Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Um ramo que deu que falar e encheu os olhos de muita gente simpática!
Não resisto a apresentar fotos do ramo que emoldurava o centro de mesa no lançamento do livro.
Antes de mais frisar que “veio diretamente da Tailândia”, como diria um saudoso ator.
Como a temática das cantigas nos reporta, em muitos dos versos, para uma inspiração vegetalista, nada como apresentar uma composição que, de certo modo, nos sugestionasse essa abordagem.
“De Altemira fiz um ramo / De alfazema bem composto…” Dois raminhos com estas plantas de cheiro nos documentavam o título do livro e serviram para explicar a designação da obra, enquanto dizia a quadra.
Ainda: “Os teus olhos não são olhos / São duas bolinhas pretas / Foram criados ao sol / À sombra das violetas”. Um raminho de violetas, colhidas diretamente do quintal e organizadas pela Homenageada neste “livrinho”, um raminho bem cheiroso serviu para ilustrar esta quadra.
Mas e o centro de mesa propriamente dito?!
Bem na base, estruturando o conjunto, uns ramos de loureiro: simbolizando vitória.
“Não ponhas nem disponhas / Loureiro ao pé do caminho…”
Englobando essa estrutura base e central, uns ramos de murta, bem carregadinhos de “murtunhos” ou murtinhos. Simbolizando a Eternidade, a perenidade. Também a Abundância, tantos frutos e tão carregadinhos de sementes…
O verde, de Esperança, como cor dominante.
A contrapor a este conjunto, um leve toque de amarelo outonal das folhas do carvalho, contrastando com o verde. Simbolizando o Outono da Vida!
E, no centro, exemplares de flores – couve. Que nos reportam para a Modernidade.
Todos estes elementos vieram diretamente da Tailândia do meu quintal. Todos de árvores ou plantas que semeei e / ou plantei. Tudo produção autóctone!
(O loureiro, plantado onde está, contraria de certo modo o ensinamento da “cantiga”. Pois está precisamente na beira do caminho. E por duas razões principais. Nesse local corre um veio de água, está um poço relativamente próximo, deste modo a árvore tem acesso a um elemento fundamental à sua sobrevivência. A proximidade do caminho é precisamente, para que quem passe, colha um raminho. E essa situação é por demais visível nos ramos que todos os anos cortam. O loureiro é para repartir! As vitórias são para compartilhar.)
Já sabe, a partir de agora…
Se precisar de um ramo ou centro de mesa, basta contactar a firma.
Sempre com produtos endógenos! (Vindos diretamente da Tailândia, como diria o artista.)
Crónica numa cidade congestionada, num País de Faz de Conta!
Tertúlia e Exposição de Pintura do CNAP - Círculo Nacional D’Arte e Poesia
São Sebastião da Pedreira – Lisboa
Dia 11 de Dezembro 2018 – 16h 30’
Éramos sete! Sete personagens expressando um ideário poético. Ainda que nem todos escrevessem ou dissessem poesia.
É impressionante que num país de poetas, isto é apenas um lugar – comum, a Poesia seja tão pouco divulgada, não faça parte da educação diária do cidadão.
Poucos minutos após o telejornal, diariamente, um pequeno programa com alguém a “Dizer Poesia”. Não necessariamente alguém famoso. Pelo contrário! Ele há tanta gente por este País que sabe Dizer Poesia!
(Aproveitem esta ideia, que eu não a vendo. Ofereço-a!)
Em vez de, todos os dias, nos massacrarem com as mesmas coscuvilhices, promovidas à categorização de notícias. E as futebolices e as reinaldices!
Na cidade, acotovelam-se multidões nos passeios, nas passadeiras, nas horas do final da tarde, no início da noite que, em Dezembro, chega tão cedo! O sol põe-se pouco depois das cinco. Acendem-se as luzes e é uma azáfama de hora de ponta, tanta gente apressada, tanta gente a correr, tanta gente ligada, vidrada no telemóvel…Dos empregos ou das compras para casa, na pressa de chegar. Carros e mais carros entupindo o asfalto. Cada carro, apenas com um passageiro, não há - de a cidade estar atolada de trânsito e os acessos à Grande Cidade congestionados!?
Contraste com a minha Aldeia em que há dias que não vejo ninguém! Este País para onde caminha?! É um País do Faz de Conta!
Nem a propósito, no Boletim do Círculo Nacional D'Arte e Poesia, foram publicadas duas poesias minhas muito peculiares.
Para chegar a São Sebastião, percorri a Avenida 5 de Outubro.
Já reparou nas árvores que estruturam toda a parte central da Avenida?
Nem mais! São jacarandás. E já observou que estas árvores, em finais de Outono, quase Inverno, contrariamente às outras plantas de folhagem caduca, estão muito mais verdes e a folha se mantem aparentemente como se fosse perene?
Que não é.
Leia o poema, se faz favor, e atente nesta peculiaridade arbórea!
As fotos ilustrativas são da época em que estão mais exuberantes. Se vive ou passa em locais em que existam jacarandás vá observando as suas transformações anuais. SFF.
(Estas são de Almada. Originais DAPL.)
Pois. No dia onze, pelo final da tarde, decorreu no Centro de Dia de São Sebastião da Pedreira, o habitual convívio poético, organizado pelo CNAP – Círculo Nacional D’Arte e Poesia. Igualmente decorria uma Exposição de Pintura, com bonitos quadros de diversos pintores e pintoras, que habitualmente expõem no âmbito do CNAP.
Vitor Hugo – “Évora”
Fernanda Carvalho: as quatro estações do ano – “Primavera”, “Verão”, “Outono”, “Inverno”.
Lurdes Guedes: “O prazer de ser mulher”, “Porto de abrigo”, “Esperança”.
Josefina Almeida: “Ouro sobre azul”, “Rochas da minha terra”.
Elmanu: “Fernando Pessoa no aeroporto” e uma obra sem título.
Méli: Duas obras sem tírulo.
Margarida Dias: uma obra sem título.
Tenho pena que os Artistas não possam estar presentes nestas tertúlias que, de certo modo, funcionam como encerramento. Seria importante compartilharmos ideias. (Digo eu, não sei…)
Entre muitos aspetos positivos que poderia mencionar, realço a capacidade criativa destes Artistas. Nas exposições que venho observando, vão sempre mostrando quadros novos. Daí poderei inferir que irão certamente elaborando diferentes trabalhos regularmente. (Digo eu! Será?)
Sortuda D. Maria Olívia, que no seu convívio com tantos Artistas, e em merecimento do seu trabalho de divulgadora da Arte, vai criando quase um Museu de Pintura. Uma Exposição um dia?!
Relativamente à Poesia, outra vertente artística que o CNAP vem promovendo e divulgando, ultrapassando ventos e marés, já quase há trinta anos, sem o devido e merecido reconhecimento, neste passado dia onze, compareceram: Maria Olívia Diniz Sampaio, Fernanda de Carvalho, Ana Alves, Carlos Pinto Ribeiro, Luís Ferreira, João Carrajola, e este cronista. Sete, como já referi!
Quase todos dissemos poesia, maioritariamente da nossa autoria. Para além de ter dito o meu poema de Natal, deste ano, “O Menino / o Futuro morre na Praia”, também tive a oportunidade de ler textos poéticos de Luís Ferreira, acedendo ao seu convite, nomeadamente “O Natal 2”, publicado no último post. Rarissimamente o tenho feito, mas já que as pessoas gostaram, talvez me aventure a fazê-lo mais vezes.
Já pensei em dizer, melhor, ler um poema de José Régio, de quem falei, a propósito de “Cântico Negro” e de tanta gente que o diz, lê, recita ou declama. Inclusive o próprio Autor!
E, a propósito, irei pedir a D. Olívia que me deixe dizer o seu texto poético sobre Portalegre!
O Poeta Pinto Ribeiro também é sempre lembrado, através do irmão, Carlos, e de Olívia.
E esta é uma crónica, como sempre, enviesada!
Ah! E falei sobre o livro que tenho pronto a ser lançado: “De Altemira fiz um ramo”!
E já que retomámos a escrita… Voltamos à Poesia. Desta vez, à Poesia Popular.
Temos em preparação, quase a ser editado, um livro estruturado a partir de recolha de “Cantigas”, quadras populares, coligidas em Aldeia da Mata, por várias Pessoas, algumas felizmente ainda vivas, outras que nos deixaram esse legado, mas já não estão entre nós.
A Poesia Popular é extraordinariamente rica. Na sua aparente simplicidade, tanto na estrutura formal, essencialmente quadras, como nos conteúdos, transmite-nos belas imagens poéticas, metafóricas, algumas de profunda e sensível ironia, intrinsecamente arreigada aos costumes e tradições do nosso Povo.
