Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Este é um assunto que já abordei no bloguevárias vezes. O lixo espalhadopor esse Portugal. Por tudo quanto é sítio. Nas ruas das cidades (Almada, ah! Almada…), nas mais diversas cidades, nos campos, nas praias, nos mares… nas bermas das estradas e autoestradas, nos campus onde se realizam eventos das mais diversas naturezas. Nos leitos dos rios e ribeiras… nas florestas, nos matos… Amontoam-se, espalham-se, quilos e quilos de lixos de todas as naturezas, por todos os lugares e sítios!
Papéis e papelões, fraldas, sacos de plástico, garrafas de plástico, de vidro, latas de cervejas e refrigerantes… beatas de cigarro, beatas… restos de roupas e calçado, detritos industriais, despejos de obras… dejetos de cães, líquidos e sólidos, por passeios, parques, relvados, urinóis nas esquinas, nas soleiras das portas, nos carros, nos equipamentos públicos. Uma verdadeira porcaria. E digo porcaria, que podia ou devia dizer m****, c********! Mas ainda não é desta que solto os substantivos no vernáculo!
Este País está a transformar-se num país de lixo. Num país de m****!
Que fazer?!
Antes de mais, o papel de cada um: mudanças comportamentais dos cidadãos. É imperioso e urgente que cada pessoa, sujeito, ser humano, homem, mulher, velhos e novos, jovens e menos jovens, tomem atitudes de cidadania, no respeitante aos lixos, a todos os lixos.
Ações de limpeza, pelos poderes públicos, nomeadamente por parte de quem exerce essas funções dia a dia, também tem que ser mais eficaz. Os profissionais do ramo exercem uma função importantíssima no contexto da Sociedade, devem exercê-la com brio e eficácia. Como todo e qualquer profissional em qualquer contexto.
Quem manda, pode! E deve exigir, de quem faz, um bom trabalho! Tem esse direito e esse dever.
Algumas medidas previstas são de imprescindível implementação. As embalagens retornáveis, com indexação de uma tara, talvez seja medida eficaz. A substituição de sacos e embalagens de plástico por outros materiais. (Vidro para embalagens, tecido para sacos.)
A medida proposta por um partido sobre as beatas não é desinteressante. Há Países em que essas regras são obrigatórias e sujeitas a coimas elevadas. (Cá, os poderes públicos temem medidas que alterem hábitos arreigados.
A atitude de quem fuma e simplesmente atira beatas, por vezes acesas, para bermas de autoestradas, em pleno verão de altas temperaturas… só observando os efeitos que tem!)
A fiscalização é sempre necessária, imprescindível, mas se cada Pessoa não tiver uma ação devida como Cidadão…
E para que serve tanta publicidade, no correio, em tanto papel, com tantas tintas perigosas?
E os outdoors? Fora de portas. Fora tanta publicidade em tantos painéis. (… …)
Ele há tanto a fazer neste plano.
Promovem-se ações interessantes: Limpeza de praias. Importante. Importantíssimo. Mas tudo se passa a jusante. Importa também limpar logo na origem, a montante. Na proveniência. E quem vai para praias ou outros eventos coletivos deve prever sempre a recolha dos lixos que produziu.
Manifestações de jovens pelas problemáticas ambientais. Pertinentes. E como deixam os espaços após a realização dos eventos? (Questão tanto para jovens como para menos jovens, frise-se!)
Umas fotos davam jeito? Pois davam! Mas nada melhor que o/a Caro/a Leitor/a observar à sua volta e constatar esta triste realidade, no seu dia-a-dia. Que é demasiado comum em Portugal!
Cito parte de uma notícia veiculada por “MSN – Notícias / Notícias ao Minuto”, de Patrícia Martins Carvalho, de há 2 dias, portanto, de 2 de Abril, remetendo também para o respetivo link. (Sublinho que, nos excertos da notícia, os realces a negrito são de minha autoria.)
Porque este é um tema, assunto, problemática, que, por variadas vezes e a diferentes pretextos, tenho trazido a este blogue:
A importância da “Defesa e Salvaguarda do Meio Ambiente” e do desrespeito constante que alguns cidadãos por ele manifestam na sua vida quotidiana.
(Digo alguns, mas, se calhar e, infelizmente, a palavra a usar seria outra: muitos.)
«Durante o verão é normal ver-se nas praias do concelho de Oeiras várias iniciativas a alertar os veraneantes para os cuidados a ter relativamente às beatas dos cigarros. Agora, desde janeiro deste ano, a autarquia decidiu investir ainda mais na consciencialização para a “atitude cívica e ambiental incorreta” que é a de deitar as beatas dos cigarros para o chão.
