Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Volto à escrita no blogue, após uma semana de ausência.
E voltamos ao local do crime ou ao lugar em que fomos felizes, isto é, retornamos à temática das séries.
A RTP2 também retornou à série já apresentada em temporadas anteriores. “Mad Men”, agora na sétima, anunciada e prevista como última temporada. 7ª Temporada iniciada na pretérita 2ª feira, dia 19, no horário habitual, após as 22 horas.
Depois de, durante cerca de um ano, ter vindo a exibir projetos europeus, de televisões e países pouco divulgados, a RTP2 volta ao filão inesgotável das séries americanas, tanto qualitativa como quantitativamente. Neste caso compreende-se perfeitamente, concluir as temporadas desta aclamada e premiada série americana sobre o mundo da publicidade, atividade económica emergente nos anos sessenta do século XX.
Vi algumas das temporadas anteriores, mas agora esta recente não tenho tido sempre oportunidade de ver e também não me tem motivado excecionalmente!
Esperemos que a televisão pública não esqueça as séries da Europa, especialmente as continentais, porque das britânicas, sempre fomos vendo várias, mercê desse domínio do áudio visual exercido pela cultura de matriz anglo-saxónica, em crescendo desde os anos sessenta, tempo em que precisamente decorre a ação do seriado referido.
Das apresentadas, as espanholas deixaram-nos de água na boca, fosse “El Princípe” e muito especialmente "Hospital Real”. Tivesse a “Television de Galícia” as condições das TVs americanas e como as temáticas de “Hospital Real” poderiam ser desenvolvidas, prolongando o tempo da narrativa para além de 1793. Foram tempos tão ricos e tão trágicos os que se seguiram em Espanha, bem como em Portugal e por toda a Europa…
E “El Princípe” situado no momento atual, com todas as problemáticas abordadas. E ficou tudo em aberto para outras temporadas…
E as séries francesas e a nossa querida capitã Laure Berthaud, de “Les Engrenages”, intitulada em português como “Crime e Castigo”! E de que ficou também tudo por concluir.
As condições europeias são muito diferentes das americanas, antes de tudo o mais, o mercado potencial de venda dos conteúdos. Para qualquer investimento, na ordem dos muitos milhões, é suposto prever-se um retorno financeiro com as vendas efetuadas. Que para estas séries referidas, em princípio existirá, porque conquistaram muitos mercados internacionais, mas têm sempre muito mais dificuldade, porque as multinacionais americanas têm toda uma rede estruturada com mais de meio século, envolvendo todos os setores e serviços a montante e jusante no escoamento do que produzem. Muitos produtos de muita qualidade, mas também muita coisa sem valor. E têm, à partida, todo o mercado mundial à disposição. Para isso contribuíram os “Madison Men”.
E voltamos a “Mad Men”, que aborda precisamente o mundo dos homens que em Madison Avenue, Nova York, se empenhavam e iniciavam na venda desse “sonho americano”, “american dream”, primeiramente nos Estados Unidos da América. E alicerçavam as bases para a exportação para o Mundo global.
Perante esta série, desde o início me intrigou o título.
Men, sabia o significado, Homens. Mas Mad?! Claro, fui aos dicionários, em suporte de papel. E mad, o que significa?! Qual o significado que encontrei? Pois, precisamente, louco, doido.
Mas então o título seria “Homens Loucos”?! Não fazia muito sentido, embora não pudesse ser totalmente desprovido de racionalidade.
Bem, mas agora temos a net e num site que cito (1) encontrei uma significação, mais ajustada à realidade.
Mad representa a abreviatura de Madison, de “Madison Avenue”, a Avenida onde a firma de publicidade “Sterling Cooper” estava sediada na cidade nova-iorquina.
E assim já fazia mais lógica: Mad Men – Os Homens de Madison (Avenue).
E aí se poderia eventualmente basear, assentar, uma das funções didáticas e educativas do serviço público de televisão.
Neste caso, manter o título original da série, que é por demais elucidativo, sintético, global e globalizante, mas acrescentar um subtítulo em português. E até remeteriam, por analogia, para outro filme conhecido… Como fizeram na titulação de outras séries, nomeadamente nalgumas europeias.
E assim não teria andado tanto tempo às voltas sobre o significado do título.
Também me poderão questionar. Mas porque não foi logo à net?!
Bem, porque eu sou de outro tempo…
Em que se aprendia a escrever numa ardósia e se escrevia com caneta de aparo a molhar no tinteiro… e a fazer borrão!
