Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Sala Experimental do Teatro D. Maria II – Lisboa - Portugal
(Balanço Final?)
«Cerca de doze horas de espectáculo, quase 70 novos poetas em cena, mais de 500 entradas. Eis alguns números globais da Adiafa, que se estendeu por sete dias na Sala Experimental do Teatro D. Maria II, em Lisboa: de 18 a 21 e de 26 a 28 de Dezembro. Mas a Adiafa foi, sobretudo, um fenómeno não quantificável: a comunicação. Dentro e fora da sala. Lá dentro, graças à enorme experiência de João d’Ávila, que conseguiu despistar todos os nervosismos e criar ambiente para curiosíssimos diálogos e variadíssimas manifestações de espontaneidade; cá fora, em virtude de simpatias geradas nas próprias sessões e por afinidades poéticas de mais longa data.
(…)
Não será despropositado dizer que para este entendimento, concorreram muito os laços criados no DN-Jovem que foi, como se sabe, um dos apoiantes da iniciativa, ao lado do JL, da Assírio & Alvim e do Centro Nacional de Cultura.
Os colaboradores deste suplemento vieram de toda a parte e estiveram em toda a parte (dentro e fora da sala). (…) »
O Jornalista nomeia cerca de trinta nomes de intervenientes nas sessões e respetivas localidades de origem, desde António Ladeira, de Sesimbra… a Daniel Pinto Rodrigues, “vindo expressamente do Porto”. “O Zé Manel, da Mata” também lá aparece no meio dessa lista.
«A poesia foi para todos quase só um pretexto para a comunicação.
O balanço desta primeira experiência foi muito positivo. (…)
A Adiafa foi um acontecimento cultural, que seria uma pena não ter seguimento.»
In. Diário de Notícias, - DN Jovem, 06/01/1987 – (3ª Feira). Transcrição de parte da notíciasobre o acontecimento, citando Manuel Dias, Jornalista do referido Diário matutino e autor da reportagem.
(Negritos, de minha lavra.)
Houve seguimento em anos subsequentes? (…)
*******
Fotos? De "Bordados de Nisa": Verdadeiras "Poesias Visuais"!
Sala Experimental do Teatro D. Maria II – Lisboa - Portugal
«O momento mais divertido…
Vitor Perdigão (à esquerda) e Zé Manel protagonizaram o momento talvez mais divertido desta primeira série de sessões da adiafa. Enquanto Zé Manel se fez eco das preocupações do homem que busca um sentido para a vida, Vitor Perdigão assumiu uma visão mais superficial da existência. O confronto de opiniões deu origem a algumas respostas curiosas, revelando, sobretudo no seixalense, um feliz repentista. O frente-a-frente ocorreu na sexta-feira.»
In. Diário de Notícias, de 23/12/1986. Transcrição de parte da notíciasobre o acontecimento, citando Manuel Dias, Jornalista do referido Diário matutino e autor da reportagem.
(Este “momento mais divertido” terá sido assim como que uma espécie de dueto entre palhaço pobre e palhaço rico, digo eu, que não estive de fora para observar.
“Zé Manel”, um dos personagens desse dueto, era o pseudónimo que usava, à data, e sob cuja identidade publiquei alguns textos no DN Jovem, nesses meados da década de oitenta do século XX.)
Este texto do “momento mais divertido” é a legenda de uma fotodo Jornal, em que no centro da fotografia está uma mesa com folhas A4, com vários poemas escritos. À direita da foto está “Zé Manel” e à esquerda estão João d’Ávila, o “condutor / promotor” das sessões e Vitor Perdigão, o outro interveniente do “confronto de opiniões”.
(Agora e olhando para a foto do Jornal e para os poemas na mesa e lembrando-me dos trabalhos poéticos que produzi, a partir dessa segunda metade de oitenta, e que continuei mais tarde, faltariam sobre as folhas com os poemas alguns dos que estruturei no enquadramento da Poesia Visual. Os designados “Pisa Poemas”. Fotos que ilustram o postal. Alguns destes trabalhos figuraram em exposições que realizei em 2018, na sede da APP e em 2019, na sede da SCALA.)
Interessante a ideia que o jornalista recolheu sobre a minha perspetiva face à Poesia.
“…Zé Manel se fez eco das preocupações do homem que busca um sentido para a vida…”
De facto, nessa época, muita da poesia que escrevia enquadrava-se nessa preocupação/perspetiva, nesse modo de encarar a realidade e a construção poética.
Muitos dos meus poemas, dessa data e alguns publicados no blogue, vão de encontro a esse foco existencial.
Atualmente, embora focado nesse desiderato, o olhar o Outro, a realidade que me cerca, nomeadamente a social, é um dos objetivos, uma das temáticas dos textos poéticos e de prosa que escrevo.
Sala Experimental do Teatro D. Maria II – Lisboa - Portugal
Já abordei no blogue, pelo menos uma vez, a realização deste evento de natureza poética, de divulgação de Poesia, realizado no final de 1986, Dezembro, no Teatro Nacional Dona Maria II, em Lisboa – Portugal.
A partir do Diário de Notícias, de 23/12/1986, 3ª feira, quando saía o DN Jovem, transcrevo parte da notíciasobre o acontecimento, citando Manuel Dias, Jornalista do referido Diário matutino e autor da reportagem.
«No Teatro D. Maria II
Trinta e cinco poetas entraram em cena nos primeiros quatro dias da Adiafa, que prosseguirá na sexta-feira (às 21 e 45) e no sábado e domingo (às 16 e 30) na Sala Experimental do Teatro D. Maria II, em Lisboa. A iniciativa, que visa divulgar a poesia de autores consagrados e iniciados, é da responsabilidade do actor-declamador João d’Ávila, em colaboração com «DN Jovem», «JL», Assírio e Alvim («Anuário de Poesia») e Centro Nacional de Cultura.
A condução das sessões (quinta, sexta, sábado e domingo) evidenciou a extraordinária capacidade de João d’Ávila para estabelecer a comunicação entre as pessoas, mas concedeu talvez ao lado humano das questões uma projecção mais acentuada do que esperávamos. Feito este pequeno reparo, só justificado pelo desejo de que a Adiafa possa ter ainda melhor nível, é preciso dizer que se assistiu a bons momentos de poesia e a curiosos apontamentos de comunicação, teatralidade e testemunho de vivências.»
(…)
«…nomes dos que leram ou deram a ler poemas seus…
Sexta-feira – José Silva Teixeira, Cecília Rodrigues, Paulo Garcia, Luís Graça, Joaquim António Oliveira, Vitor Perdigão, Zé Manel, Domingos Galamba e Armindo Silva. (…)»
In. Diário de Notícias Jovem 1986/12/23 (3ª Feira)
Notas Finais:
A notícia é acompanhada com fotos de vários intervenientes.
(Negritos, de minha lavra.)
Eu participei na 6ª feira, 19 de Dezembro, de 1986. (Pseudónimo: Zé Manel)
Que poema(s) terei lido? Li mesmo ou dei a ler a João d’Ávila?
Não me lembro. Tentarei ainda pesquisar em apontamentos meus… Mas já lá vão quase quarenta anos…
Escrever num "blog" é ou acaba por ser uma forma de interagir com a própria realidade e as notícias veiculadas pelos "media". Apesar de haver temas que, propositadamente, prefiro "ignorar". Por enquanto...
Contudo, relativamente ao futebol, não posso deixar de tecer um brevíssimo comentário a estas notícias...
É sempre uma forma de falar de Cidadania.
Eis as notícias...
“ Jorge Jesus vai ser treinador do Sporting. ” In: www.dn.pt/
" 'Ultimate Champions' - Barça rejeita que Figo alinhe pela sua equipa de 'estrelas' "
In: www.noticiasaominuto.com
.. Reforçando o que já tenho dito noutros "posts".
Faz algum sentido a alienação, nomeadamente face ao futebol?!
Relativamente à 2ª notícia, não posso deixar de frisar que o “fair-play” fica bem a qualquer desportista, a qualquer dirigente, a qualquer adepto…
Muito melhor fica a uma equipa com o gabarito que tem o BARCELONA, um dos conjuntos futebolísticos por quem, aliás, nutro preferências, bem como pela cidade condal, sobre a qual irei escrever um “post” muito em breve.
Tenho plena consciência que a rivalidade entre o Futebol Clube de Barcelona e o Real Madrid está muitíssimo além do futebol. Não se compara em nada com a rivalidade Benfica – Sporting.
É uma “rivalidade” que entronca a sua matriz no conceito de identidade nacional inerente a Barcelona, à Catalunha, à nação catalã. De que o futebol é uma “montra” e de que durante dezenas de anos, por ex. no decurso da ditadura franquista, foi das poucas ou nenhumas manifestações possíveis de afirmação identitária.
Contudo, querer que um jogador estrangeiro, neste caso o supracitado português, tenha que obedecer aos preceitos da nação catalã, num mundo globalizado como o atual, acho que é exagerado. Se fosse um jogador catalão, formado nas escolas do clube, até compreenderia.
No fundo e tão somente o jogador não fez mais do que aplicar a máxima do futebol atual.
Foi atrás do dinheiro. Ou não?!
$$$$$$$
Daí o epíteto que ganhou…
“Aceitá-lo”, como membro da equipa a que realmente pertenceu e para cujos sucessos também contribuiu, só enobreceria ainda mais o Barcelona. Ou não?!
Tanto mais, agora, com o que se passa na FIFA! Ou também terá a ver com isso?!
P.S.
Ainda sobre o "football" e sobre um outro craque da bola que ainda por aí na praia da B. B., célebre artista francesa de cinema dos sixties, não o big brother... chamo a atenção para o sentido figurado do subtítulo do post que também sublinho: