Neste País, valoriza-se o Trabalho?!
Dá-se valor a quem trabalha?!
Incentiva-se quem tem vontade, interesse, motivação, disponibilidade, competência, para trabalhar?!
Crónica(s) de Descontentamento (II)
(Candidatura frustrada a um Trabalho)
Não posso deixar de contar, brevemente, uma história ocorrida com uma Pessoa Amiga.
Estando reformada, ou aposentada, que não sei qual o termo mais indicado, Pessoa Amiga candidatou-se a função/atividade, deveras interessante, a exercer em Instituição Pública. Atividade de contacto com o público, num trabalho de campo, que já exercera na juventude, propôs-se e candidatou-se à função, a partir de um anúncio que vira numa Junta de Freguesia.
Formulou uma proposta de interesse, via mail; recebeu confirmação também online, com formulário de inscrição, a que respondeu, após várias “lembranças” da Entidade, aos vários itens aí consignados, reiterando a sua disponibilidade: inscrevendo-se, não omitindo a sua condição profissional.
Posteriormente, seria notificado para comparecer a entrevista coletiva na Sede da Instituição, no pretérito dia dezoito de Setembro, marcada para as nove e trinta. A que compareceu com muito gosto. (Foi o primeiro candidato a chegar! Assistiu à chegada de todos os outros, como pretendera.)
Estiveram presentes mais nove candidatos. Um total de dez: seis homens e quatro mulheres. Terão faltado quase outros tantos.
(A sessão, como é triste apanágio dos portugueses, iniciou-se com um quarto de hora de atraso.)
Após a representante da Entidade ter equacionado e explicado os vários e possíveis enquadramentos institucionais da atividade/função; ter respondido e esclarecido dúvidas suscitadas pelos intervenientes; propôs a apresentação dos vários candidatos, como é de “praxe”, numa entrevista coletiva.
Iniciou-se essa apresentação por essa Pessoa, minha Amiga.
E foi, quando explicitou a sua situação de reformada, que lhe foi dito que não poderia candidatar-se à função, porque não podiam estabelecer um contrato consigo.
Não interessa o facto em si, dessa cláusula ter sido ou não explicitada previamente, que várias pessoas foram nessa condição, nem de a Pessoa ter ido em vão à entrevista, que isso nem chateou o Sujeito. (E foi interessante reviver situações de grupo em que participou tantas vezes ao longo de vários anos… Pena não se ter lembrado de pedir permissão para assistir às apresentações dos restantes candidatos…)
O que me interessa aqui e neste post questionar é:
Então, mas que país, (com letra minúscula), é este, que não aproveita nem valoriza as Pessoas realmente motivadas e interessadas em trabalhar?
Que não dá valor às competências dos seus compatriotas que querem dispor-se a trabalhar?!
Ou o que interessa é o oportunismo de quem quer é o subsídio de desemprego, disto ou daquilo, receber o pilim ao fim do mês e estar-se nas tintas para o Trabalho?!
Triste país que desperdiça os seus talentos!
(Frutos de Outono. Original D.A.P.L. - 2015)