Jorge Sampaio: R.I.P.
Lisboa 18/09/1939 – 10/09/2021
Repouse em Paz!
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Lisboa 18/09/1939 – 10/09/2021
Repouse em Paz!
Este postal aborda a certeza mais certa que todos temos!
Faleceu recentemente, 03/02/21, esta Atriz. No dia a seguir ao da Senhora da Luz. O funeral será só a 12 de Fevereiro, no crematório dos Olivais. Já aqui falei sobre cremação. Um modelo cada vez mais utilizado de inumação. (Com a pandemia não há crematórios que cheguem.)
Assisti a uma representação desta Atriz, numa peça extraordinária, na Casa da Comédia, um teatro existente em Lisboa, às Janelas Verdes, perto do Museu Nacional de Arte Antiga. Dirigida por Filipe La Féria, que aí desenvolveu um trabalho notabilíssimo. A “Paixão segundo Pier Paolo Pasolini”.
Esta peça foi impactante, tanto, que foi um êxito, estando muito tempo em cena. Ocorreu em 1980.
Tendo sido uma peça extraordinária, globalmente, acho interessante que a imagem que retive nestes anos todos, mais de quarenta, foi a representação desta Atriz. Desempenhava o papel de Mãe de Cristo e recordo a cena icónica de Pietá – Piedade – Senhora da Piedade. Ela, Mãe, com Cristo morto, O Filho, no seu colo. Era um papel secundário, mas marcante, na sua simplicidade, singeleza, de Mater Dolorosa, sofrendo em silêncio, dor profunda. O rosto na sua expressão, aparente quietude, reportava-nos para essa situação, de Dor sem peso nem medida, de Mãe que perde um Filho, ademais em situação tão trágica.
Num saber estar e ser de Artista que nunca terá desempenhado primeiros papéis, mas nos que representava, deixava a sua marca pessoal, conforme referem as crónicas sobre ela agora escritas. Peculiar que tenha sido essa lembrança que me ficou ao longo de todos estes anos, a imagem comovente da Atriz, naquele seu desempenho simples, modesto, mas carismático, traduzindo o sofrimento da Mãe que perde O Filho, um sentir universal, incomensurável.
A peça foi marcante até na construção do cenário. O palco entrava pela plateia, de modo que os atores representavam no meio da própria assistência e os espetadores era como se estivessem também dentro do palco, do enredo, da encenação. Vários atores se revelaram nessa peça.
Um dos atores marcantes, já com grande currículo, foi João D’Ávila.
Outra peça a que assisti também, na Casa da Comédia, foi Eva Péron. “Don’t cry for me, Argentina - Não chores por mim, Argentina…” Protagonizada por Teresa Roby, falecida há alguns anos. Também numa representação marcante, contracenando com o ator referido, que desempenhava o papel de Juan Péron.
Peças levadas à cena, naquela época, na Casa da Comédia, foram emblemáticas, no panorama do Teatro português naqueles anos: finais de 70s e década de 80.
João d’Ávila, também nos anos oitenta, realizou no Teatro Dona Maria uma atividade ligada à Poesia: “Adiafa da Poesia”. Participei nessa atividade. Hei-de procurar documentação sobre o assunto e divulgar no blogue. (Que um dos objetivos primeiros por que criei este blog, foi precisamente para registar online trabalhos que tenho publicados em papel. Entretanto foram surgindo outros caminhos e este espaço foi consideravelmente alargado na sua temática.)
P. S. – Ainda no âmbito do Teatro.
Já após ter escrito este postal, tive conhecimento do falecimento de José Mascarenhas, uma figura incontornável do Teatro Portalegrense. Do Teatro, em suma! Que Teatro é Teatro, seja qual for o local em que se desenrolem as representações. E o Teatro da Província não é menor que o da Capital. As peças até são muitas vezes as mesmas. Talvez tenha menos recursos. Por isso tem ainda mais valor.
José Mascarenhas, uma Alma inquieta numa Personagem irrequieta, neste Teatro do Absurdo, que muitas vezes é a Vida!
Um modo de lidar com a Morte!
Pode parecer estranho que o anterior postal tenha sido dedicado ao Natal e este, em seguimento, aborde a questão supracitada.
Sendo o Natal, evocativo do Nascimento de Cristo, mas associado simbolicamente ao nascimento de todos e de cada um de nós. E cremação associada a Morte!
Mas haverá correlação mais crucial e pungente que Nascimento e Morte?!
Quando nascemos, não temos certeza maior que essa. A de que morreremos. Mais tarde ou mais cedo. Por mais que tentemos afastar essa ideia.
Todavia, a Morte é sempre dolorosa. Ver “abalar” os nossos Entes Queridos, dói. Dói sempre!
A sugestão de publicar este postal sobreveio anteontem, 4ª feira, na leitura de um postal da plataforma SAPO, que, aliás, ontem, 5ª feira, surgiu destacado. Em que esta problemática da cremação era, de certo modo, abordada.
Por outro lado, na semana passada, ocorreu o falecimento de uma jovem na “flor da idade” e recordou-me de situação semelhante ocorrida na Família, em que uma jovem também nos abandonou repentinamente.
Situação sobre que escrevi e publiquei um poema.
Há pouco tempo também nos abandonou Eduardo Lourenço. Penso escrever um postal sobre “Tempo e Poesia”.
A Morte é uma constante da Vida! Todavia custa sempre. Muito!
Tomo a liberdade de manifestar os meus pêsames a todos os Familiares das Pessoas, cujos falecimentos são sugeridos por este postal. E pedir desculpa por, de algum modo, esta minha atitude poder parecer intrometida.
Voltando à cremação!
A imagem documentando o postal referido, lembra-me o único local de cremação que conheço e em que estive por duas vezes em velórios de familiares. O crematório do Cemitério dos Olivais - Lisboa.
De facto, o cemitério não dispõe de um local devidamente respeitador da situação. Um cemitério é, deverá ser, sempre, um local de “Chão Sagrado”. E os espaços destinados à deposição das cinzas precisam ser mais valorizados. Não sei porque é que acontece assim, mas não está bem.
Foi precisamente, na sequência da segunda vez que estive no crematório e nesse cemitério, que resolvi escrever e publicar o texto sobre “Cremação: Que destino dar às cinzas?!”, em 19 de Abril de 2017.
(As ideias já se congeminavam anteriormente, conforme explico, mas foi nessa data que as verti em texto escrito.)
Se quiser ter a amabilidade de ler, e opinar. SFF!
Chacina na Dinamarca!!!
Desconhecia completamente que se praticava um ato desta barbaridade num país que até julgava civilizado.
E que até admirava!
