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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

"Somos todos Ucranianos!"

O Povo Ucraniano quer a Paz! O Povo Russo quer a Paz! Todos os Povos querem a Paz!

Nesta “guerra da Ucrânia”, decorrente da invasão das tropas do regime russo, cuja fase recente se iniciou no mês passado, 24/02, que ela já dura há quase dez anos (!), não há como não estar solidário com os Ucranianos!

"Somos todos Ucranianos!"

(Digo eu, embora sabendo que muito boa e santa gente tem opinião contrária ou assim-assim, ou nem não, nem sim, isto é, nim!)

Que haja outras e variadas guerras por aí, todas condenáveis, porque o são, por várias vezes repudiadas no blogue, tanto em prosa como em verso, também esta repudio.

É preciso terminar a invasão. As tropas do regime russo devem sair da Ucrânia, país que deve ser independente e ser reconhecido como tal, sob todos os aspetos, pelo regime russo!

É preciso que o regime russo termine o que começou e desenvolvam conversações de Paz, sempre tendo na base a independência da Ucrânia. (E da sua integridade territorial, o que já será mais complicado, digo eu…)

Os Povos querem Paz! Não querem guerra. Todos os Povos.

(Os defensores da guerra são uma minoria, só que detêm o poder, como no vertente caso. E, depois, utilizam-no mal.)

 Não fazem sentido guerras, por disputas territoriais. Somos todos interdependentes, todos os países, todas as nações, todos os povos. Vivemos num mundo à escala global. Ele há tanta desgraça, calamidade, catástrofe natural; tanta degradação provocada pelo ser humano, nomeadamente no ambiente… para quê ainda buscar a guerra?! Ainda nem saímos da pandemia da Covid!

Senhores da guerra, desta e de outras: Buscai a Paz!

P.S. – Há muitas questões que poderiam ser analisadas sobre este assunto, nomeadamente as formas de se alcançar a Paz. Qual o papel ou papéis que deveriam desempenhar a União Europeia, os Estados Unidos, a NATO, a China, outros Países, outras Entidades, o Papa Francisco, por ex.

Mas há uma questão que é mais no domínio dos se…se… E se a Srª Merkel ainda chefiasse o governo alemão, quiçá, com papel determinante na União Europeia, as coisas teriam ocorrido assim?!

(Uma pergunta que fica no ar…)

Entretanto, resta-me apelar à Paz.

Negociações. Retirada das tropas. Acordos de Paz. O Povo Ucraniano não merece estar a sofrer esta calamidade.

(Que a guerra é a mãe de todas as desgraças!

As consequências projetam-se por todo o mundo.)

 

 

Futsal – Geografia – História – Geopolítica

Portugal – Espanha – Ucrânia - Rússia

Reflexões: Manias minhas e pretensiosismos!

 

Decorreu, hoje, na Holanda, cidade de Amsterdão, o jogo Portugal – Rússia, final do Campeonato Europeu de Futsal. Portugal ganhou por 4 – 2.

Não vi este jogo, mas na 6ª feira passada, dia quatro, vi o término da meia-final entre Portugal e Espanha e gostei. Penso que foi a primeira vez que me fixei num jogo de futsal. Muita rapidez, passes, não há bolas presas ou paradas, poucos tempos mortos. O espaço é curto, parece um jogo de tabuleiro, os jogadores entrosam-se, passam a bola, atacam, contra-atacam. Andam num virote!

Mas eu não queria falar do jogo propriamente dito.

 

Interessante que a outra meia-final fora entre Ucrânia e Rússia, tendo vencido esta última. Peculiar, dada a situação geopolítica e militar vivida por estes dois estados, aparentemente, à beira de um confronto militar. Seria bom que se ativessem apenas nestes duelos desportivos. Que os povos não querem guerras.

Quero abordar, brevemente, alguns aspetos culturais, extra futebol.

Numa perspetiva geográfica, nestas duas meias-finais, defrontaram-se os dois países do extremo ocidental da Europa e os dois do extremo oriental!

 

Em termos históricos, a situação de “guerra iminente” entre os dois Países de Leste, viveram-na Portugal e Espanha ao longo de séculos, “às turras”, desde o início da nacionalidade. Portugal construiu a sua identidade nacionalista, em confronto com os Reinos seus vizinhos, que estariam na base de Espanha. Inicialmente, séc. XII, contra o reino de Leão; mais tarde, séc. XIV, XV, contra Castela; a partir do séc. XVI, constituída a identidade de Reino de Espanha, contra este. Inclusive, perdendo a independência e formando um reino único, de 1580 a 1640, ano de Restauração da Independência. As guerras da Restauração, no séc. XVII, consolidaram esse estatuto. Mas no séc. XVIII continuaram os reinos em confronto, sob diversos pretextos e motivos, nomeadamente sucessões dinásticas, posse de territórios, inclusive na América do Sul. A última guerra entre os reinos de Portugal e Espanha penso que foi a Guerra das Laranjas, em 1801. Em que Portugal perdeu o território de Olivença, situação de facto, mas nunca reconhecida legalmente por Portugal. (Guerras subsequentes em que Portugal esteve envolvido, não tiveram a ver com Espanha. Nem propriamente as invasões francesas, embora a dita das “Laranjas”, as tivesse de algum modo prenunciado!)

 

Estas reflexões têm a ver com o que vivem os dois Povos e Estados de Leste, que também têm uma História intrincada de pertenças e desavenças, ao longo de séculos. Culminando nesta situação complicada, envolvendo a comunidade internacional à escala planetária, dado que as grandes potências mundiais intervêm na situação. Nada que se compare, em escala, com o que aconteceu entre os Reinos Ibéricos, ao longo de oito séculos. Embora no século XVI estes fossem, digamos, as superpotências mundiais!

 

Seria fundamental que os Estados cingissem os seus confrontos ao Desporto, como forma de sublimação das suas desavenças!

Relativamente a esta situação de “guerra iminente” é conveniente estruturar o diálogo. Na minha opinião, mas quem quer saber dela?!, a Ucrânia deverá manter a respetiva independência. Deverá aderir à União Europeia, penso que ganham os diversos povos envolvidos. Mas não deve aderir à NATO. Deveria ser um Estado neutral, tampão entre União Europeia e Rússia.

Manias minhas? Pretensiosismos?!

Muito Obrigado e muita Saúde!

Parabéns à Equipa Portuguesa. Parabéns às outras Equipas!

 

“Europa Social”, no Porto…

...Imigrantes explorados em Odemira!

