Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Vamos ter nova governação, novo governo. Por enquanto, tudo em estado de graça. Um “novo ciclo”, como designam os “nossos especialistas”.
A ver vamos! Cá estaremos para ver, se Deus quiser!
A máxima que titula o postal define a atitude que deve enformar esta nova governança. Humildade! Humildade! Humildade!
De arrogâncias estamos fartos! Fartos! Fartos!
E como é que um governo minoritário quer governar, se não tem maioria parlamentar?! (Mesmo tendo o aval, a simpatia, de Sua Excelência o Senhor Presidente da República?!)
Há que negociar. Negociar! Negociar com as direitas, de quem estarão mais próximos. Com as esquerdas… Negociar, para governar. Quatro anos a negociar, a chegar a acordos, a consensos.
Chegarão aos quatro anos?!
Esperemos que sim. Porque de eleições antecipadas estamos fartos!
(Despesas inúteis!)
Considerações finais:
- A máxima que titula o postal não é de minha autoria, como se depreende (“…”)
Vi-a escrita num quadro, exposto num restaurante da Ericeira, uns dias antes das eleições.
("No Largo há Tasca". Passe a publicidade...)
A foto?!
Uma papoila. (Não tem nada a ver com partidos!)
Foi tirada no meu quintal e direciona-nos para uma estória simples, mas muito rica de conteúdo, que me foi contada, no sábado passado, por uma Senhora: Dona Maria Nunes.
(Reporta-nos para a beleza da papoila, também para a sua vaidade, por ser bela, mas simultaneamente para a sua fraqueza e fragilidade. Fraqueza! Fragilidade! E inutilidade... !!!!)
Hoje, voltamos a percorrer Caminhos de Outrora. Aliás, de sempre. São caminhos que desbravamos com muita regularidade, “Percursos” não assinalados oficialmente, mas que mereciam sê-lo. Por “Fontes, Passadeiras e Pontes”!
Debruço-me sobre Plantas, que passam despercebidas à maioria de nós. Mas que desempenham o seu papel na Natureza, pese serem vistas como um estorvo. E, convenhamos, quando excessivas, tornar-se-ão.
Mas se até as Árvores são completamente ignoradas! A peculiar “Cegueira Botânica”!
Ora aí vamos nós.
Olhos de Mocho: a flor que tutela o postal. Desde criança que assim vi nomear esta planta e respetiva flor.
Esta 2ª flor também já a vi designada, como "Olho de Mocho".
Borragem: planta muito melífera. As abelhas adoram!
Flor do Soajo
Uma variedade de Giesta?
(Esta planta não é muito exuberante, mas florida ganha outra dimensão. As giestas eram muito usadas, antigamente, para fazer vassouras. Antes de entrarmos nas eras dos plásticos e do consumismo. Digamos, anos sessenta / setenta.)
Papoilas, na berma da Azinhaga.
Não sei o nome desta planta. Já o vi escrito, algures, mas não fixei, ou esqueci-me.
Altemira, no meio da Rua, mesmo ao pé de casa.
Corriola, também conhecida por Verdizela. (Este segundo nome vi no dicionário. Há uma povoação na Margem Sul, assim designada.) Esta planta, como muitas outras, tem a particularidade de, à medida que o sol se vai pondo, começar a fechar-se. Esta foto foi já tirada à tarde, por isso já está meio fechada, meio aberta.
Poejo
No meio da Rua / Travessa / Azinhaga. Este ano, um “poejal”!
Dente de Leão.
Preparando-se para desempenhar o seu papel fundamental. “… Multiplicai-vos!”
Todas estas florações e fotos são de Maio. Saudades da Primavera! Apesar de, hoje, o dia estar muito fresco, pelo menos de manhã. Agradam-me especialmente estes dias assim, pelo menos as manhãs frescas. De tarde, ainda não sei bem, mas está mais quente. Por vezes: “de manhã neblina, de tarde, calor de rechina”.
(Já, ao por do sol, haveremos de ter calor, virtual. O jogo!)
Algumas destas plantas estavam na própria rua, na borda dos caminhos, a maioria. Crescem espontaneamente, que é esse o seu modo de ser.
(Azinhaga da Atafona, Azinhaga do Porcozunho, ou da Fonte das Pulhas, Azinhaga da Fonte do Salto: Locais de recolha das fotos. Em Maio, já escrevi. Primavera!
Questões Pertinentes – Perguntas Impertinentes – Antes de Vinte e Cinco!
Bem te Queremos, Liberdade!
A pergunta, titulando o postal, poderá ser encarada numa perspetiva genérica e questionar sobre a efetiva e na prática quase inexistência de “Jardins nas Cidades”. Na verdade, e atualmente, o que os decisores políticos criam, nas nossas cidades, são parques.
Jardins, jardins, persistem alguns mais antigos, nalgumas das nossas localidades.
Mas esta pergunta é mais específica. Reporta-se a um jardim peculiar que havia num enquadramento entre prédios, de uma rua no Feijó, Cidade de Almada: (Foto anterior).
Peço-lhe Caro/a Leitor/a que faça o favor de ler um postal antigo que escrevi no blogue, em 18/11/2014, bem no princípio destas narrativas internáuticas e que intitulei precisamente “Um Jardim na Cidade – O Jardim de Dona Vanda”.
Pois, que aconteceu a este singelo e peculiar Jardim?!
Passei por ali recentemente, já neste mês, já por ali não passaria há mais de um ano, e constatei que foi transformado no espaço de parque que documento fotograficamente.
(O antigo Jardim ficava no espaço entre os dois prédios, a meio da fotografia seguinte. Correspondente ao espaço da foto anterior.)
