Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
O Jardim – Parque da Gulbenkian é um oásis em Lisboa.
Surpreendente a floresta criada no meio da Cidade. (A Praça de Espanha também está bastante diferente, mas ainda não deu para uma apreciação global e avaliativa. Mas, na questão de circulação automóvel, pareceu-me melhor. Mas ainda terei que ajuizar com mais atenção.)
Voltemos à Gulbenkian e apreciação do coberto vegetal do Jardim. Alguns aspetos de pormenor e outros de por maior. De algumas plantas conheço nome vulgar, de outras não. Nomes científicos, mais corretos, em latim, não conheço. Lamento!
A foto de capa: Roca da Velha
Imagem de por maior: Canavial, de Canas da Índia
Lantana
Roseira florida.
Rosas muito bonitas existem no Roseiral da Gulbenkian. Mas perdem muito do fulgor dos roseirais, porque o arvoredo que limita o espaço a sul – sudoeste cresceu imenso e priva-as de luz solar. Digo eu… Jardim ou parque sem roseiral, não é jardim nem parque, em Portugal!
Azevinho
Acanto
As imagens seguintes são de plantas cujo nome desconheço.
Sabe os respetivos nomes?!
Se souber, agradecemos que os nomeie, Se Faz Favor!
Afinal, o caril não era de gambas, mas de camarão. Correção feita!
Chegados ao Jardim para o piquenique, depressa os preconceitos voaram. O que mais havia era gente a piquenicar. As mesas junto aos eucaliptos estavam ocupadas, precisamente com pessoal a comer. Os bancos em redor, vários deles, em idêntica funcionalidade. Pela relva, também havia grupos, na função digestiva. Debaixo das sombrosas árvores, várias pessoas observei, comendo.
Um dos preconceitos: o “cesto do supermercado”. No final da visita, observaria um senhor, todo descontraído, com um desses cestos a tiracolo, onde levava o que sobrara do piquenicar que ele e a família haviam feito num dos bancos de cimento, debaixo dos eucaliptos!
Não tenho memória, se antes da eclosão da pandemia, era costume ver-se tanto pessoal a almoçar pelo parque. A hora de almoço costumávamos passá-la nessa função.
Comemos, piquenicando, divertimo-nos e tivemos direito a sobremesa, após termos arrumado os apetrechos, conforme foto do postal anterior. Não deixámos restos, nem papéis. Não demos nada, nem aos pombos, nem aos patos, que, gulosos, nos abordaram, enquanto comíamos. Seguimos as instruções que nos interpelam logo à entrada leste do parque, junto ao Centro Interpretativo Ribeiro Teles, conforme foto documental.
Foi precisamente na gelataria que pedimos a sobremesa. Por mim, decidi-me por gelado de alfarroba, nunca havia provado. Gostei. Sou guloso! Mas também houve de morango e de chocolate. Para mim, triviais.
E houve direito a café, para quem quis, com ou sem açúcar! Em chávena. Havia quem não bebesse assim café, há imeeennso tempo! Na bandeja, levei-os para a sombra do exterior, que no espaço interior, apenas se podia ficar tendo o tal certificado. Devolvi a bandeja à origem, claro!
Uma tarde muitíssimo bem passada. Passeata no jardim. Exercícios, à moda olímpica. Aproveito para felicitar os nossos atletas, os medalhados e os não medalhados, que também se esforçaram para tal.
O Jardim oferece excelentes sombras, nalguns locais, verdadeira floresta temperada, sempre bem irrigada. Ouve-se a passarada. Pareceu-me rouxinol, quando chegámos. Gaio também me pareceu no seu “grasnar”?
Não me atrevi a visitar a exposição na galeria principal.
O candeeiro da “prima” Joana está exposto num dos átrios principais. É tão grande que não passa nada despercebido.
A fila para o museu manteve-se sempre crescida até depois das cinco, quando partimos. Também não queríamos visitar. Já o fizemos por diversas vezes.
As esplanadas, a do restaurante do Museu e a do Centro Interpretativo, estavam cheias.
A quase totalidade do pessoal andava de máscara, aonde ela era devida. Nós, inclusive.
No final da visita, encontrámos este casal, bem simpático. Entre oitenta e noventa. Com a devida autorização, fotografei-os. Não costumo colocar, no blogue, fotos com Pessoas. Mas não resisto a esta. Há sempre uma excepção, o que só confirma a regra.
