Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Maioritariamente na Corredoura, espaço emblemático e agradável de frescura. Ainda bem arborizado, apesar de, na sequência da intervenção do “Programa Polis”, ter sido desbastado de algum arvoredo. Ainda não reposto. Já sugeri Árvores Autóctones, nada de plátanos e afins. (Algumas Amoreiras estão carregadíssimas de frutos. Agradece a passarada!)
Imagens que apresento de exposição de carros na alameda do Parque.
Interessante! A(s) empresa(s) dos automóveis pagam certamente para expor. Faz sentido. Financiam as festas, que não devem ser baratas. E quem expõe nas barraquinhas também paga?
As fotos…
As duas primeiras mostram um carro atravancando o célebre Banco “Memorieta a José Duro”!
Mas numas “Festas da Cidade”, com vários e interessantes atos culturais, não seria de deixarem o Banco livre e à vista?! Além de que é um excelente assento para descanso!
Senhores promotores das “Festas” e dos carros, façam favor de libertar o Banco.
(Que isto dos Bancos tem muito que se lhe diga! Já basta os que nós pagamos. Este – o do José Duro é gratuito, não lhe pagamos nada!)
***
Imagem final da Alameda de Plátanos, sombreando os carros.
É o que mais falta faz. Sombras e estacionamentos para os carros!
Claro que Eça de Queirós merece “Honras de Panteão”.
Mas será que os “Heróis de Panteão” têm de estar todos na antiga Igreja de Santa Engrácia?!
Há ou não há outros espaços considerados e com as funções de “Panteão”, noutras localidades e zonas que não apenas Lisboa e Alfama?!
Será que é indiferente que Eça de Queirós seja homenageado, enquanto “panteonável”, quer em Lisboa, quer em Tormes?!
É evidente que não.
(Só para quem tenha uma visão centralista, para quem Portugal é só Lisboa; para quem Lisboa é o umbigo de Portugal; só para quem Portugal é Lisboa e o “resto” é paisagem; só para quem tenha essa postura macrocéfala pode parecer que é a mesma coisa.)
Em Lisboa, na antiga Igreja de Santa Engrácia, é mais um ilustre que está ali homenageado.
Em Tormes, é o Eça o único Personagem a merecer o destaque e relevância própria que lhe são devidos.
Razão têm os ilustres de Baião que dão a cara para que Eça não seja trasladado para Alfama, para a Igreja de Santa Engrácia.
Pois que fique em Tormes, concelho de Baião!
(P. S. – Já agora, se forem avante com essa trasladação, não se esqueçam de fazer a mesma tolice que fizeram com Eusébio. Andaram com o futebolista, numa espécie de “berlinda / atrelado / charrete”, pelas ruas de Lisboa, acompanhado por uns cavaleiros da GNR e a transmitirem na TV!
Uma bacoquice!)
Não sendo eu, nem de perto nem de longe, de Tormes ou de Baião, digo.
Eça, ao Panteão, mas sem sair de Baião!
(Quem diz Baião, diz Tormes. Baião é só por causa do refrão!)
Os Autarcas e Cidadãos de Baião, de Tormes, estarão todos de acordo em que Eça lá fique, não saindo de Baião, ou não?!
Ironicamente, talvez não!
Isto da politiquice, por vezes é uma “carneirada”!
Já deveria ter passado o tempo, em que qualquer valor cultural, de relevância nacional, fosse qual fosse, era “transportado” para Lisboa, para os respetivos museus.
Atualmente, a Província tem excelentesMuseus e ainda deveria ter mais!
Estou quase a encerrar este ciclo sobre “Descortiçamento”, no Ervedal, em Aldeia da Mata.Tarefa agroflorestal por demais icónica!
Realizada em propriedade nossa e também no Ervedal do Srº José Mendes, atualmente dos herdeiros.
Neste postal nº 1057, documento com foto de um sobreiro situado na linda das propriedades, mas na parte dos terrenos anteriormente mencionados. São geralmente sobreiros melhores e mais antigos.
Este, que tutela o texto, terá cerca de cento e cinquenta anos, segundo me informou o eng. Nuno. Na respetiva tirada, na ação propriamente extrativa, envolveu três tiradores da cortiça, dois dos quais subiram ao sobreiro, conforme documenta a escada.
Fiz um vídeo sobre as várias fases do processo. E foi no final desta função que tirei uma foto de conjunto dos envolvidos em todo este “Descortiçamento”.
