Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
“Une Évasion” / “Uma Evasão” - 23 de Julho de 1942
(Episódio nº 28 – 6ª feira – 6 de Maio de 2016)
Desde que se iniciou, na passada 3ª feira, a transmissão desta 4ª temporada, intitulada “A hora das escolhas”, foram apresentados quatro episódios, todos reportados a 1942 e ao mês de Julho:
1 – “Le train” – “O comboio” - Dia 20.
2 – “Un jour sans pain” – “Um dia sem pão”, ou melhor, “Um dia sem comida” – Dia 21.
3 – “Mille et une nuits” – “Mil e uma noites”, parafraseando Xerazade: Dia 22
4 – “Une évasion” – “Uma evasão”- Dia 23.
Nesses escassos quatro dias do mês de Julho, em que decorre a ação, desde que o comboio chegou a Villeneuve, com famílias judaicas a caminho de serem deportadas para os supostos “campos de trabalho”, muitos acontecimentos ocorreram nessa prisão improvisada a que crianças, velhos e adultos, homens e mulheres, estiveram temporariamente sujeitos na cidade.
Situações dramáticas, como a da alimentação de tantas pessoas, num contexto de penúria geral na cidade sujeita a racionamento e senhas para compras de bens.
(Não posso deixar de me reportar para a realidade e lembrar que essa situação de carência de bens, com especial realce para os alimentares, porque mais imprescindíveis, foi geral em toda a Europa, mesmo nos países que não estavam diretamente envolvidos na guerra. Como, no caso, Portugal, onde o racionamento e o comprar com senhas também foi comum durante o mesmo período.
Todo o trabalho produtivo era canalizado para o designado “esforço de guerra”.
Pasme-se e medite-se sobre a insanidade humana: andar a produzir só para destruir! E além de matar, deixar milhões morrerem à fome. Porque a guerra afetou todos: agressores e agredidos e esta situação dual alterou-se completamente no decurso da mesma.)
Mas deixemo-nos de “devaneios”... e não nos desviemos da matriz essencial deste meu contar.
Uma das situações ocorridas, mais dramáticas e chocantes, foi a separação das crianças dos respetivos progenitores.
Ontem, na parte final do episódio, era suposto que as crianças se juntariam novamente aos pais e mães... Ação resultante do esforço negocial do Presidente da Câmara e de Madame Morhange, a porta-voz do grupo de judeus.
Era suposto... E, inclusive, chegou mesmo a concretizar-se parcialmente. Que Madame Crémieux conseguiu juntar-se com a filha, Hélène, e, ao chegar, anunciou que o autocarro com as crianças já aí vinha.
E é de imaginar o alvoroço, especialmente daquelas mães ansiosas, esperando a chegada dos filhos, mais ainda quando se ouviam os motores de carros se aproximando...
E chegaram! Mas anunciando-se com alarido e choque, estacionaram carros de tropas alemãs, soldados e oficial, boches, melhor dizendo.
Chegaram gritando e ameaçando tudo e todos, que o oficial berrou, para melhor atemorizar, que todos iriam pagar, porque houvera uma evasão, de entre os prisioneiros.
E, perante a abordagem e aproximação do chefe dos “gendarmes” franceses, não esteve com meias medidas, e pespegou-lhe um valente chapadão, que o deixou estatelado no chão!
E esta chapada e o estatelanço do “gendarme” traduzem, metaforicamente, a situação da Nação francesa colaboracionista. Estatelada no pó, às ordens do exército alemão.
Mas, frise-se, que essa obsessão pela perseguição aos judeus e aos comunistas não era “idiossincrasia” apenas dos nazis alemães. Em França, como noutros países europeus, ela fazia parte da práxis dos regimes vigentes, pelo menos desde a década de trinta.
Na série, esse aspeto é bem presente, por ex. na atuação do chefe da polícia de Villeneuve, Jean Marchetti, cuja preocupação profissional é prender uns e outros.
E é isso que torna a fazer neste episódio: consegue prender Sarah Meyer, que se escondia em casa do presidente da Câmara, Daniel Larcher, com o seu consentimento e da ainda esposa, Hortense.
E nos quedamos por aqui.
Que sobre Hortense muito haveria que contar.
E o comboio que levará os prisioneiros ainda vai demorar...
Finalmente, consegui retomar a escrita sobre esta série.
Teil/Episódio
IV
Tempos Sombrios/ Ventos de Mudança
E as dúvidas foram esclarecidas. Houve mesmo um Episódio IV, no passado domingo, 24 de Janeiro. O último da mini série, agora em reposição e que eu não vira na 1ª apresentação em Outubro. E, apesar de haver eleições presidenciais e de ter acompanhado parte do programa respetivo, ainda assim optei por visualizar este quarto e derradeiro episódio.
Muito lúgubre, este episódio final. Afinal aconteceram as mortes dos personagens e narradores principais.
Bertha, em 1957. Tendo o marido Gustav morrido em 1950.
A narrativa prolongar-se-ia ainda pelos anos sessenta, até à morte de Alfried, em 1967.
Este episódio quatro relata os principais acontecimentos destes personagens e da Firma, nos anos pós Guerra até à morte de Alfried, o segundo narrador.
O tempo narrado vai continuando, centrado no presente, 1957, protagonizado por Bertha, doente, no seu quarto. Que aguarda ansiosamente a vinda do filho Alfried.
Voltamos a este ponto, porque ele é fulcral no enredo. Porque Bertha adoeceu (AVC), sequencialmente à discussão com o filho primogénito, Alfried, herdeiro e dono legítimo da Firma. E precisa, urgentemente, que ele se lhe apresente...
Este foi preso, no final da II Grande Guerra, em 1945. Imagens que finalizaram o 3º episódio. Em 1948, foi julgado em Nuremberga, como criminoso de guerra, condenado a doze anos de prisão e foi-lhe confiscado o património.
Assim se esclarece a minha dúvida sobre a questão dessa condição de “criminosos de guerra”.
O pai Gustav não foi condenado devido à idade e estado de saúde. Morreria em 1950, junto da mulher, Bertha, no castelo dos Alpes Austríacos, para onde se retiraram no final da Guerra.
Ele e o filho já não se veriam, estando este ainda na prisão, aonde a mãe o foi visitar. Informou-o da situação da empresa, do que dela restava, que o irmão Berthold administrava.
Alfried, proprietário da Krupp, como criminoso de guerra da Família, perdera tudo. Mas tentavam reaver todo o património, através de advogados e processos judiciais.
Neste episódio, as desavenças, tricas, conflitos explícitos ou recalcados, entre os membros da Família, expressam-se na narrativa.
No centro, Alfried, como dono da Firma. Que a Família e a Firma fundem-se e interpenetram-se. Confundem-se!
Além do conflito entre Alfried e a Mãe, que o aguarda ansiosa..., mais adiante veremos para quê..., também são apresentados os conflitos entre Alfried e o irmão Berthold, que tomou conta do que restava da Firma e das empresas, enquanto aquele esteve na prisão e que, regressado antecipadamente ao previsto, 1951, Berthold não quer largar mão da respetiva gestão. Apesar da posse jurídica ainda ser do irmão mais velho, na sequência da célebre Lei Krupp, pela qual os bens da firma lhe foram transmitidos por herança direta, em 1943, por decisão de Hitler, sem pagamento a imposto sucessório!
As desavenças com Harald também já vinham sendo reveladas, embora menos fortes que as manifestadas com Berthold. Mais centradas no facto de aquele, não sendo primogénito, se sentir e ser preterido, em todos os aspetos, nomeadamente no afeto maternal.
O desentendimento com o filho Arndt é quase total, pela sua “personalidade extravagante”, a sua não aceitação, a rejeição mútua, o abandono a que este foi sujeito, pelo divórcio forçado da mãe, em 1941, que o criou.