Não há palavras para comentar tal desumanidade!
Na Dinamarca!!!
Como é possível admitirem-se tais práticas?!
Que Portugal também tem as sua nódoas!
... e ataque de um cão a uma Pessoa num Parque Público em Almada.
Volto à escrita no blogue e sobre um assunto do quotidiano que já há algum tempo tenho pensado em expor, agora reforçado por uma ocorrência que observei muito recentemente.
Genericamente o tema reporta-se com a falta de civismo dos portugueses, diga-se de alguns portugueses, face ao lixo. Constata-se nas ruas, nas bermas das estradas, nos caminhos… A acumulação de papéis, de sacos e garrafas de plástico, de maços de tabaco, que são atirados para o lado, como se não houvesse contentores de lixo indiferenciado, nem contentores específicos para reciclagem. Até para as roupas e sapatos já existem contentores espalhados pelas mais diversas regiões do País. Contudo o lixo continua a ser atirado de qualquer maneira, para qualquer lado, deixado em qualquer lugar, sem o mínimo cuidado… Nem falo dos cigarros mal apagados que são atirados pelas janelas dos carros, em pleno Verão…
Especificamente, enquadrado neste tema genérico da falta de cuidado relativamente aos lixos, quero referir a acumulação de dejetos de cão, por tudo quanto é rua, passeios e até jardins das cidades que conheço.
É um incómodo permanente caminhar por qualquer passeio público das Cidades que mais frequento: Almada e Lisboa e sermos confrontados sistematicamente com dejetos de cães, que os donos não recolhem, como é sua obrigação. Que a Câmara, pelo menos a de Almada, providencia sacos e sistema de recolha. Mas, e mais uma vez, essa é uma falta de civismo dos donos dos animais. De alguns donos, frise-se! Mas que são os suficientes para que os passeios exibam o mostruário “artístico” que patenteiam.
Infelizmente essa é também uma situação comum a diversas cidades portuguesas que mais esporadicamente tenho visitado.
Mas não haverá ninguém com competência para fiscalizar e atuar sobre estes assuntos?!
Que o primeiro e último fiscal, deveria ser a consciência das pessoas! Que, sem essa auto consciência de auto responsabilização, não haverá sistema de recolha de lixos que funcione!
Especificamente dentro deste âmbito da falta de cuidado de alguns donos de canídeos, com os respetivos animais, quero apresentar uma ocorrência observada num espaço público dependente da Câmara Municipal de Almada. Concretamente, o Jardim Público, anexo ao Pavilhão Gimnodesportivo do Feijó.
Nos últimos anos, este espaço tem sido cada vez mais utilizado pelos donos de cães. Ação para a qual não foi prevista a sua utilização nem adequação funcional e espacial, de que surgem situações perigosas, até ao momento nenhumas graves, que eu saiba, mas que qualquer dia ocorrem…
Na passada 3ª feira, 27 de Outubro, ao atravessar o jardim, num repente, apercebo-me de um cão a atacar uma pessoa que descuidadamente passava na parte sul da alameda das tílias, a seguir ao edifício das piscinas, cão que saíra precisamente do espaço do Jardim que confina com as referidas piscinas.
A pessoa que acompanhava o cão, supostamente a dona, uma rapariga jovem, não o trazia nem com coleira, nem açaimado, nem conseguia ter mão no cão, por mais que a pessoa atacada lhe pedisse. O animal só não mordeu a pessoa, porque ela tinha um guarda-chuva, com que evitou que ele a atacasse, mas sem nunca ter tocado no animal, que constantemente se eriçava para ela e a rodeava por todos os lados. Esteve nesta situação vários minutos.
Valeu a intervenção de outra senhora, julgo que também proprietária do animal, que inicialmente também não manifestava ter autoridade no mesmo, mas que se lembrou de pedir o guarda-chuva, à pessoa atacada, com o qual conseguiu impor a sua autoridade de dona, evidentemente também sem tocar no animal.
Não é a primeira vez que observo situações em que cães mal treinados pelos donos têm comportamentos semelhantes e que estes têm dificuldade em controlar.
O espaço é muito frequentado por crianças e pessoas de todas as condições, dada a sua localização e funcionalidades adjacentes. E essas foram as funções para as quais foi concebido, planeado e estruturado.
Algum dia acontece desgraça! E depois será o habitual “Ai Jesus!”.
Será melhor prevenir. E não adianta colocar placas e avisos…, que já lá estiveram.
De qualquer modo, as leis já existem e são para serem cumpridas. E as pessoas conhecem-nas.
Esse aspeto foi referido às senhoras proprietárias, que foram sempre educadas e só diziam “Tem razão! Tem razão!”. Mas de que vale às vítimas terem ou não razão se os/as donos/as não trazem os animais devidamente atrelados, se não os conseguem controlar e os transeuntes incautos podem ser atacados e mordidos?!
Para se atravessar um Jardim público, que é um elo de passagem entre vários bairros, para além de acesso às múltiplas e variadas atividades do Pavilhão Gimnodesportivo, as pessoas vão ter que ir prevenidas para eventuais ataques?!
Dir-me-ão… mas tem alguma sugestão sobre o assunto?
Formularia algumas sugestões.
1º - Já que aquele espaço público está a ser exaustivamente utilizado para passear e recrear canídeos, então que sejam exigidas aos respetivos donos as devidas obrigações, nomeadamente trazerem os animais com trela e açaimados. Dir-se-á que a maioria dos animais são mansos e estão educados, o que é verdade, mas todos os anos têm acontecido casos de agressões por cães, algumas bem graves, precisamente às pessoas que lhes estão mais próximas, familiares e vizinhos. Que os julgariam certamente de mansos e educados!
Essa fiscalização que é uma OBRIGAÇÃO das Entidades Públicas, deverá ser feita de uma forma pedagógica e didática, inicialmente, para depois atuar e autuar os prevaricadores. Que é também uma forma de educar e ensinar as pessoas.
Porque as Leis já existem, toda a Pessoa tem obrigação de conhecer a Lei, nem pode invocar em sua defesa o respetivo desconhecimento.
E é um Dever e Obrigação dos Poderes instituídos providenciarem na respetiva aplicação.
Não sei, se neste caso específico, essa é uma competência da Câmara Municipal de Almada, julgo que será, pois que a manutenção do espaço é permanentemente assegurada por funcionários camarários.
Esta ação de fiscalização e atuação é imperiosa e urgente. É fundamental pô-la em prática pelas entidades competentes. Competências que julgo também pertencerem à Polícia de Segurança Pública.
