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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Poesia e Fado

XX Antologia de Poesia da APP – Apresentação em Lisboa

"Buba Espinho" no Fórum Romeu Correia - Almada

 

Aparentemente este título poderá parecer uma redundância, dado que estas duas realidades culturais andam de mãos dadas - irmanadas.

Mas a razão por que as explicitei, ligando-as, prende-se com o facto de pretender referir-me a dois eventos realizados ontem, domingo, 27 de Novembro.

 

Na sede da Associação Portuguesa de Poetas - APP, Av. Américo de Jesus Morgado, 16 – A, aos Olivais, Lisboa, realizou-se a apresentação da respetiva XX Antologia de Poesia - 2016. Cinquenta e sete antologiados, com poesias de diferentes matizes e cambiantes e conceitos formais, todos irmanados num mesmo sentir poético.

Um evento muito interessante, estando de parabéns todos os participantes, e com especial realce, os organizadores e coordenadores que desenvolveram o trabalho meritório de estruturar esta vigésima edição das Antologias da Associação e que atualmente dirigem os respetivos destinos.

Nunca é demais realçar o trabalho das pessoas que assumem dirigir as Associações, porque sem elas essas entidades morreriam. Nós, os sócios, somos relevantes, mas como diz o aforismo, “…sem cabeça tudo são pernas…”.

Parabéns pois e obrigado pelo vosso trabalho. As palmas são-vos inteiramente destinadas.

Previamente apresentei o meu pedido de desculpas por ter que me ausentar ainda antes da conclusão do sarau e a razão prendia-se pelo que explico a seguir.

 

Quase simultaneamente, em Almada, no Fórum Romeu Correia – Auditório Fernando Lopes-Graça, ocorreu o espetáculo “A Casa do Fado”, apresentando o jovem talento no fado, o alentejano Buba Espinho.

Um nome a fixar, com um cariz fadista, que toca profundo no sentir da veia artística deste modo de cantar.

Não queria deixar de assistir.

 

(Com algum esforço, foi possível estarmos presentes, no primeiro evento, apenas eu, mas em conjunto, no segundo.)

 

O fadista, agora a iniciar uma promissora carreira a solo, neste campo artístico, já o havia escutado, integrando o Grupo “Os Bubedanas”, de que falei na primeira crónica apresentada no blogue.

Anexo links sobre o seu cantar, integrante de grupos.

Julgo que ainda não tem CD individual.

De realçar, também com imenso mérito, os acompanhantes habituais nestes saraus fadistas no Fórum: André M. Santos, viola de fado e Hugo Edgar, guitarra portuguesa.

 

Solar Zagallos 2015 Foto original DAPL.jpg

 

A ilustrar o post apresento uma foto original de D.A.P.L. de uma hortense rosa, no Solar dos Zagallos, em Almada. Sugestionado a partir da capa da Antologia, da autoria de João Luís, que apresenta precisamente também uma foto de uma hortense, azul.

Assim, mais uma vez, se ligam os dois eventos, um em Lisboa, o outro em Almada, que não fica nada a dever à capital, em termos culturais, conforme tenho demonstrado neste blogue.

 

Na apresentação da Antologia, e enquanto estive presente, foram sendo entregues os livros, a que cada um dos antologiados teve direito e cada poeta ou poetisa foi lendo um poema seu, da Antologia ou não.

Optei por não ler o poema da Antologia, “Ei-los que vão!”, dado ser um pouco extenso e disse “Ser Poeta”, que divulgo agora no blogue. Apresento-o numa versão ligeiramente diferente daquela que li e com que documentei o Livro de Honra, pois, como referi, o poema ainda estava e está “em construção”.

Deixei-o atestando o “Livro de Honra” da Associação, dado que foi a primeira vez que tive a grata oportunidade de visitar a sede.

 

 

Ser Poeta!

 

Ser Poeta

É ter uma porta aberta

Ao Sonho, à Ilusão

É ter uma certeza certa

De viver em condição.

 

Em condição do Destino

De sofrer o desatino

Desta nobre tradição.

 

Ser Poeta

É algo que nos desperta

Nos alumia, nos cerca

De luz e d’escuridão.

 

Jogos de sombras e sons

Vozes que nos povoam

De sentimentos nobres e bons

Que na Alma nos ressoam!

