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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

“O Livro da Selva”, de Rudyard Kipling

“O Livro da Selva”

Junglebook in wikipedia.jpg 

 Uma leitura no "Outono", quando recomendam ler na "Primavera"!

 

Rudyard Kipling, by Elliott & Fry in wikipedia fre

 

 

aqui me referi a este livro. Do escritor supracitado, foi publicado nesta forma em 1894. É uma coleção de histórias, publicadas primeiramente em revistas, em 1893 e 1894.

 

As revistas eram na época uma forma mais acessível de se chegar ao grande público. Grande, será uma forma de falar, que as restrições seriam muitas, nomeadamente o facto de maioritariamente as pessoas não saberem ler nem escrever. Estariam certamente na moda, seriam um veículo comunicacional mais disponível entre as classes burguesas endinheiradas ao tempo. Para além da aristocracia, classe dominante no Reino Unido.

 

Já o nosso Garrett, cinquenta anos antes, utilizara o mesmo meio de comunicação, com o aclamado “Viagens na Minha Terra”. Primeiro em revistas, depois em livro. Em meio século, a metodologia comunicacional permaneceu idêntica. Comparemos com os últimos cinquenta anos, neste dealbar de séculos, XX para XXI! As alterações radicais desde os anos sessenta do século passado, para a atualidade. As mudanças foram vertiginosas! A aceleração do progresso é cada vez mais acentuada, exponencial.

 

Atrever-me-ia a classificar estas histórias de fábulas, já que a maioria dos personagens principais são animais! Poderei?!

Das histórias, todas interessantes e perpassadas de moralidade, daí também a catalogação como fábulas, a que achei mais peculiar foi a última: “Servidores de Sua Majestade”.

 

O título é, só por si, paradigmático!

E, depois, a fala dos animais envolvidos na narrativa. A mula velha, de nome “Biddy”, da artilharia de montanha, a mula nova, recruta; o camelo de carga; o cavalo do segundo esquadrão de Lanceiros, cujo cavaleiro é chamado Ricardo; o elefante “Dois Rabos”, “Anacronismo Paquidérmico”; os bois das peças de artilharia; o cão rateiro, nomeado “Raposinha”; para além do narrador, o próprio escritor (?)

 

E, depois, a imaginação da parada aparatosa de trinta mil homens, milhares de camelos, elefantes, cavalos, mulas e bois, concentrados em Rawalpindi, para serem passados em revista pelo vice-rei da Índia, que “recebia a visita do emir do Afeganistão, rei bárbaro de um país bárbaro…”

Uma manifestação do poder do Império Britânico, no seu apogeu!

 

E, como epílogo, moralidade(?), a questão formulada por “um velho chefe da Ásia Central” a “um oficial indígena”, indiano (?) sobre como se conseguiu tal maravilha. Em que as bestas são tão entendidas como os homens.

E a resposta do “indígena”:

“- Obedecem como os homens. Mulas, cavalos, elefantes ou bois, todos obedecem ao seu condutor, o condutor ao sargento, o sargento ao tenente, o tenente ao capitão, o capitão ao major, o major ao coronel, o coronel ao brigadeiro, que comanda três regimentos, o brigadeiro ao general, que obedece ao vice-rei, que é o servo da imperatriz. É assim que se faz.”

E perante o desejo formulado pelo chefe de que no Afeganistão assim fosse, pois lá obedecem apenas à sua própria vontade, retorquiu o indiano.

“E por isso… o vosso emir, a quem não obedeceis, tem que vir aqui receber ordens do vice-rei.”

 

A apologia do imperialismo britânico no seu modo mais elementar e simultaneamente supra refinado! Em que a Índia era a “Jóia da Coroa”, recentemente incorporada no Império, 1877, sendo que a Imperatriz era a célebre Rainha Vitória.

 

Mas este pequeno texto, de apenas dezassete páginas, está cheio de mensagens subliminares, suscetíveis de variegadas interpretações. Não é monolítico no plano ideativo. Dá muito que pensar!

 

E as outras histórias?!

 

Tumai dos Elefantes e Cala Nague, elefante, que servira o Governo da Índia por mais de meio século?

 

E Ríqui – Tíqui – Távi, o mangusto que libertou o quintal do grande bangaló, das cobras capelo?

 

E a foca branca, Cótique, que conduziu as suas irmãs focas, do local de veraneio em Novastosná, no Mar de Béring, para as praias novas, para além do túnel da Vaca Marinha?

 

E Máugli? E Bálu, o velho urso pardo? E Bàguirá, a pantera negra? E Xer Cane, o tigre?! E..?  E..?

 

Bem! Se eu fosse a narrar, ainda que sinteticamente, as histórias/fábulas, perderíeis o interesse em lê-las.

 

Pois lede!

 

E surpreendais-vos com este livro, “Obra-prima da literatura juvenil de todos os tempos”!

Que, para mim, foi uma agradabilíssima leitura, pese embora a “primavera” já tenha ido há muito! E o Outono já ter começado no mês passado, a vinte e três.