Desabafos de Maio 2021

Rosas da minha Avó. Foto Original. 2021. 05. jpg

Logo agora que foi aprovada a designada “Europa Social”, no Porto e em início de Maio, mês de “Dia do Trabalhador”…

Pois, nem de propósito, a situação de escravidão, em que vivem trabalhadores das atividades nas estufas das agriculturas intensivas, ganhou foros de manchete nos meios de comunicação.

Era algo que se sabia, não é situação nova, não é específica do Alentejo, noutras regiões de Portugal existem casos semelhantes; em Espanha, França, Itália também proliferam casos idênticos. Por esse mundo afora…

Alguns desses trabalhadores migrantes, nas mãos de máfias organizadas, até serão levados de umas regiões para outras.

Nada justifica estas posições, a não ser a ganância de alguns, em detrimento de quem pouco ou nada tem.

A génese destes problemas até estará nos países de origem destes e doutros migrantes, dos que atravessam oceanos em fuga. Portugal já foi porto de origem de situações semelhantes, hoje é porto de destino.

Em todas elas a tónica dominante é a exploração desenfreada de pessoas, em modo de escravidão, sem o mínimo de condições que respeitem a dignidade humana.

O cinismo com que este assunto foi abordado em diversos contextos, a forma como foi tentado de resolver apressadamente, também não terá sido de louvar.

Todas as Pessoas têm direito a serem respeitadas, a sua condição de seres humanos valorizada, a uma remuneração digna, a condições de vida satisfatórias, para si e seus familiares.

Que resolvam a situação de modo que estes trabalhadores, vindos dos mais diversos locais do mundo, sejam considerados e valorizados pelo seu trabalho.

Que são eles que executam tarefas que portugueses não querem fazer.

Que permitem aos supermercados terem muitos dos produtos hortícolas que consumimos, nós e muita da Europa, “Social” ou não.

Que as Entidades, públicas e privadas, que tutelam os vários enquadramentos em que se processa o trabalho destes migrantes, sejam responsáveis. Que atuem! Que ajam!

(Toda a gente sabia, mas fingiam que não.)

Não fora a Covid e a “utilização” de um resort turístico, que tanta celeuma levantou, ademais já várias vezes falido, não sei onde vão buscar o dinheiro e ainda mais o que lhe fazem, não fora tudo isso e continuavam a assobiar e olhar para o lado.

Tratem de reconhecer a dignidade devida aos trabalhadores! Destes e dos milhares de portugueses também em trabalhos precários.

 

(Adenda: Os restos do foguetão chinês caíram lá para o Índico, não vieram cá para os lados de Portugal, e ainda bem. Já basta o Corona!)

E a foto original? Maio, é mês das rosas! E fica o mote para próximo postal, que agora tenho um grande acervo de rosas.

 

 

 

Um Postal de Natal?!

APBP. Digitalização árvore natal 5.jpg

Casos Mediáticos!

 

Ao iniciar este postal, dirijo-me a Si, que terá a amabilidade de ler este texto. E desejo-lhe um excelente Dia de Natal!

 

Neste Dia, apesar da sua singularidade, não quero deixar de comentar algumas situações que nos têm chamado a atenção.

 

O caso da chacina na Herdade de Torre Bela – Azambuja. Um crime, sem qualificação possível. E não adianta extrapolar para as situações diárias em que o Ser Humano abate outros seres vivos, que é um facto a pensar também, mas o enquadramento, as finalidades, as motivações, os contextos são diferentes.

Na Torrebela foram centenas de assassinatos, fúteis, grotescos, sem qualquer justificativo.

A Herdade já noticiou não ter tido qualquer responsabilidade. Que também quer que os prevaricadores sejam punidos. E quem são eles?! A empresa ou empresas organizadoras? Os matadores? Também se irão descartar?! As armas dispararam sozinhas?!

Em última instância, ainda terão sido os indefesos animais que se puseram a jeito, frente à mira das espingardas…

Esperemos que haja investigação conclusiva e que o crime seja devidamente categorizado e os responsáveis / criminosos castigados.

 

Outro caso, para atenção dos promotores e defensores do Brexit. As intermináveis filas de camiões, à beira do túnel da Mancha. Bem sei que o motivo imediato da situação não foi o Brexit. Até parece que afinal chegaram a um acordo. Mas é situação que pode vir a ocorrer novamente, perante esta ou outra situação.

A interdependência entre povos, países, estados, nações, culturas, é irreversível. A existência de uma Europa Unida, de grandes espaços globais, é uma necessidade.

A demagogia dos populistas é um perigo à Paz dos Povos!

A União Europeia precisa ser repensada por Estadistas de visão alargada, precisa! Mas faz sentido a existência de um grande espaço de Paz na Europa. E no Mundo.

 

Um caso mais trivial. Em noite de Consoada, foi inevitável o comando da TV parar no “Big Brother”. (Estava sem óculos, por estar com máscara.) Mas… aquele pessoal, as várias famílias dos concorrentes não estariam todos excessivamente desconfinados?!

E a TVI a promover esses comportamentos.

E com as novas possibilidades tecnológicas de retroceder na programação, também houve oportunidade de rever aquela cena da Vaca no Presépio, na Casa da Dita Cuja. Ridículo!

 

E, nós?! Estaríamos também devidamente confinados e respeitando as normas de distanciamento social e de higiene exigidas?!

 

E para terminar… e novamente.

Um Excelente Dia de Natal! Festas Felizes! Muita Saúde para todos.

E muito especialmente para Si, Caro/a Leitor/a, que teve a amabilidade e paciência de concluir este texto. Bem Haja!

(Digitalização de Árvore de Natal. Obrigado APBP.)

EUA – Continente – Açores – Oriente

Crónica prevista para três pontos, acabou em quatro

Caparica. Foto Original. 2020. 09. jpg

Primeiro: Regozijar-me com o facto de Joe Biden ter vencido as eleições americanas de 2020. Muito especialmente pela saída de Trump. Indivíduo inqualificável, insano, que não merecia ter sido presidente, sequer por um minuto. Mas foi presidente por quatro anos! E nestas eleições ainda conseguiu mais de setenta milhões de votos! É caso para refletir.

De qualquer modo, queira ele ou não, vai ter de abandonar o cargo.

Ele segue, mas muitas das atrocidades que deixou, em diferentes enquadramentos, vão persistir. E demorarão a serem erradicadas.

 

Segundo: As medidas dimanadas do recente conselho de ministros extraordinário. Não ouvi o discurso de Sua Excelência, o Senhor Primeiro Ministro. Tenho a TV avariada. Li, não muito pormenorizadamente. Mas o que acho é que se misturam muitas coisas, muitas realidades. Uma certa confusão. Hei-de ler com mais atenção.

Pela minha parte irei esforçar-me por cumprir, como, aliás, tenho feito.

E continuo a afirmar o que tenho vindo a frisar desde que entrámos neste filme da Covid. Inicialmente, muito bem. Mas, quando se abriu a porta do desconfinamento, muita desarticulação das pessoas em geral, “tudo ao molho e fé…”, mas também, muita, mas muita incongruência dos nossos Queridos Dirigentes. Ao mais Alto Nível! (Bem sei que tem sido um processo de aprendizagem… E a Covid é uma epidemia. Não se compadece com politiquices.)

 

Terceiro: O governo de coligação nos Açores.

Não sou contra um governo de coligação centrada no PSD, não tendo sido este o partido mais votado.

Todavia já questiono a situação, se para concretizarem esse objetivo, tiverem de se coligar com o “chega”.

Não são precisas grandes explicações para fundamentar este meu opinar. Inconvenientes?! São uma “Caixa de Pandora”! Só não vê quem não quer ver!

Mas a fome desta gente pelo poder é tanta… A começar pelos que mais atacam os que estão em exercício, mas logo que podem, achegam-se à mesa dos comensais instalados. Razão tinha o Bordalo.

 

E ainda um quarto ponto:

Sobre a Covid e os Países do Oriente.

Inicialmente só se falava na situação na China, na Coreia do Sul, (na do Norte nunca se falou), no Japão, em Taiwan, em Singapura… No Irão. Mais tarde na Índia.

Como está a situação nestes países?! Já entraram na segunda vaga?!

Agora só se fala na Europa, onde a epidemia mais alastra e toma proporções quase incontroláveis.

Em Portugal, em que correu tão bem inicialmente, mas que depois descarrilhou e atualmente atinge valores de infeção muito preocupantes.

Esperemos que venham dias melhores, a breve trecho!

E quando estará a vacina disponível?

Fernando Pessoa - “Mensagem”

 

Prólogo

 

No blogue, já divulguei alguns dos Poetas e Poetisas consagrados/as que mais aprecio.

Já aqui apresentei abordagens sobre José Régio, Florbela Espanca, António Gedeão, Ary dos Santos, Luís Vaz de Camões, …

Hoje, “Dia de Portugal e de Camões”, divulgo Fernando Pessoa (1888 - 1935) e o início de “Mensagem”.

Post nº 535!

(…) (...)

 

*******

 

“Primeira Parte

Brasão

 

Os Campos

 

Primeiro

 

O Dos Castelos

8 – 12 – 1928”

 

*******

enciclopedia_sopena_1928_europa in. pasado en letras.com

 

«A Europa jaz, posta nos cotovelos:

De Oriente a Ocidente jaz, fitando,

E toldam-lhe românticos cabelos

Olhos gregos, lembrando.

 

O cotovelo esquerdo é recuado;

O direito é em ângulo disposto.

Aquele diz Itália onde é pousado;

Este diz Inglaterra onde, afastado,

A mão sustenta, em que se apoia o rosto.

 

Fita, com olhar esfíngico e fatal,

O Ocidente, futuro do passado.

 

O rosto com que fita é Portugal.»

 

 

In. “MENSAGEM - “Estante Editora” – 5ª edição - Aveiro – Agosto 2010.

 

Reino Unido: “Brexit”

 “British Exit”

Britânicos fora??!!!!!!!

 

 

Introdução: 

«E, se o Reino Unido decidir democraticamente, através da auscultação dos seus “súbditos”, deixar de pertencer à União Europeia, que consequências daí advirão? Nomeada e especialmente para a União Europeia.

 (...) 

E independentemente dessa saída ou qualquer outra entrada, a União Europeia, a Europa Unida, sob este modelo vigente ou outro, é uma realidade com prazo de validade? Mais ou menos curto?!

É uma estrutura organizativa que, mais tarde ou mais cedo, se “desmoronará”?

Ou, apesar de todas as contrariedades, este modelo de organização e estruturação da EUROPA continuará vigente ainda por várias gerações?

...»

 

Reino Unido in. nwproduction.se.jpg

 

Desenvolvimento:

Estas foram algumas das questões que coloquei em posts anteriores quando falei sobre a hipotética saída do Reino Unido da União Europeia.

Inicialmente abordara essa eventualidade em post de 29/02/16: “Reino Unido: Europa – Sim /Não”.

Posteriormente, a propósito do futebol e do “Euro”, delinei alguma abordagem ao mesmo assunto.

Agora, após o 23 de Junho, a decisão maioritária dos eleitores do Reino foi precisamente a de saírem da União Europeia.

 

As possíveis consequências estarão no domínio dos deuses.

Algumas verificaram-se de imediato, nos reflexos nas “Bolsas”, nos designados “Mercados financeiros” e provavelmente também nos de mercadorias, bens e serviços.

E, mais importante, nas Pessoas, sob múltiplos aspetos, nomeadamente: nas atitudes, nos comportamentos, e até nos sentimentos...

Vivemos num Mundo Globalizado, interligado, interconectado e, quer se goste ou não, uma decisão destas afeta e continuará a afetar a nível mundial. Esperemos que maioritariamente para o Bem!

 

A livre circulação de mercadorias, sem entraves alfandegários, nem pautas aduaneiras, é, per si, uma vantagem para as economias.

 

A livre circulação de pessoas, abre novas, diversas e enriquecedoras perspetivas a todos os Seres Humanos. Sejam essas oportunidades devidamente aproveitadas, num sentido de Paz e entreajuda recíproca e ganham todas as Sociedades, as presentes e as futuras.

 

A circulação livre de capitais deveria ter permitido um maior e melhor desenvolvimento, reduzindo assimetrias, entre povos, nações, estados e países. E dentro de cada Estado, entre os diversos Cidadãos, entre os vários estratos populacionais.

Deveria!

Isto é, se o Capital, nomeadamente o financeiro, estivesse aos serviço das Pessoas, da maioria das pessoas e não de uma pequena minoria que gravita nessa bolha financeira, nesse casulo onde se enclausuram, nas mordomias dos lucros e dividendos, uma casta de privilegiados, que ignoram a miséria que vai grassando a todos os níveis, enquanto eles se enfastiam de dinheiro virtual e usufruem de benesses e bem-estar desproporcionado.