Foi também quando entrevistei o empresário João Alves e o filho, eng. Nuno Figueiredo. Os outros artistas não quiseram ser entrevistados. Estava na hora da bucha e de ligeiro descanso e descontração. Estavam visivelmente exaustos! Eram cerca das nove horas.
Acabei por não lhes perguntar os nomes, como pretendia. Penso concluir estas crónicas, documentando com foto final, em próximo postal, que pretendo publicar em “Apeadeiro da Mata”. Nomearei aqueles cujo nome sei, pois, por mais tentativas telefónicas que tenha feito, ainda não o consegui.
Mas isso será assunto para outro postal.
Votos de Saúde. De Paz!
Que goze o Verão que parece estar realmente a chegar.
...Reportaram-me para um livro de consulta, deveras interessante:
“Pelas Linhas da Nostalgia – Passeios a Pé nas Vias Férreas Abandonadas”,de Rui Cardoso e Mafalda César Machado, Edições Afrontamento, Novembro de 2008.
«20 anos depois…
Nos últimos 20 anos, Portugal perdeu mais de 700 Km de vias férreas, desactivadas em nome da boa gestão, do controlo do défice e dessa abstracção onde tudo cabe chamada progresso. À evidência, nem o país ficou mais rico, nem as populações mais bem servidas. Com a ajuda da crise do petróleo, começa, aos poucos, a olhar-se para este imenso património de outra forma. (…) Surgem ciclovias, geralmente por iniciativa camarária, enquanto nalguns casos se reequaciona o regresso do comboio, nem que seja para fins turísticos, de resto como já vem sucedendo em Espanha, França e noutros países europeus. (…) …, estes caminhos são parte integrante do nosso património e da nossa memória colectiva. Não os deixar desaparecer, popularizá-los e dar-lhes nova vida é o objectivo deste livro. (…)»
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(Nota: Os sublinhados são de minha lavra.)
Um excelente livro de consulta para Si, Caro/a Leitor/a, que se interessa nomeadamente por Comboios e por Caminhadas. E, já agora, por Património, por Cultura, Natureza, História, eu sei lá!
Não lhe disse que ainda iríamos "viajar" de comboio?!
E ainda iremos a Barca D’Alva?!
(Nota Final: A 1ª foto, a 3ª e 4ª são dos Autores do Livro. Limitei-me a fotografá-las com o telemóvel, a partir do livro e transferi-las para o computador e editá-las no blogue.)
Obrigado pela sua atenção. Boas viagens. E Feliz Ano Bom!
Texto de Convite recebido, a partir da Direção de Casa Museu:
“A Presidente da Câmara Municipal de Portalegre, Maria Adelaide de Aguiar Marques Teixeira tem a honra de convidar V. Exª para a homenagem a José Régio no 120º aniversário do seu nascimento, 17 de setembro, com a apresentação do livro Quando minh'alma fala, a sua voz é um grito- a coleção de Cristos nas casas de José Régio, com textos de José Régio e fotografia de Adalrich Malzbender, pelo Professor Fernando J.B. Martinho e reedição da Confissão de um Homem Religioso de José Régio, editados pela Opera Omnia.
Casa Museu José Régio, 17h30.”
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Muitíssimo Obrigado pela atenção.
Presto também a minha Homenagem ao insigne Poeta e à “Cidade de Régio”, transcrevendo um Poema de seu livro “BIOGRAFIA”.
CRISTO
Quando eu nasci, Senhor! já tu lá estavas,
Crucificado, lívido, esquecido.
Não respondeste, pois, ao meu gemido,
Que há muito tempo já que não falavas.
Redemoinhavam, longe, as turbas bravas,
Alevantando ao ar fumo e alarido.
E a tua benta Cruz de Deus vencido,
Quis eu erguê-la em minhas mãos escravas!
A turba veio então, seguiu-me os rastros;
E riu-se, e eu nem sequer fui açoitado,
E dos braços da Cruz fizeram mastros…
Senhor! eis-me vencido e tolerado:
Resta-me abrir os braços a teu lado,
E apodrecer contigo à luz dos astros!
In. “BIOGRAFIA” – José Régio – OBRAS COMPLETAS – poesia – BRASÍLIA EDITORA – 6ª Edição – 1978. Pp. 71/72. (1ª Edição 1929)
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Li este Poema “Cristo”, na “Casa Museu José Régio”, em Portalegre, em Novembro de 2019. Ao lado de célebre "Cristo" exposto, destacado na Casa. Numa visita guiada, enquadrada num evento organizado na Cidade, associado à Enologia e diversificando-se por vários edifícios públicos.