 

Ser Poeta

 

P.S. – Tomarei a liberdade de ir divulgando poesias dos antologiados, preferencialmente de poetas e poetisas que não dei a conhecer no blogue, no contexto da Antologia do CNAP.

Se alguém se opuser é uma questão de me dar conhecimento. Obrigado!

 

“Festa do Cinema Italiano” – “8 e ½”

Filme de Frederico Fellini

Oito e Meio

(Fórum Romeu Correia - Almada)

- 29/06/16 -

 

in. portalnews.com.br.jpg

 

Um realizador de cinema em crise de identidade artística e pessoal vai passar umas férias para umas termas.

Aí, é permanentemente “assaltado/atormentado” pelos seus fantasmas e fantasias profissionais e da sua vida privada. De tal modo que o previsto descanso se tornou num pesadelo.

 

A obsessão por criar um filme atormentava-o, na pessoa de todos os intervenientes em filmografias anteriores.

Produtores apresentando orçamentos, planos de produção, financiamentos.

Que dinheiro havia.

Atrizes exigindo atribuição de papéis e personagens pedindo textos, falas e noção do enredo. Críticos questionando as poucas ideias que iam saindo da mente do criador e, este, em crise criativa.

Sem roteiro, sem ideias para o filme, sem enredo, sem texto, sem definição de papéis, sem falas para as personagens, sem uma narrativa consistente, sem um guião orientador. Angústia suprema de um criador: a ausência de ideias!

O projetado descanso tornou-se num frenesim criativo, entre o real, dos utentes das termas, desfilando por um copo de água miraculosa, da chegada da amante, seguida da mulher e amiga; e o imaginário de todos os envolvidos no processo criativo na construção de um filme.

 

fellini in. tasteofcinema.com

Neste, de Federico Fellini, um dos grandes mestres do Cinema, de quando a cinematografia europeia ombreava, sob todos os aspetos, com a americana; nesta película passam e perpassam as particularidades do Mestre, projetadas nas do realizador, ator no filme, personificado pelo ícone, Marcello Mastroianni, seu alter ego.

Filme a preto e branco, fantasiando e misturando a realidade e a ficção, na cabeça do ator/realizador, Guido Anselmi. Fantasmas imaginários (?) do subconsciente e pessoas reais.

A omnipresença das Mulheres: a mãe, a mulher, a amante, as atrizes dos filmes, a prostituta desencabelada do tugúrio da praia; a mulher ideal, personificada pela jovem, recatada e bela, Claudia Cardinali.

A relevância da censura, nomeadamente a religiosa, capaz de coartar a construção duma narrativa, da exposição de uma ideia, da apresentação de uma imagem, um corpo ou pose mais ousada de mulher, a presença e personificação do demónio.

A autocensura, fruto da educação de sotaina em instituição sacerdotal, (seminário? ou colégio de padres?). O castigo e suplício desmesurado, face ao desvirginar do olhar, perante a dança da prostituta, a troco de umas míseras moedas, arrebanhadas por crianças, à procura da sua iniciação sexual.

oito e meio in. cantodosclassicos.com

 

Todas estas imagens de um passado infantil, de uma educação castradora, recalcada no subconsciente, afloram na mente adulta do realizador Guido, constrangendo e tolhendo o ato criativo.

E todas estas dúvidas, perplexidades, hesitações, frustrações, reais e ficcionadas, constroem o próprio filme, na cabeça do realizador Guido e no projeto do Mestre Frederico.

E a cenografia sempre lá esteve à espera, os andaimes e as estruturas do derradeiro filme sempre lá estiveram, aguardando a redenção criadora de um guião, um roteiro, um enredo.

A construção megalómana e grandiosa do último filme ou de um próximo futuro (?), uma nave espacial em que no final desfilarão todos os personagens, atrizes, na maioria, que, durante o descanso ou devaneio (?) nas termas, foram atormentando o cineasta com as sua dúvidas, interrogações, formulação de desejos e pedidos.

E é vê-lo, o realizador Guido, projeção de Frederico, de megafone em punho, dirigindo todos aqueles atores e personagens reais, naquele desfile de loucos ou de crianças crescidas (?), nos passadiços da geringonça construída, ao som de uma mini orquestra de saltimbancos, tão ao gosto e saber de Fellini.

É um momento sublime e redentor! Verdadeiramente felliniano.

