Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
“Gaiola de Ouro” ou gaiola dourada, mas eu preferia chamar-lhe pelo que de facto é: Prisão Dourada, que é esta a situação da nossa heroína.
Fátima desde que regressou de Madrid, aonde foi a uma escapadela com o seu Xavier, vive numa prisão, quase incomunicável, leva chapadas, é rebaixada pela criada Malika, vigiada por guardas pretorianos, que até no “doblioci” tem uma mulher fardada à perna, que nem xixi pode fazer à vontade!
Está cativa, às ordens do seu dragão, qual princesa moura encantada, à espera do seu príncipe libertador, que sabemos ser Javier, que, como prometido, subiu à varanda, às nove horas da noite ceutiana, que a abraçou e beijou, mas que ainda a não libertou do monstro usurpador.
E este foi sem dúvida o tema dominante deste décimo terceiro episódio.
A série tem assim picos de adrenalina, estimula-nos a atenção, em altos e baixos e, ontem, foi, sem dúvida, um episódio marcante.
Outro dos temas estruturantes situou-se no âmbito dos protagonistas da Akrab.
Ressurgiu, em cena, o célebre clérigo Fouad, de mau calibre e memória, que estando preso, foi temporariamente solto, às ordens do CNI e com a colaboração dos elementos fundamentais da esquadra, para engendrarem um esquema de manipulação contra Khaled. Golpe que deu completamente para o torto, e, depois de uma série de voltas e reviravoltas, o religioso, terrorista fanático, sanguinário, misógino, acabou assassinado às mãos de um apaniguado, nem mais nem menos que o próprio Salman, para salvar precisamente o sobrinho.
E como nesta série mortes e assassinatos já lhes perdi a conta, quem também acabou abatido, à queima-roupa, e igualmente às ordens de alguém do grupo de pertença, foi quem também já servira de mandante de várias mortes de companheiros de trabalho.
Pois quem acha que terá sido?!
Exatamente quem está a pensar: o executivo Serra, super inteligente, o melhor quadro do CNI, vendido aos franceses, e pau mandado de Robledo.
E, precisamente, às ordens deste.
Não vou contar os comos nem os porquês, estes são fáceis de intuir, dado que ele se tornara numa bomba para o chefão Robledo, que só teve que acionar a ordem de matança.
Nesta série encontraram uma forma peculiar de ir “despedindo” os atores e protagonistas: matando-os. É uma forma singular e prática de os despachar. Não há, nem deixa de haver justa causa no despedimento, não sei se eles vão queixar-se ou não da entidade patronal, e, tratando-se de morte, não sei se as respetivas viúvas têm direito a pensão de sobrevivência ou à meia reforma.
Seria caso para interrogar Elena, a mulher de Serra, quando Morey lhe deu os pêsames à saída do velório, após ter saído do necrotério, (ou igreja?), batendo a porta com estrondo, face ao elogio fúnebre proferido precisamente… Por quem?!
Nem mais nem menos que pelo chacal, Robledo!!!
Que é este o cinismo desta gente!
E, como já viu caro leitor e leitora, estou a encurtar a narrativa, a saltar muitos, talvez demasiados pormenores, assuntos relevantes, mas hoje ainda quero produzir pelo menos outro post, sobre um assunto que me toca sempre bastante, digamos que é um tema que me desperta, atrever-me-ia a dizer algum “ódio” de estimação!
Quanto à Série… voltou a ganhar pica.
E só lhe posso recomendar que visualize os próximos episódios.
Como se poderá ir apercebendo, com os personagens a irem desaparecendo do enredo, é como se, parafraseando um jogo de xadrez, fossem sendo “comidos”.
Vão ficando os reis para o final, herói e vilão, Javier e Khaled, rei branco e rei preto; estruturados nas suas torres guardiãs, respetivamente Fran e Salman.
Ambos disputando a sua rainha, heroína e simultaneamente mocinha, a bela e, agora, recatada e presa no lar: Fati, Fatucha, Fátima Ben Barek, não sei se Ashour, que ignoro se é essa a tradição nos seus padrões culturais.
Dir-me-á, que forço um pouco na analogia.
E vou-me quedando por aqui.
Até breve! Obrigado por me ir acompanhando e volte sempre!
P.S.
Já com os despedimentos feitos, dou uma vista de olhos aos meus apontamentos e ainda conto mais alguns aspetos relevantes.
Quanto ao conto que habitualmente Serra contava aos filhos, através da leitura de um livro e que já não contará, convém mencionar que, o que ele comprara para lhes ofertar na próxima visita, se designava “ O submarino que não sabia nadar”. Talvez se reportasse a si mesmo!
Também emendar a data prevista por Khaled para realizarem o temível atentado. Eu falara em 27, vinte e sete, mas é 17, dezassete! Desculpem-me o engano, relevantíssimo!
Data que corresponde ao dia em que Khaled irá a Granada receber o “Prémio de Convivência”, imagine-se(!), e em que planeia levar Fátima e de onde partirão para nunca mais voltarem.
Com essa informação preciosíssima, que Fátima transmitiu a Javier, na célebre varanda de Romeu e Julieta, no meio de beijos e abraços; o super agente, Morey, decifrou o enigma que os atormentava: quando e onde seria o aguardado atentado explosivo!
Rei branco e torre branca, Morey e Fran, munidos dessas dicas, consultaram o mapa da célebre cidade, belíssima e última capital de um reino integrado no “Al Andalus”, de outros tempos; recordaram um mapa que os vinha intrigando há vários episódios atrás, julgo que desde a primeira temporada, que haviam sacado de um computador, conferiram e descobriram ser o dos esgotos da cidade granadina.
E estava esclarecido onde e quando, segredo que não haviam arrancado de Fouad, que rezava, quando o apertavam. O como também já sabiam: por meio dos explosivos comprados ao traficante russo.
E ainda no final, convém referir que Faruq, sobre quem não faláramos ainda nesta narração tortuosa, já encomendou a Hazam o trabalho de roubar esses ditos cujos explosivos, ao cunhado Khaled!
Aguardemos, que promete!
(Neste post, não apresento uma imagem da série, mas de Granada, do celebérrimo "Pátio dos Leões", no lindíssimo Allambra! In. wikipédia.)
Bem, quem está com uma fé cega de que irão prosseguir com a 2ª temporada, sou eu!
No final do episódio treze, fim da 1ª temporada, surgiu a palavra anunciadora: “Continua”.
Aguardemos por 2ª feira e teremos a confirmação da continuidade da temporada seguinte. Faz todo o sentido que prossiga a série, agora que, inclusive, em Espanha, já concluíram a temporada dois.
E lembramos o mote que perpassava no enredo, como se de um aforismo se tratasse: “Aqui no Príncipe dizemos que tudo acaba em água salgada – em lágrimas ou no fundo do mar!”
E “Abdu” que supostamente já fora atirado e devolvido pelo mar, afinal acabou morto em terra, pelo pretendente a cunhado, Javier Morey, que não teve alternativa, receoso que aquele carregasse o telemóvel, acionando a bomba, ainda não totalmente desativada, que, explodindo, levaria pelos ares os passageiros do autocarro.
Conforme fora planeado pelo Akrab, de forma ainda mais insidiosa e trágica, pois era previsto que essa explosão ocorresse no autocarro, mas quando ele já estivesse no ferry-boat e este navegasse a meio do Estreito de Gibraltar.
Imagine-se o desastre que seria!
(Lembro que Akrab é nome da organização terrorista e significa escorpião, lacrau, “anecral”, como se diz na minha terra!)
E quem se desfez em lágrimas, foi Fátima, a única que conseguira tirá-lo do autocarro, chamá-lo à “razão”, através do sentimento paternal escondido em quase todos os homens, ao dizer-lhe que a namorada, Sara, assassinada por Harim, estava grávida.
Só assim conseguiu dissuadi-lo alargar a pistola, pena ele ser tão teimoso com o maldito do telemóvel, que agora servem para tudo e para nada, que ninguém passa sem eles e, há bem pouco tempo, ninguém sabia o que seriam ou sequer poderiam vir a existir, que eram ficção científica.
Mas, lágrimas amargas, mais amaras que as de Petra… derramou a irmã, inglória a sua luta, os seus sacrifícios e quem a consolou foi Khaled.
Que o Destino é fatal e cruel.
Khaled, o vilão, o xeque que comanda o acionamento dessas bombas atrozes, fica como herói perante a nossa mocinha heroína e o verdadeiro herói, Javier, assenta-lhe o ónus de assassino cruel e desumano, aos olhares chorosos e inconsoláveis de Fátima.
E ficou tudo em aberto.
A boda que não se realizou. Virá a realizar-se ainda?´
E será que a presença de Khaled, no porto, naquela hora e naquele momento, passará completamente despercebida à heroína e ao irmão Faruq?!
Não será intrigante essa presença, quando ele deveria estar na boda?
E essa presença também não será notada pelos policiais?
A fuga da mocinha e do herói, montados não num corcel branco, mas num carro vermelho, de não sei quantos cavalos, a fuga por Marrocos também não se concretizou. Que ambos a interromperam, de comum acordo, respondendo aos pedidos insistentes de Fran, para que Morey regressasse ao trabalho para abortarem mais um atentado terrorista.
E Fátima também não podia ficar indiferente à hipótese de salvação do irmão, presumível fautor desse atentado.
E assim abortaram eles a sua fuga.
Reencontrar-se-ão no futuro?!
E como se chegou a este ponto da morte de Abdu, sabendo que essa ocorrência aconteceu no final do episódio?!
Os mentores dos atentados, um denominado Didi e Khaled, que também já sabemos ser um dos chefões, programaram uma viagem turística para “Abdu”, Abdessalam Ben Barek, partindo de Tânger, num autocarro sugestivamente designado “Al Andalus”, com passagem por Ceuta.
Aí, num ferry, prosseguiriam para Algeciras para uma excursão turística e histórica, pelo sul de Espanha - a Península, precisamente seguindo a rota do famigerado título encabeçado na camioneta de turismo.
Na travessia de barco, no Estreito, o “mártir” faria explodir a bomba que se encontrava na bagageira do autocarro, na sua mala de viagem, por debaixo de uma camisa branca, imaculada. Assim ganharia entrada direta para o Paraíso, simultaneamente enviando centenas de infiéis para as profundezas do demo.
Mas as voltas previstas foram trocadas.
O que ocorreu?!
Entre os passageiros do autocarro, pessoas de origens culturais variadas, seguia um senhor idoso, deduzo que antigo Professor de História, com a sua jovem neta, moça adolescente, no banco ao lado daquele em que seguia “Abdu”.
Já em Ceuta, o velhote lembrou-se que precisava da sua insulina, não se recordando se a teria ou não trazido.
Parando o autocarro, ainda antes da chegada ao porto, acedeu à bagageira para verificar na sua mala de viagem, mas, providencialmente, enganou-se e abriu a célebre mala de Abdessalam, e, destapando a camisa, deparou-se com a bomba.
Ficou estupefacto, mas conseguiu manter o sangue frio.
Voltando à porta do autocarro, aonde já não entrou, bem tentou que a neta querida saísse, desculpando-se que se esquecera do remédio e que precisava de o ir comprar a uma farmácia, para poderem prosseguir viagem para a Península e que precisava da ajuda da neta para o acompanhar.
E que, posteriormente, iriam ter ao autocarro já no porto.
Mas a moça, Sílvia, teimosia de jovem, deslumbramento da viagem, inexperiência na leitura da ansiedade e angústia do velho, egoísmo juvenil, não quis saber, não acedeu ao pedido do avô para que o acompanhasse e saísse, deixou-se ficar no seu lugar, o autocarro continuou viagem direito ao embarque e o ancião ficou na berma da estrada.
Mas no seu pleno discernimento, Matias, é este o seu nome, telefonou à polícia, avisando do sucedido e, posteriormente, já na esquadra, esclareceu devidamente a situação a Mati, tão carinhosa e afável, a Fran e Quílez.
E estes providenciaram as medidas a tomar, socorreram-se da ajuda do senhor e da neta, que ficara no autocarro e via telemóvel, já disse que servem para tudo, para o bem e para o mal, conseguiram desenvolver uma série de ações, que não vou explicar aqui, que não há como ver, indo descambar nas ocorrências finais que relatei anteriormente.
E, para finalizar, só lhe posso dizer que, caso continuem a transmitir a segunda série, o que faz todo o sentido, não deixe de a visualizar.
Se gosta de séries com ação, dinâmica, enredo policial e romanesco, suspense, intriga e romance, intérpretes interessantes, personagens contrastadas e contrastantes, atualidade, sedução, algum humor, então, não perca!
Porque as condições daqueles prisioneiros são inumanas, terríficas. E, neste ponto, julgo que os guionistas também pretendem acentuar uma questão de denúncia, de uma clara e aviltante violação dos Direitos Humanos.
Também foi aterrador aquele excerto em que Frederik se lançou à irmã e quase a estrangulou.
Já antes fora assustadora a sua atitude com o procurador e o advogado, quando naquela reunião, enquadrada numa receção aparentemente cheia de nove horas, mas apenas de pura hipocrisia e falsidade, Frederik se passara, perante a verdadeira chantagem, disfarçada de lábia cheia de finura, em que o procurador procurava extorquir, disfarçadamente, mais dinheiro. Realmente seria difícil manter a calma, para mais para Frederik sempre destrambelhado.
Já anteriormente manifestara esse destrambelho, na visita ao irmão. (E em que condições se processam aquelas visitas!)
E eu que supusera que a leitura daquelas trocas de mensagens ente Emil e Solveig não o haviam perturbado. Que nada! Resolvera ir à Tailândia precisamente para se vingar!
Mas sendo inteligente como é e também profundamente apegado aos irmãos, especialmente aquele irmão, Emil, a quem o Pai, Carl, recomendara que o protegesse, em sua substituição, antes de se suicidar.
Todas estas situações marcam tragicamente Frederik, o perturbam, tornando-o um perigo para si mesmo, mais ainda para os outros que o rodeiam, como se viu.
(Neste ator, igualmente para os outros, realce-se o extraordinário desempenho do personagem, pessoa em permanente tensão.
Transparece nele, personagem, um forte recalcamento de pulsões primitivas. Que o ator muito bem evidencia.)
Mas, arrependido, tenso e perturbado como sempre, resolveu ir procurar o Governador, certamente daquela Província, sabendo que ele desenvolvia uma luta contra a corrupção, nomeadamente no respeitante ao Procurador e à Polícia.
E, interrompendo uma sua visita a uma Escola, arriscando-se a ser também preso ou mesmo morto, arrojou-se aos seus pés, tal qual faziam os antigos suplicantes em tempos ancestrais na nossa cultura ocidental, antes da constituição dos Estados de Direito e da consagração dos Direitos Humanos. E lhe rogou insistente e emotivamente que se dignasse ler o relatório que apresentava sobre o “julgamento” e prisão do irmão Emil.
E o Procurador leu e levou consigo para ler com mais atenção.
E, ao outro dia, o advogado, surpreendidíssimo, os informou que o procurador alterara a decisão judicial e que Emil seria libertado no dia seguinte, que podiam ir buscá-lo.
E foi Gro. Frederik não se atreveu!
E, nos entretantos, como correram as situações no Reino da Dinamarca?!
Bem e mal!
Bem, porque Signe lá vai dando conta do recado de agricultora.
Também diria que ainda dá em artista, tem veia de Veronika. Observe-se aquela instalação dos espantalhos nos campos de cânhamo. Num determinado campo visual e num certo contexto, pode ser considerada uma verdadeira “instalação artística”! Tal Mãe, tal filha! (Filha fica com letra minúscula, porque, artisticamente, Signe ainda não se compara com Veronika!)
Cumulativamente, a avaliação da Obra que ela adquirira foi um verdadeiro sucesso.
Para mais estando ela própria lá representada.
Todos ficaram agradavelmente surpreendidos com o impacto forte da peça.
“Pode mesmo ser a Obra-Prima dela!” Afirmou Kim.
A avaliadora valorizou-a de pelo menos novecentas mil coroas!
“Fizeste um negócio da China!”, lhe disse a advogada, Leone.
Também de amores as coisas estão a encaminhar-se bem e poderiam ter ido melhor.
Não fora...
Então o que correu mal?!
Estava Signe numa boa com o pretendente, julgo que se chama Martin, mas não tenho a certeza, quando chegou um intruso, indesejado.
Henrik, pai de Isa, veio com a própria, buscar a neta Melody e, apesar dos esforços de Signe e de Thomas, entretanto chegado, aquele conseguiu levá-la, melhor, roubá-la, para ser educada em família “normal”!
E por aqui ficamos. Que sobre normalidade e patologia há milhares de páginas escritas.