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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Serangoon Road (TV Serie) - Ep.s 3 … 5, 6, 7

Série Australiana – Singapuriana

 

RTP2

 

Serangoon road in. tvwise.co.uk.jpg

 

A série continua na sua saga, que não é assim tão longa, pois as produtoras, pelos vistos, só lançaram uma temporada, na dimensão mais estandardizada, que são dez episódios!

A ação decorre, quase exclusivamente, espacialmente em Singapura e, de facto, temporalmente em 1964, quando aconteceram os célebres conflitos raciais e religiosos.

O episódio três enquadrou-se, na sua narrativa, no âmbito e no meio dessas ocorrências de conflitos entre as comunidades malaia e chinesa.

 

Sam Callaghan, de origem australiana, mas vivendo na Cidade, à data, ainda em vias de se separar da Federação Malaia, é um de entre os milhares de cidadãos de múltiplas origens, a viverem em Singapura e que irão constituir a base do “melting-pot”, que estruturá a nacionalidade da futura Cidade Estado e é, atualmente, a base da sua identidade.

É o personagem principal, herói da narrativa, sempre em busca de “boas” realizações, membro ativo da firma de detetives,  “Cheng Detective Agency”, dirigida por Dona Patrícia Cheng. (Dona é a forma de tratamento que acho dever atribuir-lhe.)

Su Ling, sobrinha de Dona Patrícia, não sei se de sangue, se por afinidade, é outro dos elementos ativos e imprescindíveis da equipa.

Constituem uma trilogia fundamental e peculiar, irmanada na resolução de casos mais ou menos difíceis, em que se empenham como almas de anjos de bondade e altruísmo, aspergindo um pouco de harmonia num mundo tão desencontrado. Fazem a sua parte no extinguir dos fogos, tal qual o colibri! Sempre na defesa dos mais fracos e dos que “tiveram algum azar na vida”!

Kang, de quem Sam é sócio na firma de import/export, de garrafas de uísque, galinhas, discos dos Beatles e dos Rolling Stones, e do que vier à mão e possa ser transportado no barco da “empresa”, acaba por ser também envolvido nas pesquisas detetivescas, ainda que não seja da sua especial  apetência.

Mas Sam, emparelhado com as suas parceiras, consegue, com a sua bonomia, envolver nas suas pesquisas as personagens mais improváveis.

 

Em cada episódio, empenham-se construtivamente na resolução, pelo lado mais optimista de entre os possíveis, de casos que lhes vão indo parar às mãos na Agência.

Paralelamente, vão progredindo nas pistas sobre a morte de Winston Cheng. Preocupa-os o último caso em que ele estava a trabalhar, questionam-se sobre a eventualidade do envolvimento de sociedades secretas, que era uma premissa que Winston equacionava sempre, não aceitando casos em que elas estivessem enquadradas.

 

Uma das recentes pistas, ou sinal eventual, apresenta-se num relógio de bolso, com foto de um casal, (Winston e Patrícia ?) que uma moça mostra a uma colega, num bar em Chinatown, no final do episódio três.

Ao findar o episódio seis, esse mesmo relógio será deixado, num envelope, à porta da Agência, por uma senhora, encoberta por lenço e sombrinha, um vestido claro, alegre e vistoso, que Dona Patrícia apenas conseguiu ver ao longe, no dealbar da esquina da Rua.

 

Assim se vai desenvolvendo o enredo: resolução de caso peculiar, em cada episódio e avanços, mais ou menos significativos, no caso mais geral.

 

No episódio três, o pano de fundo da temática enquadrou-se nos tristemente célebres conflitos raciais e religiosos, “racial roots”.

O caso particular incidiu nos novelos de um amor impossível, documentado fotograficamente por Winston Cheng, entre um rico empresário chinês, viúvo, James Lin (?) e uma senhora casada, Susana Chong (?), da alta sociedade singapuriana, mulher de um político proeminente.

 

Dona Patrícia Cheng, na sua ânsia de descobrir pistas sobre o assassinato do marido, Winston, e na posse dessas fotografias enigmáticas e parcelares, destemida e serenamente, não receou avançar, num riqueshaw, por entre a turba multa…

E foi mais um conjunto de situações rocambolescas em que os detetives particulares se envolveram… e resolveram.

 

Sempre à espreita, a espionar e espiolhar, estiveram as agências oficiais, CIA e o M16, este na pessoa da raposa matreira, Mrº Miller, que tudo espia e manda documentar fotograficamente.

Mais disfarçadamente, que até agora ainda os não vimos, estarão também os serviços secretos dos russos, dos chineses…

(…)

 

No episódio cinco o assunto principal incidiu sobre a falsificação de um remédio de combate à malária, cujo componente principal era traficado e posteriormente diluído, de modo a surtir menos efeito debelador da doença. Paralelamente, era transacionado no mercado negro, a preços elevados, o remédio original e eficaz, a que só podiam aceder os que tinham posses.