E a música de Nino Rota, outro ícone dos projetos fellinianos.

 

Filme datado?!

Não sei. Só sei que o filme tem que ser visualizado e usufruído atendendo ao seu aspeto formal e estético, contextualizado à época em que foi realizado. Ao enquadramento ideológico e político desses anos. Itália ainda do pós guerra, recuperando economicamente, com profundas assimetrias de desenvolvimento, em múltiplos fatores: sociais, regionais, económicos. Início dos anos sessenta do século XX, numa Itália governada pela Democracia Cristã, governos instáveis, com a oposição de um Partido Comunista forte e a omnipresença fortíssima da Igreja Católica.

Há situações que hoje nos parecerão talvez bizarrias. As discussões bizantinas com o intelectual hipercrítico, sobre a essência do filme, do papel do cineasta, da mensagem correta ou deturpada do texto, da função e móbil do cinema e da arte, talvez nos pareçam, atualmente, despropositadas e maçadoras, mas faziam parte da problemática ideológica, filosófica e estética, da época e do questionar do papel do Cinema enquanto Arte, ao serviço ou não de uma sociedade, e de uma classe social, ou não.

 

Há excertos do filme que se nos tornarão aborrecidos. Talvez.

Constatei que vários espetadores não regressaram do intervalo!

 

E esta análise não corresponde exatamente ao paradigma do que habitualmente é escrito sobre o filme?!

Foge aos cânones do consagrado e consignado sobre ele?!

Não?

Alguma da essência do filme nela perpassará... Atrevo-me eu.

“Que presunção e água benta...”

Caso assim não seja e eu tenha desvirtuado a mensagem do filme, que o Mestre Frederico me perdoe!

Leia também, S. F. F.!

“Canção de Coimbra – Muito Mais do que Fado” - Tertúlia Coimbrã de Miratejo

Auditório Fernando Lopes Graça

 

Fórum Romeu Correia – Almada

(9 de Abril 2016 - Sábado)

 

E, porque temos andado a falar de Cultura, não posso deixar de falar de um Acontecimento Cultural ocorrido ontem.

Foi um “Evento Excepcional”, em todos os sentidos. Primeiro, porque não circulam por aí espetáculos de “Fado e Canções Coimbrãs”, todos os dias e, segundo, pelo seu nível de excelência.

 

(E ocorreu este acontecimento num espaço de tempo em que ainda não tínhamos designado, como Senhor Ministro, o Novo da Cultura. Imagine-se se tivéssemos!

Constate-se o óbvio. De que, atualmente, já temos um Outro Senhor Ministro da Cultura.

E é caso para se dizer: E a falta que um Senhor Ministro nos faz!)

 

Mas para o caso vertente, nem fez nem deixou de fazer, nem isso vem ao caso.

 

Coimbra In wikipédia.jpg

 

Segundo o título em epígrafe, ouviram-se, no Auditório Fernando Lopes Graça, “Canções de Coimbra”: Fados, instrumentais, baladas, algumas com caráter de “canções de intervenção”, como de facto o foram, e como tal executadas e escutadas antes de “25 de Abril de 74” e nos anos imediatamente subsequentes.

Um evento memorável, a merecer uma sala completamente cheia, pelo menos eu supusera isso, que até comprei bilhete de véspera. Mas não. Estaria aí a oitenta por cento, digo eu. De qualquer modo, bem composta e com algumas lindas vozes que, ecoariam a meio do espetáculo, ao apelo e pedido dos Cantores intervenientes, por ex. na “Samaritana”.

 

Mas não nos adiantemos.

Já que falámos em Cantores, foram eles: Filipe Lopes, Francisco Naia, Joaquim Monteiro. Que Vozes! Mais ainda na segunda parte, as gargantas aquecidas pela execução anterior, notando-se um crescendo na qualidade performativa.

Acompanhados, também de forma excelente, pelos guitarristas e violistas. Em várias intervenções apenas os instrumentais, que aliás abriram a atuação, com “Verdes Anos”, de Carlos Paredes.

Dos instrumentistas, em guitarra portuguesa, estiveram António Serrano Baptista e Miguel Serrano Baptista e julgo que Álvaro Albino.

Em viola, só me pareceu estar um executante. Não sei se Nuno Correia, se João Costa.

(Desculpem-me se estou a ser pouco preciso.)

