Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
No propósito que estabeleci de divulgar, em suporte digital, uma Poesia de cada um dos Poetas participantes na 13ª Antologia do CNAP, dá-se a conhecer, hoje, “Sonata de Outono”, de Manuela Machado, Aljustrel.
Não tive oportunidade de falar com todos os antologiados, mas com todos os que estabeleci contacto, nenhum se opôs a esta metodologia. Caso alguém se oponha, agradeço que me dê conhecimento e procederei em conformidade.
Também continuo a ilustrar cada poema com uma foto ou outro suporte de imagem sugestiva, preferencialmente original, no sentido de enquadrar o texto. Quando não disponho de nada pessoal, pesquiso na “net”. O procedimento mencionado no parágrafo anterior, também se aplica neste caso. Perante eventual discordância, agirei segundo o que me for sugerido. Na net, apesar de ficar sempre “rasto” do que se deixou, também se pode remover o que não se quer.
Algum erro que seja detetado, agradeço que me seja dado conhecimento.
E, efetuadas algumas considerações sobre “metodologias de trabalho”, segue-se o Poema.
“Sonata de Outono”
“Louvemos o Outono…
Que anuncia mudanças
Com o seu verde indefinível
A doce aragem
O seu céu azul lilás
O sol coado…
Que sejam boas as mudanças
Como sempre esperamos.
Assim, seguimos o delicado zéfiro
Confiantes, embriagados
Com os tons enganadores
De tão doces
O cheiro dos frutos
Das colheitas
As folhas que dançam no ar
Douradas
Ainda cheias dos reflexos do sol
Que já foi
Seguimos cegos de esperança
Nem calor nem frio
O regaço de Ceres transbordante
Em alegre dança sem euforia
Nem cuidados
Louvemos pois o Outono
Paragem ilusória, doce torpor
Que anuncia
Com delicadeza
A chegada
Do solene Inverno.”
Manuela Machado, Aljustrel.
Ilustra-se com uma foto original de F.M.C.L., 2014.
É preciso que as Entidades Competentes, dos vários âmbitos de Cidadania, tenham a coragem de agir, na preparação já do próximo Ano Letivo! E não esconderem a cabeça no chão para não verem, nem refletirem!
E gostaria de já não voltar a este tema, de futuro.
O Governo do Partido Socialista, chefiado por Drº António Costa, tomou posse hoje, dia 26 de Novembro. Apenas com membros afetos a este Partido, mas apoiado parlamentarmente pelo Bloco de Esquerda, pelo Partido Comunista Português e pelos Verdes.
Um Governo de um Partido que não sendo maioritário na Assembleia da República tem, contudo, o apoio maioritário no Parlamento. O que só pode acontecer assim, dado que vivemos numa Democracia Parlamentar.
Situação aliás frequente em vários países de Democracia avançada.
Apenas dois desideratos fundamentais que precisamos que este Governo nos traga:
1º - Estabilidade – Este objetivo implicará que este Governo cumpra a Legislatura.
Objetivo que deverá determinar necessariamente que os “parceiros” que o apoiam, cumpram esse compromisso. Apoiar o Governo durante os quatro anos da legislatura.
Não será fácil que isso venha a acontecer sempre. Surgirão crispações, desentendimentos mais ou menos fortes, que inclusive serão muito bem aproveitados e fomentados pelas forças políticas que estão contra estes acordos do PS, bem como pela Comunicação Social que lhes é afeta. Pelos Detentores do Poder Económico, Financeiro… Para além de todas as pressões externas que surgirão, às claras ou na sombra das tomadas de decisão e em todas as jogadas políticas que existirão nestes jogos de Poder.
Necessariamente haverá que buscar acordos e consensos entre o Governo e os Partidos apoiantes.
Este Governo não terá a vida fácil. Sofrerá ataques dos mais variados setores de Poder e Contra Poder. Tanto nacionais como internacionais. Que saiba resistir a esses “ataques” e que não soçobre internamente, nem no contexto dos grupos apoiantes.
Que saiba resistir ao que quebra muitas vezes os Ideais: a Fome de Poder, a Corrupção, o "Compadrio"…
2º - Este Governo deverá implementar medidas, dentro dos respetivos contextos ministeriais, que focalizem as “Pessoas”, como móbil fundamental das políticas governativas.
Em termos de Valores, que implementem ações subordinados ao conceito de Dignidade. Que devolvam a Dignidade às Pessoas. Àqueles que dela mais se viram espoliados: Trabalhadores, Velhos, Reformados, Jovens… “Classe Média”…
Há setores em que a ação deste Governo irá ser muito elucidativa: Educação, Saúde, Justiça, Trabalho e Segurança Social.
As medidas a tomar nestes campos vão indicar-nos, com maior ou menor clareza, qual vai ser o “norte” desta governação.
Num destes setores há questões muito mediáticas que serão a "pedra de toque" desta governação, a curto prazo. Conforme este Governo nelas "pegar" assim deduziremos se nos trará ou não a "Estabilidade" e a "Dignidade" que precisamos.
Aguardemos...
Desejamos que tudo corra pelo melhor, que o que Portugal precisa é de um “Governo que governe bem”, passe a redundância.
P.S.-
E com este post, de algum modo, quebrei mais acentuadamente um dos meus tabus.
Sim, também tenho os meus tabus!
Esclarecendo. Abordo muito diretamente questões de Política “tout court”. Isto é no sentido mais imediato do termo. Falo deste tema, “política”, de uma forma muito direta e até, temporalmente, muito em cima do acontecido. Ainda que de modo muito “suave”.