Nesta falcatrua estavam envolvidas, uma empresa farmacêutica de marca e renome, a empresa do marido de Claire Simpson, a West Pacific e todas as empresas a ela ligadas, australianas, americanas, inglesas; um gangue de criminosos, a própria polícia e o M16, central de espionagem inglesa.

O papel de cada um deles era diferenciado e contextualizado, mas estavam todos enrolados no mesmo esquema de falcatrua e corrupção, mais direta ou indiretamente.

 

Para atacar esta tramóia, mais uma vez, esteve a equipa da firma “Cheng Detective Agency”, que, neste caso, teve a colaboração de Claire Simpson, pela primeira vez contactando com a verdadeira realidade de miséria em que viviam os aldeãos que trabalhavam na firma do marido. E para os interesses escondidos em que se moviam os seus detentores.

(…)

“- A senhora expõe-me e eu exponho-a a si.” Disse Mrº Miller, o chefão do M16, para Claire Simpson, quando esta se dispunha a divulgar esses interesses conluiados.

(…)

 

No episódio seis a temática envolveu diretamente a sociedade secreta “Dragões Negros”.

Uma jovem, Hue Lin, neta do ancião do clã e irmã do atual chefe operacional, Kay Song, após dada como desaparecida e as consequentes preocupações dos interessados, foi localizada morta, a boiar num braço de rio.

Paralelamente, junto à porta da Agência, Dona Patrícia encontrou uma caixa de madeira, de transporte de mercadorias, contendo uma criança recém nascida, vivinha da costa.

Terão os dois factos algo em comum?!

(…)

Após Sam ter conhecimento pelo chefe da polícia, Amran, um funcionário chinês, que, apesar da sua condição de policial, sempre consegue ser prestável com Sam, de que a rapariga não morrera afogada, que a morte ocorrera antes, resultante de complicações de parto… os dois factos são ligados pelos detetives e todo um processo de investigação entrou em curso.

E, uma vez mais, a “nossa” “Agência de Detetives Cheng”, resolve o caso o mais satisfatoriamente possível.

(…)

Habitualmente, cada episódio enquadra-se num contexto cultural específico da Cidade e da narrativa e, neste, contextualizava-se em China Town, bairro dos chineses e numa sua festividade, o “Festival Chinês do Espírito Esfomeado”.

E uma criança jurou a pés juntos à sua mãe que vira esse “Espírito Esfomeado” na pessoa de Sam.

(Não admira, pois é mesmo esse ar que ele muitas vezes aparenta. Na cultura ocidental chamar-lhe-íamos “Alma Penada” / “Alma Perdida”!)

 

O episódio sete enquadra-se nas lutas políticas e partidárias, desta fase crucial de Singapura e no papel dos vários agentes e interesses envolvidos. (Não necessária, nem apenas ideológicos, mas também nesta perspetiva e nas lutas geoestratégicas subjacentes, pelo contolo de uma cidade charneira, num espaço em convulsão geopolítica internacional, em plena guerra fria. Confronto entre ideologias e interesses: económicos, financeiros, … envolvendo britânicos, americanos, australianos, russos, chineses, malaios...)

A luta dos independentistas, o papel dos sindicatos, a perseguição aos comunistas, …

 

Neste episódio reaparece o personagem do empresário chinês, do amor impossível pela dama da alta sociedade, James Lim, que pretende que a “Agência Cheng” encontre o irmão, o Professor Lim Chee Kit, acusado de ser o mandante de uma ação bombista, que apenas destruiu, simbolicamente, um brasão da Cidade e cujo efeito mais devastador foi o de ter impedido a ida ao cinema, do parzinho amoroso Conrad - agente da CIA e Sue Ling - agente de “Cheng Agency”.

(…)

Pelo meio vários nós se atam e se desatam, de amores e de amizades.

(…)

 

Aguardemos o episódio oito!

 

*******

 

No esquema central da narrativa, no respeitante ao enredo romanesco, perpassa o namoro entre Claire e Sam, tomando ela, no episódio seis, a decisão de abandonar o marido, para ir viver com Sam, com a sua concordância.

No episódio sete, deu conhecimento do facto ao marido, Frank Simpson, à entrada para uma das habituais festividades na Embaixada Americana (?).

Abandonou todas as suas mordomias, em troca de uma verdade sentimental, dirigindo-se para a casa do amante, Sam. Mal sabia ela, onde ele se encontrava.

Calcorreou o seu calvário, da casa de Sam, para a de Patrícia, da desta para o barco de Kang e do tugúrio deste, para outro ainda mais marginal. Nem mais nem menos, que um opiário, onde Sam jazia adormecido e entorpecido pela droga.

Veremos como ela e ele irão lidar com a nova realidade em que se  envolveram, passando da de amantes clandestinos para hipotético casal de noivos, a viverem à luz do dia e com as mordomias de Sam.