Só que o filho é o herdeiro legítimo da Firma, e será a ele que os direitos sucessórios serão, em princípio, transmitidos. Filho que não manifestava qualquer apetência para essas funções empresariais.
Alfried saíra da prisão muito antes do tempo previsto. Em 1951, apenas seis anos após ter entrado, quando se previra doze anos. Saiu escondido numa carrinha, que havia repórteres e fotógrafos à porta da prisão e houve que ludibriá-los.
Arranjou-se logo com uma namorada, Vera, seria a célebre do baile em Munique, nos dourados anos trinta, antes da eclosão da Guerra? Deram uma volta ao mundo, para espairecerem, que seis anos de reclusão, mereciam um ano sabático de diversão.
Ao regressar, em 1952, quis voltar a assumir os destinos da Firma. Só que o irmão Berthold dela tomara conta nos anos de ausência e não queria deixar esse poder do pé para a mão.
A situação da firma é outra das temáticas do enredo. A sua situação patrimonial. Os direitos de propriedade. A sua reconstrução. A sua colocação em funcionamento. O tipo de produção a desenvolver, o fabrico de armas, sempre altamente rentável, foi uma das hipóteses equacionadas, apesar da proibição. O financiamento a obter para a realização dos investimentos. A sujeição ou não às leis condicionantes do seu funcionamento impostas pelos aliados. O tipo de propriedade e a definição do proprietário. A situação da transmissão da herança ao filho de Alfried, Arndt. O imposto sucessório a pagar, caso esta situação se concretizasse. Desta situação haviam sido isentos, no início do século, pelo Kaiser, quando a herança transitou para Bertha e, em 1943, Hitler também os isentou, quando a propriedade passou para Alfried. Em 1957, não havia ninguém com poder discricionário na Alemanha para poder decidir tal situação.
Havia que equacionar outra solução para a Firma.
Muitas situações mudariam na política alemã e ocidental. A correlação de forças entre os vários intervenientes na Guerra e os respetivos papéis, alterou-se. Os parceiros circunstanciais na derrota alemã, Aliados e União Soviética, eram agora inimigos. A Alemanha dividida entre zonas de influência. A génese da “Guerra Fria”. Sempre a Guerra! Que o Ser Humano não aprende!
Neste episódio houve momentos cruciais que importa relembrar.
A visita do neto Arndt à avó Bertha, no leito, que não seria de morte, que ela não era mulher para se deixar morrer na cama. Estava com uma enxaqueca!
Que não, não era enxaqueca, respondeu-lhe o neto, que a confrontou com o facto de ela ter oferecido milhões à mãe, para os deixar e ao filho, criança, que ficaria entregue à Família. O que sabemos Anneliese, a mãe, não aceitou, acabando por se divorciar, em 1941, mas levando a criança, que criou. Bem? Mal? O que é bem ou mal?, por vezes depende dos pontos de vista...
E Arndt além de a desmentir que estivesse apenas com uma enxaqueca, também lhe frisou que ela estava para morrer, que ele bem o sentia, e pareceu sentir-se bem ao dizer isto, que amor nele não havia. E abalou. E a avó bem o chamou, bem lhe pediu que voltasse, que não precisava ter medo dela, uma velha mulher, mas era tarde... Tarde demais para ambos!
E esta visita surpresa do neto, inesperada, mas que teria feito bem a Bertha se tivera tido outro desfecho, antecedeu a do filho, tão aguardada, desejada e necessária na estruturação narrativa. E, finalmente, após outros enlaces e desenlaces narrativos, alternando no tempo narrado, e nos assuntos abordados, surgiu o filho primogénito em cena, a visitar a Mãe!
E aí percebemos a urgência dessa visita. Porque tanto Bertha desejava que o filho chegasse.