2º - A segunda sugestão penso que é mais exclusiva da Câmara Municipal e consiste na criação de espaços específicos para os cães e respetivos utilizadores, semelhantes ao que existe no topo norte do Parque da Paz, junto à Cova da Piedade. Espaços devidamente vedados, e com dimensão adequada, para os animais poderem estar mais à vontade. E com alguns equipamentos próprios.
Sim, porque não sou contra os animais. Condeno é a atitude e comportamento de alguns donos!
Relativamente a espaços, junto a esse Jardim e Pavilhão existem alguns, que não sei se serão privados se públicos, mas que julgo reunirem condições, à priori, para essa finalidade, após as devidas e necessárias adaptações funcionais, também para o bem estar dos animais e utentes.
A Oeste do Jardim e das Piscinas e a norte das traseiras da Igreja do Feijó e do Centro de Dia, existe uma colina, até parcialmente arborizada pela Câmara, que devidamente vedada, permitiria um espaço ótimo até em termos de dimensão, para essa finalidade.
Já fora da zona do Jardim, na direção norte, quem desce na direção da Cova da Piedade, nomeadamente em frente da Escola Secundária António Gedeão, também existem campos suficientes onde poderiam ser adaptados espaços para canídeos.
Bem sei que aquele Jardim é muito centralizado. Mas como está a ser usado, precisa de reestruturação e de outras medidas, sob pena de algum dia acontecer desgraça!
(foto extraída da net. in: oestegoiano.com.br.)
Que as animais, neste caso os cães, não têm culpa nenhuma. Porque os animais, são apenas isso e somente, animais.
Que os seres humanos também o são, mas têm obrigação de, enquanto Pessoas, serem um pouco mais!
Notas Finais:
As duas fotos iniciais do referido Parque/Jardim Público são originais de F.M.C.L., de 2014, no Outono.
Sobre ALMADA, consulte também:
“CÓDICE”
Episódio II
RTP2
5ª Feira 8/10/2015
Final de uma História Real!
Neste 2º episódio há que constatar que, nas informações sobre a mini série já corrigiram o nome errado "O Roubo do Cálice”, atribuindo-lhe o nome verdadeiro: “CÓDICE”.
Quanto ao conteúdo da série, como já referi, ela aborda uma situação verdadeira, a do roubo do “Códice Calistinus”, em 2011, tendo sido recuperado só passado um ano.
A ação decorre em Santiago de Compostela e situa-se maioritariamente nos espaços da Catedral; nos gabinetes da Polícia de investigação, não sei se é designada Judiciária; na sede do jornal, no café, casas particulares dos envolvidos; casa de Manolo, o eletricista, desempenhado pelo “nosso Alcaide Mendonza” e nalguns espaços de ar livre, ruas e jardins da cidade.
O tempo cronológico situa-se, inicialmente, nos finais de setenta do século XX e já no século XXI, 2006 e 2011, pelo menos lembro-me destas datas.
Os contextos e a narrativa centram-se na investigação, inicialmente do desaparecimento do Codex, mas logo se aperceberam que fora roubo. Equacionadas hipóteses de possíveis ladrões, face às pessoas que poderiam ter acesso ao Arquivo onde se guardava o Códice, e que eram muito poucas.
O organista da Catedral foi uma delas, mas após inquéritos preliminares foi descartado.
O próprio deão, diácono, Dom José Maria, “o nosso Drº Devesa”, estudioso e guardião do livro manuscrito, foi outra das pessoas inicial e possivelmente suspeitas, mas logo foi também descartado pelos investigadores. Embora ele seja uma das peças chave em todo o processo, mas não como criminoso!
Dom José Maria, deão, diácono da Catedral, esteve sujeito a chantagem e extorsão de um Fernando Miranda, que inicialmente os jornalistas e os investigadores supunham pudesse ser o recetador do Livro. E que foi o motivo da cena rocambolesca, despoletada pelo “nosso boticário, Cristobal”, agora investigador policial, no seu afã de apanhar o suposto recetador do livro manuscrito roubado, ocorrida no final do 1º episódio.
Este Fernando Miranda, não cheguei a perceber muito bem qual a sua função social, mas na narrativa figurava como extorsionista, chantagista. E foi nesse enquadramento que acabou por ser preso em flagrante, neste 2º episódio, quando se reunia com o Deão, num café, após tê-lo chantageado, exigindo vinte e cinco mil euros pelo seu silêncio. Cena que os jornalistas também documentavam fotograficamente, contrariamente às ordens do Juiz e às ameaças do próprio Fernandito.
Neste 2º episódio, o papel dos jornalistas resumiu-se fundamentalmente à ação do famigerado “Inquisidor, Somoza”, que era jornalista fotógrafo, free lancer, e da jornalista loura, de cabelos compridos, cujo nome não fixei na narrativa e por isso assim a designo na narração.
Se futuramente a RTP2 continuar a transmitir séries galegas, que acho que valem bem a pena, irei fixar os nomes verdadeiros dos atores, pois revelam-nos excelentes desempenhos e merecem que os nomeie. Desta vez passa, pois nem chega a ser propriamente uma série.
Depois da trapalhada de “Cristobal” a investigação regressou à estaca zero.
A equipa ficou um pouco desorientada, mas a argúcia e serenidade da inspetora, a nossa conhecida “Dona Irene”, cujo nome de personagem não consegui reter, foi direcionando a investigação e os investigadores para os locais e pessoa certa: a Catedral, atenção aos pormenores que foram escapando na 1ª investigação, nomeadamente visualizando, de novo, todas as fitas de anos atrás; vistoriando novamente nos locais certos do templo. E foram sendo descobertos elementos aparentemente acessórios, provas documentais não valorizadas na 1ª investigação, mas que acabaram por tornar-se primordiais. Um resto de fita mal gravada em que o eletricista aparecia de costas, no arquivo. Uma caixa de chás, em que encontraram uma chave do arquivo, escondida num fundo falso e na etiqueta a letra manuscrita era também de Manolo.
E estes elementos foram conduzindo a investigação para o “nosso ex – Alcaide Mendonza”, cuja personagem se chamava, Manuel Carvalheiro, conhecido por Manolo.
A inquirição com a inspetora, “rei preto e rainha branca” frente a frente, foi um portento de jogo de xadrez tático estratégico entre dois adversários inteligentes, que às perguntas sábias da investigadora, Manolo respondia sempre capciosa e evasiva, mas certeiramente. Respostas que sendo respostas, acabavam por ser não respostas. O “rei”fugia como uma enguia entre as mãos da “rainha”. “Muchas gracias, senhor Carvalheiro!”, se despediu a dama, do rei!
Que uma das características mais valorizadoras destas séries galegas são os diálogos entre as personagens.
