Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
No Caminho do Boi D'Água: Cidade de Régio - Portalegre.
Para assinalar o "Dia da Árvore", o "Dia da Poesia", o início da Primavera.
Ocorrências acontecidas anteontem, dia 21 de Março. Também quando iniciei esta postagem, através do telemóvel, que também ainda não consegui concluir, através desse meio tecnológico. (Hei-de conseguir!)
(Foto original de dia 19/03.)
Mas, como todos os dias são dias de celebrar a Árvore, a Poesia e a Primavera, o postal é concluído e editado, hoje, 23 de Março.
Na sequência do postal de ontem, ilustrado com trabalhos de artesanato da “Notável Vila de Nisa”, hoje, dia de início da Primavera, edito um postal ilustrado com dois belíssimos exemplares de Arte Popular (Pop Art, se lhe parecer ou soar melhor).
As fotos foram tiradas no ano passado, em Janeiro, ainda a milhares de milhas desta confusão da Covid. Ainda o “bicho” andava lá para as bandas da China e pensaríamos que por lá ficaria… Todavia, conhecendo que estas coisas dos vírus, lá das bandas do Oriente, acabam por vir cá parar. Tal como o Sol, bem como a Primavera.
Adiante… Aprecie estes belíssimos trabalhos artísticos, SFF. Estavam expostos na sede do Turismo. Bem pode visitar e comprar, se tiver disponibilidade.
E, porque estamos numa onda de Poesia, e amanhã é “Dia da Poesia”, apresento uma quadra de um poema já antigo, inspirado nas “Artes Tradicionais Alentejanas” e publicado no blogue.
In. “BIOGRAFIA” – José Régio – OBRAS COMPLETAS – poesia – BRASÍLIA EDITORA – 6ª Edição – 1978. Pp. 69/70. (1ª Edição 1929)
A POESIA de JOSÉ RÉGIO (Vila do Conde, 1901 – 1969), é habitualmente bastante intimista, auto analítica, introspetiva. Fala muito de si mesmo, autoanalisa-se, de forma mais ou menos explícita. Escreve sobre Si, mas ao escrever sobre o próprio EU, projeta-se também nos e com os OUTROS, com os Outros Seres Humanos e, em suma, com a Humanidade. Sempre muito tocado pelo lado do Divino, a sua aproximação a Deus e, por demais, a Cristo, Deus feito Homem. Traduz uma das suas preocupações marcantes enquanto Homem e ademais como POETA!
Este livro citado, designa-se precisamente “BIOGRAFIA”. Nele, algumas das idiossincrasias do Poeta, mencionadas anteriormente, estão bem explícitas. A 1ª edição foi de 1929, tinha, José Maria dos Reis Pereira, 28 anos! A edição que possuo, sexta, é de 1979. Não sei se todos os poemas pertencem à 1ªedição.
Li, este poema, pela primeira vez em público, no Café Central – Portalegre, integrado no evento “MOMENTOS DE POESIA”, no passado dia 21 de Março – Dia da Poesia, evocativo de José Régio, que perfaz cinquenta anos da sua morte.
Ao reler este soneto, em 2019, dadas as suas caraterísticas tão de “poema visual”, associei à interpretação de Conan Osíris, na encenação, na coreografia, ao cenário, à estética visual do bailado, enquadrante da canção vencedora do Festival da Canção 2019!!!
Estranho?! Tente ler e visualizar as imagens sugeridas pelos versos… Sem preconceitos!
Ainda irei escrever um post sobre “Momentos de Poesia” e esse dia 21 de Março!
(A Fotografia, original DAPL - 2018 -, é obviamente de Portalegre e dos sobreirais, que tanto inspiraram o Poeta.)
E, nem de propósito, “Momentos de Poesia”, evento já com foros de Cidadania, da responsabilidade de Drª Deolinda Milhano, subordina-se no próximo Dia 21 de Março, a uma visita guiada e poética sobre as “Portas da Cidade”.
Sendo Portalegre um burgo de raiz medieval, ainda mantém parte da sua estrutura muralhada e algumas das portas que lhe davam acesso, estruturadas sob a forma de arcos de volta inteira, com maiores ou menores alterações epocais.
E tentando responder à questão formulada inicialmente, para se aperceber melhor dessa possibilidade, nada como palmilhar as ruas do povoado.
Mas eu atrevia-me a sugerir, algo mais inusual… Um passeio, a pé, subindo pela “Estrada da Serra”, até ao miradouro. (Estrutura, a que me atrevi de batizar de “Passadiço”.) Pouco a pouco, contemplando a urbe, o seu enquadramento paisagístico, o seu casco construtivo, não tenho dúvidas que se perceciona uma visão muito mais poetizada da sua mole urbana, num soberbo cenário, englobando serra e campina alentejana…Perdendo-se nas lonjuras, quase se confundindo céu e terra. E sempre a perspetiva e recorte da Cidade e de alguns dos seus monumentos mais icónicos.
Mas ainda retornando à Poesia. É sintomático que, na Cidade, logo duas Escolas tenham escolhido como patronos, dois Poetas: Cristóvão Falcão e José Régio. É indubitavelmente uma prova da estima da Cidade pelos seus Poetas, não querendo esta afirmação dizer que eles são, em contexto natural, devidamente apreciados e lembrados pela sua Poesia. Que não são!
E na Cidade há grupos de resistentes que não esquecem a Poesia. Há “Momentos de Poesia”, evento pioneiro, a que já tive o grato prazer de assistir a algumas tertúlias, com enorme satisfação e constatado o trabalho altamente meritório que tem sido desenvolvido.
E existe e desenvolve também atividade poética um outro grupo designado “Amigos da Poesia”!
Haverá assim tantas Cidades no País, na dimensão e com as características de Portalegre, em que a Poesia seja celebrada regularmente em eventos poéticos?!
Não sei, não!
Ah! E voltando ao périplo pelas “Portas da Cidade”, lembrar que irão ser calcorreadas as vetustas ruas, iniciando-se a ronda pela Porta da Devesa, Portas do Crato, ainda existentes; pelas de Elvas e Évora, de que só já resta a memória. Pela de Alegrete, terminando na Porta do Postigo, atualmente desestruturada do seu local primitivo e encastrada na antiga muralha, alguns metros mais a sul.
Irei voltar a “Momentos de Poesia”, após a concretização do evento!
E, nem a propósito: porque não institucionalizar “Portalegre como Cidade de Poesia”?! (Fica a sugestão.) E ainda e já agora… calcorreando a Cidade.
Metem dó, tantos prédios, pelo casco antigo, ameaçando ruína. (Algo tristemente comum a muitas aldeias, vilas e cidades deste nosso Portugal!)
Paralelamente construiu-se, na Rua 1º de Maio, um “business center”, só o nome (!), entaipando-nos da Cidade, a vista espantosa da Serra da Penha; e a partir do IP2, a visão das muralhas. (E tão perto, quase se esboroando, o prédio da antiga loja do Srº Hermínio, prestes a implodir!)
E!... Que tanques, aqueles da Corredoura?! Saudosa, a lembrança do antigo lago e do cisne!
E, para quando replantar de árvores autóctones, carvalhais, aquele espaço?! E umas manchas de amendoeiras, como embelezariam aquelas encostas desprovidas de coberto arbóreo!
(Nota final: As fotos são originais DAPL - 2015 e 2017.)
No seu constante persistir em "Dar Voz aos Poetas", "Momentos de Poesia" estrutura-se numa relevante iniciativa, no próximo "Dia da Poesia" - 21 de Março.
Uma viagem pelas Portas da Cidade de Portalegre, irmanando História e Poesia! Feliz e interessante ideia, formulando votos de ótima concretização.
Que esteja uma tarde bonita e cheia de sol, não como a de hoje, fustigada pelo vento e pela chuva. Bem sei que esta faz imensa falta!
Hoje, dia 21 de Março, é suposto ser um “Dia Especial”.
Para além do início da Primavera, data esta não convencional, determinada pela posição aparente do Sol face à Terra, Equinócio da Primavera; as outras Comemorações são associadas convencionalmente a este facto anterior.
E essas datas comemorativas são: o “Dia da Árvore” e o “Dia da Poesia”!
Bem, quanto à Primavera ela deu um ar da respetiva graça, de manhã. Em Almada, esteve sol, mas, de tarde, levantou-se uma verdadeira trovoada. Contradisse o aforismo referente a Março: “Março, marçagão, de manhã, inverno; à tarde, verão!”
Nalgumas zonas do Alentejo, de manhã, chovia. De tarde, não sei, que ainda não consultei o “boletim meteorológico”.
Quanto à Árvore, não consegui nenhuma este ano, que o local de troca de produtos para reciclagem, por árvores, ocorreu na Costa da Caparica. Fora dos meus circuitos habituais. Não plantei ainda nenhuma nesta Primavera. Que também só agora começou.
Quanto à Poesia, estarão a ocorrer eventos comemorativos, na ridente Cidade de Régio, para os quais reportei neste post.
Quanto à Inspiração relacionada com estes temas, apenas uma simples quadra, inspirada noutra que já publiquei no ano passado.
Primavera
Na planura, tapeçaria de flores
Aves trovam hinos de beleza
Madrigais de aromas e cores
Exulta, alegre, a Natureza!
21/03/2016
De modo que este post nº 340 materializa-se nesta simplicidade textual, para além dos links, em que assinalo trabalhos referentes às temáticas abordadas.
Klique, S.F.F.!
Infelizmente não tenho, por agora, nenhuma foto sugestiva. Estive para pedir emprestado a "Rumo ao Sul", mas...