Através dela e nos contextos em que era dita, melhor, cantada, daí a designação de “cantigas”, educava, ensinava, veiculava Valores, Princípios, Atitudes, Comportamentos…
Era uma forma de transmissão oral de conhecimentos, de geração em geração. (Transmissão oral, pois que verdadeiramente só a partir dos finais dos anos quarenta é que a escolarização foi ganhando predominância. Até essas décadas – 40/50 - a população portuguesa era maioritariamente analfabeta.)
Ocorria num contexto predominantemente lúdico, de lazer: bailes e arraiais, convívio entre os vários intervenientes, essencialmente jovens, mas em que os mais velhos também participavam.
Mas também no enquadramento do trabalho campestre, entre os grupos, ranchos, que operavam nas várias atividades campesinas: nas mondas, nas ceifas, nas azeitonadas, durante a labuta diária e nas idas, ao nascer do sol e nos regressos das atividades, ao por do sol, enquadradas na sazonalidade das labutas no campo.
Estas tradições ocorriam ainda na década de cinquenta, enquanto o nosso país foi predominantemente rural, o setor primário dominante, antes das grandes correntes migratórias para as cidades em industrialização e das vagas emigratórias para a Europa mais desenvolvida, cujos grandes fluxos aconteceram na década de sessenta.
E antes de toda a novel tecnologia emergente a partir dessa década, nomeadamente rádio, televisão, gira discos, que foram modificando as tecnologias do lazer.
Bem! Mas toda esta conversa vem a propósito do mencionado livro, quase a ser editado, gostaríamos que ocorresse ainda este ano de 2018.
Apresentamos uma foto da imagem da capa, a “Altemira”, designação tradicional da artemísia em Aldeia da Mata e a quadra que sugestionou o título.
«De altemira fiz um ramo
De alfazema bem composto
O Amor que agora amo
Foi escolhido ao meu gosto.»
E outra foto, de uma figueira pingo - mel e também a quadra que a sugestiona.
Tal como a figueira também queremos produzir o fruto, o livro, mas também com flor, a “Altemira”!
«Não olhes para mim, não olhes
Que eu não sou o teu amor
Eu não sou como a figueira
Que dá frutos sem ter flor.»
*******
(E a propósito desta figueira, plantada no Vale, no início desta segunda década, deste segundo milénio, também tem história, como quase todas as árvores que tenho plantado, a partir de sementeira, abacelamento ou que eventualmente comprei.
Veio do quintal do meu sogro de um ramo que cortei da figueira de São João. Foi abacelada num vaso, posteriormente transplantada para o terreno onde está, sempre supondo que era de São João.
Só quando ela começou a produzir é que me apercebi que era de pingo mel.
E como occorreu isso?! Milagre?! Transmutação genética?!
Não, de todo.
O meu sogro tinha a figueira dele enxertada com duas qualidades: São João e Pingo Mel. E eu quando colhi os ramos para abacelar, desconhecendo o assunto, trouxe dos ramos de pingo mel e não dos de São João. São ambos figos deliciosos.
Mas agora já tenho num vaso um outro abacelamento, este de São João!)
E eu vou ficar chorando / Aqui cantando / O meu descante.
Bye - Bye, Uruguai / Que já não vai / Seguir avante
Ficamos os dois, chorando / Aqui cantando / Nosso descante.
Quando a bola rola e rebola / No relvado
Você se sente herói / Quase um cow – boy
Cavalgando corcel alado!
Mas que tristeza… / Até vileza / Um mau resultado
Fica de certeza / De ego amarfanhado.
Mas, vale a pena / Tal cena / Tal desconforto
Se, quem joga no Benfica
Amanhã, se bem lhe fica
Já joga no Porto?!
Amigo, futebol é carcanhol! É milhões.
É arrebol, p’ra quem, de sol a sol / Se governa com tostões…
Mas que quer, amigo?!
Será sina? Talvez castigo
É ilusão… Também paixão
E, p´ra mim digo e desdigo / P´rós meus botões
Que´ ainda vou ganhar o Euromilhões!
E, agora vejo na televisão…
A bola rola e rebola
E vai ser mais um golão!
Este texto poético foi iniciado, em termos de inspiração, a trinta de Junho, quando Portugal jogou com Uruguai, e perdeu, no Mundial da Rússia – 2018. Deu origem ao 1º mote, em sentido lato. Uruguai que perdeu em seguida com a França. Surgiu o 2º mote, não seguindo estritamente o conceito formal da palavra.