Bertha agradeceu-lhe por ter vindo e, por favor, pediu-lhe que a perdoasse. Perdoa-me. Alfried, perdoa-me.
Já não precisas de continuares a seres forte, Mãe.
E assim, Bertha, perdoada pelo filho, poderia partir em Paz com a sua consciência, que ela sabia que o momento da Morte se aproximava. E aqui, nesta cena, podemos também observar o arrependimento de Bertha, pelo menos relativamente ao Filho. Algo que eu também questionara em relato anterior se aconteceria. E aconteceu! Não direi que “mais vale tarde...”, porque contar um conto é mesmo assim. Os acontecimentos cruciais mais aguardados são guardados para o fim... Foram momentos sublimes de redenção, este encontro entre Mãe e Filho, que a Música, sempre a Música!, sublinhou com pássaros a cantarem no jardim!
E a Morte aconteceria, que a morte chega sempre. Não sem que, antes, Bertha, erguendo-se do leito, com dificuldade, se fosse olhar uma última vez, no espelho, de corpo inteiro. E nele se espelhasse a sua Alma e toda a narrativa, e ao olhar-se, ela se visse e olhasse e revisse tudo o que nos contara. E ao virar-se, que ela já se vira e se olhara, se mostrara, mostrando-se-nos, se revelara, revelando-se-nos, na sua história, que também fora História; da sua família, que fora a Família; da sua firma, que fora a Firma; da sua Alemanha, (ou Alemanhas?!), ela, ao virar-se, encontrou finalmente a Morte, que a esperava após esse derradeiro Olhar!
Caiu. E, deste modo, caindo, morreu!
E a narrativa podia até ficar por aqui. Fora Filme, melhor até, Teatro, e não ficaria mal tal desfecho. A Morte de Bertha, a heroína principal.
Mas talvez Bertha tivesse sido, neste enredo, apenas uma das narradoras da história que foi História.
E esta história inicialmente centrada em 1957, como presente, também evoluiu no futuro, que passou a presente. E essa História, agora, aos nossos olhos, é já tudo Passado.
E a história que nos foi contada por Bertha, por Alfried, e pelo realizador e argumentista (?), ainda se focalizou em momentos de charneira, que saltei no meu estoriar.
Em 1952, na sede da Krupp, o reassumir de funções por Alfried, ainda possuído de sonhos megalómanos de devolver todo o antigo esplendor à Firma.
Mais tarde, em Hamburgo, em negociações com Berthold Beitz, conhecido especialista industrial, para este o ajudar a reestruturar a Firma. Beitz teria futuramente um papel crucial nessa função até à morte de Alfried, 1967, e, após a sua morte, nas mudanças múltiplas e diversas operadas na Firma até à sua estrutura organizativa enquanto Fundação. Papel e função que ele desempenhou, inclusive negociando com o filho de Alfried, Arndt, que renunciou aos seus direitos sucessórios, em troco de uma avultada renda vitalícia anual.
Desta forma, estruturando a empresa numa sociedade por ações e a firma numa fundação, sequencialmente à renúncia de Arndt, alterando completamente a sua orgânica jurídica, entre outros aspetos, evitaram o pagamento de imposto sucessório, que, dado o valor patrimonial das empresas, seria uma enormidade.
Que isto é assim, os ricos quanto mais ricos são, mais o querem ser. E, obviamente, custar-lhes-ia imenso pagar uma conta enorme que reverteria para o Estado e, supostamente, para os cidadãos. Mas qualquer cidadão quando transmite uma pequena herança pagará os respetivos impostos. Mas proporcionalmente a quem custará mais?!
Mas isso pouco importa na narrativa, apenas nesta estória que eu vos conto.
E ainda relativamente a Beitz, convém mencionar que sendo ele alemão e também industrial, ele foi um dos alemães, que, durante a Guerra, ajudaram muitos dos perseguidos pelos nazis, ele e a sua mulher, pondo-se em risco a si e a toda a sua família. Paradoxalmente, ou precisamente por isso, Alfried foi buscá-lo para seu coadjutor e conselheiro na Firma, onde desempenhou papel fulcral.
