Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
E volto ao blogue e ao post em que abordei um acontecimento real ocorrido em 1975, a propósito dos “Homens Loucos” de Madison Avenue, N. Y. C., “Mad Men”. E dos computadores, na altura uns verdadeiros “monstros”, não só na forma, como no conteúdo, pela perspetiva de como eram vistos e percecionados, mesmo por quem lidava de perto com eles nos escritórios, mas não sendo especialista no assunto. Mais ainda para quem era completamente desconhecedor das suas funcionalidades e modus operandi.
Agora em que, a propósito de alguns acontecimentos mediáticos da política portuguesa atual, tanto se tem falado de 1975…
Gostaria de deixar registado neste blogue alguns aspetos relevantes de algumas mudanças significativas deste Portugal de início século XXI, 2015, relativamente a esse findar do 3º quartel do século XX, 1975.
Neste Portugal atual, e apesar da tão apregoada Crise, vive-se significativamente melhor do que nessa data já longínqua de setenta e cinco.
Em termos de Consumo, os portugueses têm genericamente acesso a um cabaz de compras de bens mais ou menos essenciais muito mais vasto e diversificado não só pelos bens suscetíveis e acessíveis à sua bolsa, como pela existência e proliferação de locais de compra. Tanto de bens de consumo imediato, como duradoiro.
Vivemos numa Democracia consolidada. A Liberdade também é um Valor inquestionável!
O acesso a bens e serviços englobados no contexto da Educação, da Saúde, da Habitação, é um Direito também estruturado. Apesar de algum retrocesso que se tem verificado nomeadamente no campo da Saúde, face ao que já adquiríramos entretanto.
Portugal vive em Paz, apesar dos medos que hoje se sentem e pressentem, resultantes do alastrar à Europa de Guerras, que, até há poucos anos, pareciam confinadas a Países distantes… Que não deixavam de ser Guerras por isso…
Estas são algumas situações em que, no plano interno, se constatam diferenças positivas relativamente há quarenta anos atrás.
E, no plano externo?!
Constate-se.
Portugal está integrado na União Europeia.
Faz parte da Zona Euro.
Não existe o “Muro de Berlim”, apesar de muitos outros muros que têm sido criados, por esse mundo afora. Físicos e psicológicos, culturais e sociais…
Não existe “Cortina de Ferro”.
Não existe “Pacto de Varsóvia”.
Não existe a URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas!
Vivemos num Mundo substancialmente diferente, mas…
Em que apesar de a designada “Guerra Fria” ter terminado, vivemos atualmente numa tensão e medo ainda maior. Em que a “Guerra” atual, há quem fale que vivemos numa “Terceira Guerra Mundial”, uma Guerra com contornos diferentes das anteriores, em que essa “Guerra” invadiu diretamente a Europa. E indiretamente chegou ao Continente Europeu através dos refugiados das Guerras por essas Áfricas e Médio Oriente.
E quem “produziu” essas “Guerras”?
Quem as alimenta com armas de todos os tipos?
Quem as financia?!
E com que fins?!
Quem as semeou e continua a sustentar, a adubar e fertilizar, com armas, munições, tanques e explosivos e carne para canhão de tantos inocentes?!
E quais os meios utilizados para obtenção de dinheiro para sustentar essas “Guerras”, umas “Grandes” e outras pequenas?
Por vezes questiono-me e lembrando a “Família Krupp”, e a “Queda do Terceiro Reich”, se as pessoas que de facto alimentam as guerras, produzindo e financiando o armamento, mas vivem afastadas dos locais de conflito, quando ocorrem situações como as que têm acontecido por essa Europa, não se interrogam sobre o seu papel no Mundo…! Sobre a sua ação destrutiva da Humanidade!
E voltamos ao ponto de partida.
Vale a pena comparar 1975 com 2015?!
Apesar do pessimismo recente, vivemos ou não num Portugal substancialmente melhor?!
É ou não possível haver em Portugal abertura a novas e diversas perspetivas de “conduzir” este barco “Portugal” a bom porto?!
Que não faltarão as tempestades, os ventos alterosos, as borrascas…
Ah! E não posso esquecer o Imperialismo!
E o Imperialismo ainda existe ou não?!