O desenvolvimento do tema poético, contextualizado no seguimento de outros, que enquadro como “narrativas em verso” foi surgindo nos meses subsequentes. São poemas para serem ditos, para serem ouvidos, buscando o conceito de Poesia primordial, em que a palavra, versejando, contava e recontava narrativas, pensamentos, ensinamentos, de geração em geração…
Pretensão minha?!
(…)
Agora que o futebol voltou a estar na berra, que as futeboladas, as futebolices inundam os media… Chegou a altura de publicar no blogue… Continuando com a Poesia, que tem sido o tema dominante nestes últimos meses.
(As Fotos - originais DAPL, bonitas, reportam-nos para a noção de arrebol: ao nascer e pôr-do-sol, que o futebol inunda-nos toda noite e santo dia!)
Este texto poético, uma narrativa em verso, modelo de escrita que ultimamente tenho cultivado, foi escrito em 25/06, a partir de sugestão que me foi feita a vinte e quatro.
As fotografias, sempre de telemóvel, são de Autoria de D.A.P.L. - 2014 e 2018, a impulsionadora da sugestão.
Inicialmente documentei o post com uma foto, belíssima, de uma cerejeira / gingeira, à data existente no quintal. Reporta-nos, metaforicamente, para uma estrutura em rede. Quando pude dispor do acervo de fotos de narcisos, inseri a de um narciso, altaneiro, sobre um fundo de cinzentismo, do muro de cimento.
Espero que goste do texto poético e também das fotos.
E também o prólogo de uma anedota, a propósito do vídeo-árbitro!
No post anterior, nº 595 (!), ao abordar a “Exposição de pintura” do CNAP, também projetei apresentar alguns pormenores artísticos da Casa do Alentejo, como forma de convite a uma visita, para além da Exposição.
Que está quase a encerrar!
(Na Rua das Portas de Santo Antão, em Lisboa.)
Além do mais, no decurso desta ausência de escrita, ocorreram acontecimentos mediáticos, de entre os quais, não posso deixar de mandar algum bitaite, especificamente sobre o Mundial.
A equipa francesa venceu.
Não era a que eu desejava que ganhasse, nem era a final que mais gostaria. Teria preferido que a vencedora fosse a Croácia, aliás, julgo que seria a equipa mais merecedora.
Combativa, aguerrida, resiliente, humilde, mas persistente, lutando até ao fim, quase sem desfalecer. Após o terceiro golo, parecia que os atletas se ficavam, mas depressa recuperaram o ânimo. Ao 4º golo, pensei que houvesse uma cabazada, mas os jogadores ultrapassaram essa fraqueza e adorei aquele tirar a bola ao convencido do guarda-redes francês.
Mereciam ter marcado mais golos, mas faltou-lhes capacidade finalizadora.
E, nestas coisas de futebol, que interessam os merecimentos, ou o que nós achamos ou deixamos de achar sobre o assunto?!
Ganha quem mete golos, e pronto!
Aliás, a final que eu mais gostaria seria entre a Bélgica e a Croácia!
(Da equipa francesa, valorizo, muito especialmente, o caráter multicultural, espelho da sociedade francesa!)
E aquela do vídeo-arbitro?!
Achei um grandessíssimo disparate, essa de se parar o jogo para o árbitro ir consultar o vídeo e decidir!!!
Ademais por penálti, que achei desmerecido. Não julgo ter havido voluntariedade no tocar da bola com a mão. Digo eu, que não sou “vídeo árbitro”!
Por este andar e com o evoluir tecnológico, mais vale transformar o jogo, num jogo apenas eletrónico. Digo eu, que não sou da “fifia”.
E este atuar do árbitro, e para nos reportarmos ao título fundamental do post, “Casa do Alentejo”, lembra-me uma anedota alentejana…
Em tempos que já lá vão…
Quando havia bailes nos salões de antigamente... A dado momento, o mestre-sala, que era assim a modos que um árbitro nos bailes, manda interromper a dança, para um cavalheiro, pai de uma menina dançante, intervir.
E o senhor interveio:
“Alto, e pára o balho! Que roubaram o cordão à minha filha…”
E o balho parou, mas ouviu-se a voz da menina:
… … ...
(Bem, o que a menina disse e o pai respondeu não digo. Fica para outro post.)
Mas o baile lá continuou.
É assim o que acontece com o vídeo-árbitro, acho que uma paragem desnecessária. Que não acrescenta nada ao fundamental do jogo, ao jogo propriamente dito, ao jogo per si, independentemente do resultado. Apenas uma interrupção anedótica!
Mas o objetivo do texto era divulgar aspetos de pormenor da Casa, em que até o chão, os retoques das paredes, são verdadeiras Obras de Arte.
Sala de Olivença - Conjunto quase total dos Quadros expostos
"Vida nos Oceanos" - Maria Lourdes Guedes
"Sem Título" - Méli e "Flores Campestres" - Maria Lourdes Guedes
"Sem Título" - Pinturas de Cecília Augusto e Catarina Semedo
"Marvão" - Vitor Hugo
"Mistério e Vida" - Maria Rita Parada Reis
"A Cascata" e "Apocalipse" - Elmanu
"Quando o Meu Pensamento Voa" e "Fado" - Fernanda Carvalho
Face ao exposto no introdutório do post, decidi, no decurso da respetiva operacionalização, divulgar apenas as pinturas expostas, tendo em vista o respetivo conhecimento.
“Entre o Céu e a Natureza”, título e poema de abertura de livro recentemente lançado por Maria Gertrudes Novais, em Almada, na Sala Pablo Neruda, no Fórum Romeu Correia, a dois de Junho, deste ano de dois mil e dezoito. Edição SCALA – Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada, com apoio da respetiva Câmara Municipal. Com prefácio de Eng.º António Matos e capa com reprodução de pintura a óleo, de Maria Manuel Pires.
Apresentação a que tive o grato prazer de assistir, numa sala muitíssimo bem composta, como se costuma dizer. Perto de uma centena de pessoas. Se tivesse que perspetivar o evento num contexto de Valores, destacaria dois: Amizade e Solidariedade. Valores e Mérito de Gertrudes Novais, Mimi, como gosta que a tratem. E, no decurso das intervenções, por vezes se ouvia uma criança correndo pela sala, chamando “Mimi! Mimi!”.
E ainda sobre Solidariedade, no final houve a participação de Francisco Naia, um cantor de quem já falámos aqui neste blogue, a propósito de outras ocorrências em Almada. E lembro-me de ter ouvido do Professor Alexandre Castanheira, num sarau sobre Ary dos Santos, no CIRL – Laranjeiro, em dois mil e quinze, precisamente referir-se a Francisco Naia, como uma pessoa sempre muito solidária.
Não pude assistir, com muita pena minha, mas nesse dia ainda tive que “migrar” para o Alentejo!
(Mas com tudo isto estou-me a desviar do móbil da crónica.)
Maria Gertrudes Novais, algarvia de nascimento, Aljezur, almadense de coração, residente desde 1973.
Publica desde 1987: “Poemas do Meu Sentir”, seu primeiro livro. Seguiram-se outros, individuais e coletivos e múltiplas, diversas e variadas atividades ligadas à Poesia e Cultura, conforme consta na contracapa do supracitado livro em apresentação.
Na mesa, além da Autora, o Prefaciador, já referido; a Professora Maria Adelaide Silva, que analisou a obra e os Amigos, Poeta e Poetisa: Luís Alves e Clara Mestre.
Todos, a seu modo e ver, falaram sobre a Autora e o seu trabalho desenvolvido, enaltecendo e reconhecendo-lhes o valor merecido. A Pessoa, a Poetisa, a Mulher de Causas! A Poesia, a SCALA, Almada!
Mimi, como gosta que a tratem e afinal a apresentação era também uma celebração da Amizade, agradeceu a todos os presentes, a todas as Entidades envolvidas: SCALA, Juntas, Vereadores, Câmara Municipal, Família, Amigos, às várias Pessoas que tornaram possível o evento. À Autora da capa, Maria Manuel Pires, que foi apresentada à assistência, chamando-a à mesa.
E, de pé, que a Poesia diz-se de pé, alguém frisou da assistência, disse: “Ninfa do Tejo”!
E este foi o mote estrutural para se abrir um cenário dedicado à Poesia, dita pelos vários Poetas, Poetisas, Dizedores presentes. De, e a partir de “Entre o Céu e a Natureza”!
E num entrecruzar de sensibilidades poéticas, ouvimos os Dizedores, Luís Alves e a Esposa; Clara Mestre, a própria Gertrudes e mais duas Senhoras, que também costumam frequentar as sessões de Poesia da SCALA e, que me perdoem, ainda não consegui fixar o nome.
