Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Ousar falar, escrever, opinar, sobre uma obra de Eça de Queirós poderá parecer pretensiosismo.
Eça é sem sombra de dúvida um dos escritores icónicos da nossa Literatura. É um marco incontornável da Prosa Portuguesa. Realista, de um realismo corrosivo, raiando, por vezes, o cinismo, mais das vezes irónico, trata e por vezes destrata (?), será mesmo que maltrata (?) certos personagens e grupos sociais e cívicos. A crítica e a ironia à sociedade do seu tempo, sempre presentes!
Como qualquer obra, seja qual for o seu campo artístico ou literário, não pode ignorar-se o contexto espacial e temporal em que surgiu, nem os seus enquadramentos autorais.
Eça de Queirós nasceu a 25/11/1845, na Póvoa de Varzim. Era filho “natural” de Dr. José M. A. T. de Queiroz e de D. Carolina A. P. de Eça.
Faleceu em 16/08/1900, em Neuilly, França. (55 anos incompletos). Vida relativamente curta, para os padrões atuais, mas extremamente produtiva. Algumas das suas obras só foram publicadas postumamente.
(O romance “A Cidade e as Serras”, um dos meus preferidos e dos que acho mais otimistas, foi publicado em livro, só em 1901. “A Tragédia da Rua das Flores” só em 1980!)
Formado em Direito, pela Universidade de Coimbra, Julho de 1866, vinte anos de idade, exerceu fundamentalmente atividades profissionais ligadas à Administração Pública. Colaborou também com jornais e revistas, tendo fundado e dirigido o jornal “Distrito de Évora”, 1867.
Escreveu crónicas, cartas, contos, romances de grande fôlego, profere conferências, entra em polémicas, escreve artigos políticos, publica em folhetins... analisa e critica, causticamente, a sociedade portuguesa dos últimos decénios do século XIX.
Nalguns aspetos, quase se reporta aos tempos atuais e noutros inclusive parece premonitório.
Menos conhecida será a sua poesia, em nome próprio, e também através do “heterónimo coletivo” de “Carlos Fradique Mendes”, divulgada ainda em 1869, em a “Revolução de Setembro”.
Foi neste ano de 1869, 24 anos, que assiste à inauguração do Canal do Suez e viaja pelo Oriente. As vivências desta viagem seriam tema para livros subsequentes.
(A realidade que o cerca, as suas experiências vividas, caraterizam e são marca indelével da sua Obra. Defende e integra-se na corrente realista da Literatura.)
Em 1870 e 1871, vinte e cinco para vinte e seis anos, exerce funções de “administrador do concelho de Leiria”.
Foi nesse contexto espacial e temporal que “bebeu nas fontes” para o romance que titula este artigo.
Após ter prestado provas para cônsul, ainda em 1871, será nomeado em Março de 1872, para o consulado das Antilhas Espanholas, sendo empossado em Dezembro, em Havana, Cuba.
Em Novembro de 1874 será transferido para o consulado de Newcastle, Inglaterra.
O exercício das funções de cônsul será a sua atividade profissional dominante.
Em 1878, será transferido para Bristol. Mais tarde, 1888, para França, aonde viria a morrer.
Casou em Fevereiro de 1886, aos 40 anos, com D. Emília de Castro Pamplona (Resende), de 28 anos – (1857 – 1934).
Em Fevereiro de 1875, na “Revista Ocidental” surgem os capítulos iniciais do romance citado, numa primeira versão. Nesse mesmo ano, trabalha uma 2ª versão, que será “posta à venda, em volume”, em Julho de 1876.
Em 1879, “sai a lume a terceira e última versão de O Crime do Padre Amaro”.
Eça viveu toda a sua vida de adulto na 2ª metade do século dezanove, que, comparativamente com a primeira, foi de muito mais estabilidade política, social, económica.
(A primeira metade do século dezanove fora mais turbulenta e de maior instabilidade: "guerra das laranjas", invasões francesas, guerra civil, revoltas populares…)
A segunda foi fase de maior progresso e desenvolvimento. Surgiram e implementaram-se grandes modernidades de que o comboio foi expoente, provocando uma verdadeira revolução sobre múltiplos aspetos.
Os jornais ganharam projeção; surgimento de novas ideias, uma conceção e crença na modernidade, na educação e no progresso técnico e científico, como bases do desenvolvimento individual e social; questões cívicas importantes como foram a abolição da pena de morte e da escravatura.
O debate de ideias ganhou projeção entre intelectuais, políticos, estudantes.
Em 1865/66 surgiu a “Questão Coimbrã”, em que Eça não participou. Mas participou nas tertúlias do “Cenáculo” em 1870 e interveio nas “Conferências do Casino”, 1871.
Fez parte da chamada “Geração de 70”, “geração que traz a modernidade pela ironia e pela sátira, pelo idealismo utópico e pela reflexão metafísica”.
As ideias republicanas ganhavam destaque a partir da década de setenta. Surgiam novos partidos.
No plano internacional, entre os muitos acontecimentos relevantes, destaco a guerra franco-prussiana, 1870/71, perdida pela França e que, entre outras consequências, levou à designada “Comuna de Paris”, cujos ideais e ecos revolucionários também chegaram a Portugal e tiveram repercussão nos jovens intelectuais portugueses da já referida “Geração de Setenta”.
Mas formulo a questão:
Com todas as modernidades e mudanças ocorridas, será que no País vigorava a senda do progresso e do desenvolvimento, tanto no domínio das ideias, das mentalidades, das técnicas, da economia?!
Resposta a essa pergunta ninguém a deu melhor que Eça nos seus textos, especialmente nos romances, em que ele faz uma crítica mordaz à sociedade do seu tempo, nomeadamente a determinados grupos sociais, culturais, políticos, religiosos, artísticos…
Em “O Crime do Padre Amaro”, a ação da narrativa contextualiza-se espacialmente na cidade de Leiria, reportando-se, obviamente, ao tempo direto de observação em que Eça aí permaneceu como administrador do concelho, 1870 – 71.
Este seu primeiro romance, dada a temática e os grupos sociais que descreve e o respetivo conteúdo e enredo romanesco, “caiu que nem pedrada no charco” na sociedade portuguesa da época. E mesmo posteriormente, continuou sendo um livro “proibido” não só em Portugal, como no Brasil, onde Eça foi sempre um escritor muito admirado, reverenciado e conceituado.
(Lembre-se que até Jorge Amado, em “Gabriela Cravo e Canela”, refere a proibição do livro às meninas de bem, nomeadamente à personagem “Malvina”, que o lia às escondidas no seu quarto e dele segredava a sua amiga Gerusa.)
(Atualmente, já no séc. XXI, este livro serviu de inspiração para um filme português, com Soraia Chaves e Jorge Corrula.
E, em 2003, também serviu de inspiração para um filme mexicano.)
Mas voltemos ao romance original.
Nele, Eça faz uma crítica mordaz e perturbante, ao clero, à pequena burguesia provinciana, especialmente personificada nas beatas aduladoras da “padraria”, sediadas sugestivamente na Rua da Misericórdia.