Os Estados Unidos da América continuam a ser uma nação imperial, mesmo e apesar de terem um Presidente Obama?
E a Rússia, a nova Rússia, continua a ser também um Estado imperial, como o foi a antiga U.R.S.S., talvez o maior império à face da terra? Tal como fora também um império a antiga Rússia czarista?!
E o Reino Unido? E a França? E a Alemanha? São ou não nações imperialistas ou vivem apenas na nostalgia dos respetivos impérios passados?!
E a China?! É a terceira potência militar mundial, já detentora de enorme poder e liquidez financeira, “proprietária” e “co-proprietária” de variados setores estratégicos por esse Mundo fora, a nação mais populosa, com “colonos” espalhados também por todo esse Mundo, ocupando setores variados, talvez a maior produtora e fornecedora de bens utilitários de maior ou menor préstimo, mas que os Ocidentais, na sua febre consumista, tudo compram...
E o imperialismo das grandes multinacionais, dos grandes grupos financeiros, das grandes petrolíferas?!
(…)
E voltamos a interrogar:
O Imperialismo continua a existir ou não?
E Portugal e os Pequenos Países podem ou não tomar decisões e tomar conta do seu Destino fugindo às garras do Imperialismo?!
A história de uma Família, entrosada na História e outros considerandos de maior ou menor relevância…
Foi transmitido ontem, dia 13 de Outubro, 3ª feira, o 1º episódio desta série alemã sobre esta célebre família de industriais, ligados ao nascimento da indústria no território alemão, desde inícios do século XIX. Industriais produtores de aço, indústria siderúrgica. "Aciaria!"
A visualização da série era para ter-se iniciado anteontem, 2ª feira, mas devido a um problema técnico na RTP2, a emissão foi interrompida. Facto de que, ontem, antes do início da emissão pediram desculpa.
E eu que pensara que era um problema apenas da minha TV, que, de vez em quando, me prega essa partida.
Foge a imagem ou fixa-se parada numa cena qualquer, esquecida do que vem a seguir, é como se tivesse lapso de memória visual. Depois, desfoca-se, abala o som, desfaz-se em cores abstratas como se ensaiasse uma pintura de Vieira da Silva, até que foge também a cor, aparece um “sem sinal” e a sigla “Ext”, ou qualquer coisa assim parecida e era uma vez…
Mas esta situação é comum em diferentes TVs que usam essa tecnologia TDT, que nem sei o que significa e, periodicamente, ocorre em variadas localidades por esse País fora.
Mas continuamos a pagar sempre a taxa áudio visual, na fatura da eletricidade. O que ainda não vi foi que, num mês ou até mais, na fatura não viesse esse valor acrescentado à despesa. Um aviso tal como: “Este mês não paga taxa audiovisual, porque a TV nem sempre se porta bem!”
Mas a quem é que nós nos podemos queixar?! Já o fiz para o Provedor do Cliente, mas não tive qualquer resposta!
A forma como este negócio das telecomunicações funciona, das várias operadoras, dos vários meios de comunicação, das várias televisões, dos media e das ligações e interligações entre eles, da concorrência feroz, da manipulação da opinião pública, o seu “modus operandi” deixa muito a desejar…
Mas vamos ao que titula o post.
Ainda bem que foi um problema geral.
Assim alteraram a programação e apresentaram o 1º episódio da série.
Acho que vale a pena seguir. As temáticas que aborda. A História da Alemanha por mais de meio século, desde o início do século XX. Os ambientes e ambiências retratadas. Os conflitos e paixões, o entrosamento entre a vivência desta família e dos seus trabalhadores como se fossem uma grande Família, mas cada um no seu lugar, que cada rato tem seu buraco.
E, nesta família, vão-se descobrindo muitos buracos.
A ligação umbilical ao Poder, sendo também eles parte e suporte desse mesmo Poder. Em determinados momentos competindo de igual para igual.
O seu suporte desse mesmo Poder Político e Militar. E Económico. Base do desenvolvimento e poderio, primeiro da Prússia, potência continental emergente no século XVIII, e cujas guerras com a Áustria e França sustentou, ainda em meados do século XIX, consolidando esse estatuto de potência continental.
