Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Não posso ficar indiferente ao drama vivido por milhares de refugiados que, dos mais diversos países, acorrem à Europa, em busca de condições de vida. Não escrevo sequer “melhores”, porque estas famílias não têm sequer condições de vida, nos seus locais de origem. A Morte espreita a cada esquina!
Tenho consciência que este problema não se resolve fácil. Bem como consciencializo que é na origem que fundamentalmente tem de ser encontrada a solução. Antes de tudo o mais, criar condições de Paz. Acabar esses conflitos que se eternizam, através da negociação entre partes. Outras variáveis também fazem parte da equação, nomeadamente bloquear o fornecimento de armamento aos vários beligerantes.
Pouco posso fazer é certo. Daí ilustrar o postal, com uma flor campestre bem modesta.
Agora, a situação torna-se ainda mais chocante com o que se passa na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia. Não há como classificar a atuação dos governantes. Que indivíduos são aqueles?! Seres humanos?!
Estas Pessoas fogem à Morte nas suas terras. Seguem uma luz de Esperança que traficantes lhes acenam, a troco das economias de uma vida e vêm cair num alçapão, num cadafalso, a milhares de quilómetros dos locais que os viram nascer. E em condições ainda mais miseráveis!
Logo agora que foi aprovada a designada “Europa Social”, no Porto e em início de Maio, mês de “Dia do Trabalhador”…
Pois, nem de propósito, a situação de escravidão, em que vivem trabalhadores das atividades nas estufas das agriculturas intensivas, ganhou foros de manchete nos meios de comunicação.
Era algo que se sabia, não é situação nova, não é específica do Alentejo, noutras regiões de Portugal existem casos semelhantes; em Espanha, França, Itália também proliferam casos idênticos. Por esse mundo afora…
Alguns desses trabalhadores migrantes, nas mãos de máfias organizadas, até serão levados de umas regiões para outras.
Nada justifica estas posições, a não ser a ganância de alguns, em detrimento de quem pouco ou nada tem.
A génese destes problemas até estará nos países de origem destes e doutros migrantes, dos que atravessam oceanos em fuga. Portugal já foi porto de origem de situações semelhantes, hoje é porto de destino.
Em todas elas a tónica dominante é a exploração desenfreada de pessoas, em modo de escravidão, sem o mínimo de condições que respeitem a dignidade humana.
O cinismo com que este assunto foi abordado em diversos contextos, a forma como foi tentado de resolver apressadamente, também não terá sido de louvar.
Todas as Pessoas têm direito a serem respeitadas, a sua condição de seres humanos valorizada, a uma remuneração digna, a condições de vida satisfatórias, para si e seus familiares.
Que resolvam a situação de modo que estes trabalhadores, vindos dos mais diversos locais do mundo, sejam considerados e valorizados pelo seu trabalho.
Que são eles que executam tarefas que portugueses não querem fazer.
Que permitem aos supermercados terem muitos dos produtos hortícolas que consumimos, nós e muita da Europa, “Social” ou não.
Que as Entidades, públicas e privadas, que tutelam os vários enquadramentos em que se processa o trabalho destes migrantes, sejam responsáveis. Que atuem! Que ajam!
(Toda a gente sabia, mas fingiam que não.)
Não fora a Covid e a “utilização” de um resort turístico, que tanta celeuma levantou, ademais já várias vezes falido, não sei onde vão buscar o dinheiro e ainda mais o que lhe fazem, não fora tudo isso e continuavam a assobiar e olhar para o lado.
Tratem de reconhecer a dignidade devida aos trabalhadores! Destes e dos milhares de portugueses também em trabalhos precários.
(Adenda: Os restos do foguetão chinês caíram lá para o Índico, não vieram cá para os lados de Portugal, e ainda bem. Já basta o Corona!)
E a foto original? Maio, é mês das rosas! E fica o mote para próximo postal, que agora tenho um grande acervo de rosas.
Setenta anos da II Guerra Mundial e a Crise atual dos Refugiados!
Passou ontem o 2º episódio da mini série “Rendição – A Queda do Reich”.
Supostamente este documentário será para lembrar, para não esquecer,os efeitos devastadores da II Grande Guerra!
Que a memória dos homens é curta! A dos políticos nem se fala. Aliás, a facilidade com que alguns dos nossos mudam de opinião, preocupa-nos que sofram de amnésia.
Pois apesar de terem passado setenta anos do final da Guerra, talvez por isso mesmo, setenta anos são setenta anos, os políticos europeus demoraram tanto tempo a estenderem a mão aos refugiados que vêm, há anos, aportando às costas europeias...
Finalmente, e com muitas resistências, parecem fazer um grande favor... Não!
É uma obrigação moral da Humanidade ajudar parte dessa Humanidade que precisa.
E quando digo Europa, é Europa toda. Não apenas a U.E. A Rússia é também parte do problema "a montante", deverá também fazer parte da solução " a jusante".