Os padres, nestes personagens essencialmente “baixo clero”, são vistos, entre outros aspetos mais verrinosos, como uns “patuscos”, na satisfação dos apetites do corpo, ainda que entregues ao ofício de salvação das almas. (Exceção de abade Ferrão: “…virtude de vida…ciência de sacerdote.”)
As beatas, supersticiosas, mexeriqueiras, sujeitas às mais diversas crendices irracionais, vivem agarradas à sotaina e batina, de abade, cónego, pároco, sacerdote, coadjutor, capelão, padre-mestre, adulando e reverenciando o cabido da Sé.
A classe social dominante no enredo constitui a pequena burguesia provinciana, vivendo mediocremente com seis tostões por dia, preço de aluguer de um quarto.
Neste contexto, surge exacerbado um amor afogueado de um jovem padre, Amaro, correspondido por igual amor piegas de uma jovem beata, Amélia, eros que acha satisfação numa enxerga velha de uma cama podre, num quartinho de telha vã no 1º andar da casa do sineiro, nas traseiras da Sé.
Amor amaldiçoado por uma entrevada, filha do sineiro, que agarrada à cama onde jazia a sua invalidez, pressentia o aconchego dos amantes, como se fora “cio de cães”.
E poderia ficar por aqui, que não destoaria da perspetiva como Eça nos apresenta a satisfação carnal dos amantes, ainda que possa parecer pouco abonatório para tal Obra e para tão genial Autor.
(Fica muito, fica imenso, por contar, porque a riqueza ideativa de Eça ultrapassa completamente esse aspeto um pouco mais sórdido (?) do enredo.
Bastantes personagens, caraterização pormenorizada de pessoas, sentimentos e ações, a especificação dos ambientes, o enquadramento dos contextos espaciais, por vezes temporais, descrição minuciosa de objetos e acessórios da ação, de personagens, vestuário, modos e tiques, teatralidade de gestos e comportamentos… o humor, a graça, a fina e requintada ironia, a intriga, a trama do conteúdo, o estilo, a multiplicidade de sentidos…)
Se nunca leu Eça, o que espera?!
Mas, voltando ao enredo…
Tantas idas à casa do sineiro a cumprir a promessa de ilustrar a “entrevada” levaram ao inevitável: Amélia, “a flor das devotas”, engravidou.
E Amaro, o pároco, com a ajuda do cónego Dias e da beata da irmã deste, Dona Josefa Dias, resolveu a situação.
Remeteu a heroína para Ricoça uma quinta recôndita do cónego, em Poiais, onde a rapariga haveria de dar à luz. Tratou logo de despachar o futuro rebento e com a ajuda de uma alcoviteira, Dionísia, encomendou-o para uma ama-de-leite, habitualmente conhecida como “tecedeira de anjos”.
E com estes preparos tudo preparou.
Enviou a rapariga amada e o filho, de anjinhos, para o Céu. Cumprindo assim o seu papel de abastecer a corte celestial.
E assim termino a “minha crónica” sobre este livro e o seu Autor.
Lembrando que Eça tem este condão de “matar” ou fazer esquecer, as heroínas dos seus romances, enredadas em amores proibidos e incestuosos.
(Amélia em “O Crime…”, que cumulativamente levou o anjinho.
Luísa, em “O Primo Basílio…”
Maria Eduarda, em “Os Maias”, não morreu mas… “É como se ela morresse... sem mesmo deixar memória…” pag. 671.
Genoveva, em “Tragédia da Rua das Flores”.)
Os heróis, passado aquele fulgor e arroubo inicial, depressa olvidam as suas amantes.
É essa a “condição humana” ou é essa a visão do Eça?!
(E sobre personagens do supra citado livro…
Questionei-me se “O secretário-geral, o Sr. Gouveia Ledesma” personificaria o próprio Autor, Eça.
Pelo que li na pág. 439, linha 24, edição Círculo de Leitores, 1980, parece-me que não…)
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(Pesquisa Bibliográfica:
- “Obras Completas de Eça de Queirós, Primeiro Volume – O Primo Basílio” – Círculo de Leitores – 1980;
- “Obras Completas de Eça de Queirós, Quarto Volume – O Crime do Padre Amaro”, - Círculo de Leitores - 1980.
- Lexicoteca - Moderna Enciclopédia Universal – Círculo de Leitores, 1987
- “Diário da História de Portugal”, José Hermano Saraiva e Maria Luísa Guerra; Selecções do Reader’s Digest, 1998.
- “História de Portugal, 1640 – Actualidade” – Vol. 3; Direcção de José Hermano Saraiva – Publicações Alfa, SARL, 1983.
Série dramática, numa coprodução australiana – singapuriana: (ABC – Australian Broadcasting Corporation e HBO Asia – Home Box Office).
A ação decorre em Singapura, onde também foram filmados, maioritariamente, os vários trechos. Data de 2013, englobando dez episódios previstos, uma temporada.
O tempo da narrativa situa-se na primeira metade da década de sessenta, em 1964 (?), período conturbado daquela Cidade Estado, situado entre a proclamação das respetivas “independências”: do Reino Unido e da Federação da Malásia. Saída da administração colonial inglesa, conflitos raciais: “race riots”, surgimento de movimentos comunistas…
Tempos tumultuosos, como aliás têm sido os do pós-guerra, por todo o mundo.
Auge da “guerra fria”, numa região charneira onde se digladiam os campos opostos.
Regiões que haviam sido ocupadas pelos japoneses na 2ª grande guerra, e como foi selvagem essa ocupação no Extremo Oriente (!) Personagens marcadas por essas experiências traumáticas.
Mas a série consegue ser otimista nos vários desfechos que foi tendo nos dois episódios que já decorreram.
Deste modo, a RTP2 mudou o rumo das séries, e fez bem em mudar; apresentando esta, ocorrendo no Extremo Oriente, numa zona nevrálgica de entrecruzamento de culturas: chinesa, malaia, indiana, javanesa, ocidental... Com um elenco também multicultural e multirracial.
(De qualquer modo, não posso deixar de questionar, melhor, interrogar-me, sobre esta mudança de “rumo” da RTP2, rendendo-se às grandes produtoras.)
Todavia, assim, dá lugar a novas panorâmicas e esta série apresenta-se bastante “luminosa”.
Isto é, algumas das últimas séries europeias,”Amber”, “A Fraude”,“Jordskot”, “A Mafiosa”, “1992”, a que se prevê, “Gomorra”, apresentam, a maioria delas, problemáticas bem realistas e muito importantes de nos mostrar, como denúncia deste atual mundo macabro em que vivemos, mas acabam por não nos dar quaisquer sinais de redenção possível.
Bem sabemos que essa é a Verdade! Mas, nos seriados, uma certa “ilusão” não deixa de embelezar um pouco a narrativa e torná-la mais aliciante e apelativa.
