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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

A Fonte do Salto!

Fonte do Salto. Foto Original. 2021.07.11.jpg

Uma sugestão de passeio. Ou passeata!

Ponte do Salto. Acesso a Fonte. Foto original. 2021.07.11.jpg

Bem sei que fica longe do seu percurso de Vida, Caro/a Leitor/a. Mas para quem está por perto, proporciona um passeio bem sugestivo. A fonte está lindíssima. Ademais, agora, pintada. Tem uma água ótima. Muito fresca.

Perspetiva da Fonte. Foto Original. 2021.07.11.jpg

Para quem está longe, proporciono esta viagem virtual. Aprecie a arquitetura, singela, mas peculiar, apelativa, tradicional.

A bacia de receção da água e de colocação dos asados, simples, mas artística!

Bacia receção água. Fonte original. 2021.07.11.jpg

Há sempre, em qualquer localidade, uma fonte perto, mesmo nas cidades, por maiores que sejam.

Aliás, quanto maiores e mais opulentas as urbes, mais majestosas as fontes: a Fonte Luminosa, a Fonte Monumental, a Fonte da Boneca, a Fonte dos Amores, eu sei lá… a Fonte do Ídolo…  a Fontana de Trevi!

Na sua localidade qual a fonte que mais se destaca?!

Por aqui, pela Aldeia, eu evidencio esta, a Fonte do Salto! Nome original.

Perspetiva diferente. Foto original. 2021.07.11.jpg

Aventure-se e aprecie, SFF!

Pena não poder oferecer-lhe um copo de água num cocho.

Obrigado e muita saúde!

 

Fontes de Aldeia

Passeios e Passeatas (V)

Fonte do Salto

Fonte do Salto. Foto original. 2021.07.11.jpg

Fonte da Bica

Fonte da Bica. Foto original. 2021.07.09.jpg

Fonte do Boneco

Fonte do Boneco. Foto Original. 2021.07.09.jpg

Fonte de Alter

Fonte de Alter. Foto Original. 2021.07.09. jpg

Fonte da Ordem

Fonte da Ordem. Foto original. 2021.07.09.jpg

Fonte das Pulhas

Fonte das Pulhas. Foto original. 2021.07.08.jpg

Duas Quadras de João Guerreiro da Purificação 

Quadras do Srº João. Foto original. 2021.07.08.jpg

As Fontes estão ou não bonitas? Convidam a passeios e passeatas.

(Parabéns e Obrigado a todos que contribuíram para tal.)

E as Quadras?! Bem bonitas também e com bons conselhos.

 

Sabe que flor é esta?!

Este postal é introdutório dos que quero publicar a partir de amanhã.

Foto Original. Silva. 2020.10.jpg

Foto original tirada na minha Aldeia, no caminho da Fonte das Pulhas, em 3 de Outubro, deste ano de 2020.

O nosso clima permite que, já no Outono, as silvas ainda floresçam. Não terão chegado a produzir amoras, já se vê, que, entretanto, choveu e bem(!), e certamente… adeus pétalas das flores…

Para o próximo ano haverá mais… lá para Junho.

As silvas são das plantas mais peculiares que conheço, no respeitante aos frutos: as saborosas amoras. Começam a dar em Junho, como as uvas, que começam a “pintar” nessa altura, e em anos bons, ainda há amoras em Novembro.

Quem ganha com isso é a passarada!

Até amanhã… e prestem atenção aos passarões, que por aí andam… SFF!

(Que também se cá usa.)

https://aquem-tejo.blogs.sapo.pt/fontes-passadeiras-e-pontes-233188?tc=56072133428

https://aquem-tejo.blogs.sapo.pt/sugestao-para-percursos-pedestres-ii-233543

Locais Pitorescos do Alentejo!

Locais pitorescos de Aldeia da Mata

 

Foto original d D.A.P.L. Junho 2015.jpg

 

E porque temos estado a “postar” sobre atividades campestres, ainda que em meio urbano, vamos apresentar alguns aspetos peculiares e extremamente interessantes sobre algumas paisagens rurais de Aldeia da Mata.

 

Foto original de D.A.P.L. Junho 2015. jpg

 

Esta localidade do Norte Alentejano tem alguns monumentos e paisagens que merecem ser devidamente valorizados. As pessoas conhecedoras atribuir-lhes-ão o devido valor, mas muita gente não conhecerá…

Alguns monumentos serão mais destacáveis, nomeadamente dado o seu simbolismo e antiguidade, outros mais singelos e modestos, sem deixarem de ser interessantes. Uns serão mais significativos, no contexto atual, outros tê-lo-ão sido em tempos imemoriais.