A investigação prosseguiu em diferentes contextos e enquadramentos, mas já com uma certeza confirmada de que o autor do roubo fora o ex eletricista da Catedral, Manolo, que passara a vida a roubar, não só no Templo, mas inclusive até de contas bancárias de um suposto amigo(?). E que muito recentemente comprara dois apartamentos, a pronto pagamento, nas Rias Galegas.
Envolvendo também outros personagens, em que o Deão era uma peça chave, porque durante as dezenas de anos em que Manolo trabalhara na Catedral, tivera oportunidade de ir conhecendo o seu mau caráter, apesar de o ir protegendo, por que acreditava na sua redenção. Até que em 2006, tantas foram as falcatruas, desde os anos setenta do século XX, que resolveram despedi-lo, através do administrador, um leigo, Dom Pedro, que ao comunicar-lhe o despedimento nunca o olhou de frente! Tal seria o “medo” que este homem inspirava. Talvez resquícios de quando fora “Alcaide Mendonza”!
Mesmo depois de despedido, ele continuava a ir frequentemente à Catedral, a diferentes pretextos, nomeadamente enquanto fiel, mas também a massacrar o Deão para este o admitir no seu trabalho de eletricista na Catedral.
Entretanto foi preparando o golpe. E um dia, já em 2011, lhe aparecerá no próprio Arquivo onde não podia estar, nem era suposto ter chave para o fazer, continuou a insistir na sua readmissão e, com veemência, exigiu que, mesmo ali, o Deão o ouvisse em confissão, que foi uma forma de o silenciar sobre o que lhe contou, que terá sido sobre as falcatruas que fizera e o dinheiro que desviara.
E como Dom José Maria não o quisesse readmitir, ameaçou-o que ele, Manolo, perdia o seu lugar, mas o Deão também perderia o seu.
Mas o cerco foi-se apertando, como se uma caçada se realizasse, o criminoso foi sendo direcionado para o local onde poderia ser capturado, como se de animal acossado se tratasse. Que o receio era que ele pudesse destruir o “Codex”, peça de valor incalculável, no seu valor material, mas muito especialmente no plano imaterial, pelo seu valor documental, histórico, formativo e informativo, que ainda continua a ser estudado.
E que melhor local para apanhar o criminoso e presa, senão o local do crime?!
Conhecidas as suas rotinas, já cartografadas há muito, a Polícia foi apanhá-lo precisamente na Catedral de Santiago, local mítico na cultura ocidental cristã e quase berço, lar e casulo de Manolo, onde se movia como peixe na água, mas também onde estaria mais fragilizado emocionalmente.
Para esta estratégia psicológica, de o ir enredando nas teias da investigação e direcionando-o para ser capturado, muito contribuiu o papel da inspetora, a seu perspicácia, a sua intuição, o seu saber e conhecimento da alma humana.
E foi precisamente na Catedral e na missa celebrada por Dom José Maria que ele confessou à inspetora, que ao lado dele se juntara na bancada do Templo, a autoria do roubo e que não destruíra o livro, que não era um destruidor.
Na entrada da majestosa Igreja de Santiago, estavam os restantes policiais, nossos conhecidos, talvez com receio que ele fugisse.
E, à hora da comunhão ele saiu da bancada, mas dizendo a “Dona Irene”, desculpem-me voltar a este nome, mas continuamos nos mesmos espaços míticos de Compostela, dizendo à inspetora que não se ia embora.
E não foi! Foi simplesmente comungar, que Dom José Maria distribuía a comunhão e, com hesitação, dúvida, lhe deu o sacramento.
E a série terminaria, paralelamente com a prisão dos familiares de Manolo, que também estavam envolvidos, em maior ou menor grau, nos roubos efetuados.
E a localização do Códice resguardado e embrulhado, numa garagem, com as múltiplas tralhas que se guardam nas garagens e alguns objetos, de menor valor, que ele também trouxera do local de trabalho.
E, como é uma série que trata de casos reais, informaram-nos do prosseguimento da vida das pessoas, aqui representadas neste filme de dois episódios.
Os criminosos, após julgados, foram condenados, com diferentes condenações, que também a gravidade dos crimes praticados foi diversa.
Os investigadores continuaram a investigar; o Juiz, a julgar; os jornalistas terão continuado a pesquisar e informar; o diácono/deão retirou-se da Catedral e da Cidade de Compostela, que já atingira a idade de se reformar.
E nós também vamos terminar.
Só nos faltou sabermos e fora uma boa oportunidade de perguntar, se vão apresentar mais alguma temporada de “Hospital Real”, que ficou tanto por concluir.
E reforço o que já referi. Se voltarem a apresentar mais alguma série galega, com estes atores, vou tentar saber os respetivos nomes, ainda que possa sempre reportar-me ao “Hospital”, como referência e também com um pouco de fantasia! Que, no fundo, é sempre o que são as séries.
A legendagem final deveria ser mais nítida, as letras muito pequeninas eram totalmente ilegíveis. Que eu gosto de ler o que posso, enquanto ouço a música.
“Fortitude” - Episódio XII
3ª Feira – 06/10/2015
RTP2
E na análise ao 12º episódio, começamos exatamente por Elena.
Hospitalizada, isolada como estiveram outros doentes. Que não sei como uma comunidade tão pequena tem recursos hospitalares tão bons! O que não têm são médicos. Se Drª Margaret morreu… E se destruíram o espaço em que ela estava isolada, onde arranjaram outro tão rápido para colocarem Elena?! Bem, não sei, não sou guionista… nem governador da ilha, nem produtor da série. Que já víramos Hildur a telefonar para o Continente a pedir recursos e reforços. Certamente terão chegado.
Também se viu que queimaram, tudo o que puderam, em Fortitude. Só o fogo realmente podia purificar tal ambiente. E será que conseguiram incinerar todas as vespas?
O mamute foi queimado, que Jason acabou por dizer que ele estava no armazém detrás do supermercado. Uma verdadeira estratégia política de Hildur que conseguiu convencê-lo a revelar o local.
Depois lá estava ela com os seus policiais a supervisionar a destruição do monstro, através do fogo regenerador. O barracão terá sido também um dos edifícios que foi queimado.
Mas voltando a Elena, hospitalizada.
No exterior do gabinete onde ela estava, encontrava-se Dan. “Penso em ti a toda a hora. Na escuridão e à luz do dia!” Temos continuação do romance para a próxima temporada.
E irá ela sobreviver? Uma vez que ela foi atacada pelo monstro que atacara os outros atacantes: Liam, Shirley, que morreu; Jason que também morreria, Ronnie de que não soubemos o destino.