 

Outro romance que se foi delineando, muito timidamente, cheio de incertezas e dúvidas, foi o de Conrad, agente da CIA e Sue Ling, agente de “Cheng Detective Agency”.

No episódio sete essa concretização foi confirmada pelas partes envolvidas, personagens a quem e só a quem deveria interessar e deveria ser selada com uma ida ao cinema.  Deveria, digo eu, porque não chegou a ser…

Que esse namoro mal nasce e já está sentenciado pela ação e prepotência da agência de espionagem inglesa, M16, na pessoa de Mrº Miller

Que chantageia Conrad com o conhecimento comprovativo do passado estudantil falseado de Sue e as ações do jovem namorado, Conrad, para apagar esse passado forjado por um amigo despeitado da rapariga.

 

Veremos no que dá essa chantagem para que Conrad vigie a sua própria agência, CIA e dê informações ao M16!

 

Singapura, pela sua situação geográfica, pelo momento histórico que se vivia, pelos conflitos que no mundo se digladiavam na designada “guerra fria”, ocupava à data, no espaço e no tempo, uma posição de charneira, no contexto geo político, económico e financeiro e era, por isso, um ninho de vespas de espionagem e contra espionagem.

 

*******

 

Para finalizar, abordo a estrutura técnica da narrativa.

 

A sequência técnica da narrativa fílmica assenta sempre no mesmo esquema estrutural.

 

Inicia-se cada episódio com um resumo dos anteriores, apresentando excertos breves, pequenos trechos fundamentais, relevantes para o que será abordado e desenvolvido.

 

Em seguida, um brevíssimo prólogo do episódio a ser apresentado.

 

Posteriormente, surge  o “Genérico” da Série.

 

Inicia-se, então, o “Desenvolvimento” da narrativa do episódio em causa.

 

No final, deixam sempre um prenúncio do que surgirá em episódio posterior.

 

"Serangoon Road" (TV Serie)

Série Australiana – Singapuriana

RTP2 

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Série dramática, numa coprodução australiana – singapuriana: (ABC – Australian Broadcasting Corporation e HBO Asia – Home Box Office).

 

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A ação decorre em Singapura, onde também foram filmados, maioritariamente, os vários trechos. Data de 2013, englobando dez episódios previstos, uma temporada.

 

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O tempo da narrativa situa-se na primeira metade da década de sessenta, em 1964 (?), período conturbado daquela Cidade Estado, situado entre a proclamação das  respetivas “independências”: do Reino Unido e da Federação da Malásia. Saída da administração colonial inglesa, conflitos raciais: “race riots”, surgimento de movimentos comunistas…

Tempos tumultuosos, como aliás têm sido os do pós-guerra, por todo o mundo.

Auge da “guerra fria”, numa região charneira onde se digladiam os campos opostos.

Regiões que haviam sido ocupadas pelos japoneses na 2ª grande guerra, e como foi selvagem essa ocupação no Extremo Oriente (!) Personagens marcadas por essas experiências traumáticas.

 

Mas a série consegue ser otimista nos vários desfechos que foi tendo nos dois episódios que já decorreram.

Deste modo, a RTP2 mudou o rumo das séries, e fez bem em mudar; apresentando esta, ocorrendo no Extremo Oriente, numa zona nevrálgica de entrecruzamento de culturas: chinesa, malaia, indiana, javanesa, ocidental... Com um elenco também multicultural e multirracial.

(De qualquer modo, não posso deixar de questionar, melhor, interrogar-me, sobre esta mudança de “rumo” da RTP2, rendendo-se às grandes produtoras.)

 

Todavia, assim, dá lugar a novas panorâmicas e esta série apresenta-se bastante “luminosa”.

Isto é, algumas das últimas séries europeias,”Amber”, “A Fraude”,“Jordskot”, “A Mafiosa”, “1992”, a que se prevê, “Gomorra”, apresentam, a maioria delas, problemáticas bem realistas e muito importantes de nos mostrar, como denúncia deste atual mundo macabro em que vivemos, mas acabam por não nos dar quaisquer sinais de redenção possível.

Bem sabemos que essa é a Verdade! Mas, nos seriados, uma certa “ilusão” não deixa de embelezar um pouco a narrativa e torná-la mais aliciante e apelativa.

 

E esta série, “Serangoon Road”, traz algum otimismo no conteúdo. Digamos que é uma série “à moda antiga”.

O personagem principal é Sam Callaghan, ator Don Hany. Um “herói” australiano, defensor dos justos e lutando por ideais altruístas, ajudando os elos mais fracos. Tem uma firma de importação / exportação com um parceiro chinês, viciado no jogo, presa fácil nas teias das seitas de jogo chinesas.

Sam também está bem marcado pela sua experiência de vida, que em criança foi preso e torturado pelos ocupantes japoneses.