E esta série, “Serangoon Road”, traz algum otimismo no conteúdo. Digamos que é uma série “à moda antiga”.
O personagem principal é Sam Callaghan, ator Don Hany. Um “herói” australiano, defensor dos justos e lutando por ideais altruístas, ajudando os elos mais fracos. Tem uma firma de importação / exportação com um parceiro chinês, viciado no jogo, presa fácil nas teias das seitas de jogo chinesas.
Sam também está bem marcado pela sua experiência de vida, que em criança foi preso e torturado pelos ocupantes japoneses.
A estrutura global da narrativa gira à volta da morte de Winston Cheng, dono de uma Agência de Investigação, cujo presumível assassinato, a esposa, Patricia Cheng, atriz Joan Chen, quer investigar e descobrir as razões motivadoras, assumindo ela a direção da “Cheng Detective Agency”.
Os fios dessa pesquisa vão-se desenrolando gradualmente, episódio a episódio, mas como é apanágio nestes seriados, só será, supostamente, desvendada a verdade no derradeiro, o décimo. Pouco a pouco, vamos sabendo mais um pouco!
Sam Callaghan ajuda, de forma altruísta, a senhora Cheng. E esta o que pretende é que se faça Justiça. Friso esta afirmação, proferida pela senhora, uma chinesa muito bonita e serena. Este ideal é crucial, pois, contrariamente ao que se propala habitualmente nestas filmografias, ela não pretende vingança, mas sim Justiça!
Há uma diferença acentuada na mensagem subliminar.
Em cada episódio ocorre um caso particular que a Agência, em que além de Patrícia também trabalha uma sobrinha, Su Ling (?), procura resolver com a ajuda de Sam.
No 1º episódio livraram da morte um marinheiro americano, negro, que era acusado injustamente, por outros marinheiros, brancos, de outro ramo da armada americana, da morte de um colega branco, de quem ele era o melhor amigo.
Graças a Sam, ao seu colega da firma e à empresa de detetives, ele foi salvo da morte por afogamento a que os verdadeiros culpados o haviam destinado.
No 2º episódio, uma senhora chinesa que fora casada em Singapura, também com um chinês, até 1942, data da invasão japonesa, regressou da China, em 1964, à procura do marido que entretanto se casara com uma javanesa, de quem tinha uma filha.
Só neste parágrafo se vê a complexidade da narrativa que eu estou a simplificar.
Cabe explicar que à senhora, na sequência da invasão pelos nipónicos, o marido enviou-a para a China, para junto dos pais, na expetativa de a poupar das atrocidades dos invasores. Entretanto a guerra acabou em 1945, a China, sujeita às mudanças ocorridas, fechou as fronteiras e a senhora ficou lá retida, só tendo conseguido fugir quase vinte anos depois.
Ao regressar de barco a Singapura e a salto, como se costuma dizer e literalmente falando, a senhora deparou-se com muitos obstáculos que, mais uma vez, Sam e a sua equipa conseguiram resolver a contento e de forma positiva.
E deprende-se ser esta a característica do enredo da série.
Vão surgindo situações mais ou menos complexas em cada episódio, que vão sendo resolvidas positivamente, enquanto aos poucos, também se vai destrinçando o enredo fundamental.
Resta dizer que o “Herói”, como qualquer um que se preze, também tem uma namorada, melhor, “um caso”, com uma senhora casada, Claire Simpson, não sei ainda se inglesa se americana, esposa de Frank Simpson, negociante, que se ausenta frequentemente em viagens.
Oportunidades para Sam e Claire irem pondo o amor em dia, que, afinal, moram na mesma Rua, Serangoon Road, que intitula o seriado e que fica entre “Little India”, bairro de indianos e “Kallang”, bairro residencial. Como eles se irão desenvencilhando deste novelo, veremos…
Nos subterrâneos da narrativa e da vida da cidade e da rua, uma seita de chineses, “O Dragão Vermelho”, numa estrutura de clã, que controla o jogo e os “negócios”, naquela parte da Cidade.
Ainda ligado ao campo das investigações, noutra perspetiva, mas também colaborando, encontramos Macca, ator Tony Martin, jornalista australiano, amigo de Sam, ajudando-se mutuamente, trocando favores recíprocos.
Naquele espaço e contexto temporal, não pode faltar um agente da CIA, Conrad Harrison, ator Michael Dorman, jovem agente que, além das investigações inerentes ao seu cargo, também investiga sobre a possibilidade de arrastar a asa à sobrinha de Patricia Cheng, cujo nome ainda não tenho a certeza.
E tendo sido Singapura uma peça imprescindível do “British Empire”, e recentemente independente, não podem faltar os representantes de Sua Majestade, arrumando as malas, de regresso a casa.
E, por agora, é o que posso perorar sobre a narrativa da série.
Já há muito tempo que não escrevia sobre séries, ainda pensei escrever sobre “1992”, mas preguicei.
Recomecei com esta nova, que só ainda decorreram dois episódios. Que acho divertida de acompanhar. E apetece-me, e faz bem, seguir uma temática assim um pouco mais ligeira do que tem sido habitual nos últimos tempos.
Acompanhe-me também nestas narrações, se faz favor!
(As imagens têm registadas as respetivas fontes. As dos bairros são atuais, não são da época. Se quiser ver algo da época, faça favor de consultar este vídeo. Obrigado pela sua atenção e paciência.)
Sim! Este assunto é sobre uma situação que é mesmo um caso a ser abordado numa perspetiva de Saúde Pública.
Talvez não seja essa a forma sob a qual habitualmente é encarado. Mas essa é uma das perspetivas em que cada vez mais tem que ser visto.
Questionar-me-á, caro/a leitor/a: Mas de que assunto se trata?!
Já aqui aflorei, no blogue, este assunto, ainda que não de forma tão explícita, mas de qualquer modo alguns aspetos foram delineados.
Certamente que ao caminhar nas ruas, nos passeios das nossas vilas e cidades, pelos parques mais ou menos urbanos, pelos jardins, quantas vezes não se deparou com os vulgarmente designados “presentes” de canídeos?!
E isto não ocorre esporadicamente. É uma situação sistemática e contínua. Por tudo quanto é sítio, lá estão eles. Por todo o lado! É já uma “calamidade” nacional!
E não apenas e só os “presentes” em estado sólido. Também no líquido.
Urina por tudo quanto é sítio.
Nas soleiras das portas dos prédios, nas esquinas, nos muros e muretes, nos postes de qualquer tipo, nas caixas da eletricidade, em todos os equipamentos urbanos, nos carros… Nas bases dos monumentos. (…) Só não fazem nos transeuntes, porque estes se deslocam e não deixam!
A estes, aos cidadãos incautos, às crianças mais pequenas, a idosos indefesos, mordem quando podem.
“ – Ah! O cãozinho não morde!” Dizem os donos!