E agora ela! Neste episódio fomos vendo a transfiguração facial e comportamental que foi assumindo. De que ela própria tomou consciência e, com medo dos atos que poderia vir a praticar, porque sabia o que os outros fizeram, quando possuídos dessa loucura incontrolável, ela própria se agrilhoou à cama, como lhe fizera Billy. E ela mesma atirou a chave para longe.
Mas quis o Destino, desta vez, escrever torto por linhas tortas.
Carrie, quando regressou a casa, não encontrando a sua “irmã mais velha”, por ela procurou, e achando-a naquele preparo, a libertou, ignorando que lavrara a sua sentença de morte. Morte macabra e cruel, como a que tiveram os outros assassinados pelos tresloucados, possuídos por essa estranha doença.
Nem Dan a conseguiu salvar, que Elena já a tinha esfaqueado.
E foi trágico e dramático ver Dan, primeiro ter que atirar em Elena, sua amada, e depois pegar em Carrie ao colo e levá-la por Fortidude, como se fosse uma dádiva, um sacrifício atroz, a um altar de deuses cruéis e maléficos.
Bem, ou mal, não sei, Carrie não figurará em próxima temporada. Ou será que ela não morreu?! Sempre pode ficar essa dúvida e os guionistas têm muita sabedoria…
Retomando outros personagens.
Yuri e Max fizeram a perfuração no gelo do glaciar.
Mas chegou Eric. As bravatas do costume, nas coboiadas, que nalguns aspetos esta série tinha laivos desse género cinematográfico. Pistola para aqui, rifle para ali e antes já Max fugira na moto que Eric trouxera, que nem todos são heróis. Esgotadas as armas de fogo, que nem dispararam, porque o russo não carregara a dele e Eric é por demais ingénuo, envolveram-se à pancada. Murro dum lado, canelada do outro e Eric perdeu, ficando inconsciente no gelo.
Yuri preparou-se para descer pelo buraco no gelo e, de supetão, depressa chegou ao fundo.
Pensáramos que tivesse morrido, mas não. Vê-lo-íamos na base do glaciar, que no contacto com o solo se derrete e abre cavernas e simultaneamente se desloca, lenta mas inexoravelmente, erodindo as montanhas em que assenta.
E como queria Hildur aí construir um hotel no gelo? Flutuante, já se vê!
Iremos ter Yuri em futura temporada?! Que este assunto das presas de mamute ainda tem pano para mangas.
Eric, passado o efeito do murro, acordaria, gritou para o buraco a saber de alguém, sem obter resposta, que Yuri ficou embasbacado com tamanha riqueza, e Eric partiu no camião que levava a broca, que como presente levou para a sua amada Hildur, estacionada no carro, a quem disse que amava, dito que ela primeiro ignorou, mas após chamá-lo com a buzina, ele para junto dela foi e foi vê-los beijando-se que nem amantes remoçados.
E temos continuação da parelha para futura época.
E, finalmente, vamos ao início do episódio, que já sabemos que estas narrações não respeitam a sequência da narrativa.
No hospital e no compartimento onde estava a Drª Margaret internada em cuidados intensivos, que isto dos médicos se tornarem pacientes, para mais numa pequena comunidade isolada, é caso de bradar aos céus!
Mas também é para alertar do perigo de contágio a que os médicos e outros profissionais de saúde estão sujeitos, que põem em risco a sua própria vida para salvarem a de outros.
E o mesmo acontece com os cientistas, como Vincent.
No mesmo compartimento, juntamente com a médica e milhares de vespas assassinas, cujo nome não consegui fixar.
No exterior, Dan e Natalie questionavam como matar todo aquele enxame, sem matar o jovem cientista.
Natalie teve a ideia de injetarem, o espaço isolado, de oxigénio e hidrogénio, que havia garrafas no laboratório e tubos e mangueiras para executar o procedimento. E foi o que fizeram. Vincent, arriscando a sua própria vida, abriu internamente as válvulas dos dois gases, que combinando-se, formam uma mistura explosiva.
E Vincent acendeu o isqueiro!
E foi uma explosão daquelas!
Vincent, que se sacrificara a bem da ciência, da medicina, de Fortitude e da Humanidade, porque se aquelas vespas se soltassem sabe-se lá, quase morreu, mas Natalie conseguiu salvá-lo!
E Vincent também ficou hospitalizado, todo queimado e picado das abelhas. Provavelmente não estará infetado, porque segundo pesquisa efetuada por Natalie, estas vespas pré históricas não tiveram tempo suficiente para atingirem a maturidade sexual. Pelo que estará apenas picado, mas não infetado pelos respetivos ovos, que elas injetam na corrente sanguínea dum hospedeiro vivo, de que se alimentam de dentro para fora. Foi o que aconteceu à médica!
Uma aberração da criação, que Darwin considerava impossível, Deus tivesse criado!
Um deus de amor não pode ter criado um ser tão maléfico!
“Não são as vespas que fazem duvidar da existência de Deus. Somos nós os seus filhos!”
Esta citação pertence ao professor Markus, que foi visitar Vincent.
Que também questionou se o que Frank lhe fizera não terá consequências. Se o facto de terem aberto Shirley, sem qualquer autorização, também não terá consequências. Que a atitude dela para com a mãe resultou mais do facto de ela ter sido toda a vida humilhada pela própria mãe, do que dessa teoria formulada pelos cientistas que, segundo ele, não faz qualquer sentido.
Fará? Não fará?
Ficaremos à espera da comprovação ou refutação na próxima temporada.
E, se nem todas as vespas tiverem sido exterminadas ?!
Pois exterminemo-las, por agora, que está na hora de terminar este conto! E de o publicar, tarde e a más horas!
“Fortitude” - Série Britânica
Síntese
(Alguns Aspetos)
RTP2
Ocorreu ontem a visualização do 12º episódio da série britânica, “Fortitude”. Décimo segundo e último.
Que dizer?
Não foi uma série de que gostasse especialmente. Mas vi quase todos os doze episódios, exceto quando tive um problema técnico com a TV.
Mas então o que me prendia à série?
Ocorria em contextos pouco habituais, com cenários, julgo que realistas, impressionantes; com um elenco internacional de atores e atrizes excecionais; abordando temáticas ambientais, eu veria uma metáfora para os cuidados a ter com regiões terrestres isoladas (?) ainda relativa e aparentemente preservadas, como é o Ártico, mas que está sujeito a grandes pressões internacionais e irracionais para uma abertura à exploração, nomeadamente mineira intensiva e especificamente petrolífera!
Com um enredo iniciado precisamente com essa problemática dos efeitos da poluição, mesmo em ambientes supostamente imaculados e livres desse flagelo.