Também fotos de plantas. Esta de uma plantinha minúscula. Para contrapor ao tamanho do candeeiro da “prima”! Há beleza e harmonia em toda a Arte. A natural e a humana, que “copia” a da Natureza?!
Ontem, 1 de Agosto de 2021, entrámos em espírito de férias. Olha, que grande admiração, ó meu! Dirá. Agosto é mês habitual de férias, vacanças, holidays…
Sem dúvida! Mas para quem está “reformado”, serão férias todo o ano… Todavia, fica sempre essa reminiscência. Mas, se para o núcleo familiar fundamental a situação habitual é essa, há quem tenha tido e irá continuar a ter, um ano de muito trabalho e compromissos. Por etapas, que vão sendo concluídas. Adiante…
Resolvemos fazer algo diferente. E o quê?!
Já não íamos à Gulbenkian - Lisboa, há mais de um ano. Desde antes da pandemia. Aos domingos, costumávamos ir com alguma regularidade, desde há cerca de trinta anos!
As saudades de passear no jardim – parque, ainda mais de ir almoçar ao restaurante do Centro de Arte Moderna, são mais que muitas.
Mas o Centro está em obras, acabarão lá para 2022? E o restaurante reabrirá?! E o que será feito do Pessoal sempre tão simpático e atencioso?! (Saudações cordiais!)
Bem… E se fossemos fazer um pique nique no Jardim?! Ideia lançada no sábado e prontamente aceite em família.
Confesso que tinha algum preconceito, apesar de achar a proposta excelente. Como estaria o ambiente? A vivência humana? Será que pareceríamos uns extraterrestres?! E o que levar para comer? E como? E onde comer? Como abancar?!... Aquelas dúvidas que nos assaltam e moem, perante algo inusitado.
(E essa coisa da Covid?!)
Tomada a decisão, aceite, passámos à concretização.
O principal: a comida. Decidimos juntar dois em um. Encomendar no "Nepalês", que é como o nomeamos. Mas cujo nome de batismo é “Everest Montanha”!
Um restaurante, com esta origem e comida condizente, situado na Avenida do Brasil – Lisboa. Apreciamos a paparoca. Caril de gambas, sem picante, que ao natural já pica. Arroz basmati, uma delícia. E pão. Um com alho! (Ai o Quim Barreiros!)
De véspera, havíamos aprontado os apetrechos: toalha, guardanapos, talheres, garrafas de água, recipientes para acondicionar os alimentos e sacos para levar a comida e acessórios. (Não queria levar um daqueles sacos das compras dos supermercados.)
Bem! Ficaram algumas imagens ilustrativas e abordarei pormenores noutro postal.
Posso dizer que foi ótimo. Achámos um piadão. A comida era excelente. Comemos muitíssimo bem. Até tivemos sobremesa e digestivo.
(Aventure-se também num piquenicar num Jardim, perto de sua casa. Ou longe!)
Ah! E, neste dia muito especial, também tivemos o grato prazer de rever dois Amigos que não víamos, desde antes da eclosão da pandemia. O João e a Fatinha! Valeu!
Este postal, que é o nº 900, é dedicado a todas as Mães.
Entre todas, a minha MÃE, e todas as Mães que conheço.
A todas as Mães Biológicas e a todas as Mães de Afeto.
Que, “Parir é Dor, Criar é Amor”.
Ilustrado com bonitas rosas do “Quintal”. Um verdadeiro Jardim. Ademais em Maio!
Não conheço o nome de todas estas variedades de rosas. Das que sei, intitulo-as.
“Rosa de Alexandria.”
Li, em “Silêncios”, também ser chamada “Rosa de Damasco” ou “Rosa Damascena”.
(A Roseira Mãe resultou de um bacelo que colhi no quintal de uma vizinha, Srª Sofia. Em boa hora o fiz. Atualmente, outro vizinho fez do quintal um curral de cabras… não sendo preciso dizer mais… era uma vez uma roseira de rosas de Alexandria.)
“Rosas de Cheiro”
É assim que as designo. No blogue referido, “Silêncios”, também vêm referenciadas.