De todos, num enquadramento cultural mais vasto, espacial e temporalmente, o mais significativo, também porque de maior antiguidade, será talvez a Anta do Tapadão.

A Igreja Matriz, num enquadramento cultural diverso e mais recente e, de entre os monumentos ainda em funcionamento, face aos objetivos para que foi fundada, também se destaca.

Todos estes aspetos se relativizam face ao contexto em que se inserem, no espaço e tempo próprios. Não se pretendem comparações com outros objetos de análise, de outras aldeias, vilas ou cidades. Falamos do que temos e como temos, tão somente!

 

De entre os monumentos que temos e também dos lugares e paisagens em que nos enquadramos, alguns são deveras interessantes.

 

Foto original de D.A.P.L.. Junho 2015jpg

 

Mais ou menos modestas, sem deixarem de ter interesse e valor, destacaria, por ex., o conjunto de fontes, de que algumas cumprem cabalmente a sua função debitando água agradável e fresca, todo o ano. Mesmo nos verões mais quentes e secos. Este ano não sei… Choveu quase nada!

Destas fontes uma se destaca entre todas. Primeiramente pela sua função primordial: a água. Será, indubitavelmente, a melhor água de entre a das diversas fontes.

 

Foto original de D.A.P.l. Junho 2015.jpg

 

Também é dotada de alguma relativa monumentalidade, na sua singeleza, de obra popular. Possui um evidente enquadramento paisagístico que a valoriza, de fráguas alcantiladas, de uma ribeira que a isola da povoação, mas a que uma ponte certamente centenária lhe permite aceder. Os penhascos, a vegetação autóctone, apesar da acácia australiana que teima em persistir e a ponte, talvez romana (?), talvez, tornam-na num passeio apetecível, apesar de atualmente pouco procurada.

 

Foto original de D.A.P.L. Junho 2015.jpg

 

Pois falo precisamente da Fonte do Salto e da Ponte do Salto.

 

Foto original de D.A.P.L Junho 2015.jpg

 

Acede-se a ela por um caminho que durante séculos terá sido via de transporte importante para pessoas, mercadorias e animais. Atualmente até de carro.

Recentemente, por incumbência da Junta de Freguesia, foi valorizada pela limpeza da arca da água que tem na parte superior e embelezada, qual noiva, pela pintura a branco e amarelo oca, cores tão características e tradicionais na região.

Merece uma visita!

Um garrafão ou garrafa para trazer e beber água fresquinha e a caminho.

Arriba! Que se faz tarde!

E, a propósito de caminhar…

A organização de uma caminhada em que se proporcionasse a conterrâneos e forasteiros um passeio pelas fontes da Aldeia seria uma boa sugestão. Não propriamente no Verão, que está muito calor e tudo muito seco, mas na Primavera em que o enquadramento paisagístico é exemplar.

Quem fala em fontes, poderá sugestionar: “Por pontes, passadeiras e fontes…”

 

Foto original de D.A.P.L. Junho 2015.jpg

 

Bem perto da Ribeira do Salto, outro excerto da Ribeira, também agradável, é a Ribeira da Lavandeira, onde existem umas artísticas passadeiras e a que se acede por uma calçada.

Também bastante antiga. 

Foto original de D.A.P.L. Junho 2015.jpg 

 Nota Final:

As fotos são todas originais de D.A.P.L.

 Junho 2015.

 

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o-topónimo-aldeia-da-mata

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Sobre aldea da mata

Questões...

Numa Cidade sem Tempo...

 

Numa Cidade sem Tempo

                         Com(Templo)!

 

Contemplo o branco!

Sempre a brancura das paredes a povoar-nos a Memória.

Ressequida a paisagem: tons castanho, creme, ocres, amarelos

De quando em vez, uns verdes (lapsos de pintor)

Vermelhos (lembranças de lutas, de conquistas, violências).

Transversais barras riscam o branco da monocromia:

- Margens dum espaço de rodapé colorido.

 

E o horizonte… a perder de vista!

Sem limite, a terra nos marca o Destino

Nos espraia sem (ha)ver praia.

É ponto de partida e de chegada.

 

Por aqui ficaram muitos Povos

Perderam-se nas searas, na terra fértil.

E sendo perecíveis as sementes, morrendo e nascendo cada ano…

Quiseram intemporizar-se nas paredes, nas pedras que ergueram.

Cantaram hinos em mármores e granitos!

Que o Pão nos sustenta, mas todos-os-dias

Se come, se dorme e… se morre um pouco.