 

Mas têm sido esses senhores da finança que têm determinado o afundamento progressivo das economias limítrofes tornando-as cada vez mais marginais e dependentes.

Dependentes de um suposto Mercado Livre (?), que não passa de uma teia intrincada de poderes “coloniais” que decidem e manipulam os destinos de milhões de pessoas, subalternizadas aos milhões do “vil metal”.

E muitos desses decisores de destinos e Destinos estão sediados onde?

Apenas em Bruxelas?

A “City” é, de si e per si, o maior centro financeiro europeu.

 

E que têm feito os políticos que é suposto defenderem os interesses dos seus Povos, que os elegeram, não apenas para usufruírem das benesses e mordomias de eurocratas?

Que têm feito os políticos?

 

Atente-se, e voltando ao “Brexit”, que segundo li, este referendo britânico resultou de uma promessa que Cameron havia feito aos seus eleitores que referendaria a permanência do Reino Unido na União, caso fosse eleito.

Pasme-se!

 

Algo que ninguém pedira, que não era premente nem necessário, que ele, pelos vistos cumpridor de promessas, levou ao terreno. Não defendendo a saída, porquê tal promessa?

E quem foi ao terreno, ao tapete, foi o próprio. Que perdendo, abandona o barco, não dando seguimento ao que começou!

Pasmo ainda maior!

 

Com políticos assim, quem precisa de políticos?!

 

Que a saída do Reino Unido pode e deve ser aproveitada, pelos que ficaram, para “darem uma volta” ao funcionamento da União. Que bem precisa!

No sentido de haver uma maior Equidade entre todos e cada um.

 

Voltando ainda ao referendo...

Atente-se nos resultados:

72,2% de participação.

51,9% pela saída da União = 17.410.742 votantes.

48,1% pela permanência = 16.241.141 votantes.

 

Observa-se uma grande divisão no País, melhor, no Reino. Com amplas regiões a defenderem, maioritariamente, a permanência: a “Grande Londres”; a Escócia e a Irlanda do Norte, ambas com processos separatistas; as zonas de Liverpool e Manchester.

 

Como, com que critérios, (com que Ética, se a Ética ainda existe!) implantar um processo destes tão complexo, a quase metade da população que não concorda?!

Num certo sentido acaba por ser uma imposição forçada, aparentemente maioritária, uma vez que não se considera quem não votou.

 

Um dos fatores por que se bateram os defensores da saída foi a Imigração.

Estranha esta postura num País tão marcado pela multiculturalidade, resultado do seu passado colonial, de potência ultramarina, com territórios espalhados pelos cinco continentes.

E que eles próprios têm um passado de cinco séculos de Emigração, para a América, para a Ásia, para a África, para a Oceânia.

Que após a II grande guerra, e as descolonizações sucessivas, chegou a vez de receberem as gentes de torna-viagem, das antigas colónias.

Para além do contexto de globalização hiperbolizada nas últimas décadas, pelo bom e pelo mau sentido, a que a ação do Reino Unido também não foi alheia.

E haverá melhor espelho dessa multiculturalidade e multirracialidade que é a própria seleção de Inglaterra, nessa montra da Globalização que é o Euro de Futebol?!

 

E observando, agora, o aparente ou factual não-sentido do referendo, ocorre-me questionar:

 

- Faz algum sentido referendar questões tão complexas, com tantas implicações como esta?!

 

- Não será suposto que questões assim sejam debatidas nos locais de representação do Povo, nas Assembleias próprias e específicas onde é suposto (é suposto!) estarem as personalidades, as pessoas, os sujeitos, os cidadãos mais preparados e avalizados para tais fins?

(Bem sei que os políticos que temos são o que são, os interesses que os movem são os que sabemos... Mas...)

 

Mas...

- Acha que é fácil traduzir escolha tão complexa, num simples sim ou não, a ser apenso num boletim de voto, em que se marca uma cruz em diagonal, sobre a opção escolhida?

 

- É possível, todas e cada uma das pessoas potencialmente e de facto votantes, terem percebido, compreendido devidamente e em toda a sua dimensão o que se lhes propunha votarem?

 

-Acha que um tema com tantas implicações e cambiantes, será exequível de ser consciencializado, em todas elas, por todos e cada um dos votantes?!

Haverá uma plena consciencialização de todo o processo?

Não votarão as pessoas por clichés mais ou menos reducionistas, de uma realidade que é só e apenas a sua realidade meramente pessoal?!

 

(Mas, dir-me-á: Mas isso é mais ou menos o que se verifica na maioria dos atos eleitorais!

Só que nas eleições não referendais, delega-se noutras pessoas, supostamente mais capacitadas.

Supostamente, friso!)

 

E não falei nos aspetos Políticos, no bom sentido, Culturais, Sociais, de Progresso e Desenvolvimento que podem ser associados à União dos Povos Europeus, tão heterogéneos, culturalmente tão diversos e diversificados, apesar de todas as contrariedades e constrangimentos e de um passado de séculos de guerras fratricidas, conseguiram nestes últimos cinquenta anos, construir um modelo de entendimento e União, falível e incompleto, é certo, talvez desviado dos seus princípios e objetivos principais, mas que era importante continuar e melhorar no seu funcionamento.

Não destruí-lo.

E neste papel e neste caminho o Reino Unido tinha e tem o seu papel de conjunto como Povo Europeu.

 

Sim, que eu tenho os meus arrebites relativamente à Inglaterra, que algum dia explicarei, mas estou plenamente ciente do seu legado ao Mundo e ao Mundo Europeu, a todos os níveis.

No Passado, no Presente e na importância de construção do Futuro!

E, por isso, não vejo com bons olhos este abalar, abandonar, que julgo ser um retrocesso civilizacional!

Como também não vejo nada com bons olhos essa quase certa eleição desse figurão cheio de bago, para candidato republicano nos E.U.A., cujo primeiro nome é o dum Pato célebre, que não tem culpa nenhuma.

 

Preocupa-me tanto “reality – show”!

 

E será que faz sentido publicar este texto?!

Tomada de Posse do novo Presidente da República!

Assembleia da República

 

9 de Março de 2016 – 4ª Feira

 

O Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, hoje, dia 9 de Março, após as 10 horas, tomou posse, como vigésimo Presidente da República, na respetiva Assembleia (Parlamento).

 

Estas cerimónias são sempre carregadas de simbolismos vários, faz parte da respetiva operacionalização, quer se goste ou não. Desde logo, o local: Assembleia da República. As Bandeiras. O Hino. (...) As precedências, os locais que cada convidado ocupa, etc. etc.