A tecnologia atual e os meios agora disponíveis não surgiram ainda há muito tempo, bem pelo contrário, são recentíssimas, mas já tudo parece que aconteceu há uma enorme eternidade. Tal o salto evolutivo que testemunham.
Mas eu ainda não me habituei totalmente a estas modernidades!
Desenlace final da 5ª Temporada de “Les Engrenages”
Comentários
Ocorreu ontem o desenlace final da 5ª temporada da série “Les Engrenages”, intitulada na versão portuguesa “Crime e Castigo”.
E foi um final emocionantíssimo e trágico, mantendo-nos ligados ao televisor até ao apresentar do genérico. E, depois, ficámos como que anestesiados… passados de perplexidade e angústia!
A menina de oito anos que fora raptada, apesar da ameaça física de um xis/ato apontado à garganta, pela desvairada da chefe do gang, OZ, conseguiu salvar-se.
E, isso, graças à intervenção experiente e maternal da heroína da trama, a nossa Laure, que conseguiu convencer a chefe do gang a soltar a menina. Foram minutos de alta tensão, a criança com a arma branca apontada à garganta e Laure a falar, a pedir a sua libertação, com calma mas também firmeza, à agressora, que acabou por ceder, libertando a criança.
Ao mesmo tempo recuava na direção do rio Sena, preparando-se para saltar, o que fez.
Mas arrastando com ela também a nossa capitã, que tentou segurá-la, imaginando que ela se quereria suicidar.
Nesse arrastamento, a louca, com a arma branca que segurava e ameaçara a criança raptada, deu uma facada, em Laure!... Em Laure! E, onde?! Precisamente na barriga, na barriga, onde ela carrega o seu fruto mais precioso.
O filho/a a quem ela já tanto quer, idealizando até formar casal com Gilou.
Pois imagine-se o efeito. Grande tensão nos espetadores e nos colegas polícias. Todos no hospital, para onde foi transportada, sujeita a observações.
Diagnóstico médico: … tudo em aberto, não se sabe se se salva… e, nesta apresentação, o médico quis dirigir-se ao pai… Quem é o pai?!
A mãe e o bébé corriam, obviamente, perigo de vida.
E calcule-se… Tantos polícias homens, todo o departamento e “onde está o pai”?
Todos se olharam atrapalhados.
Gilou pega no telemóvel, afasta-se, retira-se para um local mais resguardado, emociona-se, chora, bate com a cabeça na parede, relembrará todos os momento em que sonhou viver com Laure, recompõe-se, ganha coragem. E telefona.
Liga para Brémont, pois para quem haveria de ligar, se Sami já não está entre os vivos e já anda noutro seriado?!
Ainda bem que a narradora não descartou a personagem Brémont!
E comunica-lhe o essencial.
Laure hospitalizada, grávida, não sabe se se salva, criança em perigo de vida. Pede-lhe a sua urgente comparência no hospital.
E ficamos assim no final de episódio e quinta temporada.
Tudo em aberto para a sexta.
Que em França já estará, não direi pronta, que não sei, mas está pelo menos em preparação.
E tantas pontas soltas por onde pegar.
No concernente à capitã… Salva-se? A criança?! Fica-se a saber se Brémont é efetivamente o progenitor? Voltam a trabalhar juntos? Como conciliar maternidade e profissão? …? Tantas questões para explorar.
Nesta sexta, hoje dia dezanove, irá começar Gomorra! Um apostar nas séries policiais europeias, esta italiana (?) e ainda mais negra que a francesa.
Mas ainda mais alguns comentários sobre “Crime e Castigo”.
Gilou, apesar da lição que levou, não tem emenda e continua a fazer das dele.
Delatou ao “ladrão de carros topo de gama” que o juiz já tinha determinado ordem de busca e apreensão dos carros. Grave! Gravíssimo! Viu-se o resultado.
Vingança pessoal e profissional contra tudo e todos, o próprio ladrão e o colega de outra estrutura policial, por acaso, Brémont, na “rival” Brigada Anti Banditismo.
É caso para questionarmos que com policiais assim como nos livramos de ladrões e criminosos?! Valerá a pena essa promiscuidade?
E policiais trabalharem de costas voltadas e sabotando o trabalho uns dos outros?!
Quem paga? O contribuinte, o cidadão honesto e trabalhador, já tão sobrecarregado de impostos.
Ficam à solta dois criminosos: o ladrão e o recetador e exportador dos carros, que por acaso é o senhor “ADE - Alto Dignatário Estrangeiro”.
Aqui ficam mais algumas deixas para dar continuidade.
Tal como na ficção, no real, as relações promíscuas, “liaisons dangereuses” entre a França e países do Norte de África, nomeadamente os regimes da Líbia, têm sido frequentemente noticiadas nos media.
Joséphine! Ah, Joséphine!
Ela que perdeu o seu napoleão, voltou ao seu papel de malévola.
Contratada/Convidada para pertencer ao conselho de administração dum poderoso escritório de advocacia, na premissa de votar a exoneração do colega advogado Edelman, não se fez de rogada e, na hora H, apunhalou-o de frente. Aplicou-lhe uma estocada fatal, na própria reunião e na presença de todos os outros conselheiros.
Definiu-se, definiu o seu caráter e também o seu papel na associação e no enredo da peça seriada.
As Sociedades ligadas à Justiça… Umas secretas, outras mais ou menos imiscuídas dos membros dessas secretas, desempenham um papel primordial em toda a Sociedade, pela sua ligação, influência nas decisões de todos os Poderes: Políticos (Legislativo, Executivo e Judicial), dos Poderes Económicos e Financeiros. No 4º Poder: os Media.
E o Poder que têm essas Sociedades e os Grandes Escritórios de Advogados. E o que o Estado lhes paga das mais diversas formas.
E o que nós pagamos de impostos, todos os dias…
O que nos vale é que tudo na série se passa e confina a França.
Só que a França fica muito, demasiado, perto!
E é tudo novela! Nada a ver com a realidade.
Mas nem tudo é mau.
Marianne voltou a trabalhar com o Juiz Roban, que teve a humildade de lhe fazer esse pedido.
O pai Jaulin, finalmente inocentado, abraça o filho.
Pedirá ele indemnização por ter sido preso injustamente? Consegui-lo-á? O Estado pagará?!
Melhor, quem pagará ou não, não sabemos se a guionista terá em conta estas sábias sugestões de desenvolvimento do enredo… quem pagará, mais uma vez, os “Erros da Justiça” serão os contribuintes.
Eles, já tão sobrecarregados de impostos.
O que nos alivia a carteira é que tudo isto se passa em França… país dos gauleses.
E tanto, ainda, fica por dizer. Pois que estes enredos são muito complexos e ricos de conteúdo.
Tanto fica por falar...
Será na próxima Temporada.
E a guionista aceitará as nossas sugestões ou desenrolará um enredo completamente radical?!
Concluída a 4ª temporada, a série já entrou na quinta, tendo decorrido, ontem, nove de Junho, o quadragésimo quinto episódio, 45º, quinto da quinta temporada. E eu não tenho escrito nada sobre a mesma, apesar de continuar a visualizar os episódios que a RTP 2 vai transmitindo todos os dias, pelas 22h.
Ter-me-ei desinteressado?! Não, continuo fã. De facto, o enredo e os desenlaces continuam apelativos, as temáticas interessantes. Os crimes acutilantes! Talvez por me ter dedicado a outras escritas, fui deixando de escrevinhar sobre os assuntos da série.
Aliás, o finalizar da 4ª temporada foi dramático! Inesquecível!
A capitã Berthaud é, sem sombra de dúvidas, a principal protagonista do seriado, título que conquistou não só pelo seu desempenho artístico, mas também pela importância relativa que adquiriu no próprio enredo e no desenrolar da ação enquanto policial.
É, efetivamente, a Chefe, tendo-se imposto, com denodo, trabalho e profissionalismo, a todos, com especial relevância, ao seu chefe de Departamento, apenas ou principalmente preocupado com a eventual subida da sua conceituada pessoa na hierarquia policial, sempre em amabilidades e salamaleques com as chefias políticas!
Pois, “la capitaine” sofreu um enorme desgosto no último episódio da “quatriéme saison”. Chorou, sem ofensa, eu diria que “berrou” desalmadamente, sendo que os seus gritos se ouviram em todo o prédio e chocaram, inclusive, todos os moradores da minha vizinhança.
E, porquê?! Só porque eu ponho a TV muito alto?!
“Alors”…
Ela, obsessivamente centrada no trabalho, aliás como os seus outros dois mosqueteiros, “Gilou et Tintin”, apaixonou-se.