 

A estrutura global da narrativa gira à volta da morte de Winston Cheng, dono de uma Agência de Investigação, cujo presumível assassinato, a esposa, Patricia Cheng, atriz Joan Chen, quer investigar e descobrir as razões motivadoras, assumindo ela a direção da “Cheng Detective Agency”.

Os fios dessa pesquisa vão-se desenrolando gradualmente, episódio a episódio, mas como é apanágio nestes seriados, só será, supostamente, desvendada a verdade no derradeiro, o décimo. Pouco a pouco, vamos sabendo mais um pouco!

 

Sam Callaghan ajuda, de forma altruísta, a senhora Cheng. E esta o que pretende é que se faça Justiça. Friso esta afirmação, proferida pela senhora, uma chinesa muito bonita e serena. Este ideal é crucial, pois, contrariamente ao que se propala habitualmente nestas filmografias, ela não pretende vingança, mas sim Justiça!

Há uma diferença acentuada na mensagem subliminar.

 

Em cada episódio ocorre um caso particular que a Agência, em que além de Patrícia também trabalha uma sobrinha, Su Ling (?), procura resolver com a ajuda de Sam.

 

No 1º episódio livraram da morte um marinheiro americano, negro, que era acusado injustamente, por outros marinheiros, brancos, de outro ramo da armada americana, da morte de um colega branco, de quem ele era o melhor amigo.

Graças a Sam, ao seu colega da firma e à empresa de detetives, ele foi salvo da morte por afogamento a que os verdadeiros culpados o haviam destinado.

 

No 2º episódio, uma senhora chinesa que fora casada em Singapura, também com um chinês, até 1942, data da invasão japonesa, regressou da China, em 1964, à procura do marido que entretanto se casara com uma javanesa, de quem tinha uma filha.

Só neste parágrafo se vê a complexidade da narrativa que eu estou a simplificar.

Cabe explicar que à senhora, na sequência da invasão pelos nipónicos, o marido enviou-a para a China, para junto dos pais, na expetativa de a poupar das atrocidades dos invasores. Entretanto a guerra acabou em 1945, a China, sujeita às mudanças ocorridas, fechou as fronteiras e a senhora ficou lá retida, só tendo conseguido fugir quase vinte anos depois.

Ao regressar de barco a Singapura e a salto, como se costuma dizer e literalmente falando, a senhora deparou-se com muitos obstáculos que, mais uma vez, Sam e a sua equipa conseguiram resolver a contento e de forma positiva.

 

E deprende-se ser esta a característica do enredo da série.

Vão surgindo situações mais ou menos complexas em cada episódio, que vão sendo resolvidas positivamente, enquanto aos poucos, também se vai destrinçando o enredo fundamental.

 

Resta dizer que o “Herói”, como qualquer um que se preze, também tem uma namorada, melhor, “um caso”, com uma senhora casada, Claire Simpson, não sei ainda se inglesa se americana, esposa de Frank Simpson, negociante, que se ausenta frequentemente em viagens.

Oportunidades para Sam e Claire irem pondo o amor em dia, que, afinal, moram na mesma Rua, Serangoon Road, que intitula o seriado e que fica entre “Little India”, bairro de indianos e “Kallang”, bairro residencial. Como eles se irão desenvencilhando deste novelo, veremos…

 

Panoramic_view_of_Serangoon_Road,_Little_India,_Si

 

Nos subterrâneos da narrativa e da vida da cidade e da rua, uma seita de chineses, “O Dragão Vermelho”, numa estrutura de clã, que controla o jogo e os “negócios”, naquela parte da Cidade.

 

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Ainda ligado ao campo das investigações, noutra perspetiva, mas também colaborando, encontramos Macca, ator Tony Martin, jornalista australiano, amigo de Sam, ajudando-se mutuamente, trocando favores recíprocos.

 

Naquele espaço e contexto temporal, não pode faltar um agente da CIA, Conrad Harrison, ator Michael Dorman, jovem agente que, além das investigações inerentes ao seu cargo, também investiga sobre a possibilidade de arrastar a asa à sobrinha de Patricia Cheng, cujo nome ainda não tenho a certeza.

 

E tendo sido Singapura uma peça imprescindível do “British Empire”, e recentemente independente, não podem faltar os representantes de Sua Majestade, arrumando as malas, de regresso a casa.

 

E, por agora, é o que posso perorar sobre a narrativa da série.

Já há muito tempo que não escrevia sobre séries, ainda pensei escrever sobre “1992”, mas preguicei.

Recomecei com esta nova, que só ainda decorreram dois episódios. Que acho divertida de acompanhar. E apetece-me, e faz bem, seguir uma temática assim um pouco mais ligeira do que tem sido habitual nos últimos tempos.

 

Acompanhe-me também nestas narrações, se faz favor!

(As imagens têm registadas as respetivas fontes. As dos bairros são atuais, não são da época. Se quiser ver algo da época, faça favor de consultar este vídeo. Obrigado pela sua atenção e paciência.)