Evidentemente, poderão questionar-me, “mas quem quererá ir para a Rússia e arriscar-se a ser deportado para a Sibéria ou ser recambiado para o seu país de origem, em guerra? Infelizmente não deixará de ser, hipoteticamente, verdadeira esta questão…
Mas todos os Países deverão ajudar.
Se não em termos de receber pessoas, sim porque são Pessoas, seres vivos que sofrem horrores… Se não desse modo, que seja em ajuda material ou outra.
Vaticano, riquíssimo!
Arábia Saudita e Países do Golfo Arábico, também riquíssimos, gastando biliões em megalomanias… Além de serem próximos, sob aspetos geográficos e culturais. Poderá levantar-se dúvida idêntica à reportada à Rússia, claro! Tal como o Irão… Iriam estes refugiados para lá?!
Além do mais, alguns destes países são também parte do problema, a montante. Os negócios do petróleo… Das armas… As multinacionais financeiras que tudo controlam…
Os E.U.A. também, que também são parte do problema “a montante”…
Os outros Países das Américas, Américas que já foram porto de abrigo e salvação para milhões de europeus ao longo de cinco séculos, nomeadamente no contexto das duas Grandes Guerras.
E a Austrália?! País rico, fracamente povoado, porquê negar-se a receber refugiados?! Não foi esse continente povoado com presos degredados do Reino Unido? Os autóctones terão sido auscultados?! Provavelmente via facebook e através dos likes. Ou chamadas SMS, de valor acrescentado. Talvez…
A China e a Índia, excessivamente povoadas, é certo; com desníveis de riqueza abissais entre diversos estratos populacionais, também; a China com uma estrutura política ditatorial, também… mas não terão nada a dizer?!
A China com excesso de liquidez, dado ser o Grande Fornecedor de mercadorias do Mundo Ocidental, não terá um papel importantíssimo a desempenhar neste âmbito?!
E o Japão e países ricos do Extremo Oriente?!
E Israel, que também é parte do problema "a montante", não terá também uma palavra a dizer "a jusante"?!
E estes são alguns dos Países, que me ocorrem, de momento, que têm obrigação moral de ajudar os refugiados!
Até porque, alguns destes países também são parte do problema, “a montante”. Isto é, estão na origem do problema destes refugiados, pois que estão na base das guerras travadas nos respetivos Países de Origem.
E as Empresas Multinacionais que tudo controlam em rede?!
As petrolíferas, as financeiras, as produtoras de armas e todas as que de forma legal ou ilegal mandam no mundo em que vivemos, não têm um papel a desempenhar na solução, “a jusante”, dado que têm um desempenho notável “a montante” do problema?!
Têm, também essa obrigação moral!
Este é, de facto um problema a nível mundial!
Vivemos num mundo global. Procura de soluções também à escala global!
Mas e provavelmente, quem vão ser os principais auxiliadores vão ser “Países Pequenos” e “Pequenas Instituições”!
Mas é "a montante" que o problema também tem que ser resolvido.
E, aí, também todos estes agentes têm uma palavra a dizer, um papel a desempenhar!
E tudo este “arrazoado de conversa”, na sequência de um documentário?!
Não! Já vinha delineando, mentalmente, a feitura de um post sobre o assunto. Esteve para ser em Agosto…
Digamos que o documentário permitiu associar os dois temas: 2ª Guerra e Refugiados Atuais!
No concernente ao Documentário, friso e repito.
Deveria ser transmitido em todos os canais generalistas, em horário nobre. E não apenas em Portugal, mas também e muito especificamente em toda a Europa!
Deveria fazer parte de visualização obrigatória por todos os políticos, de todos os quadrantes, pertencentes à União Europeia ou dos candidatos a cargos políticos de envergadura de qualquer país dessa Europa e desse Mundo fora!
Nunca é demais lembrar que um dos grandes objetivos dos criadores da "construção de uma Europa unida" foi evitar novas Guerras, na sequência dos horrores da Segunda.
Porque se remete a visualização de documentos desta envergadura para horários recônditos, como se quisessem esconder, negar a Verdade, os horrores que aconteceram e que se continuam a repetir?!
Passou, ontem, o 1º episódio. E prevê-se o 2º para hoje.
Este filme documento deveria ser de passagem obrigatória, simultaneamente, em todas as televisões generalistas, em horário nobre.
E não apenas em Portugal, mas por toda a EUROPA!
Talvez assim os políticos europeus compreendessem melhor o drama dos refugiados que todos os dias batem às portas da Europa, a pedir asilo.
Mas porque será que os media, quem manda neles, quem os tutela, remetem para canais secundários, em termos de audiências, os programas que nos contam a Verdade dos factos e dão apenas futilidades nos canais de maior audiência e nas horas de maior visibilidade?