...
Brevemente a União de Freguesias irá replicar o modelo de vaso/cinzeiro para distribuir pelos estabelecimentos de restauração e outras entidades locais onde se verifique uma maior concentração destes resíduos”, adiantou a assessora autárquica.
Nesta senda, e sempre com meio ambiente como maior preocupação, a Câmara tem várias outras campanha em curso, como sendo a “sensibilização para a remoção de dejetos caninos na via pública, a correta separação e deposição de resíduos urbanos, a utilização do Número Verde 800 201 205 (gratuito) para solicitar a recolha de resíduos volumosos, as pragas urbanas (lagarta do pinheiro, escaravelho da palmeira, pombos, ratos e baratas), as boas práticas com os animais de companhia em meio urbano e a qualidade ambiental das zonas balneares”.»
*******
Estas são medidas que estão presentes nas práticas e preocupações das Entidades Autárquicas que conheço. Todas as Câmaras, cujos concelhos frequento, desenvolvem ações neste sentido, na salvaguarda e defesa do Meio Ambiente.
Onde eu encontro falha na execução dessas práticas é entre muitos cidadãos, que, no seu dia-a-dia, não agem em conformidade.
Que atuam como se das suas portas para fora e para além dos vidros do seu carro, o Mundo fosse um enorme caixote de lixo!
Há ou não contentores para o lixo indiferenciado?
Então, porque tanto lixo espalhado pelas nossas cidades?
Existem ou não contentores para lixos específicos: Papelão, Vidro, Embalagens?
Então, porque tanta gente deixa tudo de qualquer maneira, em qualquer lado, nas cidades, vilas e aldeias, atirando sacos de tudo e mais alguma coisa pelos becos das povoações e espaços dos nossos campos, que para algumas pessoas funcionam como uma verdadeira lixeira a céu aberto?
E que dizer dos montes de roupas abandonadas em qualquer local, quando há por aí variados recipientes para o efeito; diversas Instituições recebem roupa, calçado e brinquedos e, nalgumas localidades, até há empresas a recolher de porta à porta?
E os monos e tralhas atiradas para o pinhal? Para a floresta, para a ribanceira, para o rio e ribeira? (Quando a maioria das Câmaras tem serviços de recolha!)
E os dejetos caninos, que não se pode andar livremente nos passeios e mal se sai dos prédios, temos logo que ver onde colocar os pés?!
(E não é por falta de sensibilização da Câmara, nem falta de sacos plásticos e recipientes próprios. Que a Câmara não tem obrigação, só o faz porque muito boa e má gente não tem os cuidados devidos.)
E quem acaba por pagar as despesas que as Câmaras fazem pela falta de cuidado e civismo dessa boa e má gente?
Quem paga?
Quem paga os impostos, todos os dias, em todos os atos de consumo diário no IVA e em todos os outros impostos que pagamos periodicamente, com que são financiadas as Instituições Públicas?!
E quantas beatas mal apagadas são lançadas dos carros para a estrada, saltitando, ainda acesas, para a berma, incandescendo as valetas em pleno verão?
Quem não viu já esse saltitar da ponta do cigarro, ainda tremeluzindo, de noite, na auto-estrada, atirado da janela de carros a alta velocidade?
E quem não presenciou já o efeito dessa ação negligente ou propositada, nos sinais de terras queimadas logo a partir do alcatrão?
Infelizmente, é o que mais observamos todos os anos!
E essa ação pretensamente sábia dos que, não sabendo o que fazer ao dinheiro, o gastam na compra de alimentos embalados para alimentarem os pombos, verdadeira praga de ratos voadores; para abastecerem baratas e ratazanas, achando que desenvolvem uma nobre causa, que estarão a alimentar gatos e cães abandonados?! (Quando estão somente a contribuir para a propagação de pragas e doenças.)
Bem que podiam financiar Instituições que procuram tratar devidamente dos animais e que vivem com muitas dificuldades.
Bem, vamos terminar, que a conversa já vai longa.
Frisando que são de louvar as campanhas das Câmaras e das Juntas de Freguesias.
Mas é de suprema importância que os Cidadãos tenham atitudes cívicas. Nomeada e relativamente ao Meio Ambiente!
Que todos ganhamos com isso.
E os nossos filhos e filhas merecem que lhes deixemos uma Terra onde possam viver mais felizes e com melhor qualidade de vida!