São muito olorosas, multiplicam-se com facilidade, dão imensas flores, aos magotes. As roseiras podem crescer bastante, até mais de dois metros de altura. Trouxe-as de uma das várias hortas, próximas da “Ribeira das Caldeiras”, onde havia bastantes, parecendo quase espontâneas. Quero recolher rebentos, para construir uma sebe no “Chão”.
“Rosa do Apeadeiro da Mata”
Esta rosa, muito bonita e também em tonalidade para o vermelho, desculpem-me os sportinguistas (!), vem de uma roseira que havia no Apeadeiro da Mata, junto à casa da guarda da passagem de nível, de onde cortei um ramo, que abacelei no quintal. Há mais de trinta anos. Floresce lindamente. Não sei o nome. Assemelha-se às anteriores.
Rosa Gallica (?) – “Rosa da Gulbenkian”
A roseira obtive-a por semente, a partir de frutos colhidos na Gulbenkian. Semeei no quintal, há 3 ou 4 anos. Ainda está pequena, mas este ano já floresceu lindamente.
Rosas cujo nome desconheço.
Fazem parte de um conjunto de roseiras diversas, que comprei em supermercado, para aí há quarenta anos. Bem bonitas, como todas as rosas. A roseira também dá muitas flores, em magote. Não cresce muito.
“Rosa de Santa Teresinha”
É assim que a conheço, nome comum em várias localidades. (Gosto de saber o nome vulgar das plantas, em diferentes locais e para isso costumo perguntar.) É também muito cheirosa, produz imensas flores, em diferentes épocas do ano. Obtive-a por bacelo, que colhi de um qualquer quintal, em Almada, há mais de dez ou quinze anos. Faz-se uma planta grande, por isso a corto com alguma frequência.
Rosa Branca, cujo nome também desconheço.
Deu-ma um Srº da empresa de condomínio de Almada. Há menos de dez anos.
“Rosas de Nossa Senhora” ou “Rosas da Minha Avó”
A respetiva roseira é proveniente de um rebento que trouxe do quintal da minha “Avó Carita”, onde sempre conheci um exemplar desta roseira. Cresce bastante, dá para constituir trepadeira, sebe, molda-se com facilidade. Dá imensas, imensas rosas, branquinhas, muito compostas, extraordinariamente bonitas.
Espero que tenha gostado. Como todas as rosas, são de roseiras com espinhos. Coisas da vida.
Mas antes vou cronicar sobre este confinamento. E pássaros…!
Mais um sábado de confinamento. O mesmo silêncio estranho. Por um lado, agradável, mas também algo inquietante e até opressivo. Os donos de cães são dos poucos transeuntes. (A sujarem os passeios, não todos os donos, mas um número significativo deles.)
As aves não querem saber. Fazem as suas vidas, voando. Já basta as desgraçadas que têm de estar permanentemente confinadas em gaiolas.
Não entendo quem diz gostar de animais, para ter pássaros sempre presos! Além das tradicionais aves exóticas e canoras, há gerações enfiadas em prisões de arame…há quem tenha corvos, sim! Corvos! Melros, enfiados em estruturas aramadas. Permanentemente! Se isto é gostar de animais, vou ali, já venho.
(Acho que este confinamento a que estamos sujeitos, esta reclusão forçada deveria provocar-lhes reflexão. Digo eu. Sei lá!)
O intrigante pássaro preto, do tamanho de pardal, saltitante; que parece querer interagir connosco, que faz ninhos em parapeitos, algerozes, estruturas de telhados; com a parte inferior da cauda arruivada, que com a dita cauda, parece fazer uns tremeliques… bem, parece que já sabemos o nome.
E, por agora, fico por aqui. Ainda escreverei sobre O Natal.
A foto não é da minha autoria. Não tenho competência, nem meios, para fotografar aves, sempre tão fugidias. (In. Avifauna / Jardim Gulbenkian.pt!) (Que saudades!)
Entrámos ontem, 23h., novamente em confinamento. Esperemos que o nº de casos novos diminua. Que os dados de hoje apontam para mais de seis mil!
(Ontem, ao final da tarde, princípio da noite, o trânsito provindo de Lisboa, na direção sul, era imenso. Quererá dizer que muito boa gente saiu para aproveitar o fim de semana alargado? Quando regressarão? Esperemos que não aumentem os casos!)
Pondo um pouco de lado estas questões de Covid e, para descontrair, publico um postal dedicado a jardins e rosas.
Já tenho abordado que nos nossos jardins e parques faltam roseirais.