 

http://aquem-tejo.blogs.sapo.pt/serangoon-road-tv-serie-episodios-8 e 9

 http://aquem-tejo.blogs.sapo.pt/serangoon-road-tv-serie-10 episodio

“Duas Vidas” - Filme Alemão - Norueguês

Estilhaços das Guerras

 

“Sete Vidas” ou “Matrioska Alemã”

A abertura da “Caixa de Pandora”!

 

Não posso de deixar de tecer alguns comentários sobre o filme supra citado, que foi transmitido na RTP1, no passado sábado, dia 20 de Fevereiro.

 

"Duas Vidas" in. moviesense.wordpress.com

Filme dramático, alemão - norueguês, de 2012, de Georg Maas e Judith Kaufmann; com Juliane kohler, Sven Nordin, Liv Ulman, Ken Duken, Julia Bache-Wiig...

 

Katrine, papel desempenhado por Juliane Kohler, alemã, fugida da ex-RDA – República Democrática Alemã, Alemanha de Leste, ao tempo da Cortina de Ferro, é, supostamente, uma “Lebensborn” - crianças nascidas do relacionamento entre soldados alemães e mulheres norueguesas, ao tempo da invasão e ocupação hitleriana da Noruega, 1940/1945.

Levada, como muitas outras destas crianças para a Alemanha ainda durante a II Grande Guerra, após o término da mesma, teria ficado na parte Leste, ocupada pelos soviéticos e que daria origem à designada R. D. A.

Aí teria sido criada num orfanato, destinado a essas crianças.

Teria fugido da Alemanha de Leste, já em adulta, já após a construção da Cortina de Ferro e do Muro de Berlim, portanto nos anos sessenta do século XX, à procura da mãe, na Noruega. Essa fuga foi encetada de barco, de uma ilha remota da Alemanha de Leste, para a Dinamarca.

Aí terá chegado e daí terá ido para a Noruega, onde terá encontrado a suposta mãe, que a recebeu como filha.

Na Noruega constituiu família com um oficial da marinha de guerra norueguesa, teve uma filha e inclusive sendo já avó, à data da narrativa: anos noventa do século XX. Já após a Queda do Muro de Berlim, da Cortina de Ferro e da Reunificação Alemã!

 

Toda a estrutura narrativa é condicionada pela suposição de que Katrine seria uma “Lebensborn”. E este é o pressuposto da história do filme, da história de vida daquela mulher, daquela família.

Mas tudo isto é uma suposição.

Um pressuposto que vai sendo questionado durante o filme, na sequência de um julgamento internacional contra o Estado Norueguês, sobre esta situação das “Lebensborn”.

 

E o que se vai descobrir sobre Katrine?!

Pois, por confissão da própria, perante os familiares, marido, filha e suposta mãe, todo esse passado foi forjado, sendo ela, de facto, uma alemã, cujos pais terão sido mortos durante um dos bombardeamentos da II Grande Guerra, efetivamente criada num orfanato, mas não uma “Lebensborn”.

Mas sim agente da “Stasi”, a temível e pérfida Polícia Secreta da ex-RDA!

 

Imagine-se a bomba entre os familiares!

 

Toda aquela vida daquela família, com base naquela mulher, fora estruturada em mentiras sucessivas que foram sendo pouco a pouco afloradas e reveladas, na sequência do julgamento.

 

Esta é uma sinopse muito sintética deste filme tão dramático. Excelente! Merece ser visto e revisto.

 

E até onde vai todo esse desenrolar de acontecimentos, em busca da Verdade? Esse “descascar de cebola” da vida daquela mulher, esse abrir da caixinha das matrioskas, em que dentro de uma boneca vai surgindo sempre uma outra boneca?! Vidas dentro de vidas, sete vidas! O abrir da “Caixa de Pandora”!

 

Como pudeste viver com estas mentiras todas ao longo de todos estes tempos?!’ Ter-lhe-á perguntado o marido.

Graças ao vosso Amor! Nunca ninguém me amou na vida, além de vós!’ Ter-lhe-á respondido Katrine.

Mas será esse Amor suficiente e capaz de continuar a sustentar aqueles elos familiares, aquelas vidas? A sua Vida?!

 

Katrine decidiu ir-se denunciar, só, apresentando-se à Polícia Norueguesa.

E foi nesse trajeto na estrada, numa suposta paisagem típica norueguesa, que nunca fui à Noruega para saber, mas que imagino... Em plano de fundo, um fiorde, as faldas das montanhas graníticas, uma luz coalhada de cobres ensanguentados, uma estrada serpenteante e arrefecida de gelo... Nessa via sinuosa, uma falha nos travões, uma derrapagem no asfalto gelado, um guinar do carro, o sair do alcatrão e o embate nos rochedos! E, a breve trecho, o carro a incendiar-se.

Morte trágica, que a Vida fora uma tragédia. Fogo, incineração, cremação. Libertação e expiação.

Que não seria mais possível continuar a viver nem a sustentar tantas mentiras!