Relativamente aos papéis desempenhados durante e após a Guerra, também o realizador nos alertou para o facto de que famílias, que haviam sido perseguidas, martirizadas e “usadas” como força de trabalho escravo nas empresas da Krupp, exigiram indemnizações e que Alfried se prontificou a pagar.
A transformação da estrutura jurídica da Firma seria concluída em 1967, e teve direito a anúncio à Comunicação Social, com destaque para a Imprensa, ainda o veículo comunicacional predominante na época. Realça-se este aspeto, para relevar a importância crescente que os Media foram adquirindo gradualmente na nossa Sociedade, até atingirem o Poder que atualmente detêm. E que já faz parte da nossa vivência pessoal! Da nossa história!
Voltando à história de Alfried, este morreria em 1967, sentado, julgo que no escritório da sua casa e só, como praticamente sempre viveu.
Em fundo, na Música, ouviam-se um solo de trompete e um piano, num dueto lastimoso.
O episódio terminaria com Arndt, na sua Villa Blad Tagri, de Marraquexe, atendendo o telefonema de Beitz, informando-o da morte do progenitor. E, sequencialmente, na sua viagem de descapotável, embrenhando-se no árido deserto; de óculos escuros, não sem antes ter limpo o rímel, esborratado de alguma lágrima que vertera pelo pai. Final de dinastia e término de episódio!
Pelo meio, ocorreram mais alguns pormenores narrativos, na perspetiva dos vários narradores, sobre si mesmos ou sobre outros personagens, que fui omitindo na minha estória narradora.
Perdoem-se-me esses lapsos.
Que a estória já vai longa e tarda a respetiva publicação, que deveria ter ocorrido logo no início da semana. Afazeres...
Dan ficou como que louco, possesso de um estado de espírito, que não era apenas efeito da exaltação própria de “glethi”, nem da informação recebida. Toda a raiva e rancor recalcados, testosterona acumulada, de macho preterido por Elena, amante de Frank Sutter, voltou-se contra este. Entrou tresloucado no hotel, dirigindo-se ao andar superior, aos aposentos de Elena e ninho de amor do casal. Desta vez não se ficou apenas ouvindo os gemidos e, de rompante, entrou no quarto da fogosa espanhola, diria que os encontrava no leito, enroscados… Mas não. A moça folhearia umas revistas, a entreter-se. O namorado, agora companheiro, estava no duche.
Dan, o xerife, atirou-se-lhe como touro enraivecido, que viesse das terras da hoteleira, bateu em Frank, esmurrou-o, derrubou-o no poliban, deixou-a a sangrar e não o matou logo ali, que a rapariga interveio, ele também se desequilibrou e quem acabou por se duchar vestido e fardado foi ele mesmo.
E o que acontecera que tal desacato originara?!
Eric, policial coadjutor de Dan e marido de Hildur, a governadora, fora a casa de Frank, aonde agora apenas morava a esposa, Jules, que o marido abandonara a casa. E o filho, Liam, estava hospitalizado, não melhorara, e até convulsões tivera…
Com Jules conversara, da vida, da vida dele, conversas de circunstância ou não, que não sei se a sua ida fora intencional, ou com que intenção, se foi profissional ou com outros objetivos. Fossem quais eles fossem, ele foi à casa de banho, vasculhou os perfumes, que até experimentou e abriu o balde da roupa suja e nele encontrou uma t-shirt de Frank, toda ensanguentada.
Tamanha descoberta esta, que após analisada no laboratório da polícia, se revelou que, na t-shirt, os vestígios de sangue eram humanos.
E sabedor desta notícia, uma bomba, Dan, de cabeça quente, sangue a ferver, encolerizado, teve o procedimento que teve e já descrito anteriormente.