Mais propriamente com uma morte muito mal explicada, logo no início, apanágio dos seriados; a que se foram seguindo outras, provocadas por causas ainda mais ocultas e desconhecidas.
Teias romanescas de amores mais ou menos conseguidos, melhor ou pior traídos! Amor, ódio, sentimentos diversos mais ou menos exacerbados, expressos ao longo da trama.
E doses de ação, perigo, mistério, pancada quanto baste, à moda de um Oeste de Klondike! A que não faltavam mineiros exaltados, um hotel e bar, geridos por uma fogosa espanhola, que deixava a cabeça à roda, mesmo do mais gélido e atrapalhado xerife.
A que não faltavam também tiros, pistolas e rifles e até ursos tresloucados pelo mercúrio e a que o xerife sacrificara um bandido sem escrúpulos, minerador, à procura de tesouros, a que chamei, erradamente, geólogo!
E a vinda de um detetive do Reino de Sua Majestade, precisamente para investigar essa morte estranha, e de que a sua insistência em descobrir a verdade, também lhe provocaria a sua própria morte!
A estrutura narrativa das próprias séries, que são sempre organizadas de modo a prenderem-nos à narração, ao que virá a seguir no próximo capítulo, apesar de hoje termos a net, de que me socorri, para além do recurso das imagens. “Que uma imagem vale por mil palavras!”
E, só isso?! …? …!
Também diria que não apenas e tão somente isso!
Na série anterior “Hospital Real” verificou-se uma grande adesão ao que escrevia o que eu constatava nas visualizações dos posts. Mérito da série em si, que deve ter tido grande audiência televisiva na RTP2, o que se projetava nas visitas no blogue.
O que também se verificara em séries anteriores, nomeadamente “Crime e Castigo” e “Borgen”.
Essa situação entusiasmou-me na escrita.
E incentivou-me a continuar a escrever sobre a série, mesmo se e apesar de não ter tido, nem de longe nem de perto, a adesão que tivera com “Hospital Real”!
E estes serão, assim em modo rápido de síntese alguns aspetos que me cativaram no seriado.
E não irei falar do 12º episódio?!
Sim!
Mas primeiro publico este esboço sintético!
“Hasta Luego”, como diria Elena, que teve um papel tragicamente marcante, e um desempenho notável, que lhe abrirá portas para a próxima temporada?
“Fortitude” – Episódio XI
2ª Feira – 05/10/2015
RTP2
Preâmbulo
“Não é de um hotel que precisamos, em Fortitude. É de uma morgue maior!”, dissera Hildur, outra vez!
E eu acrescento.
Neste episódio e no seguinte, o que irão precisar é de um inseticida! De um potente inseticida!
E lá vamos nós à narração!
Após alguma indecisão de Dan, alguma é como quem diz, que o pedido de Henry foi formulado no episódio anterior, décimo, e cumulativamente interpôs-se o fim-de-semana, de modo que só ontem, 2ª feira, no episódio XI, é que se processou a intervenção de Dan.
Bem, de helicóptero chega-se rapidamente. E ao chegar, Dan, logo constatou a dimensão do desastre. Henry, estendido na neve gelada, um tiro na cabeça, vermelho de sangue a colorir o branco gelado.
Encostado à moto, Morton, afinal ainda não estava morto, apenas moribundo, eu é que julgara que ele morrera na 6ª feira. Mas não! Esteve todo o fim-de-semana para morrer, que sábados e domingos os serviços públicos estão encerrados. Morton, quase acabado, ainda esperava que o xerife chegasse, mas não quis que o levasse para ser socorrido, queria ficar já ali, que o glaciar é um sítio ideal para se encontrar a serenidade e a luz e com ela a morte, para mais com a garantia de se poder ficar congelado até à eternidade, ou até à próxima alteração climática!
Mas antes de partir, quis que Dan lhe contasse a verdade!
E Dan contou. Verdade nua e crua, trágica e cruel, para mais tendo ocorrido num dia sagrado. Num dia de Natal! E soubemos, através do relato para Morton, como tudo ocorrera, e que Dan sempre fora, de facto, o assassino de Billy Pettigrew. Que guardava esse crime na sua consciência também atormentada.
Não vou relatar os pormenores dos trágicos acontecimentos a esse assassinato associados. A foto apresentada, no post anterior, diz tudo.
Lembrar, só e apenas, que amor e ódio são duas faces da mesma moeda, que foi por amor a Elena, que Dan entregou a morte de urso, Billy, por quem o amor à sua amada se transformou em ódio a Billy, que a quisera possuir, agrilhoada à cabeceira da cama! Grilhão que serviu para acorrentar o geólogo ao poste do farolim, como isco para ursos tresloucados de fome.
“Confessa! Ou nunca terás Paz!” Lhe disse Morton, para que Dan fizesse.
Só depois, Morton morreu, suponho que em paz. Soube a verdade do que buscava, desde que chegara a Fortitude, que fora essa a sua razão de chegar. E, sabendo, já poderia partir!
Que partiria, o seu corpo, não para o Continente, que ele, como cidadão britânico, também é de uma ilha! A sua alma, essa terá ficado eternamente aprisionada no gelo do glaciar.
E Dan, após muitos avanços e recuos, conseguiu confessar a Elena, o que por várias vezes e em diversos episódios, ela lhe perguntara. Se fora ele que matara Billy.
Confessou e uma vez confessado, também ficou mais liberto para lhe confessar, ao seu jeito desajeitado, o seu amor, desde que Elena chegara a essas terras de fim de mundo gelado.
E depois de explicados os comos e os porquês, textos e contextos, de tudo o que e como e porquê se passou, Elena rematou à laia de conclusão:
“Estamos juntos, sozinhos!”
E haverá melhor definição para aquele amor?! Aguardemos o último episódio, que provavelmente, como é apanágio das séries, deixa tudo em aberto, para futuras temporadas. Estratégias de guionistas!
Voltando a Billy, morto logo no 1º episódio, mas cujo tema foi estruturando todo o enredo.
Nessa célebre, trágica e fatídica noite de Natal, ele, com os copos, desatara a língua com o russo Yuri, sobre o célebre tesouro escondido no glaciar. Centenas, milhares (?) de presas de mamute, aprisionadas no gelo! E, após a briga com Eric, para além de ficar com as ventas partidas, também perdeu o célebre documento cartografando o local de tão precioso e macabro achado! Documento que o russo apanhou.
Com base nele, Yuri, estudara as coordenadas do local e, neste episódio XI, com a ajuda de Max, resolveu assaltar o armazém onde se encontrava a broca para furar o gelo do glaciar, transportá-la no camião onde ela estava acondicionada e irem procurar o cemitério dos mamutes, para recolherem o marfim.
