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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

“CÓDICE” Television de Galicia Episódio II

“CÓDICE”

Episódio II

RTP2

5ª Feira 8/10/2015

 

Final de uma História Real!

 

Neste 2º episódio há que constatar que, nas informações sobre a mini série já corrigiram o nome errado "O Roubo do Cálice”, atribuindo-lhe o nome verdadeiro: “CÓDICE”.

 

Quanto ao conteúdo da série, como já referi, ela aborda uma situação verdadeira, a do roubo do “Códice Calistinus”, em 2011, tendo sido recuperado só passado um ano.

 

A ação decorre em Santiago de Compostela e situa-se maioritariamente nos espaços da Catedral; nos gabinetes da Polícia de investigação, não sei se é designada Judiciária; na sede do jornal, no café, casas particulares dos envolvidos; casa de Manolo, o eletricista, desempenhado pelo “nosso Alcaide Mendonza” e nalguns espaços de ar livre, ruas e jardins da cidade.

O tempo cronológico situa-se, inicialmente, nos finais de setenta do século XX e já no século XXI, 2006 e 2011, pelo menos lembro-me destas datas.

 

codice in www.formulatv.com.jpg

 

Os contextos e a narrativa centram-se na investigação, inicialmente do desaparecimento do Codex, mas logo se aperceberam que fora roubo. Equacionadas hipóteses de possíveis ladrões, face às pessoas que poderiam ter acesso ao Arquivo onde se guardava o Códice, e que eram muito poucas.

O organista da Catedral foi uma delas, mas após inquéritos preliminares foi descartado.

O próprio deão, diácono, Dom José Maria, “o nosso Drº Devesa”, estudioso e guardião do livro manuscrito, foi outra das pessoas inicial e possivelmente suspeitas, mas logo foi também descartado pelos investigadores. Embora ele seja uma das peças chave em todo o processo, mas não como criminoso!

 

Dom José Maria, deão, diácono da Catedral, esteve sujeito a chantagem e extorsão de um Fernando Miranda, que inicialmente os jornalistas e os investigadores supunham pudesse ser o recetador do Livro. E que foi o motivo da cena rocambolesca, despoletada pelo “nosso boticário, Cristobal”, agora investigador policial, no seu afã de apanhar o suposto recetador do livro manuscrito roubado, ocorrida no final do 1º episódio.

 

Este Fernando Miranda, não cheguei a perceber muito bem qual a sua função social, mas na narrativa figurava como extorsionista, chantagista. E foi nesse enquadramento que acabou por ser preso em flagrante, neste 2º episódio, quando se reunia com o Deão, num café, após tê-lo chantageado, exigindo vinte e cinco mil euros pelo seu silêncio. Cena que os jornalistas também documentavam fotograficamente, contrariamente às ordens do Juiz e às ameaças do próprio Fernandito.

Neste 2º episódio, o papel dos jornalistas resumiu-se fundamentalmente à ação do famigerado “Inquisidor, Somoza”, que era jornalista fotógrafo, free lancer, e da jornalista loura, de cabelos compridos, cujo nome não fixei na narrativa e por isso assim a designo na narração.

Se futuramente a RTP2 continuar a transmitir séries galegas, que acho que valem bem a pena, irei fixar os nomes verdadeiros dos atores, pois revelam-nos excelentes desempenhos e merecem que os nomeie. Desta vez passa, pois nem chega a ser propriamente uma série.

 

Depois da trapalhada de “Cristobal” a investigação regressou à estaca zero.

A equipa ficou um pouco desorientada, mas a argúcia e serenidade da inspetora, a nossa conhecida “Dona Irene”, cujo nome de personagem não consegui reter, foi direcionando a investigação e os investigadores para os locais e pessoa certa: a Catedral, atenção aos pormenores que foram escapando na 1ª investigação, nomeadamente visualizando, de novo, todas as fitas de anos atrás; vistoriando novamente nos locais certos do templo. E foram sendo descobertos elementos aparentemente acessórios, provas documentais não valorizadas na 1ª investigação, mas que acabaram por tornar-se primordiais. Um resto de fita mal gravada em que o eletricista aparecia de costas, no arquivo. Uma caixa de chás, em que encontraram uma chave do arquivo, escondida num fundo falso e na etiqueta a letra manuscrita era também de Manolo.

E estes elementos foram conduzindo a investigação para o “nosso ex – Alcaide Mendonza”, cuja personagem se chamava, Manuel Carvalheiro, conhecido por Manolo.

A inquirição com a inspetora, “rei preto e rainha branca” frente a frente, foi um portento de jogo de xadrez tático estratégico entre dois adversários inteligentes, que às perguntas sábias da investigadora, Manolo respondia sempre capciosa e evasiva, mas certeiramente. Respostas que sendo respostas, acabavam por ser não respostas. O “rei”fugia como uma enguia entre as mãos da “rainha”. “Muchas gracias, senhor Carvalheiro!”, se despediu a dama, do rei!

Que uma das características mais valorizadoras destas séries galegas são os diálogos entre as personagens.

 

manolo in www.audiovisual.com.betafilm.jpg

 

A investigação prosseguiu em diferentes contextos e enquadramentos, mas já com uma certeza confirmada de que o autor do roubo fora o ex eletricista da Catedral, Manolo, que passara a vida a roubar, não só no Templo, mas inclusive até de contas bancárias de um suposto amigo(?). E que muito recentemente comprara dois apartamentos, a pronto pagamento, nas Rias Galegas.

Envolvendo também outros personagens, em que o Deão era uma peça chave, porque durante as dezenas de anos em que Manolo trabalhara na Catedral, tivera oportunidade de ir conhecendo o seu mau caráter, apesar de o ir protegendo, por que acreditava na sua redenção. Até que em 2006, tantas foram as falcatruas, desde os anos setenta do século XX, que resolveram despedi-lo, através do administrador, um leigo, Dom Pedro, que ao comunicar-lhe o despedimento nunca o olhou de frente! Tal seria o “medo” que este homem inspirava. Talvez resquícios de quando fora “Alcaide Mendonza”!

Mesmo depois de despedido, ele continuava a ir frequentemente à Catedral, a diferentes pretextos, nomeadamente enquanto fiel, mas também a massacrar o Deão para este o admitir no seu trabalho de eletricista na Catedral.

Entretanto foi preparando o golpe. E um dia, já em 2011, lhe aparecerá no próprio Arquivo onde não podia estar, nem era suposto ter chave para o fazer, continuou a insistir na sua readmissão e, com veemência, exigiu que, mesmo ali, o Deão o ouvisse em confissão, que foi uma forma de o silenciar sobre o que lhe contou, que terá sido sobre as falcatruas que fizera e o dinheiro que desviara.

E como Dom José Maria não o quisesse readmitir, ameaçou-o que ele, Manolo, perdia o seu lugar, mas o Deão também perderia o seu.

Mas o cerco foi-se apertando, como se uma caçada se realizasse, o criminoso foi sendo direcionado para o local onde poderia ser capturado, como se de animal acossado se tratasse. Que o receio era que ele pudesse destruir o “Codex”, peça de valor incalculável, no seu valor material, mas muito especialmente no plano imaterial, pelo seu valor documental, histórico, formativo e informativo, que ainda continua a ser estudado.

E que melhor local para apanhar o criminoso e presa, senão o local do crime?!

Conhecidas as suas rotinas, já cartografadas há muito, a Polícia foi apanhá-lo precisamente na Catedral de Santiago, local mítico na cultura ocidental cristã e quase berço, lar e casulo de Manolo, onde se movia como peixe na água, mas também onde estaria mais fragilizado emocionalmente.

Para esta estratégia psicológica, de o ir enredando nas teias da investigação e direcionando-o para ser capturado, muito contribuiu o papel da inspetora, a seu perspicácia, a sua intuição, o seu saber e conhecimento da alma humana.

E foi precisamente na Catedral e na missa celebrada por Dom José Maria que ele confessou à inspetora, que ao lado dele se juntara na bancada do Templo, a autoria do roubo e que não destruíra o livro, que não era um destruidor.

Na entrada da majestosa Igreja de Santiago, estavam os restantes policiais, nossos conhecidos, talvez com receio que ele fugisse.

E, à hora da comunhão ele saiu da bancada, mas dizendo a “Dona Irene”, desculpem-me voltar a este nome, mas continuamos nos mesmos espaços míticos de Compostela, dizendo à inspetora que não se ia embora.

E não foi! Foi simplesmente comungar, que Dom José Maria distribuía a comunhão e, com hesitação, dúvida, lhe deu o sacramento.

 

E a série terminaria, paralelamente com a prisão dos familiares de Manolo, que também estavam envolvidos, em maior ou menor grau, nos roubos efetuados.

E a localização do Códice resguardado e embrulhado, numa garagem, com as múltiplas tralhas que se guardam nas garagens e alguns objetos, de menor valor, que ele também trouxera do local de trabalho.

 

E, como é uma série que trata de casos reais, informaram-nos do prosseguimento da vida das pessoas, aqui representadas neste filme de dois episódios.

Os criminosos, após julgados, foram condenados, com diferentes condenações, que também a gravidade dos crimes praticados foi diversa.

Os investigadores continuaram a investigar; o Juiz, a julgar; os jornalistas terão continuado a pesquisar e informar; o diácono/deão retirou-se da Catedral e da Cidade de Compostela, que já atingira a idade de se reformar.

 

E nós também vamos terminar.

 

Só nos faltou sabermos e fora uma boa oportunidade de perguntar, se vão apresentar mais alguma temporada de “Hospital Real”, que ficou tanto por concluir.

 

E reforço o que já referi. Se voltarem a apresentar mais alguma série galega, com estes atores, vou tentar saber os respetivos nomes, ainda que possa sempre reportar-me ao “Hospital”, como referência e também com um pouco de fantasia! Que, no fundo, é sempre o que são as séries.

 

A legendagem final deveria ser mais nítida, as letras muito pequeninas eram totalmente ilegíveis. Que eu gosto de ler o que posso, enquanto ouço a música.

 

 

“CÓDICE” - Série de Television de Galicia

“CÓDICE” 

“O Roubo do Cálice”

RTP2

ou melhor

“Roubo de Identidade de Objeto Roubado”

 

Códice, foi como designaram, na Television de Galicia, à mini série, de dois episódios, que aborda o roubo do “Códice Calistinus”  ou “Codex Calistinus”, em 5 de Julho de 2011 e que viria a ser encontrado em 4 de Julho de 2012. Enquadrando todo o contexto do roubo e a posterior demanda na sua busca e achamento, desse livro manuscrito e iluminado, do século XII, pertença da Catedral de Santiago de Compostela.

 

A RTP2 volta a exibir nova série galega! Mas por demais interessante, como titulam a série em português de Portugal, muitíssimo diverso do galego, como todos sabemos?!

Pois então! “O Roubo do Cálice”!

Um espanto, estas espantosas traduções. Como diz o ditado italiano, “tradutor é traidor”. Mas aqui não é apenas traição, é quase crime, ou assassinato.

Com uma diferença tão grande de nomenclatura, o mais certo é que, na versão portuguesa, nem achem o objeto desaparecido. Porque a perder-se um livro e procurar-se um cálice, vai uma grande diferença! Mas onde é que terão ido buscar esse título?! Analogia com alguma outra série ou algum best-seller?!

 

Ontem à noite, ainda divulguei um post sobre o assunto!

 

in. caminodesantiago.lavozdegalicia.com

 

Mas vamos aos finalmentes, que os entretantos nos retardam!

 

É muito agradável rever os “nossos amigos” da saudosa série “Hospital Real”, agora a desempenharem outros papéis.

 

Antes de mais, logo o nosso bom amigo “Drº Devesa”, a nossa torre branca, que de médico- cirurgião passou ao papel de clérigo, como deão, diácono da Catedral de Santiago, a cuja guarda estava o referido Códice, que o estudava, mostrava e explicava aos visitantes e estudiosos. Era uma das poucas pessoas que tinham acesso a tal documento.

 

Na equipa policial de investigação contracenam uma série de nossos conhecidos do “Hospital”.

A equipa da Judiciária local é chefiada pelo comissário, “Dom Leopoldo Alvarez”, o cavalo negro, que de fidalgo falido e trambiqueiro, mandante de assassinatos e também assassinado, morto e ressuscitado, agora coordena a equipa de investigação em Santiago.

Coadjuvado pelo seu assassino, primeiro à sua própria ordem, antes que sendo “criatura”, se ter voltado contra o seu “criador”. De quem falamos? Pois, de “Duarte”, o moço de fretes, “pau para toda a obra” do Hospital, “serial-killer”, que de assassino, ter-se-á regenerado e, agora, desempenha funções na polícia de investigação lá do sítio.

E o outro funcionário, quem é?! Pois nem mais nem menos que “Dom Cristobal”, o boticário, agora não investigando e pesquisando sobre plantas, mas sobre ladrões de livros antigos. E que continua a fazer das suas trapalhadas.

E, esta é a base da equipa de Santiago, mas que teve a ajuda e coordenação de um elemento exterior, proveniente de Madrid, em viagem de TGV. Não sei se é TGV, mas faz de conta, se não for.

E que elemento é esse?!

Pois, a nossa boa “Dona Irene”, a rainha branca, que finalmente viu satisfeitas as suas reivindicações feministas, passados mais de duzentos anos, de as mulheres poderem ascender a profissões livres, a estudos superiores, a igualdade de direitos e até coordenar e dirigir uma equipa de homens. Valeram as palestras que promoveu e o incentivo que deu às jovens da Cidade Compostelana. E ela que estava para ser presa! Mas deve ter sido libertada ou nem chegou a ir para a prisão, que o mundo dá muitas voltas em duzentos anos! Não nos trouxe novas de “Dom Andrés”, o rei branco!

Toda esta equipa trabalha interligada, interdependente, dependente, não sei bem o tipo de elo, com  um Juiz, como é de praxe, que já sabemos de “Crime e Castigo”. Mas como o senhor em causa, neste mini seriado, não participou em “Hospital Real” não sei quem é, nem vale a pena saber, que são apenas dois escassos episódios.

 

Paralelamente à equipa jurídico policial, os jornalistas do jornal local também fazem investigação, formando outra equipa, que procura também deslindar o caso, na perspetiva comunicacional; paralela e entrecruzada com a equipa da Judiciária, criando, estreitando, desenvolvendo até, laços de colaboração mútua, entreajudando-se.

Nesta equipa trabalham vários profissionais, uma jornalista parece-me que a conheço, mas não sei bem e há um profissional, julgo que free-lancer, que era o nosso mal-amado inquisidor, Somoza.

Ele que era um todo-poderoso, a jogar como bispo negro, aqui faz papel de peão, que até foi dispensado, comido, em linguagem de xadrez, porque deu em falar as verdades, que trabalhava e não lhe pagavam. Imagine-se no tempo da sua Inquisição, teria ido logo para a masmorra. Ele a reivindicar pagamento, quando votou contra o recebimento de salário pelas nossas boazinhas enfermeiras!

Da restante equipa redatorial, nomeadamente o diretor, um mal-humorado, nenhum fazia parte dos nossos conhecidos do “Hospital”. Logo, também não importam neste contexto em que só pretendo relacionar as duas séries, pelos personagens que conheço.

 

Das personagens aparentemente conhecidas, a rapariga que trabalha no café também parece uma cara familiar, mas não tenho a certeza de a identificar!

 

E resta-nos um personagem que não mudou de caráter! Refinou e adaptou-se aos novos tempos, já que não exerce funções superiores, é um subalterno que desempenha as funções de eletricista da Catedral, desde os finais de setenta, do século XX. Identifico anos 70, pelas roupas, que não me lembro de referiram datação, quando apresentaram as cenas iniciais. Foi sempre protegido de Dom José Maria, o deão, diácono da Catedral, o nosso bom “Drº Devesa”, mas ele “pintou a macaca” na Catedral, por mais de trinta anos.

Fazendo falcatruas de todo o tamanho e feitio, desde o início. Roubando nas esmolas, muitos dos intervenientes nas respetivas recolhas, roubam. Falsificando os contratos a seu favor. Ludibriando no material das instalações que fazia. Enganando sempre que podia!

Foi sendo descoberto, mas foi-se encobrindo e desculpando, manipulando… Até que o despediram já neste milénio! Mas foi sempre ficando pela Catedral a ver se o readmitiam…

Mas quem é mau caráter, uma vez sendo, é sempre!?

E quem era este personagem no “Hospital”?!

Pois, Dom Mendonza, o Alcaide, o rei negro, que esteve quase a ser preso, não fora a temporada acabar… e que, pelos vistos, não o prenderam em “Hospital”, vêm prendê-lo no “Cálice”?! Melhor, no “Códice”!

 

Mas já me estou a adiantar no enredo!

 

E que mais a dizer?!

 

O decorrer da ação em Santiago de Compostela, na Catedral, na Biblioteca, nos corredores, sacristias, claustros, daqueles edifícios majestosos e carregados de História!

Alguns efeitos de encenação, montagens e remontagens, toques e retoques de fotoshopes, não sei!

 

Vamos ver o segundo e último episódio, embora já saibamos a autoria do roubo!

 

Também estou curioso em ver se mantêm o mesmo estúpido título em português, de Portugal!

 

 

 

 

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