(Rosas de Santa Teresinha)
Temos um clima magnífico, pelo menos no Sul, no Centro e mesmo na maior parte das regiões do Norte. Em Portugal, as roseiras dão-se muito bem e florescem durante quase todo o ano, embora os meses de exuberância sejam Abril e Maio, auge da Primavera.
(Em Portugal, há algumas dezenas de anos, virou moda arrelvar quase tudo quanto é espaço de parques e jardins. É importante, mas a relva exige muita manutenção, imenso gasto de água. Faz sentido haver esses espaços livres, mas podiam deixar crescer a vegetação herbácea natural, cortando-a periodicamente e deixar seguir o curso habitual das estações. Poupava-se imensa água!
E, vendo bem, como estão atualmente a ser usados os espaços relvados, verdejantes?! Observe com atenção, SFF, e veja bem onde coloca os pés, caso entre nesses espaços, há alguns anos tão convidativos para se correr e brincar com as nossas crianças…)
Deixemos estas considerações e voltemos às rosas.
São, na quase totalidade, do quintal, plantadas por mim, a grande maioria, a partir de bacelos que vou obtendo nos mais diversos lugares por onde passeio. Algumas roseiras deram-mas, caso da que se segue, de rosas brancas. (As roseiras das duas rosas anteriores, comprei-as.)
A seguinte, designo-a por Rosa de Cheiro, exatamente pelo perfume. É de roseira que colhi no campo, é de uma matriz bem antiga. Não sei se até não se desenvolveria mais ou menos espontaneamente nos campos. Desfolha-se com imensa facilidade, mas é extremamente olorosa e propaga-se com imensa facilidade.
Todas as rosas anteriores são compostas. A que apresento a seguir é singela. E não é do meu quintal. Estava no Jardim da Gulbenkian, junto ao Centro de Arte Moderna. (Que saudades!) Também existem exemplares desta roseira no setor norte do jardim, perto da entrada do Museu e da Sede da Fundação. (Destas roseiras, colhi alguns frutos que semeei.Tenho um exemplar no quintal. Também já floriu.)
Na Gulbenkian também há um roseiral, plantado na ala sudoeste do Jardim. Tem exemplares bem bonitos. Está bem direcionado ao sul e exposto ao sol, protegido a norte, pelo edifício da sede. As árvores que delimitam o espaço a sul, tendo crescido imenso, cerceiam-lhe bastante a exposição solar.
E por rosas, termino com a foto de uma rosa, cor de rosa-claro. A roseira mãe foi obtida por enxertia que fiz de uma roseira cor de rosa, numa roseira brava, de cor branca, que serviu de porta enxerto.
Centro Arte Moderna – Restaurante / Snack do Centro
“Com esta coisa da Covid / Não há quem nos convide / Para irmos passear / …”
Desde que se iniciou esta problemática de Covid e subsequentes restrições à circulação, se há locais que desejemos voltar a percorrer, o mais desejado é, sem dúvida, o Jardim da Gulbenkian.
Este postal é precisamente documentado com imagens de plantas desse espaço, talvez mais parque que jardim, embora ache que, no caso, se conjugam muito bem os melhores aspetos de ambos os conceitos. Na minha perspetiva e perceção do assunto, claro!
As fotos reportam-se mais ao espaço próximo do Centro de Arte Moderna, melhor, a zona que faz a ligação do Centro para o Auditório, no edifício da Sede. Digamos que no lado Sudoeste do Parque.
O Centro de Arte Moderna fechou para obras. Quando vai reabrir?
Com o encerramento temporário do Centro também um dos espaços icónicos suspendeu atividades. Refiro-me, sim, ao Restaurante – Snack!
Que saudades dos almoços, dos saborosos pratos, da variedade de sobremesas…
Este postal é também uma forma de agradecimento aos profissionais que aí desempenhavam atividades, a maioria conhecidos de há vários anos. Ao Srº João – (“Compadre Alentejano”, da terra de Florbela – Vila Viçosa) e a toda a sua Equipa, em que todos se esmeravam sempre num afável atendimento, o nosso Muito Obrigado.
Que voltem em breve, com renovado esmero na restauração disponibilizada, de que possamos fruir com renovada satisfação.
As fotos são de plantas no Parque / Jardim.