Perguntar-me-ão: e cair de amores não será um direito que lhe assiste? Pois, claro…
Só que e como diz o ditado “não há fome que não dê em fartura” e ela, em vez de um apaixonado, arranjou dois: Brémont e Sami, que foi repescado de outra temporada e por quem ela já estivera de “beiço caído”. Mas ele abalou, água vai e não disse nada.
Felizmente o guionista resolveu repescá-lo, como já mencionei.
Mas, então o que aconteceu?
Nessa quarta temporada, o principal crime que se foi desenrolando centrava-se numa equipa de bombistas jovens, novatos, desajeitados e tresloucados quanto baste. Mas efetivamente perigosos, como se viu…
De ideal libertário, que se focalizava precisamente na destruição do estado policial, representado simbolicamente e, para efeitos de enredo, na esquadra da nossa capitã, Laure Berthaud, onde planeavam rebentar uma bomba.
Com peripécias várias e avanços e recuos diversos, sempre acabaram por colocar, numa casa de banho da esquadra, a bomba, ativável à distância via telemóvel, como tudo o que é atual e moderno nesta sociedade de telecomunicações.
Aliás, quem a transportou, colocou e, no final, fez explodir, foi a jovem do grupo bombista, uma destrambelhada rapariga de pendor romântico por amor ao parceiro e chefe do grupo, que, na hora H, muito prosaicamente resolveu desaparecer incógnito entre os transeuntes, pelas margens do Sena, fugindo à sua heroicidade e responsabilidade de mentor do dito grupo.
Só que, como disse, a bomba efetivamente foi colocada, ativada e feita explodir pela mocinha.
Mas, e há sempre um mas… o nosso amigo Sami e apaixonado de Laure, estava a tentar desativá-la…
Dá para imaginar?! Pois, só imaginando mesmo, visto que a realização da série apesar de já ter apresentado situações muitíssimo chocantes, neste caso, teve o bom senso de não mostrar nada.
Nem a nossa Laure foi ver, não que ela não quisesse, já se vê, sendo sempre grande a coragem que ela demonstra ao observar e tocar naqueles mortos macabros, com todos aqueles efeitos especiais…
Sim, não foi ver, não que não gritasse e berrasse para ir... Só que o amigo de todas as horas, o 2º mosqueteiro, Gilou, não deixou. Não permitiu, porque se imagina como estaria o corpo de Sami! E os amigos são para isso mesmo e Gilou não é apenas amigo, ele é um amigão!
Bem, e foi assim que terminou a quarta temporada.
E não vos falo das outras personagens…
Os advogados: Pierre Clément, “o ingénuo”; Joséphine, “a malévola”, agora unidos em romance, separados de escritório.
Do “idealista” Juiz Roban, reabilitado profissionalmente… da sua escrivã…
Dos políticos que, a todo o custo, querem colher dividendos, através de quem pisa e dá duro no terreno.
E haveria tanto a descrever, mas não há nada como visualizar os episódios, que já vão no quadragésimo quinto, na quinta temporada, friso novamente.
Ah, como referi… Laure, a principal heroína da história, envolveu-se sentimentalmente com Brémont e Sami, falecido no último episódio da 4ª temporada.
“Et, alors?!”
Então... E daí que ficou grávida.
E este tem sido um dos assuntos que perpassa por toda esta 5ª temporada, mas com conhecimento apenas da própria, do amigão Gilou e dos médicos que ela tem consultado.
E quem será o pai?! Sami? Brémont?
E dará ela seguimento à gravidez? Tem feito diversas tentativas para abortar. Mas as peripécias do trabalho impedem-na de lhes dar continuidade.
Mas como dar seguimento à gravidez com uma vida profissional tão preenchida, praticamente sem direito a vida pessoal?
E avançar com o aborto estando a gravidez já adiantada?
E com quarenta anos, gravidez de risco, mas também uma derradeira oportunidade de ser mãe…
E quem assumir de pai?!
O amigo indefectível, para todas as ocasiões, o mosqueteiro Gilou, nomeadamente já se ofereceu para coabitar com ela e partilhar o encargo na criação da criança…
Que irá a nossa capitã fazer?!
O que acham que ela deverá fazer?
Já tentou ir até à Holanda, numa derradeira tentativa para abortar. Só que o trabalho, sempre o trabalho, a fez ficar em Paris.
O que acham que ela deverá fazer?
O que acham que ela irá fazer?
Tantas perguntas… E quantas respostas?
Visualizem a série, que eu não pretendo ser o guionista da mesma, nem gosto de saber antecipadamente os desfechos!