Só não mordem antes de morderem, digo eu. Quando ferram o dente já é tarde demais! Todos os anos ocorrem situações de cães “perigosos” que atacam pessoas indefesas. E mesmo os que não são considerados “perigosos” também mordem e também atacam. Já “assisti” a ataques de cães, em que os donos não têm qualquer controle sobre os mesmos.
E quando nos passeamos tranquila e incautamente junto a algumas vivendas, nos passeios tão estreitos e congestionados de carros, e, de repente, nos salta um cãozarrão a ladrar no portão, que quase só nos restar saltarmos para o meio da rua?!
Mas então tanta “porcaria” - (Ah! Como me apetecia dizer o palavrão, para soar mais forte e feio! Mas, neste blogue comprometi-me a não usá-los…) - tantos dejetos sólidos e líquidos espalhados por ruas, passeios, parques e jardins; na relva, onde crianças irão brincar, jogar e rebolar-se; nos canteiros das flores, tanta “porcaria” disseminada, não será um problema que convém equacionar, na perspetiva de Saúde Pública?!
Ou dir-me-á que isso é perfeitamente inócuo, que não prejudica cidadãos, no plano sanitário, nem noutro aspeto qualquer, que a urina não danifica equipamentos públicos?!
É só observar com olhos de ver! E quem paga o restauro dessas estruturas danificadas?!
Portugal saiu, ainda há relativamente pouco tempo, da pré-história no que respeita a saneamento básico.
Essa foi uma das preocupações dos poderes públicos, centrais e locais, após setenta e quatro. Dotar as casas, os apartamentos, das condições básicas de habitabilidade. A existência do saneamento básico foi uma delas. Nesse contexto, se enquadrou o processo de erradicação dos bairros de barracas e a consequente construção dos bairros sociais. (Mas este não é o tema fulcral deste post.)
Atualmente em que, apesar das deficiências existentes, este país foi substancialmente alterado no respeitante à falta de condições de higiene nas habitações, é nós vermos, por tudo quanto é sítio, “dejetos” líquidos e sólidos de canídeos! (Como me apetecia dizer palavrão!)
E quantas vezes, estas situações não acontecem dentro do próprio prédio?! Nas escadas, nos patamares, no hall, na soleira da entrada, em frente ao prédio?!
Reflita sobre o assunto! Se faz favor!
Então, mas as pessoas não têm direito a terem um cãozinho de estimação?!
É evidente que sim!
Mas também têm obrigação de ter comportamentos de cidadania!
Porque os animais, mesmos os cãezinhos de estimação, apesar de serem animais sensíveis, são animais irracionais.
Mas, paradoxalmente, os cães até ensinam os donos a procederem corretamente, após terem depositado o “serviço”. É só observarem o que eles fazem, no após operacionalização da respetiva função.
Os donos é que não agem como devem!
As entidades responsáveis também têm que agir em conformidade!
Algumas Câmaras disponibilizam sacos plásticos, colocados estrategicamente, para os donos recolherem os dejetos. Outras criaram locais próprios para os dejetos líquidos. A lacuna não é por aí!
Mas têm que ser mais normativas!
A Câmara de Almada tem vários avisos espalhados pelos locais mais frequentados, com normas de comportamento para os utentes de canídeos.
Paradoxalmente, no referente aos dejetos, “aconselha” os donos a recolherem os ditos.
Desculpem-me, mas esta não é uma situação de “aconselhamento”.
É uma questão de OBRIGATORIEDADE”!
Os donos são obrigados à recolha dos “presentes”!
As Autoridades têm que atuar e autuar!
Mas isto dos cães tornou-se uma moda e um negócio, e onde se metem modas e negócios, estamos todos feitos!
São os media, as redes sociais, a opinião pública, os fazedores de opinião, o politicamente correto, os centros comerciais, as grandes superfícies, as lojas de alimentos e artefactos, o sistema veterinário, … a indexação ao IRS… é toda uma panóplia de fazer “render o peixe”, digo, o cão, que é um comércio, que não mais tem fim.
Mas, de qualquer modo, não quero deixar em branco algumas sugestões. Quer se enquadrem ou não no tão propalado “politicamente correto”!
No referente aos cães, ditos “perigosos” é mesmo ter a coragem de os proibir como “animais de estimação”, tal como estão outros animais ferozes.
No respeitante aos outros tipos de cães, suscetíveis de se enquadrarem como animais de estimação, há que definir normas mais restritivas.
Nos prédios, porque estes estão previstos apenas para seres humanos, restringir o número de animais permitidos.
Caso continue esta moda, sugiro aos planificadores urbanos, que construam especialmente prédios onde podem habitar especificamente também os cães e eventualmente os gatos, os únicos animais que, aliás, considero como suscetíveis de serem categorizados de estimação, nos apartamentos citadinos.
As Câmaras criarem parques específicos para passeio dos canídeos permitidos por lei e nas condições respetivas e adequadas também legisladas. Trelas e açaimes de uso obrigatório!
E os donos obedecerem aos respetivos cuidados de higiene: recolha dos sólidos e levarem os bichos aos locais próprios, para os líquidos. Não é largarem os animais de qualquer maneira…
A vigilância, a atuação e autuação são necessárias e imprescindíveis.
Todos os cães devem ser portadores de coleira identificativa, sujeitos a consultas regulares e devidamente vacinados e com sinais visíveis e reconhecíveis a olho nu, por ex. com códigos de cores.
(Ou seja, como Alguém importante já referiu, atualmente, muito boa gente trata melhor os cães que os seres humanos!)
E uma medida “politicamente incorreta”.
Todo e qualquer dono de cão ter que pagar uma licença, de acordo e em função do tipo do dito cujo! (Que acho que esta medida em tempos foi vigente.)
E os artigos e artefactos, sejam quais forem, serem devidamente taxados.
Há que restringir este abuso de canídeos e o que eles custam ao erário público. Que não há “bicho careta” que não tenha um bicho de quatro patas para andar a “sujar” (como me apetecia usar vernáculo!) as ruas!
A este último, o realizado domingo transato, cinco de Março, também assisti. Na TV, é claro, não tive convites para ir ao Coliseu. Falo em convites, mas não sei se as entradas eram por convites ou se os bilhetes eram adquiridos. Mas havia lá tanta gente ligada às televisões, muito predominantemente à RTP, que infiro, que a maioria daquele pessoal era todo convidado.
Na década de sessenta e na de setenta, só não via o Festival quem não podia ou não tinha TV. Sim, porque, nessa época, ter TV era um privilégio. E a preto e branco! Na década de oitenta ainda vi algumas vezes. Posteriormente estive muitos anos que não vi. O de 2017, acompanhei quase tudo.
Se gostei da canção vencedora?! Inteiramente. Tem uma letra simples, mas muito bonita e poética, versos curtos, rimas interessantes e harmoniosas e uma linda melodia e música.
Acho que ganhou a melhor canção.
Só que penso não ser a mais direcionada para o Festival da Eurovisão. Para esse fim, julgo, seria mais adequada a canção do grupo “Viva La Diva”, pese embora o nome do conjunto não ser propriamente original nem a sua estrutura. Mas a canção que eles defendiam, “Nova Glória”, considero-a mais focalizada no evento internacional.
