e tresloucados quanto baste. Mas efetivamente perigosos, como se viu…
De ideal libertário, que se focalizava precisamente na destruição do estado policial, representado simbolicamente e, para efeitos de enredo, na esquadra da nossa capitã, Laure Berthaud, onde planeavam rebentar uma bomba.
Com peripécias várias e avanços e recuos diversos, sempre acabaram por colocar, numa casa de banho da esquadra, a bomba, ativável à distância via telemóvel, como tudo o que é atual e moderno nesta sociedade de telecomunicações.
Aliás, quem a transportou, colocou e, no final, fez explodir, foi a jovem do grupo bombista, uma destrambelhada rapariga de pendor romântico por amor ao parceiro e chefe do grupo, que, na hora H, muito prosaicamente resolveu desaparecer incógnito entre os transeuntes, pelas margens do Sena, fugindo à sua heroicidade e responsabilidade de mentor do dito grupo.
Só que, como disse, a bomba efetivamente foi colocada, ativada e feita explodir pela mocinha.
Mas, e há sempre um mas… o nosso amigo Sami e apaixonado de Laure, estava a tentar desativá-la…
Dá para imaginar?! Pois, só imaginando mesmo, visto que a realização da série apesar de já ter apresentado situações muitíssimo chocantes, neste caso, teve o bom senso de não mostrar nada.
Nem a nossa Laure foi ver, não que ela não quisesse, já se vê, sendo sempre grande a coragem que ela demonstra ao observar e tocar naqueles mortos macabros, com todos aqueles efeitos especiais…
Sim, não foi ver, não que não gritasse e berrasse para ir... Só que o amigo de todas as horas, o 2º mosqueteiro, Gilou, não deixou. Não permitiu, porque se imagina como estaria o corpo de Sami! E os amigos são para isso mesmo e Gilou não é apenas amigo, ele é um amigão!
Bem, e foi assim que terminou a quarta temporada.
E não vos falo das outras personagens…
Os advogados: Pierre Clément, “o ingénuo”; Joséphine, “a malévola”, agora unidos em romance, separados de escritório.
Do “idealista” Juiz Roban, reabilitado profissionalmente… da sua escrivã…
Dos políticos que, a todo o custo, querem colher dividendos, através de quem pisa e dá duro no terreno.
E haveria tanto a descrever, mas não há nada como visualizar os episódios, que já vão no quadragésimo quinto, na quinta temporada, friso novamente.
Ah, como referi… Laure, a principal heroína da história, envolveu-se sentimentalmente com Brémont e Sami, falecido no último episódio da 4ª temporada.
“Et, alors?!”
Então... E daí que ficou grávida.
E este tem sido um dos assuntos que perpassa por toda esta 5ª temporada, mas com conhecimento apenas da própria, do amigão Gilou e dos médicos que ela tem consultado.
E quem será o pai?! Sami? Brémont?
E dará ela seguimento à gravidez? Tem feito diversas tentativas para abortar. Mas as peripécias do trabalho impedem-na de lhes dar continuidade.
Mas como dar seguimento à gravidez com uma vida profissional tão preenchida, praticamente sem direito a vida pessoal?
E avançar com o aborto estando a gravidez já adiantada?
E com quarenta anos, gravidez de risco, mas também uma derradeira oportunidade de ser mãe…
E quem assumir de pai?!
O amigo indefectível, para todas as ocasiões, o mosqueteiro Gilou, nomeadamente já se ofereceu para coabitar com ela e partilhar o encargo na criação da criança…
Que irá a nossa capitã fazer?!
O que acham que ela deverá fazer?
Já tentou ir até à Holanda, numa derradeira tentativa para abortar. Só que o trabalho, sempre o trabalho, a fez ficar em Paris.
O que acham que ela deverá fazer?
O que acham que ela irá fazer?
Tantas perguntas… E quantas respostas?
Visualizem a série, que eu não pretendo ser o guionista da mesma, nem gosto de saber antecipadamente os desfechos!
Escrever num "blog" é ou acaba por ser uma forma de interagir com a própria realidade e as notícias veiculadas pelos "media". Apesar de haver temas que, propositadamente, prefiro "ignorar". Por enquanto...
Contudo, relativamente ao futebol, não posso deixar de tecer um brevíssimo comentário a estas notícias...
É sempre uma forma de falar de Cidadania.
Eis as notícias...
“ Jorge Jesus vai ser treinador do Sporting. ” In: www.dn.pt/
" 'Ultimate Champions' - Barça rejeita que Figo alinhe pela sua equipa de 'estrelas' "
In: www.noticiasaominuto.com
.. Reforçando o que já tenho dito noutros "posts".
Faz algum sentido a alienação, nomeadamente face ao futebol?!
Relativamente à 2ª notícia, não posso deixar de frisar que o “fair-play” fica bem a qualquer desportista, a qualquer dirigente, a qualquer adepto…
Muito melhor fica a uma equipa com o gabarito que tem o BARCELONA, um dos conjuntos futebolísticos por quem, aliás, nutro preferências, bem como pela cidade condal, sobre a qual irei escrever um “post” muito em breve.
Tenho plena consciência que a rivalidade entre o Futebol Clube de Barcelona e o Real Madrid está muitíssimo além do futebol. Não se compara em nada com a rivalidade Benfica – Sporting.
É uma “rivalidade” que entronca a sua matriz no conceito de identidade nacional inerente a Barcelona, à Catalunha, à nação catalã. De que o futebol é uma “montra” e de que durante dezenas de anos, por ex. no decurso da ditadura franquista, foi das poucas ou nenhumas manifestações possíveis de afirmação identitária.
Contudo, querer que um jogador estrangeiro, neste caso o supracitado português, tenha que obedecer aos preceitos da nação catalã, num mundo globalizado como o atual, acho que é exagerado. Se fosse um jogador catalão, formado nas escolas do clube, até compreenderia.
No fundo e tão somente o jogador não fez mais do que aplicar a máxima do futebol atual.
Foi atrás do dinheiro. Ou não?!
$$$$$$$
Daí o epíteto que ganhou…
“Aceitá-lo”, como membro da equipa a que realmente pertenceu e para cujos sucessos também contribuiu, só enobreceria ainda mais o Barcelona. Ou não?!
Tanto mais, agora, com o que se passa na FIFA! Ou também terá a ver com isso?!
P.S.
Ainda sobre o "football" e sobre um outro craque da bola que ainda por aí na praia da B. B., célebre artista francesa de cinema dos sixties, não o big brother... chamo a atenção para o sentido figurado do subtítulo do post que também sublinho: