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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Uma linda Prenda de Natal!

Sementes de Amizade num Correio, à moda antiga!

No dia 6 de Dezembro, chegou ao meu correio este envelope!

Foto original. Dez 23

O que será?! (Questionei-me.)

Vi o remetente: José Silva Costa… (Autor dos blogues “Cheia” e “Sociedade Perfeita”.)

O que me terá enviado o José?!

Abri. Deparei com este frasco de Centrum!!!

Centrum. Foto original. Dez 23

Mais intrigado fiquei!

Querem ver que o José, pensa que eu, estando a publicar tão pouco, preciso de energia extra?!?!

Abro! E o que vejo?!

Foto original. Dez 23

Comprimidos tonificantes?!

Acompanhando o recipiente, este “escrito” manual...

Foto original. Dez 23

...Tão ao jeito e modo dos "tempos antigos", em que se escrevia manualmente, se poupava no correio… se poupava em tudo... porque vivíamos numa "economia de subsistência"...

Tantas lembranças me ocorreram. Porque esta prática de enviar escritos, acompanhando encomendas simples ou elaboradas, foi um costume que todos usámos, ricos e pobres, antes do eclodir de todas estas funcionalidades modernas com que hoje lidamos tu cá, tu lá!

(Até aos anos sessenta, setenta, talvez ainda nos oitentas, do século XX, eram práticas vulgaríssimas.)

E no texto, vem a explicação: Frutos / Sementes de Dragoeiro.

Sementes de dragoeiro. Foto original. Dez 23

Achei o máximo! Adorei!

Conjunto encomenda. Foto original. Dez 23

E logo tratei de semear.

Sementeira dragoeira. original. dez. 23

Nuns vasos, coloquei uma base de “estrume” vegetal, um pouco de terra em cada um e as sementes espalhadas. Quatro ou cinco por cada vaso.

Depois, tapei com um pouco de terra.

Sementeira efetuada. Original. Dez. 23

E, agora?!

Agora é aguardar a Primavera!

Obrigado, José, pela sua extraordinária lembrança!

Foi um “Presente de Natal” maravilhoso!

Muitíssimo Obrigado e também “Votos de Feliz Natal e Próspero Ano Novo”!

E, O/A Caro/a Leitor/a, o que acha desta prenda tão interessante?!

(...)   (...)

(Igualmente, também para si, votos de Excelente Natal e Óptimo Ano Novo!)

 

XIII Antologia de Poesia do CNAP – Poema: “Sonata de Outono”

Círculo Nacional D’Arte e Poesia

 

Antologia

 

No propósito que estabeleci de divulgar, em suporte digital, uma Poesia de cada um dos Poetas participantes na 13ª Antologia do CNAP, dá-se a conhecer, hoje, “Sonata de Outono”, de Manuela Machado, Aljustrel.

Não tive oportunidade de falar com todos os antologiados, mas com todos os que estabeleci contacto, nenhum se opôs a esta metodologia. Caso alguém se oponha, agradeço que me dê conhecimento e procederei em conformidade.

Também continuo a ilustrar cada poema com uma foto ou outro suporte de imagem sugestiva, preferencialmente original, no sentido de enquadrar o texto. Quando não disponho de nada pessoal, pesquiso na “net”. O procedimento mencionado no parágrafo anterior, também se aplica neste caso. Perante eventual discordância, agirei segundo o que me for sugerido. Na net, apesar de ficar sempre “rasto” do que se deixou, também se pode remover o que não se quer.

Algum erro que seja detetado, agradeço que me seja dado conhecimento.

E, efetuadas algumas considerações sobre “metodologias de trabalho”, segue-se o Poema.

 

“Sonata de Outono”

 

“Louvemos o Outono…

Que anuncia mudanças

Com o seu verde indefinível

A doce aragem

O seu céu azul lilás

O sol coado…

 

Que sejam boas as mudanças

Como sempre esperamos.

Assim, seguimos o delicado zéfiro

Confiantes, embriagados

Com os tons enganadores

De tão doces

O cheiro dos frutos

Das colheitas

As folhas que dançam no ar

Douradas

Ainda cheias dos reflexos do sol

Que já foi

 

Seguimos cegos de esperança

Nem calor nem frio

O regaço de Ceres transbordante

Em alegre dança sem euforia

Nem cuidados

 

Louvemos pois o Outono

Paragem ilusória, doce torpor

Que anuncia

Com delicadeza

A chegada

Do solene Inverno.”

 

Manuela Machado, Aljustrel.

 

 

Ilustra-se com uma foto original de F.M.C.L., 2014.

Árvore Outono. Foto original de F.M.C.L. 2014.jpg

 

XIII Antologia de Poesia do CNAP – Poema: “Poeta Caminhante”

Círculo Nacional D’Arte e Poesia

 

Antologia

 

Continuamos com a divulgação da Poesia publicada na 13ª Antologia de Poesia do CNAP, 2015.

Neste post nº 264, damos a conhecer, “Poeta Caminhante”, de Maria Ana Tavares, Arronches.

 

"Poeta Caminhante"

 

"Vai, com as estrelas,

Sua luz de encantamento

E o luar e o mar e o vento…

Seu manto de silêncio e solidão

Abre-se a acordes de harmonia

Oriundos do além-crer,

Vindos em sonhos de infinito…

Seu coração vive e respira

A música que só ele escuta,

A beleza que só ele entende,

A luz que só ele apreende,

Em tudo à volta que se lhe oferece,

Para dar a tudo que vive e sente…

E vai, em seu caminho

De ardentes rosas, radiantes,

Que para ele se abrem ao passar,

Cercando-o de perfumes cambiantes

Em seivas de espinhos transformantes

Enquanto vai, mais e mais adiante,

Em sua busca, que o faz sempre ir…

Poeta ástreo e solitário,

Criatura errante, ensimesmada,

De olhos para lá do horizonte,

Caminhante do tempo e das estrelas,

De coração aberto ao Universo

Que, inteiro, se abre em seu caminho,

Dando-se em rimas de cósmica visão…

E vai, figura em trevas-luz envolta,

Em busca do adiante etéreo

Que ao longe entende, sem o alcançar,

Sonhando asas que o levem lá,

Vibrando rimas que o façam Ser,

Escutando, intuindo, andando,

Até poder, até morrer, até viver…"

 

Maria Ana Tavares, Arronches.

 

Ilustramos com um desenho original de F. M.C.L., de inícios deste milénio.

 

Digitalização de "Estrelas"  Desenho original de F.M.C.L..

 

“Vai, com as estrelas, / Sua luz de encantamento/ …” (M. A. T.)

 

 Ler também: Caminhadas.

Ícaro.

 

XIII Antologia de Poesia do CNAP – Poema: “Sejamos Felizes!”

Círculo Nacional D’Arte e Poesia

 

Antologia

 

Hoje, neste Post nº 262, o primeiro após o Natal, continuo a divulgar poesias publicadas na 13ª Antologia de Poesia do Círculo Nacional D’Arte e Poesia, 2015.

Damos a conhecer a Poesia “Sejamos Felizes!”, de Maria Cotovia (Vila Nova da Rainha).

 

Sejamos Felizes!”

 

“Meu amigo se queres saber a verdade

sobe comigo ao alto da montanha

onde uma paz e ternura nos invade

e a felicidade em nós se entranha…

 

A resposta, meu amigo, trá-la o vento

que atravessa todos os continentes

sem amarras nem grilhetas, só um portento

a que ninguém consegue por correntes…

 

Só o vento é mais livre que tudo na terra

e leva as sementes para terreno fértil,

e depois nasce a beleza que a natura encerra

e a verdade se reflete no regato subtil!

 

E a felicidade está nos frondosos amieiros

que ladeiam o rio que corre sem parar,

a felicidade está em ver no pasto cordeiros

e as mães paradas e embevecidas a olhar!”

 

Maria Cotovia, Vila Nova da Rainha

 Listen!

Ovelhas pastando no Vale Foto original DAPL 2014

 

Ilustramos também com uma fotografia original de D.A.P.L., de um rebanho no "Vale", na Aldeia, 2014.

Leia, também, SFF!

XIII Antologia de Poesia do CNAP – Poema: “Vontade”

Círculo Nacional D’Arte e Poesia

Antologia

 

Hoje, divulgamos mais um poema da XIII Antologia de Poesia do Círculo Nacional D’Arte e Poesia, 2015.

O Poema “Vontade” de Maria de Lourdes Guedes (Vinhais).

 

 

"Vontade"

 

"de te querer

de te amar

de te não perder"

 

"Medo"

 

"de sofrer

de me deixares

e eu não te esquecer"

 

 

Maria de Lourdes Guedes, Vinhais

 

 

Ilustrado com uma sugestiva fotografia original de D.A.P.L., de 2015, que poderíamos intitular “Rosa Agrilhoada”.

Rosa Agrilhoada Foto original de D.A.P.L. Feijó 2015.jpg

 

 E, para quem ainda não desejei, formulo Votos de um Santo Natal!

Consulte também S.F.F.

XIII Antologia de Poesia do CNAP – Poema: “A Jornada”

Círculo Nacional D’Arte e Poesia

Antologia

 

Neste Post nº 260, divulgamos o Poema “A Jornada”, de Maria Manuela de Mendonça, de Faro.

 

“A Jornada”

 

“Naquelas horas mortas da jornada

Quando o cansaço mui pouco se tolera

Pensamos que afinal a caminhada

Não é tão doce quanto se quisera…

 

Subindo a montanha enviesada

Parece-nos de altura não severa

Mas, olhando p’ra trás, rude estirada,

Acreditamos que a rota foi austera!

 

Chegados ao cume, alto e belo,

Sofremos, afinal como fazer

A descida tem sempre mui anelo

 

Um solo derrapante vem trazer

Ingente e mui difícil duelo:

É mais fácil subir…do que descer?!!”

 

Maria Manuela de Mendonça (Faro)

 

 

Cacela Velha Foto  original de D.A.P.L. 2014 .jpg

 

Ilustramos também com uma fotografia lindíssima de D.A.P.L., 2014, também de Cacela Velha, Algarve, de que uma idêntica  também ilustra o meu Poema “Caminhadas”.

Consulte também, SFF, C. N. A. P.

 

XIII Antologia de Poesia do CNAP – Poema: “Eu Vos Venero, Ó Pedras"

Círculo Nacional D’Arte e Poesia

XIII Antologia

 

Neste post, divulgamos uma Poesia de Rolando Amado (Lisboa):

Ribeira do Salto Aldeia Foto original de D.A.P.L. 21 02 2015.jpg

 

“Eu Vos Venero, Ó Pedras”

 

"Passou água, passou vento, tudo e nada

Como deuses de várias formas, sois meu guia

Eu olho as pedras do rio e da estrada

E me esmagam de tempo e sabedoria.

 

Calhaus rolados ou dunas do deserto

Sedimentos mudos e dispersos

São vidas caladas que eu desperto

Dos pensamentos mais diversos.

 

Pedras que eu beijo e a que me entrego

Com amor maior humildemente

Ao Nirvana que busco e não renego

Pedras de ti, de mim, pó de semente.

 

Minha família, irmãs, eu vos escuto

Nesse desejo de amor absoluto

Das vossas entranhas um sinal.

 

E por toda a verdade que eu sei

Que a vós juntar-me um dia irei

Eu vos venero, ó pedras, afinal."

 

Rolando Amado (Lisboa)

Pedras da Ribeira do Salto Foto original de D.A.P.L.2015.jpg

 

Nota Final: As fotos são originais de D.A.P.L.

Ribeira do Salto - Aldeia da Mata, 2015

 

Ciclo de Cinema Indiano na RTP1 - Fandry

Ciclo de Cinema Indiano na RTP1

Fandry

(Sábado – 19 de Dez. 2015)

 

A RTP1 tem estado a transmitir um Ciclo de Cinema Indiano, na sequência de outros Ciclos que já apresentou.

Mercê de algum preconceito relativamente ao Cinema de Bollywood, filmes realizados em Bombaim, atualmente Mumbai, não me interessei, “à priori”, pelos filmes. A imagem estereotipada dos filmes indianos que numa determinada época, julgo que nos anos setenta, enchiam a programação de muitas salas de cinema de Lisboa: danças muito coreografadas, música a jorros e um enredo em torno de uma jovem muito bela e pobre por quem um jovem rico e de casta superior se apaixona, as oposições familiares e, no final, casamento deslumbrante. Repito, este é, de algum modo o “cliché” associado a esta filmografia, quiçá injusto e reducionista. No programa, também da RTP1, julgo que “Agora Nós” não sei se patrocinado pela firma homónima de telecomunicações, o “boneco” criado por José Pedro de Vasconcelos, “o crítico de cinema indiano”, de algum modo também joga nessa estereotipia.

Fandry In. marathistars.com.

 

Pois, ontem, peguei-me a ver o filme que passou. Primeiro, de pé atrás, a ver no que dava. Depois fiquei “agarrado” e fascinado com a temática. Se o tema dos amores contrariados pela desigualdade social, cultural, religiosa, de castas, era fulcral no enredo... Acentue-se, que a sociedade indiana, apesar de ser a “maior Democracia do Mundo”, herança britânica; possuidora de uma cultura riquíssima e multimilenar, é estruturalmente uma sociedade profundissimamente desigual. Tremendamente desequilibrada, chocante nesse mesmo desequilíbrio!

Pois, se essa temática de amores frustrados enredava o enredo, a história era muito mais rica que apenas isso, e estava muito além disso. Diria antes que o filme é um filme de denúncia, é um filme verdade, que nos apresenta a realidade dura e cruel dos sofrimentos e humilhações, reforçaria este aspeto, humilhações, a que os seres humanos das castas mais baixas estão sujeitos, mais ainda os que não pertencem a nenhuma casta! Párias da Sociedade. Que era o caso da família e do jovem herói apaixonado do filme, Jabya. Cuja paixão era dirigida para Shalu.

Estava tão embebido na história, que na cena final, completamente inesperada, quando o jovem atira mais uma pedra ao opressor, qual David atirando-se a Golias, e o realizador direcionou a pedrada não ao agressor do filme, mas à câmara, ao cameraman e, consequentemente, ao espetador, a cada um de nós que víssemos o filme, pois, instintivamente, desviei rapidamente o rosto, como se a pedra me fosse dirigida. Magistral!

E esta cena final, inequivocamente, diz tudo. Além da revolta, justa, justíssima, do oprimido contra o opressor e contra séculos de opressão, ela é também uma pedrada arremessada à consciência dos espetadores.

E tenho dito! Imperdível, de visualização obrigatória. E uma prova que os estereótipos, que as ideias formatadas “à priori”, são muitas vezes completamente falaciosas.

Fandry

 Ver também, SFF.

 

 

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