No conjunto, todo aquele espaço foi valorizado. O que ali estava era uma espécie de buraco, nas traseiras de várias urbanizações e agora há um espaço arrelvado, arborizado, caminhos de fácil percurso pedestre, um jardim infantil. Globalmente, houve melhorias, não tenho quaisquer dúvidas.
Mas não teria sido possível manter o pequeno e modesto Jardim, integrando-o no contexto global do parque?! Digo eu…sei lá!
E para quando deixarem de arrelvar, e construírem efetivamente jardins?! Jardins de “flores”, com roseirais, arbustos autóctones, que floresçam nas épocas próprias.
Sempre os espaços de relvas. Manutenção cara, muito gasto de água e… para que servem?!
Já sabemos! Para que os/as modernos/as chiques levem os canídeos a defecar. Que até tirei fotos, precisamente no local do dito jardim. Que não mostro, evidentemente.
O que vale é que a Natureza floresce sempre, como provam as papoilas e os bem-me-queres!
Porque é que os nossos políticos, da nossa Democracia, decidem sempre de cima para baixo, não contemplam as decisões tomadas de motu próprio pelas populações?! Só pensam em nós para votarmos. Daí tantas vezes o desinteresse…
Estas são exclusivamente opiniões minhas.
Que era possível, viável e desejável que, embora construindo aquele parque, se mantivesse o Jardim, era! Espaço ajardinado, bem peculiar, simples, natural, trabalhoso, traduzindo o espírito de Cidadania de quem o idealizou. De quem o construiu, criou, manteve, sustentou de água que faltava, de espécies bonitas e florescentes que, na altura própria, coloriam aquele canto meio abandonado a que davam Vida! Era possível manter, sim!
E é ou não importante que os “nossos” políticos atendam também às vontades dos Cidadãos nestas pequenas e também grandes coisas e causas?!
E estarei ou não a exercer um dos Direitos fundamentais que o 25 de Abril nos proporcionou?
Nesse sentido e com esses propósitos, tem esta Instituição organizado, ao longo deste mais de quarto de século da sua existência, múltiplas e variadas exposições de Artistas seus associados, dando-lhes oportunidade de mostrarem as suas Obras.
Deste modo, aqui no blogue, informamos da futura realização de uma Exposição Coletiva, desta vez na Câmara Municipal de Lisboa, no Edifício Central do Município – Centro de Documentação - Campo Grande Nº 25.
Neste Post nº 267, divulgamos uma Poesia de Manuel Faria Bento, de Gomes Aires (Almodôvar).
“Eu Vivi Abril (Abril de 1974)”
“Eu vivi Abril
Abril em revolução,
Estava na flor da minha idade,
Vivi abril com grande emoção,
Abril foi uma festa…
Uma passagem p’ra liberdade,
Abril foi uma festa…
Com muita responsabilidade,
Abril em Portugal…
Foi uma grande oferta
Dos militares em geral,
Abril por todos criado,
Ainda hoje é estimado
Por derrubar a ditadura…
Abril foi uma alegria
Que há muito se esperava
Para acabar a amargura,
Que há muito se vivia.
Com Abril Portugal evoluiu
Num modo diferente,
De um modo que nunca se viu,
Que faz confusão a certa gente.
Mas é próprio da vida,
Porque o homem se habituou
A viver no seu cantinho
Que com tanto gosto criou
Ali perto do seu vasinho.”
“Abril foi uma grande vontade
Que tanta força criou,
Ao longo de tantos anos,
A um povo vivendo sob crueldade,
De uma ditadura que os obrigou
A sofrer golpes tiranos,
Daqueles que viviam da repressão,
Recebendo dinheiro
Para aos outros arrancar o coração,
Destruindo vidas inteiras
Durante cinquenta
Cometendo tantas asneiras,
Perseguindo trabalhadores,
Gente pobre e carenciada,
Que ganhava fracos valores
Que não dava para nada,
E ainda lhe chamavam… traidores.”
“Abril nasceu em Portugal
Filho de toda a gente,
O estudante p’ra isso lutou,
O trabalhador por isso sofreu,
O militar nisso pensou,
O adolescente isso vivia,
Qualquer pessoa por isso era presa,
Mesmo que nada fizesse,
Era isso que toda a gente sentia,
Já nada era surpresa,
Na amargura que um povo vivia,
O pai era preso sem saber porquê,
A mãe era mal tratada,
O filho que fugia,
Para o estrangeiro emigrava,
A pide o perseguia,
Em qualquer lugar o matava,
Foi por isso que Abril nasceu!...
E que todo o povo aceitou,
Foi por isso que Abril nos deu.
A liberdade de viver,
A liberdade de trabalhar,
A liberdade de amanhecer,
A liberdade de ser português,
A liberdade de todos amar,
A liberdade de falar e ver,
A liberdade de aqui estar.
Isto é…
Vinte e cinco de Abril!..”
Manuel Faria Bento, de Gomes Aires (Almodôvar)
Retomámos a divulgação de Poemas da 13ª Antologia de Poesia do CNAP, de 2015, agora já em 2016.
Estamos ainda em Janeiro, é certo, mas sabe sempre bem antecipar Abril, que virá… e relembrar, a data marcante de Abril de setenta e quatro!
Na ilustração da poesia resolvi fugir ao mais óbvio, que seria ilustrá-la com o célebre “cravo vermelho”, optando por “papoilas”, numa pintura original de Marthinus Pretorius, pintada com a boca, em reprodução digitalizada de um cartão de A.P.B.P. – Associação de Pintores com a Boca e o Pé, Caldas da Rainha.