Comportamento observado pelos seus colegas polícias, uma das jovens e o próprio Eric, para além de Morton, que calmamente fazia a barba e que mal tivera tempo de acabar.
E estes foram praticamente os últimos acontecimentos ocorridos no episódio e que deixaram todos os que os observaram intrigados, perplexos e embasbacados.
Aguardemos o que se seguirá no episódio de hoje, o quinto.
Dan e Frank fazem parte da mesma “equipa de busca e resgate” e haviam estado a colaborar juntamente na procura de Ronnie que fugira com a filha.
A fuga deste não seria uma simples fuga, que descobriram que Ronnie sofria de psicose e por isso era medicado, mas ao fugir não levara os medicamentos, daí a comunidade ainda ficou mais preocupada. Através do GPS conseguiram decifrar a rota do barco em que ele fugira, que ele avançara e recuara e Dan e Frank acabaram por localizar o barco ao largo, numa baía, a meio de uma paisagem soberba de imensidão e encanto! Mas entrando no mesmo, de pistolas apontadas, que aquela gente atá há pouco pacífica, andava toda stressada, no barco, de vida só acharam o coelhinho branco de Carrie. De pai e filha nem sinal.
Estes caminhavam a pé, julgo que na própria ilha e dirigiram-se para um abrigo guardado por huskys, cães que são ferozes com os ursos, mas nunca atacam os homens, assim Ronnie tranquilizou a filha, quando a levou para o abrigo e lhe pediu que fizesse comida, enquanto ele iria buscar algo para lhe fazer uma surpresa. E foi ao casarão onde ele e Jason têm o mamute escondido e a este cortou um dente, enorme, que assim eram os dentes dos mamutes, e trouxe à filha, que identificou a surpresa como sendo do “monstro”.
Anteriormente Jason, que também fora libertado por falta de provas, também estivera nesse armazém, casarão ou lá o que seja, a confirmar se “o monstro” de Carrie, ainda lá estaria.
E antes de lá ter ido, já fora visitar Natalie, com saudades certamente e a comunicar-lhe a sua libertação, estando ela ainda às voltas com o dente do mamute, que isto de um dente com 32000 anos, confirmados por ela, tem muito que se lhe conte.
E ela quis saber, e agora coadjuvada por Vincent, o novo cientista, que também já fora suspeito do assassinato, tal como Jason, quiseram ambos saber, se haveria mais, além de apenas o dente, e onde estaria o resto e se haveria um mamute na ilha, o que seria algo inédito, que aquela ilha estava a ser uma descoberta!
E Jason deu uma resposta desajeitada, de qualquer coisa a ver com as coisas e loisas que havia no sótão, de um tio qualquer.
Jason e Vincent, pelo menos por agora, pareciam livres da suspeita de assassinos, que nesta fase parece recair em Frank.
Já o professor de que falámos no episódio anterior e que almoçava com a namorada no hotel de Elena, para essa pista apontara. Investigar Sutter. Essa gente que esteve no Afeganistão… e com o dedo indicara para a testa, em sinal de doideira.
E pegando nesta deixa de doidice, quem se sente endoidecer, mas de desespero, de impotência, de remorso, culpabilização, de raiva, por não conseguir controlar o Destino, como faria se usasse o obliterador da sua máquina fotográfica, quem se sente assim é Henry, fotógrafo, que o cancro avança inexorável, que a culpa e remorso de ter morto Billy, doem mais que a doença, e o desespero de não poder ficar eternamente na terra que escolheu, ainda o martiriza mais, ter que regressar ao continente, que, na ilha, as doenças não morrem na terra…
Aos tiros numa cabana acabada de velha, de rifle em punho, ameaçando quem entrasse. E Dan, o xerife, entrou, que é amigo de Henry, o compreende e aceita, outra alma perdida nessa terra gelada dos confins da terra, que se entranha nos ossos, nas carnes, como o frio e o gelo que tudo preserva. Que uma vez nela entrando, para sempre se quer ficar, que a terra nem come os que nela ficam, antes os acolhe e guarda eternamente no seu seio, como fez ao mamute, “monstro” de Carrie.