Mas, de facto, ganhou a melhor canção.
Uma interpretação, no mínimo, peculiar, do cantor, que “criou” (?) aquele personagem. Que ele canta bem. Tem uma voz melodiosa. Mas, quanto à interpretação, foi ele mesmo que fez a sugestão: chamou a irmã, para cantar com ele em dueto, na apresentação final e habitual da canção vencedora. É essa a sugestão que a RTP deverá seguir. Colocá-los a cantarem em dueto, os dois irmãos, em Kiev. Salvador e Luísa Sobral.
E quanto ao espetáculo global?
Achei demasiado extenso, muito demorado, muitas evocações, muitas homenagens, muitos cromos a debitar bitaites, muitos a fazerem-se de engraçados, muitos discursos.
Em suma, muita peroração.
Não que as evocações ou homenagens não tenham sido justas e relevantes. Que foram! Justíssimas. Só que deveriam ter centrado o festival ou os respetivos enquadramentos, nesse contexto e perfil (Festival da Canção), e organizarem, que certamente irão fazê-lo, outro espetáculo mais para esse fim evocativo, de homenagens, de agradecimentos.
Mas havia que aproveitar o andamento do Festival! Compreende-se.
Quanto ao que irá ocorrer em Kiev?! O deus Pã, que nos ajude.
Mas se o resultado for o habitual, de que nos haveremos de surpreender?!
Em anos em que foram super canções, cheias de expetativas, foi o que se viu.
Lembre-se da “Desfolhada”, Simone de Oliveira, 1969.
(28/02 e 01 e 02 de Março 2017 – 3ª, 4ª e 5ª feira)
Carmen vem assumindo cada vez mais protagonismo. Tem sido ela quem confronta e mais se opõe diretamente à tia.
Tendo apontado a arma a Sandra, na realidade, não a disparou. Ou porque não conseguiria, nunca o fez anteriormente, ou porque não é esse o caminho por que pretende enveredar, apesar de ter oferecido todo aquele dinheirame aos assassinos, Tony e Manu.
Ou porque o guionista da série nos quer direcionar num outro sentido na narrativa.
Tony e Manu estão aliados, estrategicamente, a Sandra e vice-versa. Mas projetam eliminar-se reciprocamente.
Por sua vez, a Mafiosa também se juntou ao tio Orso Paoli, com o objetivo principal de este a ajudar na erradicação definitiva dos compinchas criminosos.
Estão todos taticamente unidos no projeto comum de conseguirem “comprar” o passivo da empresa de Lívia, os ferries Tavera, tomando assim conta desta firma e, de certo modo, enveredarem por negócios mais claros e legais!
Como o dinheiro de que dispõem não é suficiente, mesmo após os dois compinchas terem vendido todos os “negócios” legais que têm na Córsega, unem-se num golpe, um assalto a uma Caixa de Fundos, julgo que em Paris ou Marselha, que não sei bem.
Neste golpe, habitual e já planeado por Orso e filhos, a eles se juntaram os “capangas” de Sandra, por sua exigência.
O assalto não correu mal, se é correto ver o assunto nessa perspetiva.
Houve tiros, cena policial ou “coboiesca”, à americana. Um dos filhos de Orso foi salvo por Tony, que assim ficou credor e, nestas cenas se geram laços, apesar de estarem todos uns contra os outros, prontos para se matarem à mínima oportunidade.
Arrecadaram dez milhões, que guardaram numa garagem de Christelle, num anexo de um complexo habitacional.
A polícia, que nesta temporada já parece estar mais “desperta” e que os tem todos vigiados, alertada pelas notícias, imagens guardadas e escutas telefónicas, prendeu a trupe na totalidade, a chefona incluída.
Nos interrogatórios subsequentes, todos eles se fizeram de parvos, mas há sempre um elo mais fraco, algo que lhes escapa.
Um dos filhos, o que conduziu a carrinha na ida e volta, tinha uma chave suspeita.
Vai-se a ver, era da garagem da irmã.
E aí, valeu o faro do comandante da polícia, Thomas. Seria descoberto um malão a abarrotar de maços de notas! Do assalto realizado no continente.
Pierre Marie Paolli reclamou a posse do dinheiro e, em princípio, pagará ele vinte anos por esse assalto.
Ficaram, deste modo, de mãos a abanar.
A polícia judiciária, protagonizada por dois comissários, Alain e Thomas, está mais atuante.
Para o processo em causa, também protagoniza um Juiz de instrução.
Thomas, para quem a suprema satisfação seria que eles, os criminosos, se matassem todos e nesse sentido tem agido, sempre que pode, trabalhou, (ou trapalhou?) algumas vezes de forma pouco convencional, ilegal até, e com o Juiz tem sido incorreto, frise-se, ultrapassando e ignorando as respetivas diretivas e ordens.
Por um acumular de situações, verá o caso ser-lhes retirado e transferido para a “gendarmerie”!
Num ato de transgressão, ou de paranoia, que parece ir possuindo aquela gente toda, não esteve com meias medidas, bêbedo, rouba o carrão de Tony, leva-o para um descampado e pega-lhe fogo, tal e qual como os criminosos usam e abusam.
Quererá, certamente, lançar mais achas para a fogueira e colocá-los ainda mais uns contra os outros, como tem sido a sua estratégia. Deixá-los matar-se entre si.
Mas estou a deixar de lado o fulcro da narrativa nestes episódios e temporada: os ferries Tavera e a luta pela conquista do respetivo controlo, através da compra da dívida de sessenta milhões.
Lívia recebe ofertas do grupo de Sandra, através do respetivo advogado, contratado para fazer como os três macaquinhos.
Que Lívia rejeita, que não quer nada com a mafiosa.
E também do grupo dos nacionalistas, que fomentam uma greve, como chantagem, e que mais ainda arruína a firma. Que ela também recusa, que não os quer na direção da empresa.
Procura financiamento externo, consegue-o e realiza um contrato com um estrangeiro, Freeman, na presença de Carmen, que Lívia puxa para trabalhar com ela.
Mas Freeman será ameaçado de morte por encapuçados, os capangas de Sandra, que lhe partem o carro.
Lívia não desiste, busca soluções e será Carmen, cada vez mais próxima da “madrasta”, que lhe dará uma deixa, supostamente a pensar que assim dissuadiria a tia.
Lívia fá-la sua legatária universal.
Desta situação a jovem vai dar conhecimento à tia, enfrentando-a novamente e na presença do advogado dos macaquinhos!
“- Se queres ficar com a empresa é à tua sobrinha que a tens que arrancar!”
Desiste Sandra?!
Nem pensar!
Menos ainda Tony e Manu. Mais o primeiro, que é uma autêntica hiena, (desculpem-me as ditas), sempre à procura de carne mortiça e dinheiro.
E decidem os três atemorizar, mais ainda, Lívia. Com recomendação de Sandra, que Carmen não assistisse.
Bomba colocada no carro da empresária, morta esta, Carmen quase indo também desta para melhor, não fossem os escrúpulos e remorsos de Manu, que até se confessara antes e que, por isso, acionou a bomba antes da moça entrar no veículo.
(Esta gente é também dada a religiosidades, Sandra, inclusive.)
Carmen foi hospitalizada, inconsciente e assim permaneceu algum tempo.
A tia foi visitá-la, ainda ela a dormir, e até o polícia Alain, que agora liberto da investigação, se deu ao incómodo de fazer uma visita à jovem, agora, herdeira universal de Lívia.
Seria ele que a moça viu logo que acordou.
Seria ele que a rapariga chamaria, quando ao regressar para casa, na primeira noite sozinha, sentiu alguma apreensão.
Haveremos daqui rimance?!
Nesta temporada o romance tem prosseguido por caminhos improváveis, para além de Tony e Saudade, que já tem mais que saudades dos tempos de solteira (!); Manu e Christelle reataram, apesar de mudar o ator e até Sandra tem protagonizado uma verdadeira peça de teatro com uma siciliana! Sem contar com o comandante da polícia, Thomas, que vive numa rulote no parque de campismo e se dedica a incendiar carros e provavelmente também foi ele que “atuou” na casa de Saudade e Tony, quando este esteve preso!
No funeral de Lívia, Carmen desempenha papel de destaque. É a herdeira. Não só de bens patrimoniais, mas de todo um legado imaterial, duma vontade, de um modo de vida.
Encarou o Juiz: “Está satisfeito?!”
Recebeu oferta dos nacionalistas para “entrarem” nos ferries.
Passou pelo porto, observando os cartazes dos grevistas.
Foi para a empresa, para o lugar da madrasta.
Recebeu telefonema da tia e, contrariamente ao que fizera até aí, atendeu-a.
Marcaram encontro.
Conversaram, mas não acordaram.
“- Já não tenho mão. Não sou eu que mando. É o sistema!”, respondeu Sandra, perante a acusação da sobrinha de que ela nunca assumia as respetivas culpas.
Mais tarde, após o incêndio do carro executado pelo comandante Thomas, vê-la-íamos a telefonar ao chefe dos nacionalistas, Paul Bonafedi, a dizer-lhe que quer fazer acordo!
A preocupação com a continuidade na utilização das Centrais Nucleares, para mais obsoletas, como a de Almaraz, supostamente seria um tema que deveria “inundar” as redes sociais.
Mas não. Nem parece ser um tema preocupante.
Mas é.
Daqui, modestamente, se apela às Entidades Governativas em Espanha que providenciem no sentido da desativação, com os necessários requisitos de segurança, da referida Central Nuclear.
É imperioso e urgente que o façam!
Será que um País com tantas horas de Sol não deverá, cada vez mais, promover a utilização dessa fonte energética inesgotável que é o Sol?!
E muitas outras Energias Alternativas podem ser utilizadas.
Não é a primeira vez que aqui, no blogue, me debruço sobre esta questão da substituição das energias poluentes por fontes de energia mais limpas.
É uma questão política, essencialmente. Só que é determinada por questões económicas e financeiras que lhe estão subjacentes e que a condicionam.
Quisessem os vários poderes instituídos e seria possível substituir cada vez mais as fontes energéticas poluentes e/ou perigosas, carvão, petróleo, nuclear, por outras mais limpas.
O SOL nasce todos os dias e fornece energia inesgotável, que não é aproveitada e que sendo, poderia facilmente prescindir-se da maioria das fontes energéticas poluentes e perigosas.
Alterar-se-ia muito a geoestratégia política e económica.
Uma estratégia financeira menos assente na obtenção do lucro fácil!
São possíveis outras fontes de energia, alternativas às fósseis, nomeadamente a solar, a eólica, a hídrica, a da biomassa, …
Já abordei este tema, em “Gás de Xisto”, a 08/05/15.
Também se apela ao Governo Português que não desista de pressionar os Governantes Espanhóis para que estes se comprometam na desativação da referida central.
É sua Obrigação Moral. Portugal não usa a energia nuclear. Uma razão acrescida para não estar sujeito às consequências nefastas das centrais nucleares espanholas.
Como vê, bem perto de Portugal e à beira do “nosso” Tejo. Qualquer contaminação, o Rio seria, desde logo, afetado. Que a poluição não conhece limites geográficos nem fronteiras.
Adquirido ou “integrado” (?), o Absalon Bank, no Nova Bank, revela-se a verdadeira face de KCC e a estratégia do banco glutão /canibal.
Aplica as intervenções que a maioria de nós desconhece, não cometendo propriamente ilegalidades, mas agindo de forma e de modo a destruir vidas, empresas, instituições, em benefício de poucos, arrastando milhares para a falência, criando falsas crises, de que todos nós conhecemos os efeitos, sem termos sido vistos e achados para a respetiva eclosão. E de que ainda, através da manipulação dos media, nos querem fazer sentir “culpados”, porque “vivemos acima das nossas posses”!
Os clientes do Absalon foram sendo transferidos para o gabinete de crise do Nova Bank.
Isto é, deixam de lhes conceder novos créditos, “renegoceiam” as dívidas, impõem-lhes juros altos, amortizações frequentes e, em escassos meses, levam-nos à falência.
Estes clientes, pessoas e vidas a crédito, são obrigados a vender os seus bens e propriedades a baixo preço, que empresas de fachada, mas pertencentes a KCC, irão adquirir, para posteriormente venderem a outros interessados. Ganham sempre os mesmos, com dinheiros “sem nome, nem dono, nem origem”, que correm para os paraísos fiscais, algures, numas ilhas virgens (!) quaisquer.
(Esquemas que, infelizmente, tão bem conhecemos aplicados não só às empresas, mas aos próprios países!)
Lançam boatos sobre a situação do Absalon e do banco francês, Crédit Vert, que aquele adquiriu, especulam financeiramente sobre as ações desse banco e tentam levar o Absalon à falência. Reúnem secretamente, incluem criminosos procurados pela Interpol, estruturam as suas acções maléficas. (…)
Simon acordou tarde para a catástrofe que ameaça o seu próprio Banco, embalou-se nos cantos de sereia de KCC, de que continuaria gestor autónomo do seu próprio banco, não quis dar ouvidos à irmã nem a Cláudia e, agora, chora o seu infortúnio. Que é apenas uma peça de uma máquina maior, à qual pertence, lhe disse o tubarão com placidez / cinismo, indiferente.
Será que Amanda, Cláudia e Simon ainda conseguirão salvar o seu próprio banco da falência iminente, perpetrada por KCC e o Nova Bank?!
Cláudia faz-se passar por aliada de KCC, mas a forma como este age, apenas a incrimina a ela na criação das empresas de fachada.