Mas, que Executantes!

 

Evocaram através das “Canções ”: Carlos Paredes, Luís Goes, Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Alegre; estes fazem parte do “universo dos meus conhecidos”, todavia nem sempre identificando todas as canções e respetivas autorias, exceto as mais óbvias. Ainda de outros Autores mais antigos ecoaram as lembranças de: Augusto Hilário, Edmundo Bettencourt, Artur Paredes, António Portugal e mais, que não consegui registar todos os nomes.

 

(Apesar de, na execução de cada peça, projetarem no écran, as Autorias. E imagens sugestivas da Cidade do Mondego, mais ou menos antigas. Mas não consegui passar todos os registos ao papel, devido à fraca luminosidade.)

 

Também peças recentes!

 

“Verdes Anos”, de Carlos Paredes; “Balada do Tempo Breve”, de Luís Góis; “Fado Sugestão”,  “Falas de Amor”, “Meu Pensamento”, de Francisco Naia; “Estudo em Lá”, “Cantiga Para Quem Sonha”, “Cantiga de Amigo”, “Maio de 78”, “Sede e Morte”, de Carlos Paredes; “Fado dos Beijos”, “Canção Com Lágrimas”, “Balada do Mar”, “Traz Outro Amigo Também”, de Zeca Afonso; “Fado das Andorinhas”, “Quadras da Ilha”, “Rosas Brancas”. (...)

 

Estas foram as Cantigas cantadas, executadas, mais ou menos na sequência temporal do espetáculo, em que intervalavam fados mais tradicionais, baladas coimbrãs, e instrumentais, não necessariamente por esta ordem, mas com uma sequência estruturada, que o espetáculo está muitíssimo bem delineado e organizado. (Observa-se que não é a primeira vez que está a ser apresentado. Está muito bem “oleado”, perdoe-se-me a expressão.)

 

Em todos os domínios houve um nível de excelência. Que, friso, o que venho defendendo, que estes eventos deveriam ser de passagem obrigatória nas “nossas” televisões.

 

(E digo “nossas”, porque, “nós”, os consumidores de eletricidade, pagamos taxa de audiovisual. Para além do que pagamos, de muitas maneiras e feitios, e que reverte para as televisões, mesmo as privadas. Porque, por ex., quem paga a publicidade que nos impingem a toda a hora, seja em suporte papel, em áudio ou visual?!)

 

Ainda houve encores finais, que, estrategicamente, nos brindaram ainda com mais algumas “Cantigas” em coro. A que a assistência, quem sabia e podia, tentava acompanhar.

Na “Samaritana”, fado tradicional conhecidíssimo, foi onde mais se empolgaram as vozes da assistência, como já mencionei.

 

Houve ainda um outro fado tradicional, precisamente designado “Fado Corrido de Coimbra”, de que retiro de memória, sujeita a erro, os seguintes versos:

“...De Coimbra chega mesmo a ter Saudade / quem não conhece a Cidade.”

(O que é completamente Verdade!)

 

E que é quase um “aforismo”, que ainda estamos neste registo, pois qualquer ser sensível e pensante, se emociona com a audição dos belíssimos “Fados de Coimbra”, audíveis no passado sábado, no Fórum Romeu Correia. Mesmo que não conheça a Cidade, ou nela não tenha vivido ou estudado, caso meu. Que apenas conheço a “Cidade Mondeguina”, como visitante, em modo de turismo ou trabalho.

 

Pois, e para terminar, Senhora Leitora e Senhor Leitor, caso tenha oportunidade e conhecimento da ocorrência deste espetáculo, Não Perca!

 

Ficará enriquecido enquanto Ser Humano sensível e inteligente. Para além do respetivo engrandecimento cultural, independentemente de haver ou não Ministro da Cultura!

 

E qual é a Cidade, qual é, que é “Cidade de Arte e Cultura”?!

 

(E, realço, ainda, que os preços são extraordinariamente convidativos.)

E, ainda!

