Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Figos, figos da índia, uvas, amêndoas de casca. Não me lembro de alguma vez ter comido tantos frutos colhidos diretamente da Natureza. E muitos de plantas e árvores que eu próprio semeei, abacelei, plantei, arranjei, reguei, protegi das ovelhas… Eu sei lá!
De plantas, de árvores, dispostas, plantadas por mim ou por antepassados meus.
De frutos colhidos também em Agosto e já em Julho e até em Junho, só faltam nesta composição as amoras silvestres, de que já falei no blogue. Mas essas, frutos das silvas, como nascem espontaneamente não constam desta cornucópia. Ademais, porque as colhidas neste mês já estão congeladas, para Alguém muito especial fazer compota, tal como no ano passado. E que ficou uma delícia!
O/A Caro/a Leitor/a, consegue, certamente, identificar todas as variedades apresentadas.
Dirá: Figos, figos e mais figos. Algumas uvas e amêndoas de casca! Não há qualquer dificuldade.
É verdade. Mas ele há figos e figos! Desde logo, os figos "autóctones", de que também já falei e sobre que disse “Colher figos não é roubar”! Que prometi desenvolver o tema e ainda não consegui organizar-me para tal.
Para além dos autóctones, também figuram os figos da Índia, mas que não são originários desse subcontinente. Por engano de Cristóvão Colombo e seguidores… Adiante…
Já estão descascados, prontos a degustar. E a trabalheira que dão! Especialmente a colher. Devido aos picos, que afinal são folhas e o que parece folha, afinal é tronco. Que esta planta é toda ela uma confusão! Mas que os frutos são deliciosos, lá isso são! Arranjadinhos, guardados no frigorífico, são mais saborosos que ananás.
Dos figos autóctones apresentam-se várias qualidades. Também não sei todas as designações. Uns são brancos, outros pretos, que aqui não há racismo. Por fora. Por dentro, vão dar quase à mesma cor, pérola, amarelo, esbranquiçado, uns a tender mais para o avermelhado, rosado.
Consegue identificar alguma das variedades?!
Figos-reis, figuram alguns. Pequeninos este ano, que a chuva tem sido escassíssima. Embora, por vezes, regue as figueiras, nada como alguma chuva, menos calor e menos vento suão. A Natureza, apesar de todas as adversidades, continua a ser pródiga e Mãe para todos nós!
Também há figos verdeais e figos de pingo mel. São brancos. Consegue distingui-los? Uma qualidade, cujo nome desconheço e figos “abebos”, que também já figuraram no blogue. Estes são pretos por fora, tal como os figos-reis.
Para além dos figos também se documentam as amêndoas de casca, doces. E as uvas. Penso que Dona Maria!
“Trabalhos do bicho tem a amiga do padre”. Enquanto eu fazia a composição dos frutos para a fotografia, a minha Mãe fez o comentário anterior. Assim como uma espécie de provérbio, aforismo, dito popular. Algo que se diz sobre trabalho, tarefa, talvez um pouco sem jeito, despropositada ou cujo labor não tem proveito nenhum. Digo eu.
Sobre algumas histórias mais, sobre as árvores que produziram estes frutos, escreverei no outro blogue.
Está-se aproximando a altura da colheita dos figos da Índia.
Há alguma dificuldade na respetiva preparação para serem comidos, pois estão sempre bem protegidos pelos celebérrimos picos, que, mal se vendo, teimam sempre em agarrar-nos, se nos descuidamos ao colher os frutos. Quando está calor, até saltam! Pelo que devem sempre ser colhidos, bem cedo, pela fresquinha, com luvas e munidos de faca ou tenaz para serem tirados para um balde, alguidar ou outro recipiente.
Cuidado, no colher, bem como na preparação para saborear!
Tocar neles, diretamente, o menos possível! (Embora, na net, tenha visto a serem colhidos diretamente, com boas luvas. Também me parece que há variedades de plantas menos espinhosas que outras…)
Hoje, vê-se com alguma frequência a respetiva venda ao público, nas mais diversas superfícies comerciais. São previamente muito bem lavados em água corrente, para que os picos caiam. Ou outro tratamento que desconheço.
Antigamente, ouvi contar, que os chamuscavam sobre o lume, de modo a queimar os picos.
Bom, mas estes que vos apresento, não foram nem lavados nem chamuscados, por isso necessitam de cuidados na preparação para serem degustados.
São um fruto muito saboroso, além de nutritivo e vitamínico.
Aqui temos um belo prato de frutos já preparados.
Mas como chegámos até este ponto?!
Eis os passos que vos apresento.
Na imagem seguinte observamos frutos aptos para serem comidos, paralelamente a outros ainda não descascados.
Indispensável: Uma faca para cortar as cascas e um garfo para apoio.
Início dos cortes laterais da casca.
2º corte lateral da casca.
Cortes laterais da casca concluídos.
Início do corte longitudinal para, posteriormente, se poder abrir a casca.
Abertura / separação da casca da respetiva polpa do fruto.
Conclusão do descasque.
Figo da Índia aberto e separada da casca, a parte comestível.
A polpa comestível do fruto, pronta a ser saboreada.
Figos totalmente descascados
Prontos a serem degustados, saboreados.
Sirva-se!
Obrigado, às Mãos habilidosas que executaram o trabalho e à fotógrafa, que registou os vários passos.