A Morte e a Vida! Sombras e Luz!
Uma Vida "Predestinada":
- Jogos de sombra e de luz!
A Morte é de todas as certezas, a mais certa da Vida. É a única certeza que temos ao nascer.
Todos os dias se nasce e se morre e cada dia se nasce e se morre um pouco.
Neste blogue já aqui falei, por várias vezes, sobre a Morte, nomeadamente a lembrar a Morte de Pessoas Amigas ou de Familiares. Também da aproximação da Morte! Nestes casos, através de Poesia.
No ano transato, 2016, aconteceram mortes de vários cidadãos, personagens, alguns, bem carismáticos, de diversos domínios sociais, fosse da política, da arte, da música, do cinema…
Também terão morrido milhões de anónimos, milhares em condições bem trágicas e cruéis, muitos e muitas em idades bem precoces, em que não seria suposto morrer-se, ainda…
Mas as mortes dos que conhecemos dizem-nos sempre mais. O que é natural. Não que as dos desconhecidos, sejam menos morte que morte.
Nesta segunda semana do ano de 2017, têm as redes sociais, os jornais, as tvs, as rádios, a net, a media em geral, noticiado a morte de Drº Mário Soares.
(Não gosto muito de perorar sobre o que toda a gente perora, opina e desopina, na forma tão peculiar como nas redes os temas explodem. Em casos assim, até à exaustão. Mas, neste, não posso deixar de dizer algumas palavras, até porque, de uma forma muito indireta, dele, implicitamente se falou, quando abordei “políticas e politiquices…”.)
Personagem marcante da vida política portuguesa nestes últimos mais de quarenta anos, não posso deixar de assinalar esse facto. Goste-se ou não, tenha-se por ele admiração ou respeito, ou outros sentimentos, ou algum ódio de estimação, que ele também cultivava, dificilmente nos será indiferente.
Tal como todos nós, um ser humano de sombras e também de luz.
Mas é inegável reconhecer-se que foi uma figura incontornável na Democracia Portuguesa. Nesta “nossa Democracia” desempenhou um papel fulcral nestas mais de quatro décadas.
Era considerado como “animal político por excelência”.
Sem dúvida!
Diria que era um predestinado para a Política!
Atente-se na forma como ascendeu a Presidente da República, em 1986, precisamente graças aos seus adversários.
À partida, pareceria com poucas hipóteses de ir à 2ª volta, mas graças a um "erro" tático-estratégico dos seus mais “acirrados oponentes”, foi à segunda volta e, nela, esses mesmos “acirrados oponentes” viram-se na contingência de votarem nele, para que não ganhasse o candidato da Direita.
Ironias do Destino!
Mas isso, agora, pouco ou nada importa.
A Morte bate-nos à porta, a todos, mesmo aos mais predestinados para grandes voos. Só que estes ficam na História.
E, indubitavelmente, o Drº Mário Soares marcou a História de Portugal.
Goste-se ou não!
Se ele fosse crente, diria: “Paz à sua Alma”!
Não sendo…
Digo na mesma. Porque, após a Morte, cada Alma precisa de Descanso. Eterno!
Notas Finais:
Escolhi, para acompanhar o post, uma reprodução do quadro que figura na Galeria do Museu da Presidência da República, no Palácio de Belém, ilustrativo do Presidente da República, Drº Mário Soares, de Autoria do Pintor Júlio Pomar.
Não que eu goste especialmente do quadro, que não gosto, embora o ache cabalmente representativo do Personagem. Por isso escolhi esta imagem para compor o post.
(Já agora aproveito para referir que, na referida Galeria, a pintura que ilustra o Presidente da República, Drº Jorge Sampaio, ainda consegue ultrapassar a anterior pelo lado “esquerdo” da Estética. Desfavorece completamente o retratado. Não haveria outro pintor ou pintora a escolher que não a escolhida para pintar esse quadro?!
Esperemos que o atual Presidente saiba escolher o seu/a sua “retratista”.)