Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Para toda a Comunidade SAPO e muito especialmente para Si, Caro/a Leitor/a, que nos acompanha nestes postais, formulo Votos de um Santo e Feliz Natal!
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(Imagens sugestivas associadas à iconografia natalícia: ovelhas, faltam os pastores(!), mascimento, desvelos maternais... Faltam também os reis magos...)
Uma Passeata por um Alentejo especial. No Inverno!
E... Cabras e suas cabrioladas!
Hoje, apresento umas fotos de paisagens alentejanas. Pode parecer estranho a quem julgue que o Alentejo é uma extensa planura e quase sempre seco. Mas não é sempre assim. Agora, nesta fase de início de Outono e final de Verão, a secura ainda predomina. Mas, chovendo regularmente, como está acontecendo desde o final de Verão e continuando no Outono, os campos alentejanos adquirem muitas tonalidades de verdes. Que se prolongam pela Primavera. Atingindo a exuberância de cores garridas, marcantes em Abril e Maio.
As fotos que apresento são de 21 de Fevereiro deste ano. Andava a pandemia por aí à solta!
São vistas da Tapada das Freiras e do Chão da Pereira.
(Foi nestas Tapadas que decorreu, em 2017, parte do célebre evento designado de “O-Meeting”: um “Encontro de Orientação”. Extraordinário acontecimento!)
A 1ª foto, que titula o postal, é da Aldeia e alguns dos seus ícones: a Igreja Matriz, a Araucária de Norfolk, os telhados da Rua Larga.
As fotos que a seguem são de Árvores, em contextos de resistência e sobrevivência em enquadramentos adversos. Adquirindo posturas peculiares, de modo a resistirem às condições difíceis em que estão inseridas.
Uma azinheira e um sobreiro entre duas pedras, parecendo um torpedo!
Aroeiras também encasteladas entre pedregulhos
Oliveiras (Oliveira?), velhíssima(s), resiliente(s) a todas as intempéries da vida!
Uma azinheira, forçando a capacidade da rocha de granito onde teima em resistir! Há quanto tempo?! E por quanto tempo?!
Fotos de cabras e suas cabrioladas. Atualmente, ausentes da Tapada, há algum tempo, onde pontificavam reinantes e chocalheiras. Uma verdadeira orquestra, quando se deslocavam na pastagem! Estas fazem-se à foto!
Uma cabrada: no que mais gostam. Trepar às árvores!
Uma oliveira milenar, que adquiriu o molde artístico, que a foto documenta. No "Chão da Pereira".
Não resisto a publicar esta foto para terminar. Há sempre um final!
Já agora, Caro/a Leitor/a, saberá de que animal será esta caveira?!
A 1ª foto é de uma giesta florida, em toda sua explosão de amarelo.
São arbustos autóctones, que proliferam naturalmente por estes campos. Face ao contexto ambiental têm a particularidade de serem apreciadíssimas pelo gado: lanígero - ovelhas, e caprino - cabras.
Mesmo no final do Verão, as sementes são um maná para este gado. Havendo estes animais nos terrenos, desbastam-nas e assim controlam a respetiva propagação. Lembre-se do terreno que mostrei no anterior postal. Aqui não há sinais de gado e é pena! Como se observa também na imagem seguinte.
As antenas, rodeadas do pinheiral, que abunda excessivamente em toda a encosta.
Foto do matagal, um sobreiro e vislumbrando ao fundo, novamente a Cidade!
Sobreiro descortiçado em 2018.
Já agora... Sabe quando será novamente descortiçado?
Uma exótica, à beira do caminho! Não são muitas nestas encostas, apesar de tudo. São mais os pinheiros.
A Natureza sempre a renovar-se: um pequeno carvalho negral, novíssimo.
O pinheiral excessivo. A pedir um desbaste radical.
E terminamos, já no vale do Boi D’Água, com a imagem de um fetal.
Também autóctones, estes fetos. Neste vale, corre um ribeiro atrevido, perto há uma cascatinha que o ajuda no caudal sempre murmuroso, entoam sinfonias os rouxinóis, coadjuvados por melros, outras passaradas que desconheço nomes... e insetos.
Tenho hesitado na divulgação deste texto. Poético?! Não sei, embora tenha essa pretensão.
“Inspirado” na leitura de Alberto Caeiro e na minha própria experiência pessoal, parafraseando precisamente o “Guardador de Rebanhos”. Simples pretensão!
Escrito nos finais da década de setenta, inédito, atrevo-me a divulgá-lo, cumprindo um dos propósitos por que abri este blog. Dar a conhecer textos por mim escritos, originais, na sua maior parte já publicados noutros contextos e agora também alguns que ainda não o foram, até ao momento, em suportes de papel.
Este texto, em versos sem rima e de métrica não estruturada, é a primeira versão deste tema.
Já na década de oitenta escrevi uma versão rimada, dada a conhecer no blog em 03/12/2014.