Tantas questões que a narração nos coloca. Inquietantes e perturbadoras!

Suscito mais uma interrogação: Terá havido uma derrapagem acidental ou foi ela propositada e perpetrada por Katrine?!

 

Também poderia subintitular este filme como “Estilhaços das Guerras”.

 

Que esta história, com um fundo verdadeiro, faz parte da História das  Guerras: da II Grande Guerra e da Guerra Fria.

 

Para além do contexto de destruição que todas as Guerras promovem, enquanto decorrem: mortes de milhões de seres humanos e de outros seres vivos, destruição de bens, estruturas e serviços, de modos de vida... ainda continuam, mesmo após o seu término, a destruir, a problematizar as vidas dos inocentes, que querem viver em Paz!

 

Mas terá alguma vez, o Ser Humano, supostamente o Ser Mais Inteligente à face da Terra, alguma vez terá o bom senso para perceber que as Guerras não levam a lado nenhum?! Que as armas apenas destroem o que tanto custou a ser criado?!

Que não faz sentido continuar a produzir armamento apenas para destruir?!

Que as Guerras são cada vez mais destrutivas e de consequências cada vez mais globais e incontroláveis?!

 

Atente-se no que vivemos atualmente, nesta mesma nossa velha Europa!

1975 - 2015: Passaram-se quarenta anos!

 Ainda a propósito de “Mad Men”. 

E de um acontecimento de 1975.

 

E volto ao blogue e ao post em que abordei um acontecimento real ocorrido em 1975, a propósito dos “Homens Loucos” de Madison Avenue, N. Y. C., “Mad Men”. E dos computadores, na altura uns verdadeiros “monstros”, não só na forma, como no conteúdo, pela perspetiva de como eram vistos e percecionados, mesmo por quem lidava de perto com eles nos escritórios, mas não sendo especialista no assunto. Mais ainda para quem era completamente desconhecedor das suas funcionalidades e modus operandi.

Agora em que, a propósito de alguns acontecimentos mediáticos da política portuguesa atual, tanto se tem falado de 1975

 

Gostaria de deixar registado neste blogue alguns aspetos relevantes de algumas mudanças significativas deste Portugal de início século XXI, 2015, relativamente a esse findar do 3º quartel do século XX, 1975.

 

Neste Portugal atual, e apesar da tão apregoada Crise, vive-se significativamente melhor do que nessa data já longínqua de setenta e cinco.

Em termos de Consumo, os portugueses têm genericamente acesso a um cabaz de compras de bens mais ou menos essenciais muito mais vasto e diversificado não só pelos bens suscetíveis e acessíveis à sua bolsa, como pela existência e proliferação de locais de compra. Tanto de bens de consumo imediato, como duradoiro.

Vivemos numa Democracia consolidada. A Liberdade também é um Valor inquestionável!

O acesso a bens e serviços englobados no contexto da Educação, da Saúde, da Habitação, é um Direito também estruturado. Apesar de algum retrocesso que se tem verificado nomeadamente no campo da Saúde, face ao que já adquiríramos entretanto.

Portugal vive em Paz, apesar dos medos que hoje se sentem e pressentem, resultantes do alastrar à Europa de Guerras, que, até há poucos anos, pareciam confinadas a Países distantes… Que não deixavam de ser Guerras por isso…

 

in. escreveretriste.jpg

 

Estas são algumas situações em que, no plano interno, se constatam diferenças positivas relativamente há quarenta anos atrás.

 

E, no plano externo?!

 

Constate-se.

Portugal está integrado na União Europeia.

Faz parte da Zona Euro.

Não existe o “Muro de Berlim”, apesar de muitos outros muros que têm sido criados, por esse mundo afora. Físicos e psicológicos, culturais e sociais…

Não existe “Cortina de Ferro”.

Não existe “Pacto de Varsóvia”.

Não existe a URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas!

 

Thefalloftheberlinwall1989 in wikipedia.JPG

 

Vivemos num Mundo substancialmente diferente, mas…

Em que apesar de a designada “Guerra Fria” ter terminado, vivemos atualmente numa tensão e medo ainda maior. Em que a “Guerra” atual, há quem fale que vivemos numa “Terceira Guerra Mundial”, uma Guerra com contornos diferentes das anteriores, em que essa “Guerra” invadiu diretamente a Europa. E indiretamente chegou ao Continente Europeu através dos refugiados das Guerras por essas Áfricas e Médio Oriente.

 

E quem “produziu” essas “Guerras”?

Quem as alimenta com armas de todos os tipos?

Quem as financia?!

E com que fins?!

Quem as semeou e continua a sustentar, a adubar e fertilizar, com armas, munições, tanques e explosivos e carne para canhão de tantos inocentes?!

E quais os meios utilizados para obtenção de dinheiro para sustentar essas “Guerras”, umas “Grandes” e outras pequenas?