“Urbanidades: … cortesia, boa educação, civilidade…” In. Dicionário de Língua Portuguesa – Porto Editora – 6ª Edição.
(Começo por frisar que o termo “Urbanidades” é perigosamente falacioso. Então quem é do Campo, duma Aldeia, não é bem-educado?! Aqui lavro o meu protesto. Poderá reparar, SFF, se neste blogue se escrevem palavrões!)
Covid 19
Não gostaria de estar novamente a escrever sobre o tema. Mas impõe-se. A situação está a agravar-se. O pessoal anda novamente tudo no regabofe, festas, festinhas e festarolas... Os casos aumentam. Progride o índice de transmissibilidade. O facto de estarmos vacinados não indica que estamos 100% imunizados. Devemos continuar a ter cuidados. Quem não está vacinado, ainda mais. Muito mais!
As nossas “Governanças”?! Deixam muito a desejar em todo este processo. Tanto andam para a frente, como às arrecuas.
Os futebóis?! Tanta “futebolice” haveria também de dar alguns “frutos” nestes campos das infeções. Tanta gente a circular por aí, por esse Portugal e Europa, só podia dar esta frutaria podre.
E a atitude das nossas “Governanças” relativamente à seleção?! Tanto salamaleque para quê?! Perderam?! Porque jogaram bem, com garra?! Acha?!
Se não visse nem acreditava: Ronaldo a dar pontapés na braçadeira de capitão! Ninguém lhe chama à atenção?! Dona Dolores, faça favor de puxar as orelhas ao seu “menino”. Se faz favor!
O atropelamento na A6
Senhor ou Senhor(es) Governante(s)
Fazei o “obséquio” de assumir as vossas obrigações. De esclarecer o assunto devidamente. Assumam as responsabilidades que vos cabem. (Sem favor. É um dever!)
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E essa figura sinistra, vestida de preto, urubu da cultura, vai ser julgada?! E presa?! Pecará por tardia tal detenção.
E os que o avalizaram nos milhões?!
Estamos, nós, pobres Portugueses, a pagar mensalmente comissões à Caixa, aos Bancos…
Comissões?! Outro nome lhes chamo eu!
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A entrega de dados pessoais de manifestantes às embaixadas?! É algo que não se faz.
E dos fogos, a respetiva prevenção?! Também se esquece?! Bem, lá para os meus lados, na Serra, neste outono, inverno, primavera, têm trabalhado no assunto. Parabéns.
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Fotos?! Todas originais. Se as utilizar, cite a fonte, SFF.
Todas de plantas silvestres. Propositadamente, dos campos da minha Aldeia!
Está Régio, sentado… lendo. Perto, alguns dos seus ícones: livros, crucifixos…
“Evocação do Cinquentenário da Morte de José Régio”: É esse o leitmotiv do monumento escultórico, que a imagem documenta. Instalado perto da Casa Museu onde viveu e atualmente alberga o espólio das muitas coleções a que dedicou parte da sua vida.
Na Rua e no caminho que terá percorrido muitíssimas vezes, dirigindo-se ao Liceu de Portalegre, onde lecionou; na direção do centro da Cidade, aos cafés que frequentava. Indo e vindo, na sua vida, por aqui palmilhada vários anos. Foi bem escolhido o local para instalar a estátua.
Não poderemos dizer que a ideia seja cem por cento original. Deduzimos inspiração a partir da evocativa de Fernando Pessoa, instalada ao Chiado, em Lisboa. Mas isso também não é necessariamente relevante. Ademais, Pessoa e Régio foram contemporâneos, embora Pessoa fosse mais velho e tivesse morrido bem mais cedo. Régio era admirador de Pessoa e foi um dos primeiros divulgadores da respetiva Obra.
Não importa! Ou importa: Em Portalegre, porto ou porta…
Obra executada por Maria Leal da Costa e José Luís Hinchado, em mármore e ferro.
É, todavia, relevante, frisar que este é um caminho a seguir pela Cidade. Valorizar a sua identidade como “Cidade de Régio”.
Institucionalizar a “Marca Régio: Portalegre – Cidade de Régio”.