Os aplausos, os não – aplausos, tudo está carregado de significados e significações, tudo é significante de algo...

 

Para além desses atos, gestos, atitudes simbólicas, existem ainda as que o próprio Presidente quis acentuar.

Uma delas foi o juramento sobre o livro da Constituição original, que ele também ajudou a criar, enquanto deputado. Realço que é este modelo que também tenho. O livro da Constituição de 1976. (...) Não, não, eu não a ajudei a criar... O meu “engenho” não chega a tanto. Muito menos a “arte”.

 

Os convidados: antigos Presidentes e Esposas, estranhei a ausência de Drº Mário Soares...

Representantes estrangeiros: O Rei de Espanha, destacava-se aquela figura... o Presidente de Moçambique, o Presidente da Comissão Europeia. Simbólicas estas três Personalidades estrangeiras convidadas.

 

Juncker cumprimenta o "bom amigo" Marcelo. Cortesia de  Jorge Amaral / Global Imagens

 

Os discursos. Sou sincero. Estava curioso com o discurso de MRS, enquanto Presidente. Ouvira o de vitória, tinha expectativas sobre este. E, esse foi o principal motivo que me fez estar atento à RTP1, logo de manhã. Dir-me-ão: “Palavras... são só palavras!”

 

Ferro Rodrigues, enquanto Presidente da Assembleia da República, também proferiu o seu discurso. Entre outros aspetos, e relativamente a MRS... “... Vossa Excelência tem a responsabilidade histórica de ser o homem certo no momento certo...”

 

Algumas ideias que destaco:

“... o País precisa de voltar a encontrar-se... Que a U.E. não se transforme num fator de instabilidade... Que Europa é esta?! ...”

“... precisamos de uma economia mais rica e partilhada, mais justa e inclusiva...”

“Temos que aprender a remar todos para o mesmo lado...”

E, terminou, formulando votos de “as maiores felicidades”, “A Bem da República, A Bem da Democracia, A Bem de Portugal!”

 

(Não opino, nem faço qualquer comentário...)

 

Quanto ao Discurso do Senhor Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, atual Presidente da República Portuguesa, de "todas as Portuguesas e de todos os Portugueses".

 

O discurso está muito bem estruturado e sequencialmente planeado. Ou não fosse o seu autor, o Professor Marcelo. (Apetece-me interrogar, deformação das Séries, nomeadamente “Borgen”, se os nossos políticos também terão algum “spin doctor”?!).

 

Também está carregado de Símbolos.

 

Um enquadramento introdutório, reportando para a Família, para os Sentimentos a unir-nos à Terra que nos viu nascer: Amor à Terra, a Saudade, a Generosidade... (Desculpem-me os Sentimentos, que não os fixei todos!)... As Crenças em Milagres de Ourique... (E com este introdutório falou-nos ao Coração, se fossem projetadas imagens, enquanto as palavras iam fluindo, veríamos um grande, grande, da Joana Vasconcelos. Reporta-nos também para a nossa ancestralidade, em última instância, o nosso Afonso, Primeiro, só que da Monarquia e nós estamos na Casa da República. Mas o Senhor Professor Marcelo não perde o jeito! Outro anterior Personagem, de que estranhei a ausência, nesse mesmo local, terá falado em Afonso Costa, digo eu! Afonso, sim, que Portugal é assim mesmo: Afonsino. E um País de Costas, até havia o do Castelo!)

 

Depois, ainda num contexto introdutório, mas já mais institucional, reportou-nos para a Solidariedade, (aqui já entramos no domínio dos Valores), entre os dois únicos Orgãos de Soberania eleitos: Assembleia e Presidente. E depois ainda agradeceu ao Presidente cessante, aos antigos Presidentes presentes, aos três ilustres Convidados Estrangeiros, às Forças Armadas, sempre fiéis a Portugal, ao 25 de Abril de 1974 / República Democrática, sublinhou a CONSTITUIÇÃO, aprovada e promulgada em 1976, sobre a qual atestara o seu Juramento de Posse, conforme já referido. Reforçou o seu caráter de Lei Fundamental, nosso Denominador Comum. E que irá ser o Guardião da Constituição, dos seus Valores e Valores da Nação.

(E nesta parte discursiva, diríamos que nos falava mais à Razão...)

 

E dirigiu-nos para a importância da Pessoa Humana, (lembrar-me-ia Carl Rogers), para um ideal de Sociedade em que não haja dois milhões de pobres... (!!!), nem diferenças tão cruciais...

E ainda no domínio dos Valores: Liberdade de Pensamento, de Crença, de Opinião, Pluralismo, Justiça Social, Identidade Nacional, para as nossas Raízes no Mar... (A nossa ancestralidade primordial: “Somos Vida do Mar Vinda ”, digo eu.)

Os nossos três vértices geográficos: Continente, Açores e Madeira. (A propósito, onde ficam as Desertas?)

Assumir o Mar como nossa prioridade, e, aqui piscou novamente o olho ao Presidente cessante... (!!!). E citou Lobo Antunes “... Se a minha Terra é pequena, eu quero morrer no Mar!...” (Este Lobo também é Poeta?! Se não é, aqui, escreveu dois lindos versos.)

 

E continuando ainda no domínio dos Valores, realçou a Identidade Nacional, em que História e Geografia se entrelaçam, na Língua, na Cultura, na Ciência. Sem medo de enfrentar o Presente. Na Soberania Popular, na Autonomia Regional e Autárquica. Na importância do Estado Social de Direito e da Iniciativa Privada.

 

E ainda em Geografia, mas numa noção mais alargada, migrou de Portugal, também para a Europa: Lembrou o desafio dos Refugiados. E pelo Mar, acentuou o papel da C. P. L. P. – Comunidade de Países de Língua Portuguesa. E regressou novamente à Europa: a questão das Fronteiras Europeias!

 

E voltou a Portugal!

 

E assinalo, sem pretensão de exatidão matemática, nem de citação precisa, pois, como é evidente, não tive acesso a uma cópia do Discurso. (Não sou Jornalista, muito menos credenciado, nem fui convidado a estar presente na cerimónia. Também, seiscentos convidados...)

 

Realçou a importância de sairmos do clima de crise, o fator Europa, as questões económicas, as cicatrizes destes tão longos anos de sacrifícios, que urge recriar novas convergências, ....

Reforçou o sentimento de pertença a uma Pátria que é igual para todos...

Que irão ser cinco anos de busca da Unidade, da Pacificação, de Consensos...