Uma roseira singela. Parque ou jardim, em Portugal, que tenha roseiras, fica engrandecido na sua função e fruição.
A 2ª foto é de camélia. Também sempre muito bonitas, só que não se dão tão bem como as roseiras, em todo o Portugal.
A 3 ª foto é de azevinho. A 4ª, de um arbusto que não sei o nome, mas também proporciona ótimas sebes.
Visite. Descubra mais árvores e plantas e arbustos. Aprecie as aves, ouça-as na "floresta". Desfrute da excelente restauração. Aprecie a moldura humana, sempre tão diversificada. Visite as exposições permanentes e as temporárias. Relaxe pelos muitos espaços disponíveis. Sei lá! Há tanta forma de passar uma tarde bem agradável, em qualquer Domingo!
Domingos, a partir das 14h., entradas gratuitas nos museus e exposições.
Ontem, a RTP2, antes da emissão do 8º episódio da série, resolveu dar-nos música. E que Música! O Festival Jovens Músicos da Gulbenkian. Ainda ouvi um pouco, só que não estava para aí virado.
Adiando a transmissão em quase duas horas.
Só que apesar desta série não ser tão apelativa como a galega, mesmo assim aguardei. Não que ouvir as execuções musicais não valesse a pena, não, muito pelo contrário, mas não me apetecia. Mas acho meritória a transmissão de programas do género e daquele especificamente, só que desvincula os espetadores dos programas predeterminados, afastando-os. Ficam os indefectíveis!
E, mais uma vez, zapping!
Futebol: Magazine – Liga dos Campeões!
Um resumo do Atlético de Madrid – Benfica: Vicente Caldéron. Que Benfica venceu por dois a um!
Os comentários da praxe. Nada contra os comentadores, são certamente especialistas do ramo. Mas tanto, tanto tempo se gasta a comentar o que espremido, não dá nada…
Porque não termos analistas que, resumidamente, nos referissem o que cada partido defende, por ex.
Para a Educação
Para a Saúde
Para a Segurança Social
Para a Indústria…
E, mais especificamente: horário de trabalho, condições para a reforma…
Setores estratégicos onde investir…
(..)
Sem demagogias, sem sectarismos, porque comentadores encartados e enfeudados é o que mais temos.
Se calhar, ninguém ligaria, não sei!
Se calhar até há, eu é que tenho estado distraído!
Continuação…
Mas vamos aos finalmentes, deixemos os entretantos…
Dan, que está a acontecer-nos?! Shirley foi uma vítima. Há algo mais! Disse Elena.
Elena é aqui uma peça chave no enredo. Sente-se o aproximar de Dan, o aproximar de ambos. Dan sorri-lhe, lhe fala com franqueza e abertura. Elena retribui.
Recebeu Carrie de braços abertos, como se uma filha recebesse. Irmã mais velha lhe chama Carrie. Hermanita preciosa, lhe diz Elena, na casa de Carrie, para onde a levou, aconchegando-a para dormir descansada. Perplexa e apreensiva Elena!
E assim este assunto que nos preocupava, pelo menos este e pelo lado da criança, parece estar resolvido. Não ficou a menina perdida naquela imensidão de fim de mundo gelado!
Por sua própria iniciativa arribou a bom porto, que com o pai não chegou a porto nenhum. Este ficara de borco na neve, mas também conseguiu chegar à cidade e à própria casa, só que deve estar escondido, já viu até uma projeção vídeo, em que a esposa ensinava, mas certamente estará nalgum recanto da casa, que nem Carrie nem Elena o viram. Mas Carrie, que já adormecera, acordou aos gritos, que o pai estava na casa.
Elena tranquilizou-a, isto estando também Dan presente, que as fora visitar para saber se estavam bem. E foi aí que houve palavras amigas e sorrisos doces e enlevados, entre ambos.
A Shirley era incapaz daquele tipo de violência, também já Elena dissera a Dan.
E chorara!
Realmente ninguém acredita em tal possibilidade. Mas foi isso o que aconteceu, que nós vimos, e foi algo semelhante ao que acontecera com Liam. Inverosímel, mas real!
E os analistas neste novo processo de assassinato, Dan & Morton também já isso concluíram.
A doutora esventrada, o seu sangue nas paredes da casa, o sangue nas mãos e roupas de Shirley, o sangue na rua, nas pisadas deixadas na neve gelada, que isso também vimos nós.