Consegui-lo-ão?!
Também só o saberemos no derradeiro episódio. Que Eric, apenas armado de rifle, também se dirigiu para o local onde eles se encontram, mas pensando que fora Jason que roubara a broca!
Que Jason, também já sabemos, está igualmente possuído por essa doença que atacou Liam, que matou Charlie Stoddart, o cientista; Liam que contaminou Margaret, a médica; que contagiou a filha, Shirley, que atacou a própria mãe. “Doença” que também terá contagiado e esventrado Ronnie, que estará escondido na cave da sua própria casa.
“Doença”, que tudo indica terá sido despoletada na sequência da descoberta macabra do mamute, que Ronnie e Jason esconderam num armazém, para onde Jason se foi refugiar novamente, obcecado por tão terrífico achado, que tantos dissabores trouxe à pacífica Fortitude. Antes tivesse ficado onde estava, ou tivessem tido o procedimento correto, dando a conhecer à comunidade científica, que até dispõem na ilha, que teria procedido com os formalismos adequados e exigidos nos protocolos próprios.
Mas a ganância, a ambição, a fome do dinheiro fácil, sobrepõem-se a tudo o mais!
E nisto ficamos. Jason agarrado ao mamute, após ter passado no laboratório e ter pregado um susto de morte a Natalie.
E a comunidade julgando que fora ele o autor do roubo da broca.
E pergunto eu. E Carrie não terá sido contaminada?!
No episódio apenas soubemos que ela, juntamente com Elena, foi visitar o amigo Liam. E que foram recebidas por Jules e que Frank também apareceria um pouco mais tarde.
E foram conversando todos, circunstancialmente!
E vamos para o excerto final desta narração.
A parte científica, que é o tema do enredo que ainda está por deslindar, uma vez que em princípio, os principais crimes estão esclarecidos.
Natalie e Vincent continuam nas suas investigações e centram-nas no cão do cientista, que, quando Vincent entrou na cozinha, onde estava o corpo de Charlie, reagiu muito agressivamente para Vincent. Que o cão poderia ter sido contaminado por aquilo que contaminou o dono.
Por acaso, ironia da sorte, ou perspicácia do guionista, o dito cujo estava para ser embalsamado, pelo já falado xamã, que não queria sê-lo, que era apenas embalsamador, conforme referiu a Henry.
E fazendo autópsia ao animal, inicial e aparentemente inconclusiva, mas graças à persistência de Natalie, acabou por ser descoberto um verme estranho no interior do tubo digestivo do cão.
O que seria? Como evoluiria?! Que o verme corresponderia a um estádio larvar de desenvolvimento de outro animal qualquer. E o que será?!
Não tardámos a saber de forma bem preocupante e arrepiante!
Os jovens cientistas decidiram avançar na investigação e partir para a pesquisa na própria médica, Drª Margaret, não sem antes se terem questionado sobre a ética de tal procedimento numa pessoa ainda viva!
E, foram!
Mas a evolução natural das coisas não se compadeceu com quaisquer procedimentos ou pruridos éticos ou não éticos.
Estando Vincent no compartimento isolado em que a Drª Margaret estava deitada, e começando a observá-la, foi ficando sem palavras, mudo de espanto, admirado e estarrecido com o que os seus olhos viam! Sem acreditar, nem dizer palavra.
E até nós, apesar de sabermos estar em ficção.
Do rosto, dos braços, do corpo, da senhora, formavam-se furúnculos, abriam-se pústulas, de onde brotavam dezenas, centenas de insetos voadores que encheram o compartimento.
De onde vinham tantos bichos?!
Lembremos que as zonas boreais, as planícies de tundra, no verão boreal, são infestadas por milhões e milhões de mosquitos que fazem a vida negra às renas.
E aquela bicharada toda terá ressuscitado do túmulo em que estivera trinta mil anos guardada no gelo do corpo dos mamutes? E, agora, subitamente tendo encontrado hospedeiro adequado, regressavam à vida, passados milénios?!
Aguardemos como irão proceder para extirpar tal ameaça.
Que Natalie ainda não havia entrado no compartimento isolado e providenciou a vinda de Dan, o xerife, que no exterior já observava aquele aterrador espetáculo.
E como exterminá-los sem eliminar também Vincent, encerrado também naquele contentor de morte?!
Quando vi a cena dos insetos a brotarem do corpo da médica, não pude deixar de me lembrar do filme “Allien – O Oitavo Passageiro”, quando aquele ser estranho brotara repentinamente do corpo do astronauta! Esse fora um viajante no Espaço!
Aqueles, viajantes no Tempo!
“Fortitude” - Episódios IX e X
5ª e 6ª Feira – 01 e 02/10/2015
RTP2
E muito fica por contar!
Ponto Prévio!
Aviso os amáveis leitores destas simples narrações, que se sobre os outros capítulos tenho sido parcial e não muito fiel à narrativa… Nesta narração que apresento, reporto-me a dois episódios e apresento apenas excertos do enredo, numa visão muito parcelar e parcial de alguns temas da trama, que não tenho tido tempo de me debruçar mais profundamente sobre a série, como gostaria, e de que peço antecipadamente desculpa, mas sem prometer que voltarei a desenvolver os aspetos que me faltam, porque de promessas não cumpridas, estamos todos fartos!
Mas se puder…
Desenvolvimento (parcelar e parcial, como já frisei!)
Fui eu que falei em Esperança?
Quando idealizei esse conceito, lembrava-me do afeto crescente de Elena por Carrie, da confiança nascente entre Dan e Morton, mais da parte de Dan, que Morton joga mais distanciado; do apreço cada vez mais próximo daquele por Elena, da sua manifestação de um amor, muito recalcado, mas que se vai soltando, ténue, mas progressivo. Aproximação que o interesse mútuo por Carrie tem ajudado. Que Elena vai compreendendo e aceitando melhor a estima de Dan.
Da amizade entre Dan e Henry, mas essa está estruturada desde o início. E o que mais veremos…
Mas que dizer das sessões de tortura infligidas por Frank a Markus?
Que dizer da devastação que Ronnie está suportando e que em breve será revelada?
Como equacionar as descobertas de patologias cerebrais nos ursos, possivelmente causadoras das respetivas alterações comportamentais?
E se essas patologias também existirem nos humanos e forem elas as causadoras dos estranhos assassinatos ocorridos?
E se essas doenças resultarem da acumulação de elementos venenosos, através da ingestão contínua e sucessiva de alimentos contaminados?
E os nados-mortos entre as renas?!