Conferência - “A poesia de Jorge de Sena: uma reflectida espontaneidade”

Conferência

“A poesia de Jorge de Sena: uma reflectida espontaneidade”.

jorgedesena01.jpg

Promovida pela Universidade Sénior de Almada – Usalma e pela Associação de Professores do Concelho de Almada – Apcalmada, realizou-se no passado dia 15 de Maio, 6ª feira, pelas 17 horas, na Sala Pablo Neruda, no Fórum Romeu Correia - Almada, uma conferência subordinada ao tema supra citado, a cargo da Professora Doutora Maria Isabel Rocheta.

forum romeu correia.jpg

Previamente ao início da sessão, foi-nos entregue, à entrada da sala, uma “capa” estruturada a partir duma folha A3 dobrada, com uma breve sinopse do currículo da conferencista e uma folha em branco para apontamentos. Frise-se e louve-se este simples, mas significativo registo.

usalma.jpg

Apresentado o evento pelo Diretor da Usalma, Professor Gerónimo de Matos, foi este iniciado com um breve, mas apelativo, introito musical, desempenhado pelo “TrioMinda”, composto por Almerinda Gaspar, voz e Manuel Gomes e Vitor Costa, violas.

Escutámos “Epígrafe”, de Zeca Afonso; “Independência”, inédito musical sobre poema de Jorge de Sena e “No Alentejo…”, original dos executantes, Manuel Gomes, música e Vitor Costa, letra.

Fosse noutro enquadramento e era de pedir bis!

 

Seguiu-se a conferência, de título em epígrafe, com o didatismo da citada Professora, aposentada, Coordenadora da Área de Literatura e Cultura Portuguesas do CLEPUL, Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Segundo o breve resumo que nos foi entregue, a conferência versaria “Uma revisitação da poesia de Jorge de Sena. O testemunho seniano em duas faces: poemas de amor, fraternidade e fidelidade e poemas de indignação e invectiva.”

 

Jorge de Sena nasceu em Lisboa, 1919 e faleceu em Santa Bárbara, Califórnia, U.S.A., em 1978 (59 anos).

Foi-nos esquematizada uma síntese e cronologia das suas obras, distribuídas por 42 anos de produção poética, 1936 – 1978, mas também por outros géneros literários. E materializadas em três contextos espaciais: Portugal, 1939 – 1959; Brasil, 1959 – 1965 e E.U.A., 1965 – 1978.

Genericamente estes contextos criativos foram enquadrados na sua vivência pessoal, individual e familiar, e social. A sua postura interveniente de cidadão português, à escala global.

 

Sena “foi o imenso Poeta do Amor e da Fraternidade… de uma atitude universalista que fala da Justiça e do Amor… a Luz é o polo de orientação da sua Poesia”.

Ouvimos poemas a partir de uma gravação em CD.

 

O poema “Uma pequenina luz” foi ilustrado por um diapositivo fotográfico e foi contraposto a Poemas de autores atuais que nele e no Mestre se reviram: um poema de Pedro Mexia, com o mesmo título, 1999; e outro de António Carlos Cortez, “Luz bruxuleante”, 2008.

No final, também se documentou a sua influência em Pedro Tamen “Para Jorge de Sena à sua maneira”, poema de 1984.

 

Foi realçada a sua participação e importância nos “Cadernos de Poesia”, produção literária em fascículos, a partir de 1940-42, até 1952-53, envolvendo vários Poetas seus contemporâneos. Uma intervenção literária contrapondo-se, complementando(?) a das Revistas “Presença” e “Sol Nascente”.

 

“A Poesia é um processo testemunhal…” Ouvimos “Ode à Incompreensão”, de 1949; “Fidelidade”, de 1956 e “Isto”, de 1958. Também “Artemidoro”, ilustrado por imagem, foi lido e analisado.

artemidoro poema de jorge de sena.jpg

Foi realçada a forma como Jorge de Sena, nas suas obras e especificamente na Poesia se entrosava com outras formas de expressão artística, sendo ele um Homem de Cultura Universalista.

 

Foi uma intervenção rica de conteúdo, suficientemente abrangente e ilustrativa da Obra Poética do Autor, despertando a motivação para um maior conhecimento da mesma.

Penso que a conferência cumpriu inteiramente os seus objetivos.

Estão de parabéns todos os intervenientes.

 

Só terá faltado, e eu ia nessa expetativa, ouvir pessoas declamarem, in loco, poemas do Autor. Ouvir em CD, ainda que interessante, não será tão rico e motivador.

 

Deixo-vos um link para ouvirem o Poema “Uma pequenina luz”, dito por Samuel Úria.

Uma pequenina luz

 

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