De Utopia a Novo Amanhecer, Grito de Alma, Espelho, O Teu Sorriso, Saber Ouvir, A Cidade, Princesa e ainda homenagens a Fernando Pessoa e Alexandre Castanheira, de quem já aqui falámos também, foi gratificante, como sempre, ouvir, escutar Outros a dizerem Poesia!
Obrigado!
E António Matos finalizou esta parte do evento, iniciando com “Era branca a pomba, …” primeiro verso do Poema que transcrevo e que encerra o livro.
«Mensagem de Paz»
«Era branca a pomba,
Que vinha do espaço,
Voava baixinho
Pousou no terraço.
Fiquei a olhá-la
E então reparei
Que pomba igual
Eu nunca encontrei!
Veio lembrar ao mundo
Que há falta de paz
E que o homem de hoje
Não sabe o que faz.
Parem de matar!
Juntem vossas mãos
E num abraço fraterno
Sintam-se todos irmãos.
Lutem pela paz,
Sejam bem unidos,
Pousem vossas armas
Como bons amigos.
A pomba sorriu,
Seu recado deixou
E batendo as asas
Para o espaço voou.»
E “Entre o Céu e a Natureza”, num diálogo de sentimentos nobres e bons, finalizámos com uma “Mensagem de Paz”!
E ouvir Francisco Naia, as suas belas músicas e a sua poderosa voz de tenor, ficará para próxima oportunidade…
*******
Notas Finais:
E, em paz, também fico eu que, finalmente, consegui ter oportunidade para publicar mais um post. Que isto da Vida, nem sempre é como a gente quer!
Talvez se admire da pergunta e talvez pense que não fará muito sentido.
Provavelmente “Passadiço”, como outros que há pelo País ou como os do “Paiva”… Bem! Talvez não tenha.
Se acrescentarmos o costume crónico de desvalorizarmos o que temos… Bem!... Então não temos mesmo!
Mas se tiver oportunidade de dar um passeio a pé, em qualquer estação do ano, pela Estrada da Serra, a iniciar no cruzamento para o Atalaião, ou até antes, junto aos muros da GNR e prosseguir até ao Miradouro…
Não terá certamente as vistas do “Paiva”, mas… se for apreciador da Natureza, de passear ao Ar Livre, das belas vistas da Cidade de Régio…, acredite que não perderá o seu tempo e fará exercício físico, sem ser fechado em ginásio e de ar condicionado!
Se tiver uma boa máquina fotográfica e não apenas um normal telemóvel, nosso caso, então tirará, não direi… boas, mas excelentes, excelentíssimas, fotografias.
As aqui documentadas ilustram um passeio realizado no final de Dezembro de 2017. Bem no Inverno! Mas os nossos Invernos são quase Verões de outras latitudes…
Aventure-se!
Ulmeiro, junto ao muro da GNR, uma boa base para começar.
Uma bela vista da Cidade Regiana. Em primeiro plano, a mata da Serra, em segundo plano, parte da cidade moderna, em terceiro, o casco antigo, percebendo-se o perfil da Sé e do Castelo. No lado direito, a falda sudeste da Serra da Penha… ao longe, a peneplanície alentejana…
Um céu de nuvens, ameaçando chuva!
Uma segunda vista global da Cidade, com maior destaque para a paisagem campestre.
Percebe-se um Carvalho Negral, umas Laranjeiras, Oliveiras, Pinheiros Mansos… e arbustos vários.
O habitual perfil da Cidade, em que além do casario e dos ícones arquitetónicos já mencionados, também se percebem as chaminés da Robinson e o Atalaião.
A Estrada, na subida, com a “passadeira” ou “passadiço”, ou “passeio”, em declive suave, perfeitamente acessível a qualquer pessoa, em condições normais de saúde.
Vê-se a célebre “Casa Amarela”, intrigante pela arquitetura e pela cor.
Vista da vegetação da Serra, a “Casa Amarela”, mesclada no manto arbóreo, e um aspeto do murete, que integra ao longo do percurso pequenos “bancos”, incorporados na parede, para quem precise de descansar.
Nova vista global da Cidade, tendo em primeiro plano o manto vegetal da Serra, arbóreo e arbustivo, aqui indistinto na sua composição individualizada.
Da mole moderna da Urbe, distingue-se perfeitamente, à direita, o edifício do “Navio”.