 

in imdb.com

 

Por vezes questiono-me e lembrando a “Família Krupp”, e a “Queda do Terceiro Reich”, se as pessoas que de facto alimentam as guerras, produzindo e financiando o armamento, mas vivem afastadas dos locais de conflito, quando ocorrem situações como as que têm acontecido por essa Europa, não se interrogam sobre o seu papel no Mundo…! Sobre a sua ação destrutiva da Humanidade!

 

E voltamos ao ponto de partida.

Vale a pena comparar 1975 com 2015?!

Apesar do pessimismo recente, vivemos ou não num Portugal substancialmente melhor?!

É ou não possível haver em Portugal abertura a novas e diversas perspetivas de “conduzir” este barco “Portugal” a bom porto?!

Que não faltarão as tempestades, os ventos alterosos, as borrascas…

 

Ah! E não posso esquecer o Imperialismo!

E o Imperialismo ainda existe ou não?!

Os Estados Unidos da América continuam a ser uma nação imperial, mesmo e apesar de terem um Presidente Obama?

E a Rússia, a nova Rússia, continua a ser também um Estado imperial, como o foi a antiga U.R.S.S., talvez o maior império à face da terra? Tal como fora também um império a antiga Rússia czarista?!

E o Reino Unido? E a França? E a Alemanha? São ou não nações imperialistas ou vivem apenas na nostalgia dos respetivos impérios passados?!

E a China?! É a terceira potência militar mundial, já detentora de enorme poder e liquidez financeira, “proprietária” e “co-proprietária” de variados setores estratégicos por esse Mundo fora, a nação mais populosa, com “colonos” espalhados também por todo esse Mundo, ocupando setores variados, talvez a maior produtora e fornecedora de bens utilitários de maior ou menor préstimo, mas que os Ocidentais, na sua febre consumista, tudo compram...

E o imperialismo das grandes multinacionais, dos grandes grupos financeiros, das grandes petrolíferas?!

(…)

E voltamos a interrogar:

O Imperialismo continua a existir ou não?

E Portugal e os Pequenos Países podem ou não tomar decisões e tomar conta do seu Destino fugindo às garras do Imperialismo?!

 

E com esta pergunta nos ficamos, por Hoje!

E terei esquecido o E. I.??!!

 

 NOTA Final:

HOJE, dia 24/11/2015, tomei conhecimento deste texto publicado na Revista "Visão" sobre o "financiamento" desta "Guerra" em curso.

Imprescindível LER!

 

“A Família Krupp” - Série Alemã - Teil I

“A Família Krupp” 

 

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RTP2 – Episódio I

3ª Feira – 13/10/15

 

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A história de uma Família, entrosada na História e outros considerandos de maior ou menor relevância…

 

Foi transmitido ontem, dia 13 de Outubro, 3ª feira, o 1º episódio desta série alemã sobre esta célebre família de industriais, ligados ao nascimento da indústria no território alemão, desde inícios do século XIX. Industriais produtores de aço, indústria siderúrgica. "Aciaria!"

 

A visualização da série era para ter-se iniciado anteontem, 2ª feira, mas devido a um problema técnico na RTP2, a emissão foi interrompida. Facto de que, ontem, antes do início da emissão pediram desculpa.

 

E eu que pensara que era um problema apenas da minha TV, que, de vez em quando, me prega essa partida.

Foge a imagem ou fixa-se parada numa cena qualquer, esquecida do que vem a seguir, é como se tivesse lapso de memória visual. Depois, desfoca-se, abala o som, desfaz-se em cores abstratas como se ensaiasse uma pintura de Vieira da Silva, até que foge também a cor, aparece um “sem sinal” e a sigla “Ext”, ou qualquer coisa assim parecida e era uma vez…

Mas esta situação é comum em diferentes TVs que usam essa tecnologia TDT, que nem sei o que significa e, periodicamente, ocorre em variadas localidades por esse País fora.

Mas continuamos a pagar sempre a taxa áudio visual, na fatura da eletricidade. O que ainda não vi foi que, num mês ou até mais, na fatura não viesse esse valor acrescentado à despesa. Um aviso tal como: “Este mês não paga taxa audiovisual, porque a TV nem sempre se porta bem!”

 

Mas a quem é que nós nos podemos queixar?! Já o fiz para o Provedor do Cliente, mas não tive qualquer resposta!

 

A forma como este negócio das telecomunicações funciona, das várias operadoras, dos vários meios de comunicação, das várias televisões, dos media e das ligações e interligações entre eles, da concorrência feroz, da manipulação da opinião pública, o seu “modus operandi” deixa muito a desejar…

 

Mas vamos ao que titula o post.

 

Ainda bem que foi um problema geral.

Assim alteraram a programação e apresentaram o 1º episódio da série.

 

Acho que vale a pena seguir. As temáticas que aborda. A História da Alemanha por mais de meio século, desde o início do século XX. Os ambientes e ambiências retratadas. Os conflitos e paixões, o entrosamento entre a vivência desta família e dos seus trabalhadores como se fossem uma grande Família, mas cada um no seu lugar, que cada rato tem seu buraco.