Isto lhe esclareceram Mads e Alf, com quem ela se aliou, para tentar apanhar o tubarão. Mas vai ser difícil, que ele não se compromete assinando papéis e praticamente já sabe de que ela não trabalha só para ele. Já mandou segui-la, por Nicky, que, agora, trabalha diretamente para si, que o Sueco reformou-se, embora continuando a fazer estragos…
Mads e Alf continuam a descobrir cada vez mais sobre todo o esquema fraudulento, as teias tecidas por KCC, mas é difícil incriminá-lo.
Aparentemente, tudo segue na lei e ele não toca nem assina papéis sujos.
Através das informações de Cláudia conseguem saber de Sander, do nome falso que usou para fugir da Dinamarca e de como foi parar ao Brasil, juntamente com o Sueco, Bo Petersson, que, aí, o assassinou à queima-roupa, como vimos em anterior episódio, não sei bem qual.
Este Sueco também foi quem atropelou Mia, a jornalista, em episódio que não vi.
Mads e Alf, com os seus métodos nem sempre muito ortodoxos, conseguem saber-lhe a morada, onde vão interrogá-lo. Ele, raposa matreira, faz-se de doente e, a pretexto de ir buscar comprimidos à wc, quase mata Alf.
Valeu-lhe Mads, que, para ajudar o colega, deixou fugir o Sueco.
Salvar-se-á Alf?!
Nicky foi promovido, veste fato e gravata, como se executivo fora, praticamente já não trabalha de mecânico, continua a matar, a agredir, a ameaçar, quase esquece a família e que fará ele quando invadir a casa de Kristina, mulher de Mads, à beira de ser mãe e em risco com a maternidade?!
Mads, assoberbado com o trabalho e as permanentes buscas e peripécias em que a sua missão o envolve, deixa a mulher muito sozinha.
Enquanto ele segue na ambulância com Alf, para o hospital, Nicky prepara-se para lhe invadir a casa e buscar uma pasta que Cláudia aí foi deixar.
O que acontecerá?!
Irão os agentes, Mads e Alf; Cláudia e os irmãos, Amanda e Simon, conseguir travar e engavetar os criminosos?!
A RTP2 tem-se especializado e esmerado nas séries dos países europeus e faz muito bem. Dizem-nos mais. Pelas suas temáticas, mesmo quando provindas dos Países Nórdicos, caso da Dinamarca, de que nos apresentaram, até agora, a inultrapassável “Borgen”, das que abordam temas atuais, e também a muito interessante “A Herança”.
A que atualmente projetam, “BEDRAG”, no original, certamente da palavra dinamarquesa “bedrageri”, fraude, e é esse o título em português: “A Fraude”.
Só peguei na série já na 2ª temporada.
Ocorreu ontem, 28/12/16, o 6º episódio da temporada em curso. Provavelmente estará quase a terminar.
Mundo atual, com todas as suas idiossincrasias. Alta finança, corrupção, canibalismo bancário, políticas e polícias anti fraude, os cordelinhos da lei, que permitem apanhar o peixe miúdo, mas o graúdo, passa pelas respetivas malhas. Aspetos da vida pessoal dos personagens mais marcantes…
Um banco poderoso, “Nova Bank”! (Onde já ouvi este nome tão original (?), e onde já se viu atribuir nome de novo ao que é tão velho?!)
Neste banco, um diretor /presidente / chefe / dono / acionista maioritário, que ainda não fui informado das respetivas funções no organigrama bancário, de nome Knud Carl Christensen - KCC, está fartinho de fazer das suas, (dele!), no banco e na sua relação com clientes e outras instituições, inclusive tendo levado à morte de inocentes, mas que continua cá fora, numa boa, a comandar ações, de actos e ações, de finanças, usando outros como fautores do que é ilegal e/ou criminoso.
“Atualmente”, através do seu Nova Bank, prepara-se para engolir outro banco, com reputação de honestidade e valores diferentes (?!), o Absalon Bank, gerido até aqui, por dois irmãos gémeos, não verdadeiros, Amanda, o cérebro criativo e Simon, mais executivo.
A trabalhar com os dois irmãos, “mano & mana”, está Cláudia Moreno, advogada talentosa que fora tramada por KCC na primeira temporada, no contexto de fraudes ligadas a uma empresa de energia “Energreen”, trama que a levara à prisão com todas as sequelas subsequentes.
Agora, liberta, ainda sob liberdade condicional, procura retomar a sua vida profissional e também pessoal, em que se destaca a tentativa de conquista do afeto do filho, de quem se viu separada e, porque não?, também de um novo amor!
Convém frisar que a sigla KCC também define uma firma de uma holding, sediada nas Antilhas Holandesas. O esquema de que estamos pelos cabelos, de tanto o constatar nas nossas tristes realidades!
Cláudia está a fazer tudo por tudo, para que o dito cujo KCC seja apanhado, como merece. A sua associação aos manos vem nesse contexto e objetivo.
No combate à fraude, uma Unidade Anti Fraude, nela pontificando dois polícias Alf e Mads, que tudo fazem, com profissionalismo e algum sentido de missão e ideal, para conseguirem apanhar os criminosos, que estão muito bem blindados, com todos os suportes habituais nestes esquemas, infelizmente demasiado verdadeiros.
As investigações e perspetivas dos vários intervenientes, focalizadas em KCC, (uma espécie de DDT?) hão-de cruzar-se e, certamente, engavetar o manda chuva.
Assim esperamos a não ser que os guionistas queiram prolongar a temporada ou, para nossa desgraça e frustração, imitar a realidade.
Voltando a KCC, que manipula a narrativa da estória, ele dispõe de personagens que executam ou mandam executar as tarefas violentas e ilegais.
Um, marcante, intermediário primordial, é designado como Sueco, certamente devido à sua naturalidade: “Svenskeren”. Significa sueco em dinamarquês?
Este é o mandante das ações violentas, agindo às ordens de KCC.
Por sua vez, delega estes atos, pois tem às suas ordens um mecânico de automóveis, seu homem de mão nos atos de violência ou fora da lei: roubos, colocação de escutas, vigilância e entrada abusiva em domicílios, … E, por vezes, mortes. Que me parecem ter acontecido mais por acidente, descuido e inépcia do autor, rapaz meio destrambelhado, de nome Nicky, marcado por uma infância violenta, passivo de agressões paternas.
Este executa tudo quanto é ilegal, já tem à sua conta algumas mortes, ocorridas nem sempre de forma direta e intencional, e agressões, inclusive ao agente Mads.
Já se cruzaram várias vezes, esteve quase a ser descoberto, neste 16º episódio, na casa onde sequestrara a jovem que viria a morrer.
A narrativa encaminha-se para esse cruzamento acontecer, e quando tal ocorrer e simultaneamente a investigação dos agentes anti fraude se encontrar com os conhecimentos da advogada talentosa, Cláudia Moreno, e concernentes investigações, teremos o clímax do enredo.
Teremos?!
Depende do guião ou guiões previstos e do eventual, hipotético e sempre possível prosseguimento da narrativa em futuras temporadas.
Que os guionistas, quando tal lhes convém, esticam o conteúdo narrativo até ao limite, por vezes, enredando, por demais, o enredo!