A estrutura urbana como que se confunde e incorpora, ao longe, com a peneplanície e o céu!
O Miradouro! Umas Olaias, em pleno Inverno, carregadas com os frutos já secos; uma Acácia Espinhosa e em plano de fundo, a Serra da Penha, no seu lado nascente.
Uma bela imagem de Cedros. Um estruturando-se como árvore e outros formando sebe protetora.
Uma Catalpa, desprovida de folhas, copa invernal, mas com as célebres ‘vagens’, agora secas, que pessoa muito minha amiga diz que esta é a “Árvore dos Feijões”! (No "Vale" temos três árvores desta espécie, originária dos EUA.)
Nesta imagem, em primeiro plano, uma rocha, não sei se granito, se xisto, coberta de musgo; em segundo plano, oliveiras e heras e a Cidade, sempre em fundo e o destaque da Serra da Penha, em toda a sua majestade!
Na parte urbana, percebe-se perfeitamente o Prédio da Fontedeira.
Uma bela imagem de um ramo de um Carvalho Negral, ainda com as folhas outonais e as peculiares bugalhas.
A estrada e a passadeira, para peões atravessarem com segurança.
Uma imagem lindíssima de uma planta autóctone, a que vulgarmente chamamos ‘candeias’, com uma flor, que julgo ser um tipo de orquídea silvestre!
Conseguem ver-se também restos de ramos de silvas secas, que andaram em limpezas no terreno, e uma folha de planta já morta.
Terreno serrano, estruturado em pequenas leivas em socalcos, resquícios de tempos em que estas encostas, mais ricas em água, eram cultivadas com pequenos hortejos, de que se observam restos e memórias em vários locais circundantes da Cidade.
Este espaço abandonado, ter-se-á enchido de mato, que se observa ter sido desbastado recentemente.
Espaço para descanso, em bancos de madeira, à sombra protetora de um Sobreiro e aconchego de um ícone de religiosidade popular.
Visão da Estrada, sempre em curvas e contracurvas. Neste local, implantado na parede do lado esquerdo de quem desce, está um pequeno painel com uns versos, de poesia de Cristóvão Falcão, mas com dificuldade de serem lidos, dado não haver passeio nesse lado da Estrada, o que torna pouco acessível dele nos aproximarmos. (Talvez assim também estão mais protegidos, os versos! Mas que é da Poesia que não é lida?!)
Imagem de painel informativo dos locais visíveis na Cidade, a partir do local em que se está.
(Nesta imagem, e propositadamente, apresentamos apenas parte do painel, para que Você Faça o Favor de se deslocar e observar in loco!)
Um ramo de loureiro e uns líquenes caídos de um sobreiro, compõem a imagem.
Espaço fronteiro à “Fonte dos Amores”.
Local emblemático da Estrada da Serra!
E terminamos como começámos.
Imagem do Ulmeiro inicial, ainda com as vestes outonais, a começar envergando a ‘fatiota’ invernal.
E um banco, para descansar!
******* ******* *******
Gostou da Viagem?!
Então, Faça o favor de se aventurar, logo que tenha oportunidade.
Em qualquer estação do ano.
Que o nosso clima possibilita sempre passeios pelo campo, dependendo do Tempo (Hora) e do Tempo (Meteorológico). E do Tempo (Disponível)!
Faltam imagens emblemáticas?!
Pois faltam.
... Aguardam pela sua máquina digital e olhar fotográfico!
E, Obrigado pela visita!
(Se alguma Árvore não estiver devidamente 'batizada', agradeço que nos informe, se faz favor.)
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E... "O Seu a Seu Dono".
As Fotografias são todas Originais de D.A.P. L. - Dez. 2017.
*******
Nota Final:
Por vezes há situações deveras interessantes.
Este post anda a ser delineado há algum tempo. Ontem, o texto foi redigido para ser publicado hoje.
Por acaso, hoje tinha previsto participar, como aconteceu, numa Tertúlia de Poesia, designada “Poesia à Solta”, na Sede da SCALA – Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada – Rua Conde Ferreira.
Ouviram-se excelentes declamadores, dizedores de Poesia, apresentando os seus próprios trabalhos ou de outros Poetas. Cantores e acompanhamento musical. Foi uma tarde memorável e enriquecedora.
E qual não é o meu espanto quando um dos excelentes declamadores presentes, Luís Alves, nos brindou a todos com a Toada de Portalegre!