E para onde se dirigiu Shirley, que a vimos nesse caminhar?!
Nas buscas, as policiais Ingrid e Petra, não sei se terão seguido as pisadas, se a neve entretanto as apagara, entraram no mini mercado. Estava tudo desarrumado, alguém andara a fazer das suas… De pistolas em punho, não fosse aparecer o assassino, buscaram e encontraram esparramada no chão, Shirley, a linda flor, maja nutrida e anafada, agarrada a frascos de compota. O doce acrescento eu, que ela era um docinho, como lhe dizia o seu querido professor, Markus, que também a apelidava de flor.
Foi então que surgiu no cenário, em contraluz, a menina Carrie! Que, esfomeada, ter-se-á logo dirigido ao mercado, também deduzo eu.
E vamos aos analistas.
Os policiais verificam que a primeira pessoa no local do crime foi o professor Markus. Vai de investigar por aí.
Chamado este à pedra, é posto perante os factos, os locais onde estivera e até quando estivera, o que fizera e não fizera, as conjeturas, as hipóteses, as suposições, as metáforas, os sentimentos, as razões, as relações com filha e com a mãe, doutora, e com a sua própria mãe, de Markus, em análise e pretensa psicanálise, e após tanta pesquisa e pergunta, com ou sem resposta, chegaram os analistas à briosa e portentosa conclusão, que não havia nada a concluir, por lado nenhum, sobre a hipotética culpabilidade de Markus, apenas umas provas circunstanciais fracas e que o melhor era deixarem ir o professor para casa.
E nós vimos, Markus, carregado de livros, dirigir-se para a sua casa. No meio de grande alvoroço e alarido na cidade.
Que ninguém quer ou pode, ou se pode não quer, acreditar que os assassinatos ocorridos tenham sido cometidos por quem realmente foram. Porque tamanha suposição se afigura a todos como inconcebível ou imaterializável!
E, assim, questionam Dan, põem-no em causa, ameaçam fazer justiça pelas próprias mãos e, os mais exaltados ou inconscientes, nessa tarefa se ombreiam.
Um grupo de mineiros, liderados por Jason, se atira aos russos, estrangeiros naquela terra de estrangeiros e de ninguém, só fim de mundo. Incidem num deles, que ameaçam, lhe pedem explicações, que não sei sequer se ele os entende, naquela babel de tantas nações e línguas, lhe despem as roupas, não todas, que o gelo o queimaria de todo.
Valeu-lhe a chegada providencial de Carrie e Elena, que à criança perguntou o nome de cada um deles, como se lhes questionasse a consciência, chamando-os ao julgamento da razão, e providenciou que o russo se vestisse e daquele julgamento sumário, primitivo e grotesco, se ausentasse.
E elas, as duas irmãs, manas, hermanas, também se ausentaram, sem que antes Jason soltasse uma das suas atoardas e a Elena chamasse de cabra! Cabra, a tradução, que não ouvi o original e não sei se não seria vernáculo, ainda que cabra nalguns contextos, naquele precisamente, também já o seja.
E Carrie a tranquilizou, que o seu pai considerava Jason um louco. E foi então que Carrie, carente, pediu a Elena que fosse com ela para sua casa, aonde esperariam o seu pai. Não sabendo ela que ele já lá estava.
E também louco por fazer justiça pelas próprias mãos se apresentou Frank. Que até averiguações por sua própria conta ele fez. Da casa do professor, aonde foi por sua conta e risco, trouxe documentos vários, principalmente fotos que, assim retiradas do contexto, poderiam induzir a situações supostamente incriminatórias. Que entregou aos investigadores, Dan e Morton, que, apesar da ilegalidade do ato, as usaram e utilizaram para confrontarem Markus sobre elas.
Mas que, como já vimos, não aduziram nada ao processo, nem à hipotética culpabilidade de Markus, que não tinha nada a ver com o crime em si, e por isso fora libertado.
O único crime de que ele poderia ser acusado, se isso for crime, é o de pretender matar Shirley com tanta comida, como Morton referiu. Cenas de ganso, ingerindo gorduras, que já abordámos em narrações anteriores!