Nunca descrendo na Democracia. Nunca perdendo a Esperança. Que o que nos une é muito mais do que nos divide.

A importância dos pequenos gestos...

 

(Peço desculpa às minhas Leitoras e Leitores, mas, volto a sublinhar, que não tive qualquer acesso direto ao discurso escrito, apenas o ouvi, pelo que este texto tem muitas lacunas. Sublinhados, reticências, negritos, letras maiúsculas é tudo da minha lavra. Perdoar-me-ão, bem como o Senhor Professor Doutor.)

 

E continuou...Lembrando o papel dos Jovens, da Mulher, dos Pensionistas/Reformados, que sonharam com o 25 de Abril e que agora estão na situação em que estão... (A referência a este grupo social e à célebre data tocaram-me muito especialmente...); dos Cientistas, dos Agricultores, dos Comerciantes, dos Industriais, dos Trabalhadores por conta de Outrem ou Independentes; voltou a reforçar o Estado Social; mencionou as I.P.S.S., as Misericórdias, eu sei lá! (Não sei se foram referidos todos os grupos socio económicos, também não tenho aqui a Classificação Nacional de Profissões. Mas não me pareceu ter havido menção de empresários, de bancários, de banqueiros, nem de operários. Digamos que, caso tenha havido essa omissão, que não afianço pelos meus ouvidos, foi uma omissão interclassista.)

 

E voltou, novamente a realçar a CONSTITUIÇÃO!

(Há alguns anos a esta parte esse realce costumava ser mais de outros setores.)

 

E, finalmente, reportou-se a si mesmo, assumindo-se como “Servidor da Causa Pública e da Pátria.”

 

E citou Miguel Torga: “Difícil para cada Português não é sê-lo, é compreender-se...”

 

E quando estava nesta parte do meu texto, quis precisar o que nos meus apontamentos seria do texto de Torga ou palavras de Marcelo e coloquei a frase anterior, colocada entre aspas, no motor de busca.

E já adivinha o que encontrei.

O Discurso do Senhor Presidente, na íntegra, no site do “Expresso”.

 

E a parte final é daí extraída. Mas não vou ler o princípio do Discurso, que já estou muito cansado, e perdia completamente a graça...

 

E remato com a parte final...

 

“O essencial, é que o nosso génio – o que nos distingue dos demais – é a indomável inquietação criadora que preside à nossa vocação ecuménica. Abraçando o mundo todo.

Ela nos fez como somos. Grandes no passado. Grandes no futuro. Por isso aqui estamos. Por isso aqui estou. Pelo Portugal de sempre!”

 

E com um Discurso que nos abarca e abraça a Todos, tão querido, tão cheio de Afetos, tão simpático, não esquecendo sequer Pensionistas nem Reformados, que mais posso dizer?!

Pois, aguardemos para ver!

 

E, para ilustrar este post tão afetuoso, tão carinhoso, resolvi “aproveitar da net” a sugestiva e apelativa imagem, cortesia de “Jorge Amaral / Global Imagens”, a partir deste link, agora que tem andado na moda esta questão dos beijos!

Poderíamos intitular: Portugal e Europa, finalmente a Reconciliação! E viva o Amor!

*******

P. S. - E já no dia dez, vantagens da net, resolvo acrescentar um link para um blogue que sigo e que ontem me esqueci de incluir. Uma célebre e icónica imagem de um afamado beijo, que nunca cheguei a perceber se foi real se encenado. Entre Brejnev (U.R.S.S.) e Honnecker (R.D.A.). E, se encenado, nunca percebi se foram os do "Outro Lado" do Muro, para mostrarem que "estavam de pedra e cal". Se os "Deste Lado", para revelarem como as coisas iam por "Aqueles Lados".

O Reino Unido pondera a possibilidade de sair da União Europeia!

Reino Unido: Europa – Sim / Não

map of United Kingdom in google maps.png

 

Esta tem sido uma informação recentemente veiculada pela Comunicação Social, referindo nomeadamente que esta situação será colocada como referendo ao povo britânico, a 23 de Junho, deste ano de 2016.

 

Referem também que o 1º Ministro britânico, David Cameron, conseguiu um “acordo com os 27 parceiros europeus que garante ao país um estatuto especial dentro da União” no sentido de reforçar essa permanência. Também têm sido mencionados alguns dos “notáveis” britânicos que defendem essa saída, nomeadamente membros do governo atual, contrariamente à posição do 1º Ministro britânico, que defende a permanência na União.

Esta situação suscita muitas questões, algumas colocadas nos media.

 

Sobre o Acordo...

Este refere-se fundamentalmente a questões de funcionamento interno no Reino Unido ou também na forma como esse Estado se relaciona com os outros Estados, no contexto da União?

E favorece esse Estado e desfavorece os outros? Ou mantem-nos todos em pé de igualdade?

E foi “negociado” com todos os outros 27 Estados membros ou preferencialmente apenas com os “principais”?

 

Sobre o Reino Unido:

Será que o Reino Unido alguma vez esteve de “alma e coração” na União Europeia?!

Note-se que este Estado/País não aderiu nem à Zona Euro, a moeda continua sendo a libra esterlina, nem integra o Espaço Schengen.

 

Aliás, o Reino Unido, globalmente sempre se terá considerado um pouco além da Europa, diga-se do Continente, já que sempre se consideraram como as “Ilhas”.

 

Quando se fala de Reino Unido temos que esclarecer que este é o termo para designar o Estado constituído pela Inglaterra, Escócia, País de Gales, Irlanda do Norte e mais umas quantas Ilhas no Mar do Norte e no Canal da Mancha, com estatuto especial.

Que no que respeita a este Estado há sempre muitas particularidades, nomeadamente o facto de ser uma monarquia, o que desde logo determina haver questões do Estado e questões da Coroa. Mesmo territorialmente!

E ainda vários territórios ultramarinos, espalhados pelo Mundo, resquícios do famoso Império Britânico, British Empire, como sejam as Ilhas Malvinas / Falkland Islands, Gibraltar, etc, etc, são mais de uma dezena, que esse Império se espalhava por todos os Continentes e Oceanos.

 

Isabel I in wikipedia.jpg

 

E este é um dos aspetos que sempre ressalta, quando se fala deste Estado/Reino.

Senhor de um Império assente no domínio dos mares e com territórios nos cinco continentes, que foi iniciado com Isabel I, na segunda metade do século XVI, se estruturou no século XVII e consolidou no século XVIII, tornando-se hegemónico no século XIX, ainda preponderante na primeira metade do século XX, mas que se extinguiu após a II Grande Guerra, com a independência das várias colónias na Ásia e na África.