Levantaram-se colunas, menhires erguidos proclamaram

Louvores à Fertilidade, à Deusa – Terra (Mãe – Fecunda)!

E ao Homem, agente transformador (Fecundante!)

E Templos e Igrejas, aos Deuses

Sublimação dos homens, cristalização dos Ideais. Apenas!

Que os Deuses nunca existiram, Além da Imaginação

                                                                            Dos Homens.

 

Nem sem ela, o Céu e o Olimpo.

 

Ficaram as folhas de acanto, petrificadas, nos capitéis coríntios.

 

Em linguagem marmorificada, dizem-nos: 

“ – Antes de os homens existirem à face da Terra

Mesmo antes de a terra o ser

Já nós éramos.

Éramos muito antes do Antes.

Somos muito antes mesmo de serem o que são, as folhas que somos.

Muito antes das Plantas.

Existimos muito antes de nos chamarem o que nos chamam.

 

Só muito Depois vieram os homens.

E vieram muitos e depois muitos mais por nós passaram, até que nos chamassem.

Pedras nos chamaram, calhaus, pedregulhos, pedra rija e outros nomes…

Que esquecemos.

Até que nos dignificaram, chamando-nos mármores.

E Sempre por nós passaram, por muitos e muitos Tempos, os Elementos em nós

Permanecendo imutáveis. Intemporais.

Até que há pouquíssimo tempo passaram uns Homens, de certeza dados à Poesia

Que em nós viram plantas, flores ou somente eles próprios, ou partes suas

Ou as suas partes sublimadas.

E, sendo eles mortais, temporais como as plantas

Quiseram simplesmente eternizar-se, eternizando-se, transformando-se-nos.

 

E, eis-nos contemplando a Cidade dos Homens, deste alto, infinitamente intemporais

Marcando num curto espaço das nossas vidas, como Pedras, a precaridade da vida dos homens

De número tão infinitos, mas tão finitos de Tempo.

 

E os homens, mesmo os que Homens foram, continuaram passando.

 

Chegados e partidos!

 

E nós aqui estamos em capitéis coríntios, sobre colunas graníticas

Formando o Templo.

Sustentando o Céu, que sobre nós se ergue!”

 

E, nesta cidade crescida das lavouras

Do rasgar do ventre criador pelos arados

Dos campos ondulantes de trigais

(Ilusão de mares balouçados pelos ventos)

Lembra-me outra cidade… minguada de terras

Sem arados nem trigais, mas com excesso de águas

Navegando na laguna, transbordando por ciclos.

Afundando-se no berço em que nasceu e prosperou.

 

(Nos Lóios, em painéis de azulejos

Essa arte sublime de portugueses

Corre a vida de Lourenço

Patriarca – santo de Veneza.)

 

Contraste com esta cidade que contemplo

Sempre minguada de águas e terras a perder de vista.

 

Em ambas, a marca do tempo nos lembra

A precaridade da Existência.

 

Se uma se afunda lentamente

O mar fazendo ondas no chão da Catedral

A corrosão do ar salgado leprosando os calcários…

Nesta, não falarei de monumentos construídos, destruídos, reconstruídos…

Lembrarei somente esse macabro achado:

Revestida de ossos, a Capela assim chamada

Nos situa no presente – futuro que recalcamos.

 

E que dizer das praças?!

Nas mais belas praças, lugar de Homens

O sol num céu azul

A luz ferindo a vista

Reflete-se do branco das paredes…

No centro, gotejando, a água das fontes

Corre pura e cristalina.

 

Se na do Geraldo a fonte, de perfeita

“Bien merece ser coronada”.

Na de Moura, um globo, o Mundo

Distribui com parcimónia a água

Pelos quatro pontos cardeais.

 

E por que corrermos mais

Se nesta cidade se resume

A nossa condição maior de Portugueses

O nosso orgulho de Humanidade?

 

Nesta cidade com Templo

De colunas e capitéis coríntios

Não sustentando teto ou abóboda

Erguido apenas ao Sol e à Lua

Coberto de manto azul durante o dia

Ou céu estrelado pela noite…

 

(Exceto quando chove ou está Encoberto

Que nestas pequenas cousas reside

A nossa condição de humanos.

E, nas pequenas coisas do dia-a-dia

Também há muita Poesia!)

 

… Nesta Cidade, dizia…

Ficamos contemplando o Templo

Desenhado sobre fundo branco

E Céu azul.

Esquecido o tempo.

Nesta Cidade sem Tempo!

 

 

 

Escrito em 1987.

Publicado em “Poiesis” – Volume VIII, Editorial Minerva, Dez. 2002.

 

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