E Henry entregou o rifle a Dan e lhe pediu que o matasse. Mas Dan não matou, quem ele terá querido matar foi Frank, o que acontecerá posteriormente no episódio, mas eu já contei nesta narração.
E no episódio aconteceu, logo no início, que Morton foi ao laboratório científico, que está selado, mas ele entrou e não foi o único, que outro alguém, que não consegui reconhecer, também lá entrara antes e que foi saindo esconso nas sombras, descendo, enquanto Morton subia.
E vasculhando tudo quanto pode, papéis e computador, o detetive encontrou um documento importante, entre os papéis do professor Charlie Stoddard, sobre a extraordinária descoberta que Billy Pettigrew fizera e que tanto tutela o enredo, ao ponto de os dois cientistas estarem tragicamente mortos.
E esse documento é deveras importante, direi importantíssimo, porque acabou por ser roubado do quarto de Morton, no hotel de Helena, quase debaixo das saias desta que, mulher atarefada, no hotel faz de tudo e fazia de camareira, enquanto esse homem misterioso, assaltava um hóspede no seu próprio hotel. Que o roubado, Morton, senhor roubado de documento tão precioso, também estava no hotel e também não se apercebeu desse homem misterioso que circula na narrativa, escondido, desapercebido, mal poisando os pés, como se o chão tivesse medo de ser pisado.
Não sei se seria o mesmo que também fora ao laboratório científico, enquanto Morton lá estivera e saíra enquanto este entrara.
O que sei, ou julgo saber, é que ele se intitula de russo e fala em língua que será a russa, que ele falou, que ouvi, mas não sei dizer que língua seria, por não sabê-la falar ou entender.
Mas ele também se entende e fala noutra língua que falou, com um senhor negro, que não sei quem é, não sendo Frank Sutter, agora principal suspeito do assassinato do cientista Charlie.
E neste episódio houve outros confrontos verbais entre os protagonistas principais, duetos mais ou menos acalorados, que Morton vai-os confrontando a todos sobre o crime e as eventuais culpas de cada um no processo, buscando descobrir um desenlace para o enredo.
Entre Morton e Henry, na casa estúdio deste, apreciando as fotos por ele captadas. Que como especialista em tecnologia fotográfica, é confrontado com técnica fonográfica, através de uma gravação de uma mensagem telefónica, que Henry enviou e em que afirma que foi o xerife da governadora, a seu mando, que matou ambos: Billy e Charlie.
“Essa voz não é a minha!” E Henry abriu a porta a Morton, que a porta da rua é a serventia da casa!
E a governadora, Hildur, também confrontada. Que Trish acha que a governadora matou o marido dela, que este não lhe passaria um estudo de impacto ambiental favorável à implantação do hotel-abrigo.
De uma conspiração envolvendo a governadora e o seu xerife.
E Trish também se confrontou com Hildur, por sua própria iniciativa, que Trish não é mulher de apenas se confrontar com o marido daquela na cama… que não sabe ou finge não saber.
E Trish lhe disse ser ela a responsável da morte do marido cientista, "mão indutora", sendo o xerife o pau mandado, ou a “mão executora”, como diria o nosso conhecido Inquisidor, na anterior série “Hospital Real”, de agradável memória.
Que Hildur ouvira a gravação do cientista sobre a ameaça provinda do gelo e que fizera delete, apagando-a do registo fonográfico.
Mas que Morton, dela tudo sabia…
E Hildur rematou que deitaria o hotel, o glaciar, a ilha, tudo deitaria ao mar, se isso trouxesse Charlie de volta!
Não sabemos se a bola entrou na baliza, se foi remate à trave ou voou por cima ou aos lados da guardiã…