Ficaram contudo múltiplos territórios espalhados pelos cinco continentes, como “remanescentes” desse Império, e que fazem parte desse Reino Unido.

Ficou também a organização intergovernamental designada “Commonwealth” que engloba 53 estados independentes como países membros, na quase totalidade pertencentes ao antigo Império.

E essa matriz identitária de detentores e integrantes de um Império tem condicionado a visão britânica do Mundo, no contexto da sua relação com outros Estados e Povos.

 

Estado possuidor de um grande poderio económico e financeiro, ainda atualmente. A “City” é o maior centro financeiro da Europa.

O Reino Unido sempre sentiu que contribuiria talvez demais para a Comunidade e pouco ganharia em troca.

Contudo gostaria de realçar um facto, que li há alguns anos, sobre a questão das verbas obtidas pelos agricultores europeus, na sequência das medidas de financiamento à agricultura, atribuídas à data em função das áreas dos terrenos.

Pois sabem quem era a Personalidade na Europa que mais recebia segundo esse critério?!

Pois, precisamente, a Rainha de Inglaterra!

 

E penso que estes têm sido alguns dos aspetos que, à partida, e de algum modo funcionando como marcos e preconceitos identitários, têm definido a adesão do Reino Unido, primeiro à Comunidade Europeia, 1973, e, posteriormente, à integração, sempre limitada e condicionada, na União.

 

Para além destes aspetos, ressalto também as idiossincrasias próprias dos britânicos. Circulação rodoviária pela esquerda, adesão tardia ao sistema decimal, tanto no dinheiro, como nas medidas e pesos, sistema métrico. Penso que a aceitação do sistema decimal terá sido na sequência da adesão à CEE, já na década de setenta do século XX.

 

Muitos destes aspetos são de natureza essencialmente cultural, mas condicionantes do relacionamento britânico com os europeus do Continente.

 

Como se diz em linguagem corrente, “sempre com um pé dentro e outro fora”.

 

(Que existem outros contextos em que os britânicos gostam de usufruir de estatutos especiais. Veja-se no futebol, não sei se em todos os desportos. Os britânicos têm representações da Inglaterra, da Escócia, do País de Gales, da Irlanda do Norte. Não sei se também das Ilhas de Jersey e de Guernsey!

Imaginam a Espanha a ter representações da Catalunha, do País Basco? ... Das Ilhas Baleares... Era um bailado flamenco!)

 

Atualmente com as “Crises” instaladas, o melhor será abandonar o barco?! ...

(Reporto-me especificamente à “Crise financeira e económica” e nomeadamente à “Crise dos Refugiados”.)

 

Mas gostaria de questionar:

Qual o papel que o Reino Unido terá tido no despoletar dessas mesmas Crises?

 

No respeitante à “Crise Financeira”, qual o desempenho que terão tido os decisores e “manipuladores de decisões”, sejam eles Bancos ou “Agências do que quer que seja”, instalados na sua “City”?!

 

No referente aos milhares e milhares de Refugiados, fugindo às Guerras do Médio Oriente.

 

Que papel terá tido o Reino Unido, primeiro, enquanto potência imperial, na sequência da I Grande Guerra (1914 – 18), na forma como, juntamente com a França, potências vencedoras, “dividiram” entre si o Médio Oriente em zonas de influência, criando Estados desconectados da realidade cultural da região, sem respeitarem o anseio de povos e nações culturalmente autónomas?

Basta atentar-se nas fronteiras desses Estados e reparar como foram traçadas “a régua e esquadro”. (Aliás, o mesmo se verifica em África, frise-se.)

 

Em segundo lugar, e após o finalizar da II Grande Guerra (1939 – 1945), o modo como essa região continuou a ser determinada e estruturada territorialmente pelas potências vencedoras, neste caso já não apenas as mencionadas, mas igualmente os E.U.A. e a U.R.S.S.?

 

E qual o papel das empresas petrolíferas e financeiras, a elas interligadas, em todas as contínuas Guerras travadas na região, desde então?

 

E qual o papel do Reino Unido na invasão do Iraque, em 2003, na busca das célebres armas químicas, ao tempo de Tony Blair?

 

Todas estas situações e decisões e mais as que desconheço e/ou não refiro e omito, estão na base da constante e contínua instabilidade do Médio Oriente. Agravadas nestes últimos anos pela Guerra na Síria, que é paradigmática sob todos estes aspetos.

 

 E que papel do Reino Unido em todas estas situações? Repito!

 

Tantas perguntas... Tantas questões... Tantas dúvidas... E tão incompleta esta análise...

(Dir-se-á que nesta minha limitada análise também perpassam alguns preconceitos sobre os “britânicos/ingleses”. Talvez... Talvez um dia escreva sobre isso...)

 

E ainda...

 

E, se o Reino Unido decidir democraticamente, através da auscultação dos seus “súbditos”, deixar de pertencer à União Europeia, que consequências daí advirão? Nomeada e especialmente para a União Europeia.

 

E ainda outra questão.

 

E independentemente dessa saída ou qualquer outra entrada, a União Europeia, a Europa Unida, sob este modelo vigente ou outro, é uma realidade com prazo de validade? Mais ou menos curto?!

É uma estrutura organizativa que, mais tarde ou mais cedo, se “desmoronará”?

Ou, apesar de todas as contrariedades, este modelo de organização e estruturação da EUROPA continuará vigente ainda por várias gerações?

 

Penso que, infelizmente, a situação de “desmoronamento” será a que ocorrerá, mais tarde ou mais cedo. Embora não seja esta a situação que eu desejaria que acontecesse. No Mundo existem espaços territoriais tão ou mais vastos que a Europa que constituem Estados únicos, caso precisamente dos Estados Unidos (E.U.A./U.S.A.) e, ainda mais paradigmático, a China, em que para além da extensão territorial tem uma enorme diversidade cultural (racial, étnica, religiosa, linguística,...). Mas forma uma unidade de Estado, há séculos! A Índia também.

 

E termino, por hoje, estas minhas reflexões, “extraordinárias”, neste dia também extraordinário: 29 de Fevereiro, de 2016. Ano bissexto. Ano de Jogos Olímpicos!

No Rio de Janeiro, Brasil, também um Estado Federal, de grande extensão territorial e grande diversidade cultural, embora com uma matriz quase única na Língua, aliás como os E. U. A. / U.S.A.