E, nesta família, vão-se descobrindo muitos buracos.

A ligação umbilical ao Poder, sendo também eles parte e suporte desse mesmo Poder. Em determinados momentos competindo de igual para igual.

O seu suporte desse mesmo Poder Político e Militar. E Económico. Base do desenvolvimento e poderio, primeiro da Prússia, potência continental emergente no século XVIII, e cujas guerras com a Áustria e França sustentou, ainda em meados do século XIX, consolidando esse estatuto de potência continental.

Depois da Alemanha, a partir da sua constituição como Estado unificado, em 1871, precisamente após a vitória sobre a França, na Guerra Franco-Prussiana. Base económica do Império Alemão até à 1ª Guerra. Pilar e estrutura fundamental da indústria alemã, sendo que a siderurgia, a produção de aço de alta qualidade era a matriz de múltiplas e variadas outras indústrias, na Alemanha e nos outros países em processo de industrialização acelerada. E também do expansionismo ultramarino alemão, com a colonização de África, que a Alemanha também partilhou com as outras potências europeias.

Base da indústria de guerra, da corrida aos armamentos, prenúncio, preparação e sustentáculo da Primeira Grande Guerra. E de outras Guerras… E o mais que estará para vir, que apenas ainda veio o primeiro episódio…

 

A qualidade técnica. A música. A interpretação dos personagens. Não são artistas que conheçamos, como aliás acontece com as outras séries europeias, excetuando as britânicas, pois nos últimos cinquenta anos a quase monopolização da cultura cinematográfica tem sido exacerbada pelo domínio anglo-saxónico, com especial realce para o lado americano.

 

E, o enredo?

 

Neste episódio, a ação decorreu em dois momentos temporais marcantes.

 

Em 1957, já bem após a 2ª Grande Guerra, em que os Krupp tiveram um papel relevantíssimo. E nos primeiros anos do século XX, 1901 e 1902, antes ainda das Guerras, mas em que as respetivas sementes estavam já lançadas e eram ensaiadas e testadas noutras guerras “menores”. E os armazéns e celeiros dessas mesmas guerras, de ódios assassinos e irracionais, estavam a ser recheados, na corrida aos armamentos. Papel fundamental que a Família desempenhou na Alemanha recentemente unificada, sob a égide imperial, nesse 2º Reich! E, mais tarde, também no terceiro. Mas ainda não vimos nada disso. Não nos adiantemos!

 

O espaço em que decorre a ação situa-se principalmente na cidade de Essen, ainda hoje um dos pólos industriais da Alemanha da Senhora Merkl, nesta Alemanha reunificada. Cidade situada no Centro Oeste do Estado Alemão.

Na villa Huguel, palácio residência da família, edifício monumental, mas austero; nas indústrias siderúrgicas, com demonstrações do funcionamento das máquinas colossais e do seu grau de precisão minuciosa, visitas de clientes nacionais e estrangeiros, até do Extremo Oriente, que o Japão também iniciava a respetiva industrialização. Visitas que as meninas da família, Bárbara e Berta estavam proibidas de realizar, que segundo a mãe, a fábrica não era lugar para mulheres.

Cenas episódicas em Berlim, no palácio do Kaiser Guilherme II, que os Krupp e o Império andavam entrançados, de braço dado.

Passagens por Capri, ilha italiana, no Mediterrâneo, lugar de descanso, veraneio, sonhos, paixões e devaneios, onde estavam atracados os iates da família.

 

A narração centra-se em Berta Krupp, jovem solteira ainda, no início do século XX, mas que em 1957, após ter vivenciado e vivido todos os enredos, enlaces e desenlaces da primeira metade do século XX, sofre um ataque de coração, estando a Vida entre cá e lá. Como o seu País também estava na época, Guerra Fria, Alemanha dividida, na linha de fronteira entre Ocidente e Leste.

E, convalescendo, não assumindo a doença, mas sentindo que a “Ceifeira de Gadanha” se aproximava, prepara a sua sucessão no império industrial e vai recordando a sua vida nesse meio século de história familiar, da História da Alemanha e do Mundo, que como sabemos, se entrosam e entrelaçam para o Bem e para o Mal.

Mas tudo isso ainda veremos. Que ela ainda nem ao casamento chegou. Apenas vimos o funeral de Estado do pai, Frederico Krupp, em 1902, a que o próprio Kaiser Guilherme II compareceu, seguindo isolado atrás do caixão, como comandante supremo das Forças Armadas, numa encenação político militar, mas igualmente de consideração e estima pelo industrial a que o Estado tanto devia.

E, a propósito de Berta, lembramos que foi este o nome de batismo dos célebres canhões de longo alcance, que bombardearam Paris na 1ª Grande Guerra.

Mas também lá irão, digo eu!

 

 

 

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