Por agora, aguardemos o resultado da OPA do Nova Bank sobre o Absalon Bank.
E, como sempre, fica muito por contar. E personagens de que falar!
Agora, aos sábados, após a hora do almoço, em vez da sesta, que é inverno, pode ver ou rever esta notável série. (Não sei ainda a hora exata, mas haverei de saber, e contar.)
No sábado passado ainda ocorreu apenas o Episódio nº 5 – quinto episódio.
Não é uma série de grandes recursos técnicos, nem de grandes efeitos especiais. Também não terá um orçamento por aí além, digo eu, que não fui visto nem achado no assunto.
Mas consegue captar-nos a atenção. E muito!
E, pelos vistos, não apenas a mim, pois se a RTP2 já vai na terceira apresentação da série é porque ela está a ser vista e apreciada. O que eu também noto nas visualizações dos posts respetivos no blogue.
E porquê?! Porque terá este seriado tanto sucesso?!
Falo por mim, evidentemente que revi este último episódio, lembrava-me muito bem do enredo, mas visualizei-o com o maior dos interesses.
Indubitavelmente, pela sua qualidade.
O facto de ser um seriado histórico, sobre uma época conturbada, o dealbar do século XVIII, 1793, o ocaso do Antigo Regime, o prenúncio de uma nova sociedade, a ascensão da burguesia como nova classe a tornar-se dominante, o declínio e perda de importância da nobreza e do clero.
Fundamentalmente as mudanças sociais e políticas que se sentem e pressentem na vida, no Hospital, um microcosmos da sociedade mais geral.
Em pano de fundo, a Revolução Francesa e seus efeitos…
A reconstituição histórica, nomeadamente no trajar dos personagens. Apesar da teatralização representativa com aqueles fatos sempre tão impecáveis. Sente-se muito esse sentido de palco que, se por um lado, nos afasta do conceito mais real, associado a filme, por outro nos aproxima mais do conceito de teatro.
E que falta faz o bom Teatro na televisão!
Talvez o facto de esta série, de algum modo, tão “próxima” do teatro, ter agradado tanto, talvez, digo eu que sou leigo no assunto, talvez seja sinal de que o público anda ávido de bom Teatro e de boas representações.
Deixo esta dica à consideração de quem gere a programação das RTPs.
Talvez, precisamente essa representação tão teatralizada funcione como um chamariz para o público.
Na verdade, temos que reconhecer que o Teatro é um tipo de espetáculo que anda praticamente ausente das nossas televisões, assoberbadas com outros processos narrativos.
Há quanto tempo não passa um bom Teatro na televisão?
Os diálogos, estruturando um enredo, em que com o que dizem é mais o que escondem do que o que demonstram abertamente, sempre em jogos táticos, definidores do poder e posição social de cada um.
Os olhares dizendo-nos tanto ou mais do que o que foi verbalizado oralmente.
O trabalho dos atores e das atrizes, com excelentes desempenhos, praticamente sustentados nas falas de cada um, nas réplicas, tréplicas e subentendidos.
Representação quase apenas centrada nos rostos, na expressão facial, traduzindo-nos ideias, pensamentos e sentimentos. Que com aqueles trajares pouco se observa dos corpos, nem assim vestidos pouco podem transmitir de expressivo.
Mas os trajes, per si, são definidores de cada personagem, do seu papel a desempenhar.
E, nestes aspetos, acentuamos novamente o lado da teatralização.
O jogo do poder pela conquista da gestão do Hospital, como se de um jogo de xadrez se tratasse, cada personagem, uma peça, no xadrez dessa batalha pela conquista do almejado lugar de administrador.
Estruturante também os assassínios em série(?).
A questão da Medicina. Dos conhecimentos, da respetiva prática, da deontologia médica, dos valores de cada um e dos “progressos” que se sentem. Os instrumentos cirúrgicos. Os meios disponíveis, se tal se pode assim mencionar.
Este é também, indubitavelmente, um dos campos de interesse na narrativa.
O enredo, o guião, os atores e atrizes, já o disse, mas não é demais repetir.
E o(s) romance(s), claro!
Todos estes aspetos e mais alguns, que não disse, ou a minha perspicácia não observou e aqueles que fui abordando nas minhas narrações sobre a série, que fará o favor de ir lendo, todos estes aspetos nos prendem ao seriado.
Veja, se faz favor.
Reveja, caso já tenha visto. Ou até reveja o revisto, que até está a ser o meu caso!
A RTP 2 volta a transmitir uma série policial europeia, francesa: “Les Témoins” – “As Testemunhas”. Série de seis episódios, numa 1ª temporada.
Ainda não foi desta que deram seguimento à célebre “Les Engrenages” – “Crime e Castigo”, mas esta nova série (2014/2015) também é deveras interessante.
A ação decorre nos tempos atuais, em Tréport, na Alta Normandia, onde ocorrem crimes macabros, perpetrados por figuras sinistras, chefiadas por um serial-killer, Kaz Gorbier, (Laurent Lucas), supostamente morto num incêndio, na prisão onde se encontrava detido. Sendo que o fogo fora provocado e iniciado na cela por ele coabitada com mais dois presidiários. Supostamente morto e enterrado, mas na verdade solto, conforme se confirmou no 2º episódio.
Protagonizada por Marie Dompnier, no papel de Sandra Winckler, uma jovem polícia encarregue do caso e Thierry Lhermitte, no desempenho de Paul Maisonneuve, antigo polícia retirado e lenda da Polícia Judiciária de Lille, que, face às circunstâncias envolvendo o caso, reassume as suas funções e, conjuntamente com Sandra, lidera uma equipa de investigação, tentando desvendar os mistérios, as causas e enquadramentos dos crimes.
Atente-se no sobrenome do chefe de polícia: Maisonneuve – Casa Nova.
E porquê?
Porque os crimes acontecem numa zona residencial de vivendas novas, casas novas, em processo de lançamento e divulgação, precisamente nas casas modelos, destinadas a serem visitadas e mostradas aos futuros e potenciais clientes.
E em que consistem os crimes?
Foram profanados seis túmulos recentes e os respetivos corpos foram colocados em duas dessas casas modelos. Por entre os móveis impecáveis, um homem adulto, uma mulher e uma jovem, que não se conheciam entre si, são dispostos macabramente, como se formassem uma pretensa família ideal!
E também... na 2ª casa modelo, por entre as fotos e variados objetos de sala, uma foto emoldurada de Paul Maisonneuve! !!!
E este é o leitmotiv fundamental do enredo... Que é muito mais complexo...
No contexto geral do enredo, são afloradas, não sei se mais desenvolvidas no decurso da ação, questões tão correntes atualmente como sejam a especulação imobiliária e a desapropriação indevida, compulsiva e enganosa, de terrenos de particulares, ou mesmo públicos, para satisfação dessa febre gananciosa de construção. Neste caso, e paradoxalmente, de um cemitério. Chão sagrado!