Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Caro/a Leitor/a, a divulgação da Poesia foi um dos motivos principais na criação deste blogue.
(Um ligeiro desvio no raciocínio… Já reparou a quantidade de postais em que já não falo da pandemia, nem sequer apresento a etiqueta “Covid 19”? É saudável!)
Voltando ao teor principal da narrativa.
Quando publiquei as duas quadras do texto poético, no penúltimo postal, sob o título “Tem perfume, é olorosa”, Maria João Brito de Sousa, de “motu próprio”, criou uma quadra, a partir do último verso da minha segunda “Daí lhe vem azedume”.
Achando a ideia original, passei a propor às Pessoas que comentaram o postal, que criassem também uma quadra a partir de um verso, das duas que eu divulgara.
“Cheia”e “Margarida” tiveram a amabilidade de responder à sugestão.
Logo pensei como lhes agradecer aos três…
Para esse fim, resolvi publicar um postal para cada uma das criações.
Hoje, neste postal, apresentamos em destaque a quadra de Maria João Brito de Sousa:
“Daí lhe vem azedume”
Porque inda que frágil sendo,
Ganhou a rosa o costume
De tentar-se ir defendendo…
*******
Mª João Brito de Sousa tem vários blogues, entre os quais: Poetaporkedeusker
É o blogue que tem mais ativo, onde praticamente todos os dias patenteia a sua classe inexcedível de poetar, na estrutura formal e de conteúdo mais perfeita de “respirar” Poesia: o Soneto!
Quem diz Almada, diz Rio: Tejo, a Ponte, Cacilhas…O Ginjal…
E quem diz Mar, diz: Costa
A Costa é uma imensidão de praia, oportunidade de lazer, mas também é trabalho... tradicional: Arte Xávega.
Novo fim de semana de confinamento. Não sou especialmente contra a situação, penso que é necessário haver alguma contenção nos contactos sociais, esperemos que, deste modo, também exista diminuição dos contágios.
É assunto que já abordei várias vezes, isto da Covid, não me apetece falar mais no tema, pelo menos hoje, já basta o estar confinado…
Retidos em casa, todavia sempre é possível realizar os habituais “Passeios Virtuais”.
Anteriormente destacara a “Cidade de Régio”, que também é uma das minhas Cidades.)
O de hoje, vai ser dedicado à “Cidade de Rio e de Mar”, que também é uma das minhas Cidades. “Alma Subtil…”
Documentar sobre Almada, é inevitável abordar o Rio: Tejo e o Mar. E sobre este, imprescindível, a Costa. (Eu escrevi a Costa, a, friso…)
E hoje até esteve um dia convidativo para um passeio até às praias. As fotos aí foram tiradas, mas não hoje.
A paisagem envolvente da Costa é também património construído, testemunho de épocas transatas com outros hábitos de veraneio, documentadas por estas casinhas que mais parecem de brincar! As inevitáveis gaivotas!
A Natureza, sempre. Com as suas peculiaridades. Uma Estrela do Mar!
Falar de Almada é também lembrar a Casa da Cerca, documentada várias vezes no blogue. Também o Solar dos Zagallos.
Imagem da Casa da Cerca, com Lisboa em fundo.
Também Arte, Música, Poesia, Cinema, Leituras, Bibliotecas... Teatro... Desporto... CULTURA.
Estas quadras ou “cantigas” populares eram cantadas nos bailes e arraiais de Aldeia da Mata, nos anos quarenta, ainda nos anos cinquenta, do século XX, pelas raparigas, segundo a “moda e o estilo das saias”.
Os arraiais eram no meio da rua: Largo do Terreiro; no “Santo António”, perto da Cruz; à porta da Ti Rosa Bela.
Havia pessoas que cantavam muito bem: a Joaquina Amélia, a prima Rufina também cantava bem e, noutro tempo, também a Ti Natália cantava muito bem.
Nos arraiais habitualmente só se cantava. Umas cantavam melhor, outras pior.
Também cantavam ao desafio.
Os bailes eram feitos nos salões.
Nos salões eram fundamentalmente os tocadores de concertina que estruturavam os bailes.
Os salões que havia nessa época eram:
O Salão Martinho – era na Estrada Nova.
O Salão Trindade – era na Rua da Travessinha.
Nos bailes nos salões também se cantavam estas “cantigas”, nos intervalos em que descansava o tocador.
Havia também a “Sociedade”, que era para os “Mestres” e para as raparigas convidadas, era para as pessoas “consideradas mais finas”.
Na Sociedade também tocavam a grafonola.
E também se faziam bailes nas casas particulares, a que iam tocadores de harmónio.
Na Aldeia, os tocadores de harmónio, na época, eram: o Mestre Alfredo, o Ti Joaquim Branco, o Ti “Chanfana”.
Estas quadras, “cantigas”, eram fundamentalmente cantadas pelas raparigas, embora algumas pudessem ser cantadas indiferentemente por rapazes e raparigas.
Os rapazes cantavam outras.
E também cantavam ao desafio.
O Srº Manuel Mendes também cantava muito bem.
As raparigas também cantavam estas quadras / “cantigas”, quando andavam a trabalhar, tanto no campo, como em casa. E mesmo sem se estar a trabalhar, estando a conviver.
No campo: na azeitona, na monda, nas desfolhadas. E no caminho da ida e volta do trabalho também se cantava.
Toda esta recolha de “cantigas”, bem como estas informações, foram prestadas por D. Maria Belo Caldeira (04/11/1928).