Depois da Alemanha, a partir da sua constituição como Estado unificado, em 1871, precisamente após a vitória sobre a França, na Guerra Franco-Prussiana. Base económica do Império Alemão até à 1ª Guerra. Pilar e estrutura fundamental da indústria alemã, sendo que a siderurgia, a produção de aço de alta qualidade era a matriz de múltiplas e variadas outras indústrias, na Alemanha e nos outros países em processo de industrialização acelerada. E também do expansionismo ultramarino alemão, com a colonização de África, que a Alemanha também partilhou com as outras potências europeias.
Base da indústria de guerra, da corrida aos armamentos, prenúncio, preparação e sustentáculo da Primeira Grande Guerra. E de outras Guerras… E o mais que estará para vir, que apenas ainda veio o primeiro episódio…
A qualidade técnica. A música. A interpretação dos personagens. Não são artistas que conheçamos, como aliás acontece com as outras séries europeias, excetuando as britânicas, pois nos últimos cinquenta anos a quase monopolização da cultura cinematográfica tem sido exacerbada pelo domínio anglo-saxónico, com especial realce para o lado americano.
E, o enredo?
Neste episódio, a ação decorreu em dois momentos temporais marcantes.
Em 1957, já bem após a 2ª Grande Guerra, em que os Krupp tiveram um papel relevantíssimo. E nos primeiros anos do século XX, 1901 e 1902, antes ainda das Guerras, mas em que as respetivas sementes estavam já lançadas e eram ensaiadas e testadas noutras guerras “menores”. E os armazéns e celeiros dessas mesmas guerras, de ódios assassinos e irracionais, estavam a ser recheados, na corrida aos armamentos. Papel fundamental que a Família desempenhou na Alemanha recentemente unificada, sob a égide imperial, nesse 2º Reich! E, mais tarde, também no terceiro. Mas ainda não vimos nada disso. Não nos adiantemos!
O espaço em que decorre a ação situa-se principalmente na cidade de Essen, ainda hoje um dos pólos industriais da Alemanha da Senhora Merkl, nesta Alemanha reunificada. Cidade situada no Centro Oeste do Estado Alemão.
Na villa Huguel, palácio residência da família, edifício monumental, mas austero; nas indústrias siderúrgicas, com demonstrações do funcionamento das máquinas colossais e do seu grau de precisão minuciosa, visitas de clientes nacionais e estrangeiros, até do Extremo Oriente, que o Japão também iniciava a respetiva industrialização. Visitas que as meninas da família, Bárbara e Berta estavam proibidas de realizar, que segundo a mãe, a fábrica não era lugar para mulheres.
Cenas episódicas em Berlim, no palácio do Kaiser Guilherme II, que os Krupp e o Império andavam entrançados, de braço dado.
Passagens por Capri, ilha italiana, no Mediterrâneo, lugar de descanso, veraneio, sonhos, paixões e devaneios, onde estavam atracados os iates da família.
A narração centra-se em Berta Krupp, jovem solteira ainda, no início do século XX, mas que em 1957, após ter vivenciado e vivido todos os enredos, enlaces e desenlaces da primeira metade do século XX, sofre um ataque de coração, estando a Vida entre cá e lá. Como o seu País também estava na época, Guerra Fria, Alemanha dividida, na linha de fronteira entre Ocidente e Leste.
E, convalescendo, não assumindo a doença, mas sentindo que a “Ceifeira de Gadanha” se aproximava, prepara a sua sucessão no império industrial e vai recordando a sua vida nesse meio século de história familiar, da História da Alemanha e do Mundo, que como sabemos, se entrosam e entrelaçam para o Bem e para o Mal.
Mas tudo isso ainda veremos. Que ela ainda nem ao casamento chegou. Apenas vimos o funeral de Estado do pai, Frederico Krupp, em 1902, a que o próprio Kaiser Guilherme II compareceu, seguindo isolado atrás do caixão, como comandante supremo das Forças Armadas, numa encenação político militar, mas igualmente de consideração e estima pelo industrial a que o Estado tanto devia.
E, a propósito de Berta, lembramos que foi este o nome de batismo dos célebres canhões de longo alcance, que bombardearam Paris na 1ª Grande Guerra.