(Todos estes Valores inerentes à Cultura, ao Turismo, atualmente estão algo adormecidos, com esta “coisa da Covid”. Mas atrás de tempos outros tempos virão. E sobrevirão outros e melhores tempos.)
E a propósito de tempos melhores, temos constatado que terrenos da Serra, em diversos locais, alguns bem dentro da Cidade, estão a ser limpos dos matos, das plantas infestantes. Estão fazendo limpezas, prevenindo e precavendo os fogos.
Simone de Oliveira com Patrícia Reis – 3ª Edição: Novembro de 2013, Matéria-Prima Edições.
Tinha curiosidade em desbravar o livro.
E assim foi. Entre 5º e 6ª feira, foi lido, nalguns excertos relido. Muito bem escrito, muito bem contado, estórias da vida da Artista, multifacetada, umas mais apimentadas que outras. Simone é incontornavelmente uma figura pública da Cultura Portuguesa, desde os inícios dos anos sessenta. Música, teatro, canções, espetáculo.
Tinha pica na leitura, ademais bem contado e bem escrito, melhor se lê.
(Só assisti, melhor, assistimos, a um espetáculo ao vivo com a Simone, aí pelos inícios dos anos noventa, 91 ou 92 (?), nas Ruínas do Convento do Carmo.)
Mas em televisão, na rádio, desde meados de sessenta, principalmente 65, passou a fazer parte do nosso universo musical e do nosso imaginário.
Tinha uma voz que arrepiava. Em 69, foi aquele deslumbramento, aquela canção, aquele poema, aquela música, aquela interpretação. Arrebatadora!
Interessante a explicação, dada pela própria, sobre essa interpretação e o relacionamento dela com Henrique Mendes (pag. 46).
Anos sessenta, início dos setenta… a vivermos em ditadura, com todas as restrições à Liberdade, em todas as suas vertentes: pessoais, cívicas, sociais, políticas, culturais. Computadores, internet, redes sociais, revistas cor de rosa, “big brother”, tudo isso era ficção. Jornais, revistas, meios de comunicação, jornalistas tinham outra postura. Também estavam condicionados à censura, não havia liberdade de expressão. Falava-se nas ligações dos artistas, de boca em boca, exagerava-se até, mas pouco publicavam sobre a vida particular. Menos ainda os próprios a divulgavam, como agora, que mostram tudo, da raiz do cabelo até à unha do pé.
Bem, no livro, passados tantos anos, é interessante ler o que a Artista conta sobre essa emblemática interpretação com que ganhou o festival de 1969! Os acontecimentos tinham outra repercussão. Presenciámos, vimos em direto na TV, aquela atuação! Aquela garra!
Depois, a perda da voz, acompanhámos essas truculências da vida. A recuperação, numa forma diferente. Lembro-me perfeitamente do festival de 73, em que voltou a participar. (Até houve um concurso, promovido não sei se pela Emissora Nacional se pelo Rádio Clube Português, sobre uma das canções, penso que “Minha Senhora das Dores”.) O Ary quase monopolizou o Festival, escrevendo a maioria das letras.
Também fala da “rivalidade” com Madalena. E também da amizade entre ambas. Existindo, certamente. À data, realçava, de facto, essa picardia entre as duas. Existisse ou não, era muito alimentada pelos meios de comunicação da altura. Rainhas da Rádio, Rainhas disto e daquilo. Nunca votei nesses concursos, não tinha acesso aos respetivos cupões, não abundava o dinheiro para gastar em trivialidades, nem elas existiam no fim de mundo aonde vivia, aonde vivíamos todos, nesses tempos obscuros. O mundo da época, segunda metade da década de sessenta, não tinha nada a ver com o de hoje. Mas lembro-me, era miúdo, do Festival de 66, ganho pela Madalena e, eu, na altura, torcia por ela e pelo “Ele e Ela”.
Estas coisas podem parecer futilidades sem importe, mas naqueles tempos, pouco havia com que se interessar. Houve o célebre Mundial de 66, nesse ano na Inglaterra. E como foi empolgante e como se criaram tantas expectativas, goradas no fatídico jogo com a equipa anfitriã. E como Eusébio chorou e com ele chorámos.
Mas estou a perder-me do livro…que não aborda o futebol.
Mas aborda muitas mais coisas e mais importantes. Mas fará o favor de procurar o livro, adquirir, para oferecer às suas Velhotas ou Velhotes. E lê-lo, primeiro, antes de oferecer.