Mas voltando a Frank, este, após a libertação do professor e não estando, não querendo, ou não podendo admitir a culpabilidade do próprio filho e menos ainda a sua culpabilização por tê-lo deixado só, mal pode, tratou de ir exigir contas ao professor! Fardado de jogador de hóquei no gelo ou de outro desporto similar, munido de taco, na casa de Markus surgiu de rompante. O agrediu nas pernas, e acorrentou a uma cadeira, não sei para que futuras agressões, que provavelmente ficarão para próximos episódios.
Mais lhe valia ter ido procurar Ronnie, como Dan lhe dissera, e este seria o seu dever!
E em Dever estamos. Dever e Direito, cara e coroa de Cidadania!
E no exercício do seu Dever, ausente nesta narração até ao momento, embora sempre presente na narrativa do guionista, esteve a governadora, Hildur.
Ao Continente fora tratar de assuntos da sua comunidade, mais concretamente o que mais a preocupava, a instalação do abrigo – hotel, no glaciar. Falara com investidores, tentara convencê-los que os recentes acontecimentos, os dois primeiros assassinatos, não influíam em nada, não sei se obtivera bons resultados.
Ainda no decurso dessa reunião, recebera um SMS de Dan, a dar-lhe conhecimento do ocorrido com a doutora e que Shirley estava desaparecida, isto no início do acontecido na narrativa, que nesta narração já aconteceram cenas posteriores. Que Dan se mantivesse de cabeça fria, o que ele fez e se esforçou por manter a calma, mesmo quando foi interpelado pelos mineiros exaltados!
Face a esta nova ocorrência, Hildur alterou a sua agenda e pediu, solicitou, não sei se mendigou, audiência, com um responsável do governo central. O que, após muita espera, aconteceu. Não sei se ela foi atendida ou desatendida, tal o deficiente atendimento que recebeu desse membro do governo central, que a tratou sempre com sobranceria, apesar de ela não dar parte de fraca, nem propriamente se ter rebaixado. Sempre as mesmas desculpas, falta de recursos, de meios, a crise, os cortes… as prioridades…
Acho que dali partiu, que o seu carro, um táxi, havia chegado, com uma mão cheia de nada. Nem sequer promessa de recursos extra para investigar as macabras situações ocorridas, para mais agora sem a médica Margaret.
“Não são os lugares que nos isolam”, dissera ela na conversa com o tal elemento do governo central.
E, ao partir, não se esqueceu de agradecer!
“Obrigada pelo café!”
E chegou a Fortitude, que não vimos a chegada, num avião de um amigo, Kent, um aeroplano frágil, para ela que tinha medo de voar, mas que, agora, como dissera ao marido, Eric, deixara de ter qualquer medo!
E chegou em boa altura, que uma reunião, assembleia de cidadãos exaltados, se desenrolava, não sei em que local, mas certamente nalguma sala da sede do governo local. Que Dan tentava liderar, mas lhe faltava pulso, carisma e poder, afinal era só e apenas o xerife da governadora…
E ela, a poderosa, a chefona, chegou!
E, chegando, os ânimos serenaram, como se um Cristo no feminino acalmasse as águas do mar da Galileia.
E, ao chegar, enfrentou-os a todos com o olhar!
Calmos eles, ela lhes disse que acabara de vir do hospital, aonde fora ver a médica e lhes lembrou tudo o que ela fizera por todos em todas as situações perigosas que já haviam vivido. E lhes pediu que fizessem um minuto de silêncio e se recordassem o que ela tinha feito por todos.
E eles assim fizeram e se calaram, meditando na médica ou em si mesmos e nas suas vidas.
Que até Morton, que ali estivera apenas observando, em atitude clínica, ele que não pertence àquela comunidade, apenas ali está para investigar, e por isso há que manter a cabeça fria, ficou surpreendido, pela forma sábia como ela lidara com a situação.
Que comentando com Dan, este lhe respondeu, que por isso é que ela é a governadora!
E nestas falas também Dan e Morton se mostraram afáveis e colaborantes, sorrindo, enfatizando empatia como bons profissionais, já quebrada a desconfiança e hostilidade iniciais.
E, após o minuto de silêncio meditabundo, Hildur, a governadora, a chefona, lhes agradeceu e lhes pediu que se esforçassem por conseguirem manter a calma, para trabalharem todos juntos, como sempre haviam feito.
Não me lembro é se ela lhes referiu se iriam ou não ter ajuda do Continente, mas julgo que mencionou que essa ajuda iria ser positiva, que ela para isso se irá esforçar!