 

Notas Finais:

 

O livro que li, de Edição Livros do Brasil, 2006; integrado na Colecção Nobel, exclusiva de Modelo Continente, tem algumas imperfeições.

 

Do livro original há imensas versões nos mais variegados suportes informativos. Filmes, vídeos, BD. É consultar a net e há imensa informação.

 

Mas nada, mesmo nada, se compara com a leitura da versão livro tradicional! Há mais recurso à imaginação!

 

 

 

 

No referente a Leituras e Livros…

LEITURAS e LIVROS...

e também novelas e cinema...

 

Ainda, o clássico, "As Viagens na Minha Terra".

 

Sobre esta Obra da Literatura,  um clássico de meados do séc. XIX…

 

Ainda quero debruçar-me sobre o mesmo, a partir de dois posts que pretendo elaborar.

As Obras Clássicas têm esse condão. Sendo de épocas passadas, mas quando têm qualidade inexcedível ou foram produzidas por Artistas de competência inigualável, conseguem, apesar da passagem do tempo, manter atualidade, relativa é certo; no caso supra citado, ainda e apesar de terem passado quase cento e setenta anos.

 

As leituras entretanto realizadas.

 

mar morto in www.goodreads.com

 

Em Agosto ainda, e de uma assentada, li o emocionante livro de Jorge Amado, “Mar Morto”, que, como acontece com as Obras deste Autor, não deixo de ler enquanto não termino a Obra. Isto é, não faço pausas de dias ou semanas. Este li-o em dois dias, tal a força com que o enredo nos prende, sendo que não é, em termos de densidade de texto, propriamente uma “Tieta…”. Também é um livro praticamente da juventude do autor, dos seus 24 anos.

Jorge Amado produziu uma Obra notável, desde relativamente jovem. Paradoxalmente, e apesar dos muitos prémios que recebeu, nunca foi premiado com um Nobel.

As personagens dos seus livros são geralmente pessoas com quem se simpatiza facilmente. Normalmente são heróis da vida do dia-a-dia. Muitas de vidas muito atribuladas, mas sempre com uma grande carga de humanismo. As personagens nunca se revelam intrinsecamente más, pelo menos que me lembre. Algumas agem de forma errada, é certo, mas foi geralmente a vida, as agruras dum viver desesperançado que os levou à vida que levam, aos trilhos que pisam.

Jorge Amado revela uma especial predileção pelos deserdados de fortuna, sem eira nem beira, mas cheios de humanidade, que lutam e labutam no seu sustento diário.

Neste livro “… a história de Guma e de Lívia, que é a história da vida e do amor no mar.”

Homens e mulheres valentes que, cheios de coragem, mas também com o medo de todos os humanos, fazem e encaram a vida como uma luta pela Sobrevivência e Dignidade.

As mulheres são normalmente vistas com grande carinho e as mulheres de vida fácil, mulheres da vida, mulheres dama, têm um lugar sempre especial na narrativa, algumas até na categoria de heroínas e personagens principais, caso de Tieta, por ex.

A Baía, Ihéus, Itabuna, o Nordeste e o Mar, simultaneamente pai, mãe e carrasco dos homens e mulheres que nele labutam, as praias de areias sem fim de mundo, a densidade sincrética da cultura baiana, triângulo de miscigenação cultural de África – Europa – América, o erotismo, as mulatas e cabrochas que amam nas dunas embaladas pelo vento, são alguns dos ingredientes gostosos dos enredos literários que  o escritor confeciona como nenhum outro.

Muito fica por dizer sobre o Autor, de que conheço apenas algumas obras, algumas simultaneamente da literatura e da televisão, caso de Gabriela, que segui as duas novelas e reli o livro, e de Tieta, de que também vi a versão da TV (novela).

No caso de Gabriela é interessante mencionar que o Livro é um Obra ímpar. A primeira novela, com Sónia Braga e Armando Bógus, é outra Obra e a 2ª novela, remake da primeira, é uma terceira Obra. Têm pontos comuns entre si, mas também são relativamente diferentes, apesar de baseadas nas mesmas temáticas, em espiral sobre o texto primevo do Autor.

Também vi o filme “Dona Flor…”, assente no triângulo romanesco…

Dona_flor_e_seus_dois_maridos in wikipedia.jpg

 

E li “Os Subterrâneos da Liberdade” e “Capitães da Areia”, há bastante tempo. Este último, reli-o recentemente.

Ah e também já li e reli “O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá”! E adoro este conto.

 

E agora… 

Iniciei, há pouco tempo… Imagine-se! O livro que “Ninguém deveria ser autorizado a chegar à idade adulta sem ter previamente lido…” Eu que estou já a entrar na terceira idade…

Este livro já é do tipo que interrompo a leitura. Há dias que não lhe pego.

Também, agora, tenho-me dedicado muito ao blogue…

E qual é o Livro?!

Algumas dicas: é de um escritor de raiz anglo-saxónica, foi nobelizado e nasceu no século XIX.

 

… ? ?

 

 

 

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