 

europa in pt.wikipedia.org..jpg

 

É claro que tenho plena consciência que, na Europa há muitas, muitas outras questões que nos separam.

Lembremos que os Povos Europeus têm passado os últimos dois mil anos em constantes e permanentes guerras entre si!

E Visionários e Idealistas como os Políticos Sábios que delinearam e iniciaram a “Construção Europeia já não existem.

Atualmente apenas conta o Deve e o Haver!

E, nestas coisas de dinheiro, mesmo os irmãos mais irmãos...

Veja também S.F.F.

“Duas Vidas” - Filme Alemão - Norueguês

Estilhaços das Guerras

 

“Sete Vidas” ou “Matrioska Alemã”

A abertura da “Caixa de Pandora”!

 

Não posso de deixar de tecer alguns comentários sobre o filme supra citado, que foi transmitido na RTP1, no passado sábado, dia 20 de Fevereiro.

 

"Duas Vidas" in. moviesense.wordpress.com

Filme dramático, alemão - norueguês, de 2012, de Georg Maas e Judith Kaufmann; com Juliane kohler, Sven Nordin, Liv Ulman, Ken Duken, Julia Bache-Wiig...

 

Katrine, papel desempenhado por Juliane Kohler, alemã, fugida da ex-RDA – República Democrática Alemã, Alemanha de Leste, ao tempo da Cortina de Ferro, é, supostamente, uma “Lebensborn” - crianças nascidas do relacionamento entre soldados alemães e mulheres norueguesas, ao tempo da invasão e ocupação hitleriana da Noruega, 1940/1945.

Levada, como muitas outras destas crianças para a Alemanha ainda durante a II Grande Guerra, após o término da mesma, teria ficado na parte Leste, ocupada pelos soviéticos e que daria origem à designada R. D. A.

Aí teria sido criada num orfanato, destinado a essas crianças.

Teria fugido da Alemanha de Leste, já em adulta, já após a construção da Cortina de Ferro e do Muro de Berlim, portanto nos anos sessenta do século XX, à procura da mãe, na Noruega. Essa fuga foi encetada de barco, de uma ilha remota da Alemanha de Leste, para a Dinamarca.

Aí terá chegado e daí terá ido para a Noruega, onde terá encontrado a suposta mãe, que a recebeu como filha.

Na Noruega constituiu família com um oficial da marinha de guerra norueguesa, teve uma filha e inclusive sendo já avó, à data da narrativa: anos noventa do século XX. Já após a Queda do Muro de Berlim, da Cortina de Ferro e da Reunificação Alemã!

 

Toda a estrutura narrativa é condicionada pela suposição de que Katrine seria uma “Lebensborn”. E este é o pressuposto da história do filme, da história de vida daquela mulher, daquela família.

Mas tudo isto é uma suposição.

Um pressuposto que vai sendo questionado durante o filme, na sequência de um julgamento internacional contra o Estado Norueguês, sobre esta situação das “Lebensborn”.

 

E o que se vai descobrir sobre Katrine?!

Pois, por confissão da própria, perante os familiares, marido, filha e suposta mãe, todo esse passado foi forjado, sendo ela, de facto, uma alemã, cujos pais terão sido mortos durante um dos bombardeamentos da II Grande Guerra, efetivamente criada num orfanato, mas não uma “Lebensborn”.

Mas sim agente da “Stasi”, a temível e pérfida Polícia Secreta da ex-RDA!

 

Imagine-se a bomba entre os familiares!

 

Toda aquela vida daquela família, com base naquela mulher, fora estruturada em mentiras sucessivas que foram sendo pouco a pouco afloradas e reveladas, na sequência do julgamento.

 

Esta é uma sinopse muito sintética deste filme tão dramático. Excelente! Merece ser visto e revisto.

 

E até onde vai todo esse desenrolar de acontecimentos, em busca da Verdade? Esse “descascar de cebola” da vida daquela mulher, esse abrir da caixinha das matrioskas, em que dentro de uma boneca vai surgindo sempre uma outra boneca?! Vidas dentro de vidas, sete vidas! O abrir da “Caixa de Pandora”!

 

Como pudeste viver com estas mentiras todas ao longo de todos estes tempos?!’ Ter-lhe-á perguntado o marido.

Graças ao vosso Amor! Nunca ninguém me amou na vida, além de vós!’ Ter-lhe-á respondido Katrine.

Mas será esse Amor suficiente e capaz de continuar a sustentar aqueles elos familiares, aquelas vidas? A sua Vida?!

 

Katrine decidiu ir-se denunciar, só, apresentando-se à Polícia Norueguesa.

E foi nesse trajeto na estrada, numa suposta paisagem típica norueguesa, que nunca fui à Noruega para saber, mas que imagino... Em plano de fundo, um fiorde, as faldas das montanhas graníticas, uma luz coalhada de cobres ensanguentados, uma estrada serpenteante e arrefecida de gelo... Nessa via sinuosa, uma falha nos travões, uma derrapagem no asfalto gelado, um guinar do carro, o sair do alcatrão e o embate nos rochedos! E, a breve trecho, o carro a incendiar-se.

Morte trágica, que a Vida fora uma tragédia. Fogo, incineração, cremação. Libertação e expiação.

Que não seria mais possível continuar a viver nem a sustentar tantas mentiras!

Tantas questões que a narração nos coloca. Inquietantes e perturbadoras!

Suscito mais uma interrogação: Terá havido uma derrapagem acidental ou foi ela propositada e perpetrada por Katrine?!

 

Também poderia subintitular este filme como “Estilhaços das Guerras”.

 

Que esta história, com um fundo verdadeiro, faz parte da História das  Guerras: da II Grande Guerra e da Guerra Fria.

 

Para além do contexto de destruição que todas as Guerras promovem, enquanto decorrem: mortes de milhões de seres humanos e de outros seres vivos, destruição de bens, estruturas e serviços, de modos de vida... ainda continuam, mesmo após o seu término, a destruir, a problematizar as vidas dos inocentes, que querem viver em Paz!

 

Mas terá alguma vez, o Ser Humano, supostamente o Ser Mais Inteligente à face da Terra, alguma vez terá o bom senso para perceber que as Guerras não levam a lado nenhum?! Que as armas apenas destroem o que tanto custou a ser criado?!

Que não faz sentido continuar a produzir armamento apenas para destruir?!

Que as Guerras são cada vez mais destrutivas e de consequências cada vez mais globais e incontroláveis?!

 

Atente-se no que vivemos atualmente, nesta mesma nossa velha Europa!

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