E, se em última análise, se concluir que aquele ambiente, extraordinariamente belo e aparentemente imaculado, não passa de uma eficaz armadilha e engodo, que devora de forma trágica os seus habitantes humanos e animais?!
Pois diremos que nem Esperança nem Redenção, que Fortitude caminha inexoravelmente para o abismo!
Frank, severamente auto culpabilizando-se pela ação do filho, por tê-lo negligenciado, abandonando-o, recusa-se a aceitar o respetivo comportamento e mais irracional ainda, que não há qualquer explicação plausível para o que faz, no limiar superior do sadismo, tortura de forma atroz, gratuita e cruel, o professor Markus. Com o intuito de lhe obter uma suposta confissão de culpa dos atos da criança, que ele o levara ao local do crime, lhe dera a faca para o miúdo esventrar o cientista, lhe metera a mão na ferida, aí colocara uma unha arrancada a Liam!
Estranha obsessão paranoide, não suscetível de qualquer condescendência, porque ele agride violenta e sadicamente o homem, preso, amordaçado com fita-cola, levando pancada na cara e, para cúmulo, arrancando – lhe uma unha, esvaindo-se em sangue, e incapaz de qualquer ato de defesa, que está acorrentado.
E preocupante, porque sabemos, e não podemos ignorar, que essas práticas de tortura foram e são praticadas por seres que não merecem a designação de humanos, mas que por tal se intitulam, se consideram superiores a quem torturam e dessa prática fizeram e fazem modo corrente de atuação no seu dia-a-dia. Para obtenção de possíveis confissões de atos nunca praticados pelas vítimas, ou porque estas são defensoras de ideias e ideais contrários aos defendidos pelos torturadores e/ou seus mandantes.
E será que ainda irão continuar no futuro?!
Valeu, não sei se valeu de alguma coisa, a Markus, a chegada de Jules, mulher de Frank, que o desata, não desprende totalmente, o deixa ficar prostrado no local onde ele já estava.
Jules não o terá desatado totalmente, mas deixou-o em condições de o fazer.
Que o vimos já no episódio X, dirigindo-se ao local onde estava o corpo de Shirley, ter pedido para vê-la, ao que Natalie, a cientista, relutante, mas condescendente, acedeu. Após comentar que não havia violência em Shirley, ter sabido que o corpo seria entregue à família, no caso a ninguém, que a mãe continua hospitalizada, e a ter beijado, saiu.
Mais tarde vê-lo-emos entrar nesse espaço onde estivera antes e levar o corpo da namorada, na maca, para a sua carrinha.
Para junto do mar a levou e num barco a vimos, deitada como num esquife, barca de Caronte, rodeada de livros esventrados(?) ou outros papéis e fotos de Shirley e ainda o seu ursinho de estimação, que Markus aí colocou, qual óbolo para pagar a passagem. Ter-lhe-á derramado algum líquido inflamável, se não o fez deveria tê-lo feito, e pegou fogo ao conteúdo do barco, para igualmente incinerar o corpo de Shirley. E empurrou-o na direção da corrente descendente, qual Estige, que terá levado as cinzas para outros mundos.
No final do 10º episódio, comentou Hildur para Dan:
“Não é de um hotel que precisamos, é de uma morgue maior!”
Porque as mortes se sucedem.
Morton prosseguindo nas suas pesquisas sobre a morte do geólogo Billy Pettigrew perseguiu Henry, que se ausentara na moto.
Apesar das contrariedades, encontrá-lo-ia estendido na neve, ouvindo ópera e buscando uma superior qualidade de luz, que o gelo do glaciar lhe proporcionava, permitindo-lhe morrer mais purificado.
Purificação é também o que Morton pretende. Purificar aquele ambiente pesado de assassinatos e sobre isso confronta Henry, com a imagem do braço espoliado do corpo, preso na rede de proteção. E que não fora Dan que alvejara Billy, mas o próprio Henry e que sabia de tudo o que se passara.
Este, enervado, descontrolando-se, puxa da pistola e dispara sobre Morton, atingindo-o no peito, e, em breve, o vermelho tinge o branco imaculado do glaciar.
E ficam estes dois homens morrendo, contaminando aquela paisagem sublime, confrontando-se, enquanto a bala liberta o sangue de um, e com ele a sua vida, no outro, o cancro corrói-o internamente, comendo-lhe o fígado.
E nesse encontro de vidas em busca da morte, se Henry ao seu encontro viera, porque há muito a ela fora entregue, Morton não viera na sua procura, mas haveria de encontrá-la; que a moto não tinha gasolina, Henry planeara uma viagem só de ida, e o sangue dele escorria. Ocorreu-lhe que o fotógrafo poderia ligar para a polícia, a pedir ajuda a Dan.
E Henry, lento de raciocínio e pouco lesto na ação, que o cancro comia-o por dentro, talvez também lembrasse que o detetive sabia do que ele e o polícia vinham escondendo e protelou… Falou de si, da sua vida e de que amara a mãe de Dan, mulher de Nils, seu melhor amigo e pai de Dan, cuja mãe, Henry tanto desejara. E que nasceu Dan.
E que ele, Henry, os abandonara, entregues a Nils, que se tornara um monstro!
E Morton concluiu, e nós também, que Dan era filho de Henry. E assim também sabemos que a amizade entre ambos é, da parte do fotógrafo, amor, paternal. Desconhecemos se Dan sabe dessa filiação.
E Henry telefonou para a polícia, formulando um pedido de socorro, tendo atendido Dan, o xerife. Mas também frisando que Morton sabia de tudo o que eles vinham escondendo, que tinha todas as provas.
E Dan ficou petrificado, colou-se ao sofá onde se sentou, apático, absorto, asténico, sem ação. Anestesiado pelo que soubera, não agiu, voluntária ou inconscientemente, procrastinou! Atitude e comportamento antagónico do que deverá ser apanágio de um policial, cumulativamente xerife! Agir, refletida, mas expeditamente.
E com esse adiamento, essa indecisão…
O operador de câmara mostrou-nos o que se passava no glaciar.
Henry assiste à agonia e morte de Morton!
Finalmente, Dan decide-se!
E, com o mesmo revólver que alvejara Morton, Henry sobre si próprio dispara.
E com esta deixa, vos deixo. Com as falas de Hildur para Dan, já apresentadas, mas que serão apenas do Episódio XI, e, por isso, com direito a bisar.
“Não é de um hotel que precisamos, em Fortitude. É de uma morgue maior!”
E muito, muitíssimo, fica por contar!
Nota Final: a imagem apresentada é de Caronte, numa ilustração de Gustave Doré, para a Divina Comédia. In wikipédia.
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